A MEDIUNIDADE NÃO PODE SER PADRONIZADA
A espiritualidade é livre, embora organizada. Ela não segue os padrões e conceitos por nós estabelecidos. Simplesmente é, e no seu movimento criativo estabelece formas novas que surpreendem nossas experiências. É como na natureza, múltipla e plural em sua existência, mas capaz de formar um todo equilibrado.
Há muitas expressões diferentes da mediunidades, algumas das quais ainda nem sequer conhecemos. Na Umbanda, o acoplamento de chacras conhecido como incorporação predomina, no entanto, não é o único presente. A clarividência, a clariaudiência, a psicografia, o transporte, entre outros, tornam-se a cada dia mais comuns.
E muitos médiuns, alguns já maduros nos atendimentos, sentem que ainda não conheceram tudo o que têm a oferecer. Insiste uma sensação de que há mais a explorar nos potenciais da alma. Entretanto, como falta a referência e o entendimento, tantos deixam de buscar o que ainda habita nos caminhos do espírito.
Existe um processo natural de desenvolvimento de nossas percepções mediúnicas. O terreiro é o espaço na qual este processo pode acontecer, e também o lugar em que a mediunidade é exercida com segurança e propósito: a caridade ao próximo. E cabe a ele permitir e possibilitar que o médium floresça todas os seus dons.
No entanto, há um problema quando a espiritualidade natural do iniciante é tolhida, principalmente se ele é forçado se encaixar em padrões pré-estabelecidos.
A Umbanda é uma religião aberta e sua estrutura, flexível. É um dos motivos pela qual vemos tantas diferenças entre os terreiros. De uma forma ou de outra, ela sempre se adapta ao Pai de Santo. Em suas origens, distanciou-se do cientificismo da mesa branca; ao mesmo tempo, reelaborou o culto africanos aos Orixás em novas bases, estabelecendo um fundamento único. Bebeu dos saberes de tantos povos diferentes, sem jamais perder sua identidade. Em sua simplicidade, assim nos ensinou o Caboclo das 7 Encruzilhadas “com os que sabem mais, aprenderemos; aos que sabem menos, ensinaremos; e a ninguém viraremos as costas, pois esta é a vontade do Pai.
Não é possível regular a manifestação do espírito. Não existe um movimento que todo caboclo é obrigado a realizar, nem um jeito de andar que todo preto velho deve portar, muito menos uma personalidade idêntica para todos os exus e pombagiras. Nenhuma pessoa é igual a outra, mesmo entre os desencarnados.
Claro, os excessos e exageros devem ser coibidos. Ser fiel à sua expressão peculiar de mediunidade não significa fazer o que quiser no terreiro, não é carta branca para criar bagunça e se aparecer. Tudo na Umbanda possui propósito: a caridade. Sem este norte, o resto se perde.
No entanto, mesmo para os médiuns maduros, haverá momento em que sentirão uma energia e não saberão defini-la e nem entendê-las. Somente perceberão uma força positiva buscando se manifestar. E para que possam receber e distribuir suas bênçãos, será necessário estar receptivo ao que é desconhecido. Isto porque existem espíritos que trabalham na Umbanda que não portam nenhum de seus arquétipos. Não são caboclos, nem preto velhos, nem crianças, Exus, ou Pombagiras, malandros, boiadeiros, baianos, ou mesmo marinheiros, são apenas trabalhadores da luz.
A espiritualidade é muito maior que nós. Não podemos jamais alimentar a arrogância de acreditar que a conhecemos plenamente. Como nos disse um velho sábio: “o que está em cima, é como está embaixo; o que está embaixo, é como está cima". Da mesma maneira que a diversidade é enorme em nosso planeta, visto que é um dos princípios, também o é no mundo espiritual. Por este motivo, adotemos, sempre, a postura de aprendiz: ouvir mais, falar mesmos. Deixemos que o espíritos nos ensinem.
Saravá a todos!
Escrito por @umbandacomsimplicidade / Diego Paiva Pimentel
Há muitas expressões diferentes da mediunidades, algumas das quais ainda nem sequer conhecemos. Na Umbanda, o acoplamento de chacras conhecido como incorporação predomina, no entanto, não é o único presente. A clarividência, a clariaudiência, a psicografia, o transporte, entre outros, tornam-se a cada dia mais comuns.
E muitos médiuns, alguns já maduros nos atendimentos, sentem que ainda não conheceram tudo o que têm a oferecer. Insiste uma sensação de que há mais a explorar nos potenciais da alma. Entretanto, como falta a referência e o entendimento, tantos deixam de buscar o que ainda habita nos caminhos do espírito.
Existe um processo natural de desenvolvimento de nossas percepções mediúnicas. O terreiro é o espaço na qual este processo pode acontecer, e também o lugar em que a mediunidade é exercida com segurança e propósito: a caridade ao próximo. E cabe a ele permitir e possibilitar que o médium floresça todas os seus dons.
No entanto, há um problema quando a espiritualidade natural do iniciante é tolhida, principalmente se ele é forçado se encaixar em padrões pré-estabelecidos.
A Umbanda é uma religião aberta e sua estrutura, flexível. É um dos motivos pela qual vemos tantas diferenças entre os terreiros. De uma forma ou de outra, ela sempre se adapta ao Pai de Santo. Em suas origens, distanciou-se do cientificismo da mesa branca; ao mesmo tempo, reelaborou o culto africanos aos Orixás em novas bases, estabelecendo um fundamento único. Bebeu dos saberes de tantos povos diferentes, sem jamais perder sua identidade. Em sua simplicidade, assim nos ensinou o Caboclo das 7 Encruzilhadas “com os que sabem mais, aprenderemos; aos que sabem menos, ensinaremos; e a ninguém viraremos as costas, pois esta é a vontade do Pai.
Não é possível regular a manifestação do espírito. Não existe um movimento que todo caboclo é obrigado a realizar, nem um jeito de andar que todo preto velho deve portar, muito menos uma personalidade idêntica para todos os exus e pombagiras. Nenhuma pessoa é igual a outra, mesmo entre os desencarnados.
Claro, os excessos e exageros devem ser coibidos. Ser fiel à sua expressão peculiar de mediunidade não significa fazer o que quiser no terreiro, não é carta branca para criar bagunça e se aparecer. Tudo na Umbanda possui propósito: a caridade. Sem este norte, o resto se perde.
No entanto, mesmo para os médiuns maduros, haverá momento em que sentirão uma energia e não saberão defini-la e nem entendê-las. Somente perceberão uma força positiva buscando se manifestar. E para que possam receber e distribuir suas bênçãos, será necessário estar receptivo ao que é desconhecido. Isto porque existem espíritos que trabalham na Umbanda que não portam nenhum de seus arquétipos. Não são caboclos, nem preto velhos, nem crianças, Exus, ou Pombagiras, malandros, boiadeiros, baianos, ou mesmo marinheiros, são apenas trabalhadores da luz.
A espiritualidade é muito maior que nós. Não podemos jamais alimentar a arrogância de acreditar que a conhecemos plenamente. Como nos disse um velho sábio: “o que está em cima, é como está embaixo; o que está embaixo, é como está cima". Da mesma maneira que a diversidade é enorme em nosso planeta, visto que é um dos princípios, também o é no mundo espiritual. Por este motivo, adotemos, sempre, a postura de aprendiz: ouvir mais, falar mesmos. Deixemos que o espíritos nos ensinem.
Saravá a todos!
Escrito por @umbandacomsimplicidade / Diego Paiva Pimentel