A SACERDOTISA – BETH
1.1 Elementos constitutivos ou relacionados
Sephirah: | Hochmah no primeiro ciclo | |
Signo do sendeiro: | n/c | |
Elemento zodiacal: | n/c | |
Trilogia elem. sephirótico: | Água do Fogo no primeiro ciclo | |
Planeta do sendeiro: | Saturno | |
Inteligência Geomântica: | Cassiel (כשיאת) | |
Velas: | 3 Brancas ou pretas. | |
Incenso: | [Erva de Santa Maria, Enxofre, raiz de guiné, gengibre] | |
Letras: | Beth-Tav | |
Gemátria: | 2+400 = 402 = 4+0+2 = 6 | |
Valor numérico: | 2 | |
Armas mágicas: | Uma foice. | |
Poder mágico ou oculto: | Obras contra maldição e morte | |
Forças em ação: | A força de Kether que manifesta seus fluxos mediante as pulsações de Binah diretamente sobre Binah-Saturno. | |
Sendero: | 12, que une Kether a Binah. | |
Texto yetzirático: | O 12º caminho é denominado Inteligência da Transparência ou da Luz, porque constitui a imagem da Magnificência, chamada Chazchazit, de onde provém as visões daqueles que vêm as aparições. | |
Cor em Atziluth: | Azul escuro | |
Cor em Briah: | Preto | |
Cor em Yetzirah: | Preto azulado | |
Cor em Assiah: | Preto rajado de azul |
1.2 Caminho 12º
A Sacerdotisa = A Coroa de Entendimento, o princípio da produção material, o Primum Mobile atuando através de Saturno diretamente sobre Saturno. “Yod” do Mundo de Atziluth atuando através de Saturno sobre o “Vô” do Mundo de Atziluth; Fogo do Fogo atuando através de Saturno sobre o Ar do Fogo. Kether o primeiro ponto de partida na Arvore e no zodíaco, o centro produtor de iniciativas, a essência divina e, neste ponto, manifesta seus fluxos atuando através de Saturno diretamente sobre Binah o construtor do universo, centro instituidor de todas as coisas de onde emanam a Lei e a ordem.
O 12º caminho é denominado Inteligência da Transparência ou da Luz, porque constitui a imagem da Magnificência, chamada Chazchazit, de onde provém as visões daqueles que vêm as aparições.
No sentido ascendente indica o retorno de Binah a Kether pois trata de um retorno a Transparecia ligada ao Primeiro Mobile. Como estamos tratando de Sephiroth do Mundo das Emanações a Inteligência da Transparência ou da Luz nos remete a capacidade de ver as coisas em uma realidade puríssima, surpreendente dada a luminosidade de Kether. Assim temos que Binah oferece, forma as luzes de Kether de modo que possa ser “visível” por assim dizer eis que a terceira Sephirah tem por função fornecer obscuridade para que a Luz se faça manifesta nos planos inferiores. De outro modo Binah constitui a base e o fundamento da compreensão do universo de maneira inteligível, pois as primeiras formas surgem a partir desta Sephirah assim, a via 12º que une Binah a Kether projetará a inteligência com vistas à Luz de modo que Tronos e Serafins auxiliarão ao iniciado neste caminho. O trabalho aqui consiste em fazer inteligível para si os mistérios relativos à Vontade Divina. Binah é especialista em corporificar a Luz transformando-a em formas concretas, materializando-a de modo que a Luz se perde no processo à medida em que mais se materializa, e do mesmo modo ocorre com a corporizacão do conhecimento em seu caminho que segue do abstrato rumo ao concreto, por isto o caminho deve ser ascendente. E assim também ocorre com a Inteligência da Luz onde a Vontade de Kether se interioriza em nós (o desígnio divino do caminho 11º se interioriza em nós) pelas vias dos atos concretos dando a forma de Binah aos mundos e, em nosso mundo. Sua presença pode ser constatada quando realizamos qualquer ato de modo que para que este possa ter lugar transformamos a força nervosa, nossa Luz interna, em gesto. É imprescindível que o processo inconsciente passe a ser realizado conscientemente para adentrarmos a esta Luz, comungarmos com este arquétipo, seja nos negócios, associações, ideias, escritos, trabalhos físicos, etc. E preciso estar desperto, pensar que estamos utilizando a Luz primordial em qualquer coisa que fizermos. Portanto o trabalho deste caminho constitui-se em utilizar a Luz corretamente, inclusive a Luz sexual pois em todos os casos malgastar a semente divina a Luz para propósitos vãos significará contrariar este caminho.
A força que age neste Sendeiro é a de Saturno. Tanto os aspectos positivos como os adversos deste planeta precisam ser estudados e meditados. Saturno é o chakra mundano de Binah e dá o significado espiritual ao 12º Caminho, cujo símbolo é composto pela cruz e pela da Lua, a cruz de Malkuth e a Lua de Yesod.
E como estamos tratando de uma luminosidade em um plano muito alto, Mundo Arquétipo daí vem o termo “Chazchazit” refere-se a uma clarividência extraordinária, permeada com poderes de profecia, intuição e demais formas de psiquismo que estão muito além do senso comum, sendo inclusive difícil ou até impossível de se traduzir em palavras, mas capaz de promover um reordenamento nos planos inferiores eis que o 12º caminho é o segundo dos caminhos que ligam duas Sephiroth, portanto ligado a Hochmah.
Este sendeiro e ativado pelos Serafins (Kether) e pelos Tronos (Binah) conjuntamente. O caminho de ida pela árvore é regido pelo Serafim 3 1->3: SITAEL.
Os aspectos entre Netuno e Saturno, tais como quadratura, conjunção ou oposição, no mapa natal são indícios de que o indivíduo está trabalhando neste sendeiro.
1.3 Letra-força ב
Beth é uma letra dupla e simboliza hieroglíficamente a boca do homem como órgão da palavra que é elaborado no interior do Ser e, esta interiorização, é representada também por uma casa ou habitação, um asilo inviolável já que estamos tratando de uma manifestação de Hochmah (útero gestante) que encontra-se no mundo das emanações sem ter passado por Binah – onde surgem as primeiras formas. Esta casa representa então um arquétipo primordial de todas as moradas, o ventre materno onde o novo prepara sua existência, a palavra sendo preparada, mas que ainda não se manifestou, a ideia do útero como recinto sagrado ou receptor divino.
1.4 Imagem, figura
No Tarô, o Beth aparece sob a forma da Sacerdotisa, figura feminina que expressa a espiritualidade de forma passiva, ou seja, interiorizada, que contrária a primeira lâmina onde o Mago se mostra de pé, ativo, comandando a natureza. Está colocado sob o pórtico do templo de Isis, sob as colunas Jakin e Boas, as duas colunas que sustentam todo o edifício do templo, os cordões Ida e Pingala que correm pela coluna espinhal. Leva um livro semiaberto que esconde parcialmente o grande arcano e a cabala – as colunas (veja Tarô egípcio) possuem quatro degraus que simbolizam os quatro corpos do pecado (físico-Malkuth, vital-Yesod, mental-Hod e astral-Netzah). Isto nos remete a ideia de uma futura geração no mundo de Atziluth.
Em um dos diagramas da árvore podemos ver Eva abaixo, em Malkuth, sustentando as duas colunas. Cristo-Adão acima de braços abertos sobre Geburah e Hesed forma uma cruz a partir de Daath até Yesod. Esta responsabilidade de Eva lhe confere-lhe os atributos de autoridade e persuasão. Sua cabeça vai acima dos portais indicando mais uma vez o conhecimento oculto, que está acima da compreensão humana. Leva ainda sobre o peito a Cruz Ansada que simboliza a vida e está ligada a Vênus indicando mais uma vez o grande arcano – o pênis unido ao cteis sem a perda das energias. Em algumas representações, principalmente egípcia, vemos ainda a serpente sobre a cabeça que denota a maestria, a serpente ígnea da energia que subiu pela coluna até o topo. Sobre a sua cabeça, os cornos do Touro Sagrado Ápis (Hapi-ankh) que na antiga religião egípcia era a personificação da Terra e cujos cornos simbolizam internamente a Kether (o Pai interno) e externamente a Malkut, a terra com os defeitos psicológicos. O círculo nos cornos representa a serpente que morde a cauda, a Mãe Cósmica. Simboliza, pois, a Isis, a esposa sacerdotisa, Maria Madalena, Eva a consorte de Adão a qual se sustenta todo o trabalho a ser realizado.
1.5 Elemento, ciclo zodiacal, planeta
Na ordem dos elementos, Beth corresponde ao segundo estágio do Fogo, a Água do Fogo em Hochmah e que pode ser definida como a iluminação interior que purifica e transmuta.
Na trilogia dos elementos: Hochmah está relacionado com o signo de Leão.
No ciclo zodiacal יהוה – “Yod-He-Vô-He” equivale ao signo de Leão, que é o segundo signo de fogo (He) e, também, nº 2 na ordem da manifestação do zodíaco.
No ciclo Sepher Yetzirah não tem correspondência zodiacal, somente planetária.
Na ordem planetário representa a Saturno, o sétimo dos sete planetas exotéricos, na ordem proposta por Ptolomeu que colocou os planetas em ordem crescente a partir da Terra. Saturno realiza com as forças de Beth, funções formadoras, convertendo a luz interiorizadora em realidades tangíveis, cria situações de transparência ao ultra, faz ver as coisas como realmente são.
O Princípio Universal de Vida masculino se desdobra no Princípio Universal Feminino. Se no 1 temos a Vontade, o 2 se refere a imaginação, o elemento aquoso que se adapta a todas as formas, a energia que guarnece o primeiro.
1.6 Descrição Sephirótica:
A Sephirah que a representa é Hochmah. Refere-se, pois, a estágio de interiorização do desígnio divino promulgado por Aleph, o sopro primordial saído de Kether expresso na segunda letra-força – o Beth.
Ocorre que a energia, antes de se manifestar em um plano qualquer, precisa passar por uma interiorização, precisa ser digerida e preencher todos os espaços vazios até que possa derramar-se para o exterior. Essa condensação da força divina provinda de Hochmah produz o amor-sabedoria.
A nível humano, é o amor não revelado pois ainda não passou por Binah, de modo que por hora não tomamos consciência, mas que atua em nosso interior, produzindo fidelidade à lei e, no humano, a uma pessoa. Assim, o Beth nos tornara obedientes ao propósito divino, mas sem sermos conscientes da existência de tal propósito – ainda imanifestado.
Entre os elementos, o Beth representa o segundo estádio do fogo – Água do Fogo, que pode ser definido como uma iluminação interior – um choque interno que nos purifica e transforma.
Aqui o dualismo, a representação, dual da Unidade, pelas duas colunas, está sempre presente: o positivo e o negativo, Jakim o princípio masculino a direita e Boas o feminino a esquerda as duas colunas simbólicas que estavam diante da porta principal do templo cabalístico de Salomão. A oposição entre a Virgem, a Mãe Divina ou Lua Branca e a rameira, a Lua Negra, Astaroth ou a Deusa Kali, o aspecto tenebroso da Vênus impura. O binário afirma ainda o preceito de Hermes: “o que está em cima, diz é igual ao que está em baixo e vice-versa”. O cheio ama o vácuo e este quer ser preenchido por aquele – o cteis é a casa do phallus. Para que a luz se faça visível lança-se a obscuridade pois quanto mais espessas as sombras, mais a luz se manifesta, por menor que seja, mais se destaca. O universo é balanceado por duas forças que o mantêm em equilíbrio, os movimentos bem como a vida se constituem na tensão extrema destes impulsos, por isto diz o livro sagrado:
“Apocalipse 3:16- Assim, porquanto és morno, e nem frio nem quente, vomitar-te-ei de minha boca.”
Do mesmo modo um santo não serve nem para o bem nem para o mal, mas aquele que promoveu grandes desvios, tende a seguir o seu caminho oposto com a mesma propriedade e energia.
Adão é o tetragrama humano, que se resume no “Yod” misterioso, imagem do phallus cabalístico. Unindo este Yod ao nome ternário de Eva (Chavah), forma-se o nome de Jeová -Jot-Chavah – YHVH, o Tetragrama divino.
A sacerdotisa representa ainda a Deusa Neith com os dizeres “Eu sou aquela que sempre foi, é e será, e nenhum mortal levantou o meu véu”, simbolizada pelo livro semi abeto, os segredos ocultos ao profano (que não se purifica, medita, etc.).
Axioma transcendente: “o vento e as ondas vão sempre a favor de quem sabe navegar”.
1.7 Significado no jogo
Seu lugar natural em um jogo é a posição He (2). Em qualquer outra posição, indica que algo está alterado em relação ao objeto da consulta.
Professa que um desígnio está abrindo passagem no interior, não tendo chegado a exteriorizar ainda, pois tal só ocorrerá em Binah. A Sacerdotisa expressa segredos mistérios enterrados, que a pessoa não é consciente de algo, mas também indica um estado de boa esperança até que o processo de interiorização chegue a seu fim. Beth é a sustentação material de todas as coisas portanto se traduz em uma base para o objeto da pergunta.
Trata-se ainda de um desígnio cósmico que foi encarnado na pessoa, contrariando, por vezes, os propósitos humanos. Se a carta aparece no meio de um jogo, deve -se observar a existência de um segredo que pode fazer deslanchar ou atrapalhar aquilo que se espera.
1.8 Palavras chaves
Reserva, discrição, silêncio, meditação, fé, confiança atenta. Paciência, sentimento religioso, resignação. Favorável às coisas ocultas, iluminação interior, segredo.
1.8.1 Manifestação Yod.
Inspiração do alto, iluminação interior, riqueza de ideias, desígnio divino em gestação.
1.8.2 Manifestação He.
Inspiração, conhecimento oculto revelado, segredo, sabedoria, obediência à Vontade primeira.
1.8.3 Manifestação Vo.
Ideias vinculadas ao alto, conhecimento.
1.8.4 Manifestação He.
Revelação de coisas ocultas no mundo material, força no combate ao mal, tranquilidade.
1.8.5 O lado negativo da força.
Sombras, dissimulação, hipocrisia, intenções secretas e não reveladas. Beatice. Rancor, disposição hostil ou indiferença. Misticismo fanático baseado em dogmas, conhecimento superficial, domínio do supérfluo.
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A CABALA DE HAKASH BA HAKASH
Filosofia Metafísica Quântica Cabalística – TOMO I
ÀRVORE DA VIDA – OTZ CHIIM
ELEMENTOS, PLANETAS, SIGNO, TARO
Autor: Inácio Vacchiano