Um médium de Umbanda pode trabalhar em vários terreiros distintos?
Você já deve ter ouvido falar que não devemos estar frequentando mais de um Terreiro ao mesmo tempo, que isto pode vir a nos prejudicar, mas muitos imaginam que seja por pura vaidade do dirigente da casa e por desconhecimento ou falta de uma explicação plausível não cumprem, indo a vários Terreiros e participando das giras, sem ter noção do que pode acontecer.Quando escolhemos um Terreiro para trabalhar é porque nos identificamos com a casa, certamente somos intuídos pelo mundo espiritual, nossos Guias e protetores que já tem alguma ligação com aquela casa e nos levam até la.
Cada terreiro tem um dirigente espiritual ou seja qual for o nome que seja utilizado (Pai de santo,Mãe de Santo,Babalorixá,Ialorixá) na Umbanda, por não existir uma padronização por escrito como acontece em outras religiões, cada casa trabalha de uma maneira, embora exista uma linha a ser seguida, ela pode ter muitas diferenças de uma casa para outra, isto é devido a formação do dirigente, de quem passou os ensinamentos a ele, e principalmente do seu caráter, do que ele pretende com a seu terreiro.
Cada terreiro tem seu grupo de trabalho terreno que são os médiuns e seu grupo de trabalho espiritual que são os guias, estes grupos estão ligados ali por pura sintonia vibracional, formam um grupo de trabalho em busca de um objetivo. A faixa vibratória em que estão os trabalhadores de uma casa para outra pode variar muito e é neste ponto que temos que ficar atento pois não devemos exigir que nossos guias que trabalham em nosso grupo espiritual, em uma faixa vibracional dentro de nosso terreiro nos acompanhe a outro terreiro trabalhando em outra faixa vibracional.
Não é impossível trabalhar em mais de um lugar ao mesmo tempo, mas pode ser uma fonte de conflitos, chegando a ser proibido em algumas casas. Cada casa de Umbanda possui uma característica energética muito marcante e distinta, às vezes até antagônicas. Se os grupos compartilham os mesmos objetivos, a mesma faixa vibracional, não vai dar problema, mas se formos a um terreiro com uma faixa de vibração mais baixa é que mora o perigo.
Ao frequentar tais casas, o médium se expõe a estas forças e pode entrar em desequilíbrio, prejudicando o seu trabalho e de seus companheiros. Exemplo: Uma casa especializada no corte de demandas (magias negras) possui energia arrebatadora e abrupta. Já uma casa especializada em curas espirituais, necessita de uma energia mais etérea e apurada para prestar um bom serviço. Um médium que frequenta as duas casas pode se tornar frágil demais para as sessões de descarrego, e enérgico demais para sessões de cura.
Também devemos estar atentos a organização do local. Se tudo é feito de forma correta, se os médiuns do local não ficam com brincadeiras ou se eles se acham um melhor do que o outro, se não envolve dinheiro (afinal caridade não é cobrada), se o dirigente é hipócrita. São vários aspectos que temos que levar em consideração até pra não carregarmos cargas de um local para outro (ou ate mesmo para própria casa onde vivemos e nossa vida).
No inicio podemos ser protegidos, mas se insistirmos certamente iremos arranjar um grande problema com nossos guias que irão nos deixar seguir conforme nosso livre arbítrio.
Como dito acima, o médium escolhe a casa por afinidade espiritual, a não ser em alguns casos em que nos deixamos levar por fraqueza nossa mesma, nos iludimos pelas aparências ou pela vaidade e teimamos com nós mesmos, não ouvimos nossos guias e quase sempre nos damos mal, depois botamos a culpa na Umbanda e mudamos para outra religião( que também não vai dar certo). Certamente desta forma, iremos largar um dos terreiros, a escolha será nossa e as consequências também. Por isto acho que devemos acabar escolhendo o lugar por afinidade mesmo e se não estiver se sentindo bem em algum lugar cabe sairmos de la e ficarmos onde nos sentimos bem.
Para evitar problemas futuros para nós mesmos e para nosso grupo, lembrem-se sempre todo trabalho é conquistado pelo grupo e a segurança para atingir a vitória também.
