segunda-feira, 14 de março de 2022

PORQUE ESPÍRITOS NECESSITAM DE SOCORRO DE MÉDIUNS ENCARNADOS NA MESA DA CARIDADE DAS CASAS ESPÍRITAS?

 

 PORQUE ESPÍRITOS NECESSITAM DE SOCORRO DE MÉDIUNS ENCARNADOS NA MESA DA CARIDADE DAS CASAS ESPÍRITAS?


Pode ser uma imagem de 3 pessoas e textoParece natural que os Espíritos necessitados, estando no mundo Espiritual, sejam atendidos por Espíritos bons, lá mesmo, sem necessidade de se comunicarem em Grupos Mediúnicos. Em realidade, a Atividade Mediúnica não é imprescindível para os Espíritos necessitados. André Luiz nos auxilia a compreender o assunto quando pergunta a Alexandre: — Por que a Doutrinação em ambiente dos Encarnados? — indaguei. — Semelhante medida é uma imposição no trabalho desse teor? — Não — explicou o Instrutor — não é um recurso imprescindível. Temos variados agrupamentos de Servidores do nosso Plano, dedicados exclusivamente a esse gênero de Auxílio.

Em determinados casos, porém, a Cooperação do Magnetismo humano pode influir mais intensamente, em Benefício dos necessitados que se encontrem cativos das zonas de sensação, na Crosta do Mundo.

Mesmo aí, contudo, a colaboração dos Amigos Terrenos, embora seja apreciável, não constitui fator absoluto e imprescindível. Dessa forma, apesar de não ser imprescindível, o processo de diálogo, com a Doação de Recursos Magnéticos pelos Encarnados, resulta positivo para os Desencarnados.

Em certos casos, os Irmãos desorientados no Plano Espiritual não compreendem nem aceitam sua situação, sendo facilitado o seu despertamento pelos recursos oferecidos no conjunto do trabalho entre Encarnados e Desencarnados que se devotam ao seu Auxílio e recuperação.

Há Espíritos em processos de dor, restrições perispirituais ou em estado de rebeldia que, em função de diferenças vibratórias e fluídicas, têm dificuldades para perceber os Espíritos Superiores, em nível mais avançado de evolução, não podendo, assim, ouvir e entender aqueles que os buscam para auxiliá-los. Ilustrativo sobre o assunto é o que descreve Irmão Jacob ao referir-se a certo trabalho mediúnico visitado por ele na companhia de Guillon Ribeiro e Cairbar Schutel: Que os infortunados ali, diante de nós, eram perseguidores sombrios não padecia dúvida.

Não viam os benfeitores que até ali acorriam para melhorar-lhes as condições, embora agissem constrangidos pelas forças magnéticas que deles emanavam; contudo, ouviam-lhes as instruções e advertências edificantes, através daqueles mesmos aprendizes das aulas do Cirne.

Reparei, então, com mágoa, a diferença que existia entre mim e os abençoados companheiros que me haviam trazido. Ao passo que nenhum deles era visível aos irmãos ignorantes e perturbados, não obstante as irradiações brilhantes que lhes marcavam a individualidade, notavam-me a presença, entre os ajudantes intermediários, pertencentes aos cursos preparatórios de Espiritualidade superior.

Em outras situações, os Espíritos precisam do atendimento mediúnico para passar por momentos de verdade, de despertamento, que são facilitados pela utilização dos recursos mais materializados com os quais ainda se afinizam.

São, portanto, encaminhados às atividades mediúnicas para que, com o apoio vibratório dos participantes da reunião e no contato com os médiuns, se revigorem, sejam escutados, ouçam a orientação de que necessitam, tenham e vivenciem recordações do passado, passem por embates psíquicos difíceis, mas que permitem finalmente que os Espíritos trabalhadores consigam encaminhá-los a estações de socorro e recuperação na espiritualidade.

Mesmo quando intermediários de mediana evolução se prestam a auxiliar os Espíritos superiores no trabalho de assistência aos mais ignorantes, muitas vezes, o resultado almejado é muito facilitado pelo concurso de uma equipe encarnada.

Esse é o caso do Espírito Marinho, referido por André Luiz. Marinho foi sacerdote quando encarnado na Terra. Sua mãe, que já o conduzira ao atendimento mediúnico em oportunidades anteriores, notando-lhe disposições modificadas e certo tédio diante da situação de desequilíbrio em que vivia, solicitou ao mentor Alexandre novo concurso mediúnico para o filho.

No dia do atendimento, Marinho foi conduzido ao círculo magnético da reunião mediúnica, onde foi necessária a coleta de forças mentais dos presentes e do organismo mediúnico, que envolveram a benfeitora materna de modo a torná-la visível ao filho, propiciando-lhe o reavivamento da emotividade positiva e renovadora.

Explica o instrutor Alexandre a André Luiz que a doutrinação no ambiente dos encarnados é um recurso valioso nos casos em que é necessária a cooperação do magnetismo humano, para os necessitados que se encontrem cativos das zonas de sensação, na crosta do mundo. Ao mesmo tempo, o recurso à mediunidade serve como ensinamento aos encarnados e exemplificação edificante.

O atendimento a seguir, descrito por André Luiz,10 é representativo de situações como aquelas a que nos referimos: [...] Quando a hora de amor cristão aos desencarnados começou a funcionar, os orientadores trouxeram Gaspar (Espírito obsessor) à organização medianímica, a fim de que pudesse ele recolher algum benefício, ao contato dos companheiros materializados na experiência física, que lhe haviam fornecido energias vitalizantes, tal como acontece às flores que sustentam, sem perceber, o trabalho salutar das abelhas operosas.

Reparei que os sentidos do insensível perseguidor ganharam inesperada percepção. Visão, audição, tato e olfato foram nele subitamente acordados e intensificados.

Parecia um sonâmbulo, despertando. À medida que se lhe casavam as forças às energias da médium, mais se acentuava o fenômeno de reavivamento sensorial. [...]

Escutando agora, com aguçada sensibilidade, conversou detidamente com o doutrinador. [...]

A gama de Espíritos atendidos nos grupos mediúnicos é ampla. Há os que nem sequer percebem que desencarnaram.

Outros há que desencarnaram em acidentes terríveis e precisam do choque anímico que proporciona o contato com o médium para que possam ter seus perispíritos recompostos.

Outros, ainda, empedernidos no mal, não aceitam aproximação e contato com os bons, sendo atraídos para o grupo mediúnico, muitas vezes, de modo imperceptível para eles.

Outros integram grupos de enfrentamento ao Espiritismo que vêm ameaçar os trabalhadores da mediunidade, sendo beneficiados, sem o esperar, por meio do esclarecimento e do magnetismo, elementos que contribuem para promover mudanças de rumos em suas vidas, seja pela reencarnação, seja pelo remorso e desejo de reconstrução interior, seja pela imersão em estado de sono provocado.

Um grande et coetera teria que ser aqui colocado, pois são muitos os motivos que desencadeiam a necessidade do atendimento mediúnico aos Espíritos necessitados desencarnados. A série André Luiz está repleta de exemplos esclarecedores a esse respeito.