O QUE É O SAGRADO?
Na Umbanda, o sagrado se faz presente. Todas as suas atividades, ritos, elementos, cerimônias e equipamentos são revestidos de uma caráter especial que nos coloca em posição de reverência. O terreiro não é um simples espaço físico, mas local distintamente preparado para nos conectarmos com os planos superiores.
O sagrado é o que se opõe ao profano, ao banal. Ele se destaca em meio a todo nosso cotidiano preenchido de individualidades e interesses. É aquilo que se afasta do mundo físico e das preocupações materiais e nos sinaliza o que há de eterno na criação.
Ele exige reverência. Não pode ser tocado nem manuseado de qualquer maneira. Não é permitido fazer qualquer coisa junto a ele. Por esta razão, existem alguns procedimentos e regras específicas para entrar no terreiro, mexer nas imagens, se necessário, levantar um ponto riscado, saudar a tronqueira, entre outros. Eles são sagrados.
Esta respeito ao sagrado e este conjunto de regras e procedimentos formam disposições mentais em nossas consciências que auxiliam a energizar e manter as vibrações já fixas naquilo que consideramos sagrado. Quando ali estamos, nosso comportamento já é diferente, o que disciplina, ou deveria disciplinar, os pensamentos e sentimentos produzidos no local.
O sagrado age no coração. A sua simples proximidade transforma as vibrações de nossa alma. Aquele que já se ajoelhou diante do congá sabe do que estou falando. Não importa como tenha sido nosso dia ou as dificuldades enfrentada no momento, quando estamos diante de um espaço dedicado a Deus tudo de negativo fica para trás. E nossa fé e esperança de dias melhores renova-se.
Muitas vezes, é preciso treinar o nosso olhar para perceber onde o sagrado é existente. Nosso mundo é interconectado com as diferentes camadas do plano espiritual. Embora nossos limitados sentidos não a captam, em tudo há uma expressão de uma causa mais profunda. É na natureza que encontramos o maior e mais belo templo divino.
Ninguém podemos diminuir, visto que em cada um reside uma manifestação do sagrado. E é nossa tarefa, enquanto caminhantes da jornada espiritual, cultivar esta essência divina que nos conectar com o Pai Maior. Quando descobrimos que somos filhos de um Orixá, mais do apontarmos traços de personalidade como se fossem signos da astrologia, devemos reconhecer e reverenciar este pedaço de Deus que há em nós.
É sagrado também a nossa missão aqui na Terra. O vazio no coração nos chama para cumpri-la. Somente na realização daquilo pela qual encarnamos é que podemos vivenciar verdadeiro sentido na vida. Quando nossos dias são preenchidos de propósito, eles se destacam da banalidade do mundo e tornam-se sagrados. E começamos a compreender um pouco dos mistérios divinos.
Saravá a todos!
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