PODE O PAI/MÃE DE SANTO MUDAR AS ENTIDADES DE SEUS FILHOS?
Esta é uma dúvida, infelizmente, mais comum do que se imagina. Enquanto para muitos pode ser óbvia a resposta negativa, ainda somos relatados de tantos dirigentes que se declaram com mais poder do que realmente possuem. Faz-se necessário, novamente, rogarmos mais humildade e lucidez daqueles que são responsáveis pelos terreiros.
Nenhum sacerdote é capaz de alterar qualquer guia espiritual com quem seus filhos trabalham, não importa há quantos anos esteja na religião. As entidades que cada médium manifestará é definido antes mesmo de ele encarnar, de acordo com sua missão e afinidade vibratória.
Esta relação que temos com nossos mentores não é algo que possa ser trocado como se escolhesse uma vestimenta. Em alguns casos, foi construída ao longo de várias encarnações em comum, criando uma grande proximidade. Os processos mediúnicos exigem uma comunhão de valores, visão de mundo e energia pessoal. Não é algo simples incorporar uma entidade que não é de sua coroa.
Lamentavelmente, movidos por ciúmes ou vaidades, muitos sacerdotes se inquietam quando um de seus filhos diz trabalhar com as mesmas entidades que recebe. Deseja que apenas ele, por exemplo, incorpore aquele exu como nome pomposo. E nesse movimento, inventa este falso poder de mudar os guias dos outros.
É muito raro haver alguma mudança das entidades que um médium trabalha. E em todas as situações possíveis, sempre parte da própria espiritualidade. Ou o guia tinha uma missão temporária com aquele filho, por exemplo apenas presente para o seu desenvolvimento mediúnico, ou ele decidiu reencarnar, ou precisou se afastar devido as más escolhas de seu protegido. Mas nunca por determinação de outro encarnado.
O que cabe ao Pai/Mãe de Santo é referente ao calendário de giras, estabelecer qual será a linha de trabalho do dia. Isto é, se será caboclo, ou preto velho, ou esquerda, e assim por diante. Porém, se o médium incorporará, por exemplo, Caboclo Pena Branca, ou 7 Flechas, não está nas mãos do dirigente. É a partir do desenvolvimento mediúnico, num processo natural, que falangeiros se apresentarão.
Saravá a todos!
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