segunda-feira, 16 de maio de 2022

Essa Pombagira é uma das principais da Falange das Mulambos. Ela tem uma personalidade forte, muito determinada. A história: O nome dela causa risos... "Mulambo da Lixeira" Muitos pensam que se dizer Vinda da Lixeira é algo Caricato, Engraçado ou ate mesmo vulgar... Mas não é. Essa história, O motivo deste nome É muito triste.

 Essa Pombagira é uma das principais da Falange das Mulambos. Ela tem uma personalidade forte, muito determinada.


A história:
O nome dela causa risos...
"Mulambo da Lixeira"
Muitos pensam que se dizer
Vinda da Lixeira é algo Caricato,
Engraçado ou ate mesmo vulgar...
Mas não é.
Essa história,
O motivo deste nome
É muito triste.


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Essa Pombagira é uma das principais da Falange das Mulambos. Ela tem uma personalidade forte, muito determinada.

A história:

O nome dela causa risos...
"Mulambo da Lixeira"
Muitos pensam que se dizer
Vinda da Lixeira é algo Caricato,
Engraçado ou ate mesmo vulgar...
Mas não é.
Essa história,
O motivo deste nome
É muito triste.

Duzentos anos atrás
Quando esta terra era governada
Por uma família Real
E os olhos de Deus não enxergavam
A crueldade dos homens
Aqui imperava a escravidão.
Os Negros e Índios eram escravos.
E a mãe dela era negra, escrava.
O pai dela um branco, abolicionista.
A mãe foi comprada por este homem
Um muito bom, que a alforriou.
Ele havia comprado e alforriado
Muitos e muitos para devolver
A liberdade que seus conterrâneos
Haviam roubado.
Ele era um dos poucos que
Lutava contra a escravidão.
Fazia isso porque podía, era rico
Podre de rico.
Ele era dono de uma fortuna
Imensurável,
Um fidalgo que a realeza
Aturava por gostar dos altos
Impostos que ele pagava.
Ele se casou com esta negra
Ela se apaixonou por ele
E ele por ela.
Ela era muito bela
E muito valente.
Eles tiveram uma filha.
Nascia ali uma jovem mestiça.
Como se chamava antigamente
"Mulata"
Negra de pele mais clara
Que a cor retinta de sua mãe.
A mãe morreu muito cedo
Vitma de uma das muitas doenças
Que os portugueses disseminavam.
O pai se foi quando ela tinha pouco
Mais de vinte anos.
Ele morreu pela idade.
Ela agora era herdeira de toda
A fortuna.
Dona dos cafezais
Dos canaviais
Dos milharais
Dos navios mercantes
Dos palacetes e catetes
E de todos milhares de torrões
De ouro da coroa
Que seu pai possuía.
Porém os parentes do pai
Brancos católicos
Não aceitavam ela como herdeira
E queriam tomar toda sua fortuna.
Diziam que ela nem gente era
Que por ser negra não tinha alma.
Porem pela documentação
Que existia
Pela certidão de nascimento,
O testemunho do povo e
Pelo testamento esmiuçado
Em informações sobre a herdeira
Ninguem poderia tomar nada dela.
Era rica, ostentava titulos de nobreza,
Era Condessa, Baronesa,
Era tudo que se podia ser.
A família do pai então enviou
O primo mais belo que ela tinha
Para pedir guarida a ela.
Um jovem hispânico
De cabelos loiros
Como um anjo de pintura gótica
Veio cheio de maldade
Com um plano para a enganar.
Ela era muito boa e caridosa
E abrigou o rapaz sem desconfiar.
Durante um ano ele foi galanteador
a cercava de carinho
Para que ela apaixona-se.
Ele conseguiu enganar a moça
E ao fazer um pedido de casamento
Ela aceitou.
Coitada, ela se casou na igreja...
No dia seguinte ela saiu
Para passear na cidade
E quando voltou para casa
Foi impedida de entrar.
Seu marido havia tomado tudo
Que era seu.
Ele forjou um quadro onde posava
Ao lado de uma moça branca
E dizia ser aquela da pintura
Sua verdadeira mulher.
Foi um golpe.
Ela viu na varanda de sua casa
Toda a família de seu pai
Que riam e debochavam dela
Ao ver os jagunços
A expulsando de lá.
Saiu com a roupa do corpo.
Sem alternativa
Foi para a cidade pedir ajuda.
Ela era negra como a mãe,
Ninguém a abrigou.
A cidade era cheia de portuguêses
Com seus hábitos de supremacia. Nojentos.
Ela teve de dormir no sarjeta.
Comer pão de esmola.
Depois de alguns dias
Ela estava acabada
Sua roupa rasgada
Estava suja e muito magra
Pela fome que passava.
Ela não havia sido criada para
Ser independente
Ela quando rica era
Cercada de criados que faziam tudo
Para ela não ter que fazer nada.
Ela estava sofrendo demais.
A cada dia deixava de ser
A boa a mansa moça
E se tornava amarga e violenta.
Foi então que uma carruagem
Que passava na cidade
Parou perto de onde ela estava
A janela se abriu a um rosto apareceu.
Uma linda mulher vestida de preto
Desceu com a ajuda do cocheiro
E se apresentou.
O nome dela não se lembra
Porém nos conhecemos ela hoje como
Maria Mulambo.
Mulambo viu a beleza da moça
E a chamou para trabalhar em
Sua casa de luz vermelha.
Ela aceitou.
Viver na rua não dava mais...
E então caiu na noite
Passou a usar roupas decotadas
Espartilhos apertados
Rouge nos lábios
E a se dar ao desfrute por dinheiro
Se tornando uma das maiores
Messalinas que já existiu.
Ela trabalhava para Maria Mulambo
Em vida assim como trabalha hoje
Na morte.
Ela era e ainda é uma das Mulambos.
Tempos depois amigos de seu pai
Que eram influentes na corte
Souberam da injustiça que ela
Havia sofrido
E colocaram a guarda para
Encontra-la e assim restituir
Tudo que era seu.
O marido sabendo disto se desesperou
Pois se fosse comprovado o golpe
Ele iria para a forca.
Decidiu então que o melhor modo
De se safar era matando a moça.
Ele então foi até o cabaré
Pagou para um homem se
Se passasse de cliente e a atraisse
Para os fundos do casarão.
Ela foi sem desconfiar
E em uma emboscada ele
Apareceu junto a seis de seus jagunços.
Ela a matou.
Ela recebeu sete facadas.
Agora ele era viúvo
E herdeiro dela
E ninguém poderia reclamar nada.
Eles arrastaram o corpo dela
Ate uma lixeira em uma encruzilhada
A jogaram dentro do lixo
Derramaram álcool em tudo
E atearam fogo.
Para o marido aquilo era o fim dela.
Mas não foi.
O corpo queimou
E junto com o corpo a doçura dela
Se foi.
Ela acordou em espírito
Cheia de perversidade
A vingança
Ela dejava a vingança mais do que tudo.
Ela morta era muito poderosa.
Foi então que ela passou a aparecer
Para seus assassinos
Ela os caçava como animais
Era uma alma infernal
Que os enlouqueceu
Os torturou
Ela aparecía em sonhos
Ela incorporava nas esposas
Ela fazia toda espécie de miséria
Bater na porta deles.
O marido adoeceu
Vomitava sangue
Ela gargalhava e vinha ate ele
Nos sonhos mordia a carne
Do homem de modo que ele
Sentía dores inimagináveis.
Ela foi aterrorizante
Nenhum demônio no quinto dos
Infernos perdia em nada para ela
Em sua vingança.
Foi assim que o marido e os jagunços
Não aguentaram mais e
Se suicidaram.
Um por um cortaram os próprios pulsos
Ou atiraram as próprias cabeças.
Depois de mortos ela não lhes deu paz
Ate hoje servem de seus escravos.
O poder que ela tem é enorme
Ela é Mulambo da Lixeira
Junto a Maria Farrapo
Tata Mulambo e Maria Mulambo
Elas são as lideres da falange.
Salve Mulambo da Lixeira!
Deus permita que nunca
Seja minha inimiga.
Os inimigos de Mulambo da Lixeira
Não encontram paz nem na morte.

Saravá Mulambo da Lixeira!

Espero que tenham gostado, a próxima da série será a número 13 - Tata Mulambo.

Quem quiser encomendar telas ou desenhos digitais pode me chamar no whatsapp 11944833724
Obrigado!
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