O DIABO – SAMEKH
1.1 Elementos constitutivos ou relacionados
Sephirah: | Tiphereth no segundo ciclo | |
Signo do sendeiro: | Sagitário | |
Elemento zodiacal: | Fogo | |
Trilogia elem. sephirótico: | Ar da Água no segundo ciclo | |
Planeta do sendeiro: | Júpiter | |
Arcanjo do signo: | Advachiel (אדוכיאל) | |
Velas: | 3 azuis | |
Incenso: | [noz-moscada, cravo, café] | |
Letras: | Samekh-Men-Kaph | |
Gemátria: | 60+40+20 = 120 = 1+2+0 = 3 | |
Valor numérico: | 60 | |
Armas mágicas: | A Flecha (aplicação rápida e direta da Força). | |
Poder mágico ou oculto: | Transmutações. | |
Forças em ação: | A força de Tiphereth que manifesta seus fluxos mediante as pulsações de Yesod pelas vias de Sagitário. | |
Sendero: | 25, Tiphereth a Yesod. | |
Texto yetzirático: | O 25º caminho é a Inteligência da Prova ou Tentação, assim denominado por ser a primeira tentação pela qual o Criador prova todas as pessoas virtuosas. | |
Cor em Atziluth: | Azul | |
Cor em Briah: | Amarelo | |
Cor em Yetzirah: | Verde | |
Cor em Assiah: | Azul escuro vivo |
1.2 Caminho 25º
O Diabo = A Soberania e Harmonia de uma Base firme e espiritual pelo vies da exteriorização do designio primeiro. A Soberania de normas morais concretas sob Poder Fundamental digeridas pela espiritualidade. O Sol atuando através de Sagitário sobre a Lua pelas vias de Sagitário. Tiphereth, o depositário, a nível de consciência, das vibrações emanados do Real Ser as quais serão convertidos em força de Vontade atuando através de Sagitário sobre Yesod por onde são aportadas as imagens rumo a cristalização; “Vô” do Mundo de Briah atuando através de Sagitário sobre o “Vô” do Mundo de Yetzirah, Ar da Água atuando através de Sagitário sobre o Ar da Ar.
O 25º caminho é a Inteligência da Prova ou Tentação, assim denominado por ser a primeira tentação pela qual o Criador prova todas as pessoas virtuosas.
Trata-se do sendeiro que une a Vontade de Tiphereth a Imaginação de Yesod de modo que a Imaginação utilize os poderes da Vontade para materializar as virtudes espirituais. Aqui as funções masculino e feminino são unidas (diferentemente do que acontece no caminho 31º onde estas funções são separadas por Hod-Malkut para que haja a divisão dos sexos na Terra e se apresentem organismos perfeitamente diferenciados) e Yesod por estar mais próximo das realidades físicas (centro de gravidade mais forte) submeterá Tiphereth e utilizará suas energias para realizar seu programa utilizando seus poderes de imaginação que procurará submeter a Vontade a seu serviço se aproveitando de que em Tiphereth se encontram concentradas as essências de todas as demais Sephiroth, de modo que incorporará as energias de cada centro de vida que serão materializados para servir aos interesses de Malkuth – esta inversão que deverá ser trabalhada.
Cabe expressar ainda que Yesod representa a polaridade sexual feminina, que está ligada a matéria, e, portanto, a abundância material, seus ideais e gozos terrenal o que nos remete ao texto yetzirático quando trata da prova da tentação. Por isto é importante que o sendeiro 31º funcione corretamente separando a Vontade e a Imaginação ou que ainda a primeira, que está mais acima, absorva a segunda mais abaixo.
A nível humano trata da resistência da tentação que a mulher exerce sobre o homem posto que Tiphereth é o homem e Yesod a mulher. Nos indivíduos do sexo feminino consiste em submeter o homem transformando-o em um fantoche. Nos indivíduos do sexo masculino, a tentação refere-se a escravizar uma mulher no sentido figurado, ou seja, escravizar o material, os prazeres da terra.
De outro modo, em Yesod se encontra o Véu de Quesheth, o Arco Iris de cores astrais que se estende como um halo por trás de Yesod de onde é lançada a flecha que segue o caminho da iluminação pela coluna central da Árvore até Kether, é o caminho do místico (que difere do caminho do ocultista por ser rápido, direto e livre do perigo das tentações da força desequilibradora que se encontra nos outros pilares), contudo, segundo Dion Fortune, o caminho místico, não confere nenhum poder mágico, salvo os do sacrifício em Tiphereth e os do psiquismo em Yesod. De outro lado o caminho da iniciação que segue as espirais da serpente da sabedoria na árvore (os 32 caminhos) passando por todos os perigos concede os poderes mágicos relativos aos caminhos.
Este caminho sugere o abandono da personalidade com seus egos e segue em busca da identidade Crística, aquela que se comunica com seu Real Ser, com a Unidade e exige o abandono e aparente segurança que dispõe os mundos inferiores. Esta prova, do caminho 25º, também é conhecida como a prova da viagem de travessia ou Tentação do deserto já que necessita da Fé e da Coragem para ser empreendida e nos lembra a tentação sofrida pelo Salvador no deserto.
As três vias que promovem a ligação do Mundo de Yetzirah a Tiphereth, ou seja, os caminhos 24º, 25º e 26º promovem as experiências conhecido como a Noite Escura da Alma, que aqui parte do Véu de Quesheth, e representa uma ausência longa e profunda da Luz e da esperança, uma noite escura em que a pessoa se sente profundamente sozinha desconectada do mundo e de Deus, um verdadeiro estado depressivo, nada do que saiba ou tenha pode ajudar até que um dia a pessoa é preenchida por uma Luz e o coração recupera sua paz. Então o iniciado deixa para trás a vida e o mundo que vivia anteriormente em razão de uma mudança interior, passa a ver tudo de modo mais objetivo sem as ilusões do tempo e do espaço com seus percalços, sua moral, suas posses, etc., passa a seguir esta Luz interior que o inundou.
Nesta noite escura da alma não se deve permitir ser enganado pelas visões astrais de Yesod que embaralham os reflexos e envia de forma desordenada as várias imagens que representam acontecimentos em situações diferentes ao indivíduo, confundindo-o e fazendo-o passar informações equivocadas; nem pelas paixões de Netzah, ou ainda se deixar confundir pelas variações mentais de Hod, mas deve ser objetivo como lembra o arco e a flecha atribuído ao signo de Sagitário; Deve lembrar que o propósito aqui é a união e conscientização com a Consciência Crística.
Este sendeiro e ativado pelas Virtudes (Tiphereth) e pelos Anjos (Yesod) conjuntamente. O caminho de ida pela árvore é regido pela Virtude 48 6->9: MIHAEL e o caminho de volta pelo Anjo 69 9->6: ROCHEL .
Os aspectos entre Sol e Lua, tais como quadratura, conjunção ou oposição, no mapa natal são indícios de que o indivíduo está trabalhando neste sendeiro.
1.3 Letra-força ם
Samekh é a decima quinta letra força – é uma letra simples. Na tabela das letras hebraicas Samekh (60) se situa a esquerda do Vô (6), que esboçava a criação do desejo. Aqui o desejo é interiorizado e recriado, transformado na imaginação, eis que se encontra no seu segundo ciclo sefirótico, na escala que vai de 10 a 18 bem como é o “He” da sequência Vô-Samech (15 = 1+5 = 6).
A letra força Samekh expressa hieroglificamente as mesmas ideias de ZAIN (7) cujo hieróglifo é uma flecha que atira para todos os lados, contudo aqui a flecha está em movimento circular, o que traduz a ideia de que qualquer objeto que realize o mesmo movimento terá como representativo a Samech.
Ademais traduz ainda a ideia do limite imposto pelo círculo traçado que tanto pode ser uma delimitação relativo à fatalidade ou destino quanto a Vontade de um operador em seu domínio sobre este destino. Os anéis, a serpente que morde a própria cauda também são símbolos que traduzem estes limites dentro de um loop eterno ou daquele que se alimenta de sua própria substância, o relógio que a cada movimento dá corda em si mesmo – o Solve et Coagula.
1.4 Imagem, figura
No fundo da figura aparecem um turbilhão de cores escuras ligadas ao chumbo. No meio vemos a figura de Baphomet sentado sobre um cubo e abaixo uma esfera que indica o domínio da matéria sobre o espírito. A cabeça, chifres, orelhas e barbicha formam um pentagrama involutivo embora em sua testa esteja desenhado o pentagrama positivo o que denota que a figura é um símbolo de Luz. Entre os chifres observamos uma tocha com três chamas que se fundem em uma e representam a Luz mágica do equilíbrio universal elevada acima da matéria embora esteja presa a esta. Possui um corpo feminino que é coberto por escamas que representam a matéria e a humanidade. O olhar é tenso exprimindo o horror ao erro. Nas costas há duas asas grandes. No braço direito masculino que aponta para cima (Lua crescente branca de Hesed – hemisfério Norte) está escrito solve e, no esquerdo feminino que aponta para baixo (Lua minguante negra de Geburah – hemisfério Sul), lê-se coagule. Refere-se ao trabalho na nona esfera e o equilíbrio entre justiça e misericórdia. As pernas cruzadas são caprinas e apoiam-se sobre a esfera. Da virilha se eleva o caduceu de mercúrio com os três cordões: Ida, Pingalá e Sushuma, representam a vida eterna conseguido pelas vias do grande arcano, os órgãos sexuais.
Lúcifer refere-se à potência sexual, são os próprios instintos sexuais, é uma parte de nós mesmos, o fogo que renova a nossa natureza animal simbolizada pelo Bode de Mendes. Trata-se, portanto, do agente mágico que solve durante o Sahaja Maituna para depois coagular-se nos mundos superiores dando origem aos corpos existenciais. Tudo que solve em baixo para coagular-se em cima refere-se a Lúcifer em seu caminho positivo, em contrapartida, quando as energias do alto se cristalizam em baixo, nos mundos abismais, nas esferas inferiores de nosso subconsciente nos deparamos com o seu aspecto negativo. Trata-se, portanto, do agente seminal que renova a natureza pelo fogo – INRI: Ignis Natura Renovatur Integram (O fogo renova a natureza incessantemente). Mas a renovação preceda da Morte do velho In Necis Renascor Integer (Da morte renascemos intactos e puros). Por isto Lucifer é chamado o fazedor de Luz. É também nosso treinador psicológico na escola da vida. Aquele que domina seus instintos é semelhante ao que cavalga o corcel, o unicórnio e as energias, retidas, acumuladas são portadoras de infinitos poderes. Nosso Real Ser tem a função de matar o Dragão (que difere do Dragão da Sabedoria: Pai, Filho e Espírito Santo), i.e., sair vitorioso de todas as tentações, provas postas por Lúcifer, vencer o ego animal a fim de que possa se manifestar o Ser espiritual. Neste sentido o Cristo é representado pelo Sol e o Dragão por Lúcifer. Outras simbologias semelhantes a esta batalha referem-se a Quetzalcoatl e Xolotl, Apolo e Python, Krishna e Kaliya, Osíris e Typhon, Michael e o Dragão Vermelho, São Jorge e o Dragão
Em frente a Baphomet estão postadas duas figuras, uma masculina e outra feminina. A direita um homem nu está atado pelo pescoço a cintura da figura feminina que está ao lado esquerdo. Em outras cartas ambos estão presos a pedra cúbica (matéria).
Se colocarmos o Mago (arcano 1) ao lado do Diabo (arcano 15) poderemos observar que seus braços estão colocados de maneira opostas. Assim, enquanto o Mago imita a letra Aleph com o braço esquerdo apontando para o céu e o direito para a terra aqui a posição se inverte e Baphomet aponta o braço direito para o alto e o esquerdo para a terra. De outro modo, enquanto o Mago utiliza a varinha mágica para o alto, na figura do Diabo nos damos conta da presença de uma tocha acesa no alto de sua cabeça do Diabo.
Outra semelhança ocorre em relação ao arcano 6 – o enamorado, decomposição do 15 (15 = 1+5 = 6), onde também se encontram as duas mulheres. Além do mais há ainda semelhança com o arcano 12 – o enforcado – representado pelos dois postes que sustentam a forca contudo a força espiritual do 3 (12 = 1+2 = 3) se converte aqui na força destruidora, o cetro de Vênus-Urania se converteu na tocha do Diabo e nas asas dos anjos do mal.
E o que vem a ser o Diabo? Segundo Éliphas Lévi e “o grande agente mágico empregado para o mal por uma vontade perversa.” Oras, o grande agente mágico é a luz astral que podem ser evocados pela razão ou pela loucura. Levi afirma ainda que a goecia e a demonomancia são formas de magia negra que levam a loucura e que o Diabo “é uma força posta, por um tempo, a serviço do erro”. Portanto não se trata de uma entidade com consciência ou inteligência, mas um uso equivocado das forças da natureza a disposição e que todos nós temos condições de pô-la em atividade com um pouco de prática, qualquer beata atua com o agente mágico sem o saber. Há um brocardo que afirma: “O diabo é Deus ao contrário”. Esta entidade pode ser criada como se cria uma egrégora, mas não tem existência própria e depende de seus adoradores para continuar existindo.
No taro egípcio, nas águas da vida nos damos conta de uma representação referente a Geburah. No meio da carta Tiphon Bafometo se mostra sustentando em sua mão esquerda o Bastão de poder e na sua mão direita uma Serpente que se eleva. Como no bode de Mendes a mão direita é masculina e a esquerda feminina. Os seus seios indicam a condição de andrógino (não homossexual). Sua cara está disforme para representar os erros ou pecados. O diabo, Thifon, Seth (em seu aspecto negativo, a mente sem espiritualidade) aqui é visto como o treinador psicológico no caminho de superar os erros e, portanto, como um sinônimo do Lúcifer particular de cada um, aquele que faz a Luz impondo as trevas, pois quanto mais espessas são as trevas, mais presente e brilhosa se mostra a Luz. Então o trabalho consiste em branquear o Diabo, branquear o latão. Satã representa o eu, o ego pluralizado que precisa ser dissolvido.
Em algumas cartas os cornos terminam em seis pontas o que nos remete ao arcano 6 novamente e refere-se às energias sexuais o “Véu de Ísis” ou seja o Véu Adâmico Sexual que precisa ser rasgado, o Éden é o próprio sexo, representação máxima da luz astral que precisam ser transmutadas e daí os termos solve e coagula na qual é indicada a famosa formula de Einstein – Matéria se transforma em energia e vice versa E=M*C2. O arcano 15 significa o trabalho com o demónio por meio do Phalo-Osíris e do Útero-Ísis, dos quais se apoderou Satã ou Seth com sua paixão animal. O Alquimista deve, pois, roubar o fogo do Diabo para que resplandeça a estrela de cinco pontas.
O termo Bafometo dos Templários possui um acrônimo que deve ser lido no modo inverso: “Tem-o-h-p-ab”, Templi omnium hominum pacis abbas. E significa: “Pai do templo, Paz universal dos homens”.
No mundo de Assiah existem um infindável número de entidades negras que usam a Luz Astral de forma abusiva. Os piores magos negros habitam no mundo mental e causam todo tipo de confusão tornando o duvidoso como certo e causando delírio na mente das pessoas.
Em caso de ataques de magia negra ou para limpar os ambientes podemos utilizar a Conjurações dos Quatro e a dos Sete[1], pode-se utilizar a espada para tanto, mas não a tendo cruze os braços sobre o peito – o direito sobre o esquerdo formando o pentagrama – e proceda a conjuração.
1.5 Arcano menor: Cavaleiro de paus
Localização na Arvore da vida: Netzah (Yod)
No zodíaco o domicílio do Cavaleiro de Paus é Sagitário.
Arcanos que governa: Sete de Paus, Oito de Paus e Nove de paus
Os Cavaleiros em conjunto correspondem ao mundo de formação (Yetzirah), e representam o Vô das figuras e separadamente o nome divino, יהוה – “Yod-He-Vô-He”, se dividirá da seguinte forma: o Cavaleiro de paus é o Yod; o Cavaleiro de copas o He; o Cavaleiro de espadas o Vô e o Cavaleiro de ouros o segundo He.
A figura do cavaleiro de paus tem os atributos de Netzah, na qualidade de Yod do mundo de formação. Como uma força móvel que é, (Vô das figuras), o cavaleiro de paus anuncia mobilidade, mudança, em um domínio em que as mudanças tendem a não ser desejados, o homem tende a prezar pela estabilidade de seus prazeres, de seus gostos e felicidades que Netzah-Vênus representa.
A pessoa que aparece representando essa força nos predisporá, de algum modo, a mudar os gostos, as sensibilidades, tudo o que se relacione com os cinco sentidos. Essa mudança interna nos colocará em desacordo com o meio ambiente em que nossa existência se desenvolveu então, posto que esse ambiente externo era o reflexo de nosso mundo interior, assim, nos impulsionara em busca de outro quadro que esteja de acordo com a nova estabilidade que está se instalando em nós.
Dessarte a aparição do cavaleiro de paus, significará viagem, deslocamento originado por essa mudança de sensibilidade referida. Convém atentar que não será a pessoa representada pelo cavaleiro de paus, que vai gerar essa mudança, mas ao contrário: o nosso processo interno de transformação terá chegado ao seu ponto culminante, tendo criado as circunstâncias externas, que justificará perante a nossa própria razão o abandono de um mundo velho por um novo. Essa circunstância externa será a pessoa (ou sua representação) cuja aparição nos anuncia o jogo.
Palavras chaves: J♣ Cavaleiro de Paus, Mobilidade, troca de gostos, sensibilidade, 5 sentidos
(Reta) Viagem, deslocamento, abandono, troca de residência
(Invertida) Desunião, ruptura, divisão, interrupção
1.6 Elemento, ciclo zodiacal, planeta
Na ordem dos elementos, Samekh (15 = 1+5 = 6) corresponde Ar da Água no segundo ciclo da sexta Sephirah e também o Tiphereth interiorizado já que Samekh é o Vô na fase “He” do nome יהוה – “Yod-He-Vô-He”.
Na trilogia dos elementos: Tiphereth está relacionado ao signo de Peixes.
No ciclo zodiacal יהוה – “Yod-He-Vô-He”, corresponde ao signo de Virgem, segundo signo da Terra e regido por Hod-Mercúrio que rege o signo e representa a capacidade de análise intelectual. E aqui terminam o ciclo dos elementos no ciclo zodiacal יהוה – “Yod-He-Vô-He”.
No ciclo Sepher Yetzirah corresponde ao signo de Sagitário o terceiro signo do Fogo (Ar do Fogo).
Nome divino (Atziluth): | VYHH ויהה | |
Arcanjo (Briah): | Advakiel אדוכיאל | |
Coro Angélico (Yetzirah): | Samekiel םמקיאל | |
Anjo regente da casa correspondente (Assiah): | Suyasel םויעםאל | |
Planeta regente: | Júpiter | |
Elem. Signo/Sephirótico: | Fogo/Ar do Fogo וי | |
Apóstolo: | Santiago – Tiago (Jacobo) | |
Tribo: | Benjamim | |
Cartas do Tarô: | Cavaleiro de Paus וי que rege Sete, Oito e Nove de Paus. | |
Hora planetária e astrol.: | 16 às 18 horas da saída do Sol; de 241º a 270º no zodíaco. | |
Região do corpo: | Cadeiras e músculos |
Representa a exteriorização da experiência, das normas morais concretas, ideias claras e da generosidade. No processo cabalístico criativo, Sagitário é regido por Binah e no zodíaco pelo planeta Júpiter. Por ser signo de Fogo, pertence ao mundo cabalístico das emanações (Atziluth), mas por ser o seu terceiro de seu elemento pertence igualmente ao mundo de formação (Yetzirah), encontrando-se, pois, relacionado com o corpo vital, que transmite ao físico os conteúdos da mente. É o Vô dos signos do fogo e o Yod dos mutáveis.
Os signos de fogo são portadores de energia, dinamismo, que se traduzem como entusiasmo, poder organizador, mobilidade, afã de luta, saúde. Seu atributo essencial é a vontade. Por ser o terceiro signo de fogo, é o desígnio espiritual que penetrou no homem através de Áries, que encheu o seu espaço interior através de Leão, se exteriorizou através do signo mutável de Sagitário. Assim, teremos aqui a exteriorização da experiência que se iniciou em nós com a emanação dos mundos espirituais. O indivíduo não é consciente do que está acontecendo e a coisa se elabora mecanicamente. Diremos que Deus o utilizou para dar forma no mundo a um determinado desígnio.
Deste modo, teremos o desígnio divino no homem em Áries como uma semente, e os maus aspectos que receba Áries indicarão que se trata de uma má semente, que dará frutos pouco apetecíveis. Em Leão, a semente é germinada na terra humana, é assimilada e incorporada ao nosso interior. Deste modo os maus aspectos planetários sobre Leão indicarão que uma má semente caiu na terra, ou seja, que a assimilação da mensagem espiritual e sua elaboração é defeituosa. Representará a fase de digestão da espiritualidade e os maus aspectos planetários sobre Sagitário indica que nós não temos digerido adequadamente o que nosso Real Ser elaborou internamente. Em Sagitário a semente tornou-se uma árvore, que com sua aparição transforma nossa paisagem humano interna e posteriormente externa.
O homem de Sagitário é um portador de regras morais concretas, expressas no ideias claras e seus impulsos o levarão para a legislação, para os postos onde se instituem as normativas e as ordenanças pois no processo criativo, Sagitário é regido por Binah, cuja força coagulante institui o quadro moral, a experiência do indivíduo que deve ser levada a cabo.
Os maus aspectos farão com que essa moral, essas leis, regras, normas, ordens sejam perversas e não conformes com as leis cósmicas. E é que, às vezes, é o torcido e que nos permite descobrir o que é reto e, enquanto não formos capazes de reconhecer a verdade em toda a sua plenitude, haveremos de contemplar o espetáculo da falsa verdade até que nossa consciência descubra a impostura.
O excesso de planetas em Sagitário dá lugar ao fabricante de instituições, o que regulamenta e codifica nos domínios mais diversos, dispersando sua atividade, colocando sua marca em todas as partes e sem poder aprofundar-se em nenhuma delas.
Palavras chaves:
(+) Vontade, dinamismo, entusiasmo, saúde, mobilidade, regras morais concretas
(-) Leis, regras, normas, ordens perversas, superficiais; falsa verdade.
CASA IX: A Casa IX, expressa na Terra como potencialidades de Sagitário. Por este signo o desígnio divino se externa, de modo que, através da Casa IX exteriorizaremos o desígnio de nosso Real Ser para a presente existência, ou seja, o projeto marcado pela posição de nossa casa I ou Ascendente.
Diferentemente do que dizem os manuais de astrologia, enquanto as ideias, os pensamentos são atributos dos signos do Ar (Libra, Aquário e Gêmeos), a Casa IX corresponde a Sagitário, um signo de fogo. Portanto não é o pensamento que emerge da Casa IX, mas a força moral que a pessoa tem acumulado ao longo de suas existências: é a voz da consciência, que se opõe às ideias que se exteriorizam a Casa III, que forma polarização com a Casa IX.
A situação desta Casa nos permitirá saber se a força moral do indivíduo é muita ou pouca, isto é, veremos quem ganhará o combate entre o Bem e o mal, e nos permite calibrar seu grau de religiosidade.
Por outro lado, a Casa IX rege as viagens. Ocorre que a exteriorização de algo que se leva dentro se traduz a vida mundana por uma viagem. A exteriorização do desígnio divino em Sagitário representa uma longa viagem desde o céu até a Terra e a Casa IX toma este processo físico como uma longa viagem, de modo que o setor IX nos informa sobre os longos deslocamentos que uma pessoa realizará ao longo de sua vida.
Os maus aspectos planetários sobre a Casa IX farão com que o indivíduo expresse de modo torcido a mensagem moral. Pode ser um fanático religioso ou um ateu. Tanto em ou outro caso expressará uma falsa moral arbitrária e, guiar-se-á por valores que não são duradouros. Viagens tempestuosos, arriscada, difícil e pobre em resultados, exílios, proscrições, fugas, etc.
Uma acumulação excessiva de planetas neste setor produzirá mudanças frequentes na linha moral do indivíduo. Passará de uma religião a outra, com grande facilidade e se verá obrigado a viajar constantemente.
Palavras chaves:
(+) Força moral, voz da consciência, religiosidade, viagens.
(-) Expressão moral torcida, fanático religioso, ateu, falsa moral arbitrária; viagens improdutivas, arriscadas e continuas.
Na ordem planetário representa a Júpiter em razão deste planeta ser o regente de Sagitário o governador do 25º caminho. Júpiter por ser o rosto visível de Hesed é o portador da abundância paradisíaca.
Na ordem de fenômenos naturais o Samekh significa o Sol – A força constante de energia – doador de vida. Exteriorizador do fogo.
1.7 Discípulo: Santiago – Tiago, [Jacobo] filho de Zebedeu
Refere-se a São Tiago maior, ou Tiago, filho de Zebedeu distinto do Tiago Menor em Áries, filho de Alfeu. Santiago era um discípulo exaltado, características do signo do fogo que representa sagitário. Irmão de João, ambos regidos por Júpiter, mas este pertencente ao signo de Peixes.
1.8 Tribo: Benjamim
Gênesis 49:27 Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã comerá a presa, e à tarde repartirá o despojo.
O significado do nome vem do hebraico Benya-min “filho da minha mão direita”. Ele foi filho mais jovem de Jacó. Benjamim foi o único irmão por parte de mãe de José, que se tornaria mais tarde governador do Egito. Foi da descendência de Benjamim que surgiu o primeiro rei de Israel, Saul. A sua mãe Raquel morreu ao lhe dar à luz em Gen. 35,16-19:
1.9 5º Trabalho de Hercules: Expulsar as Aves antropófagas de Estinfálide
Num bosque, nas lagoas de Estinfálide, no norte da Arcádia, habitavam as aves que, além de devorar as colheitas da região, também matavam os homens com suas bronzeadas plumas, que a maneira de flechas mortíferas, eram lançadas contra suas vítimas. Eram tantas que cobriam o Sol. Estas aves antropófagas também foram citadas por Virgílio, o poeta de Mântua.
Para matá-las, Hércules primeiro usou um címbalo (antigo instrumento de cordas) para atraí-las. Assim que as aves saíram do bosque, o herói pôde atingi-las com suas flechas venenosas.
As aves cobrindo o Sol representam a nossa falta de clareza, dúvidas, medos e os címbalos referem-se a nossa essência, a luz que está em nosso interior é que precisa ser projetada e nos iluminar. Esta tarefe refere-se à eliminação dos agregados psicológicos ligados a magia negra que estão em nosso interior ainda que atuem de forma inconsciente como por exemplo em um amaldiçoar como o fizeram as bruxas antropófagas conforme narrado em Eneida, ou mesmo em outras formas de prática de magia negra.
Tarefa associada a Sagitário. Argui-se que Hércules utilizava flechas semelhantes ao símbolo que identifica o signo, o Centauro.
1.10 Descrição Sephirótica:
Samech (15 = 1+5 = 6) relaciona-se com a Sephirah Tiphereth em seu segundo ciclo, assim, podemos constatar também a presença de Tiphereth em Samekh por ser a sexta letra do segundo ciclo que vai de 10 a 18. Tiphereth é representado na Árvore pelo signo de Peixes o que se traduz em um exteriorizador das experiências ligadas ao elemento Água que pode manifestar-se em sentimentos com alguma carga mental e carregado de renuncias para que a obra possa se realizar: eis que é o portador de provas e sacrifícios.
A plenitude material de Noun termina por aqui porque o objetivo é alcançar as coisas espirituais, acumular experiências com vistas a perfeição de modo que a Luz encoberta na matéria se externa em Samekh no intuito de compreender todas as coisas e neste sentido tudo se movimenta. Começa-se a duvidar de tudo e a fazer análises microscópicas na intenção de desvendar a verdade que está mais além da matéria.
Então Samekh se alimenta de Tiphereth e dele herda a Luz que permite desvelar os mistérios da natureza com a Vontade que lhe permite perseverar.
Axioma transcendente: “tornaram-me guarda de vinhas e a vinha que era minha, essa não a guardei”.
Horário: 6ª hora de Apolónio – “aqui é necessário manter-nos imóveis, serenos, por causa do temor, isto significa a terrível prova do Guardião do Umbral, ante o qual se necessita de muito valor para vencê-lo”.
O iniciado fica exposto a dupla corrente fluídica de modo que é preciso mérito para não ser arrebatado pela corrente descendente e ser exposto a loucura, a magia negra, etc. Papus adverte que se chega a este guardião das mais diversas formas como pelo haxixe, narcóticos, hipnotismo, praticas mediúnicas[2] espiritas, etc., mas ai daquele que se achegue ao umbral sem estar preparado. O resultado será o próximo arcano.
1.11 Significado no jogo
Quando o Diabo aparece no jogo significa que uma força de grande potência está entrando em campo no intuito de induzir o abandono dos valores materiais, do conhecimento intelectual, prestígios, etc. a fim de plantar uma nova realidade e assim, poder anunciar novos descobrimentos, descoberta de segredos, mistérios, vozes, visões, fenômenos que darão novos rumos a existência e a forma de ver o universo.
Significa ainda que a pessoa está encadeada a compromissos e valores materiais, karmas que precisam ser pagos antes de se prosseguir para a próxima etapa.
1.12 Palavras chaves:
1.12.1 Manifestação Yod.
Ação mágica, magnetismo, dons milagreiros, poder oculto, influencias misteriosas, proteção contra forças obscuras.
1.12.2 Manifestação He.
Paixões, afetos nocivos, seduções, tentações, impulso emocional, atração sexual.
1.12.3 Manifestação Vo.
Controvérsias.
1.12.4 Manifestação He.
Fatalidades que levam a prosperidade, enfermidades hereditárias, complicação na saúde
1.12.5 Manifestação quintessência.
Busca em todas as direções, domínio material.
O lado negativo da força
Fatalidades, situações violentas, luxúria, dependência, libertinagem, sucesso obtido por vias censuráveis, magia negra, goécia, limite, fatalidade, destino.
[1] Veja o capítulo referente a Conjurações e invocações.
[2] Aqui há uma dúvida se refere-se a práticas mediadoras ou mediúnicas posto que esta última ao induzir um estado de inconsciência viola o livre arbítrio e é considerada, por isto, como magia negra.
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A CABALA DE HAKASH BA HAKASH
Filosofia Metafísica Quântica Cabalística – TOMO I
ÀRVORE DA VIDA – OTZ CHIIM
ELEMENTOS, PLANETAS, SIGNO, TARO
Autor: Inácio Vacchiano