Magia da Pemba
Pode-se afirmar que a Pemba é um instrumento Sagrado da Umbanda.
A Pemba é produzida em calcário e modelada em formato ovóide alongado e serve para ao riscar um ponto, estabelecer ritualisticamente o contato vibratório com as energias astrais.
A Pemba serve também a outras determinações ordenadas pelos guias, muito utilizada na mistura com outros elementos a fim de promover limpeza áurica no ambiente e nos médiuns durante a abertura dos trabalhos mediúnicos.
A Pemba pode ser encontrada nas mais variadas cores, as quais são utilizadas pelas entidades ou pelo sacerdote de acordo com o que se deseja obter.
Na antiguidade, os velhos magos, experimentados e tarimbados na magia etéreo-física, preparavam a pemba, numa mistura homogênea de certos elementos minerais e vegetais da Natureza, que depois eram imantadas e consagradas, tornando-se poderosos instrumentos na magia. Hoje, raros são aqueles que conhecem a verdadeira confecção de uma verdadeira Pemba. As que se encontram a venda nas casas do ramo são somente feitas de calcário, desprovidas de todos os materiais necessários à sua efetivação magística.
Quando uma Entidade Espiritual, verdadeiramente incorporado pega uma pemba, esta, imediatamente, torna-se imantada e pronta para o uso magístico; quando acaba de utilizá-la, volta a ser simplesmente um pemba comum.
A Magia da Pemba usada na Umbanda está fundamentada em um mistério, o das vibrações divinas irradiadas continuamente para toda a Criação pelos Orixás, sendo que cada uma das vibrações emitidas traz em si um poder de realização que faz acontecer todo um trabalho, após ser riscada de forma simbólica pelas Entidades. Isso porque cada vibração emitida por um Orixá realiza uma função e um trabalho específico e o conjunto das vibrações de um único Orixá constitui a sua Magia de Pemba específica.
Sabendo disso, e se particularizar a simbologia mágica usada pelas entidades, então se vê que existe uma Magia de Pemba para Oxalá, outra para Xangô, outra para Ogum, outra para Oxum e assim sucessivamente. Todavia, devido ao fato de se desconhecer todas as vibrações de um Orixá, é difícil de se obter todas as condições de trazer para o plano material o conjunto de todos os seus símbolos mágicos, criando assim um formulário simbólico especifico .
Esse conhecimento existe nos níveis mais elevados da Criação, mas ainda não está aberto para o Planeta Terra, limitando assim a um determinado número de vibrações, de símbolos e signos formados por elas e, mesmo assim, sem a indicação de suas funções e dos trabalhos que realizam após serem riscados pelas Entidades, fato este que não concede a nenhum umbandista a distinção de profundo conhecedor da Magia riscada de Umbanda, até porque ela transcende a capacidade intelectual humana.
Porém o que se possui são algumas informações e que já são suficientes para que, mesmo não sabendo todos os trabalhos que estão sendo realizados por determinado ponto riscado, no entanto sabe-se que estão trabalhando positivamente. E isso acontece exatamente porque, desde o momento em que a Entidade risca em seu ponto um determinado símbolo ou um signo, o mesmo pertence a uma determinada onda vibratória, que o ativa imediatamente e se forma um campo de trabalho que realizará as ações por si só, sem precisar de mais nada além do direcionamento dado pela própria Entidade.
Justamente por isso, o ponto riscado por uma Entidade deve ser olhado com respeito, porque através dos símbolos e signos inscritos nele está fluindo o poder de Deus/Olorum irradiado através dos Orixás, que, por meio deles, têm uma forma de auxiliar as pessoas e até os espíritos necessitados de auxílio que chegarem diante da Entidade que o riscou.
Exemplos de pontos riscados e suas possíveis interpretações
OXALÁ: Tudo que representa a presença de Luz. (Sol, por exemplo).
OGUM: Espada, lança, bandeira usada pelos cavaleiros, outros instrumentos de combate …
XANGÔ: Machado …
OXUM: Lua, coração, ondas na vertical,…
IANSÃ: Taça e o raio,…
IEMANJÁ: Estrela, a âncora, as ondas na horizontal,…
OXOSSI: A flecha e o arco,…
NANÃ: O Ibiri (um feixe de ramos de folha de palmeira com a ponta curvada e enfeitado com búzios) ou chave,…
OBALUAIÊ: Cruzeiro/Cruz,…
Omulu: Cruzeiro/Cruz,…
Um Ponto: o Ser Supremo, a origem, Deus/Olorum.
Uma Linha Reta: o Mundo Material.
Duas Linhas Retas: o Princípio de tudo, o Masculino e o Feminino.
Uma Linha Curva: a Polaridade.
Dois Traços Curvos: as duas polaridades – positiva e negativa.
Um Triângulo de Lados Iguais: a Força Divina – Pai, Filho e Espírito Santo – Santíssima Trindade.
Dois Triângulos (Hexagrama): Estrela de seis pontas – todas as Forças do Espaço.
Um Quadrado: os 4 elementos (Água, Terra, Fogo e Ar)
Um Pentagrama: a Estrela de Davi e o Signo de Salomão – a Linha do Oriente, Oxalá, a Luz de Deus.
Três estrelas: também podem representar os Velhos e as Almas.
Círculo: o Universo, a Perfeição.
Um Círculo com Dois Diâmetros Entre Si: o Plano Divino, o Quaternário Espiritual.
Círculos Menores e Semicírculos: as fases da lua (símbolo de Iemanjá), forças de luz, inclui Iansã.
Círculo com Estrias Externas: o sol (símbolo de Oxalá).
Espiral – para fora: indica chamamento de força, retirando demanda ou irradiação de Boiadeiro.
Seta Reta ou Curva e Bodoque: – irradiação de Oxóssi (caboclo).
Balança, Machado ou Nuvem: símbolos de Xangô e do Oriente.
Raio (condições atmosféricas): símbolo de Iansã.
Espada Curva reta ou inclinada: símbolo de Ogum.
Também é símbolo de Ogum a Bandeira Branca com Cruz Grega Vermelha.
Flor ou Coração: símbolos de Oxum.
Coração com uma Cruz no Interior: símbolo de Nanã.
Também é símbolo de Nanã os Traços Pequenos na Vertical (chuva).
Folhas ou Plantas: símbolos de Oxóssi ou Pretos velhos.
Tridentes: símbolos para Exu e Pomba Gira. Se utilizam garfos curvos para a Calunga, e garfos retos para a Rua, (havendo ou não caveira). Também se utiliza para diferenciar entre o masculino do feminino da seguinte forma, tridentes curvos para determinação do feminino e retos para o masculino.
Cruz Latina Branca: Cruz de Oxalá.
Cruz Grega Negra com pedestal: símbolo de Omulu.
Arco-íris: símbolo de Oxumaré.
Estrela Branca (Oriente): Luz dos espíritos.
Estrela Guia (com cauda): símbolo da capacidade de acompanhamento (Oriente).
Um Oito Deitado (Lemniscata): símbolo do Infinito.
Cordão com Nó ou um Pano: símbolo das crianças.
Conchas do Mar: símbolo das crianças na irradiação de Iemanjá, Oxum e Nanã.
Águas Embaixo do Ponto: símbolo de Iemanjá (mar).
Pequenos Traços de água: símbolo de Oxum.
Traço ou Linha Curva com Círculo nas Pontas: símbolo de força, e descarregos.
Rosa dos Ventos: chamada de força ou descarrego.
Palmeiras ou Coqueiros: força dos Velhos ou Baianos.
Traço com Três Semicírculos nas Pontas: descarrego e força a necessitados.
Traço com uma entrada e duas saídas (como uma letra Y): Símbolo de Preto Velho, possivelmente um mentor da coroa de um médium, demonstrando que caminhos tem opções para a evolução.
Vem com a gente. Sempre pra frente.
Num mundo de impuros, deixa-te “corromper” pela pureza!
Permita-se ser feliz. Conheça a Umbanda!
.´. Ashé
Por Alíssio Tully – C.E.U. Estrela Guia