A mais importante invocação que o Mago pode efetuar é a de seu Gênio, Daemon, Anjo-Demônio da Guarda, Santo Anjo da Guarda, Sagrado Anjo Guardião, Amante Secreto, Vontade Verdadeira ou Augoeides.
A mais importante invocação que o Mago pode efetuar é a de seu Gênio, Daemon, Anjo-Demônio da Guarda, Santo Anjo da Guarda, Sagrado Anjo Guardião, Amante Secreto, Vontade Verdadeira ou Augoeides. Essa operação é tradicionalmente conhecida como conseguir o Conhecimento e a Conversação com o Sagrado Anjo Guardião. O Sagrado Anjo da Guarda (“SAG”), é o nosso poder de consciência, Magia e Gênio. Nós temos a pesarosa capacidade de ficarmos obsediados com meros produtos de nosso próprio gênio, crendo, por engano, ser o próprio Gênio legítimo, não uma criação nossa. Os efeitos colaterais dessa obsessão tem um nome genérico, CHORONZON, ou, ainda DEMÔNIOS CHORONZON, pois seu nome é LEGIÃO. Louvar essas criações é aprisionar a si mesmo na loucura, além de invocar desastres eventuais. Mas CHORONZON, o “outro lado” do AUGOEIDES, só aparece aonde se busca o “SAG”. Daí o perigo da busca frenética e mal dirigida, como está na moda atualmente. Em algumas Escolas Iniciáticas CHORONZON é identificado como o Deus Egípcio ANÚBIS. Para os que nada buscam, porém, também há uma nefasta criatura espreitando: o HABITANTE DO UMBRAL. Habitante do Umbral é um conceito metafísico. É nossa própria criação. Ele tende a controlar nossas fraquezas, especialmente através da Vontade e força de vontade. Isso está relacionado à possessão num nível astral. É especialmente dominante nos casos de toxicomania, alcoolismo, tabagismo e outros problemas de vícios em geral. Para entender a envergadura desses problemas, basta conhecer o nome do Anjo da Guarda junto ao Tantrismo: O Amante Secreto. Portanto, todas as fantasias pessoais, inclusive as sexuais, têm origem na natureza e aparência dessa Entidade. Eis por que todas as anomalias e desvios sexuais têm origem em seus “opostos”, isto é, nos opostos do Amante Secreto. O Santo Anjo da Guarda é o mais importante dos elos mágicos – e o único seguro – entre os humanos e as “forças externas”.
Aleister Crowley é extremamente claro ao afirmar que o Anjo da Guarda não deve ser confundido com entidades nebulosas como o Eu Superior. Diz ainda que o Anjo da Guarda é um indivíduo real, com seu próprio universo, assim como os seres humanos. O Santo Anjo da Guarda não é uma entidade subjetiva, nem consiste numa forma de “oposto da consciência” da pessoa. Seus reflexos, porém, podem constituir um potencial de ordem distinta, que pode vir a ser interpretado como o “mal” (ou o “Anjo Mau”), potencial esse que supera, em muito, o de qualquer ser humano. Esse “Anjo Mau” ou “Mau Anjo da Guarda” é um habitante de uma Zona Intermediária entre os universos humano e não-humano, e é o único intermediário, ou “ponte”, entre esses dois universos. Esses dois universos, o Solar (ou Dévico), e o Terrestre (ou Assurico), são as Zonas habitadas pelas correntes homônimas, portanto também são as Zonas aonde se situam os Eu Superior e Eu Inferior, respectivamente. O encontro de um ser humano com seu Anjo da Guarda dá-se na Esfera Cabalística de Tiferet, esfera Solar na Árvore Cabalística. Tiferet é o assento dessas duas consciências, e até que os seres humanos atinjam Tiferet, permanecerão atados à Corrente Assurica de consciência. Como conseqüência de não alcançarem Tiferet, os seres humanos não obterão uma consciência real do mundo dévico, mas não tornar-se-ão imunes às radiações e vibrações dessas regiões. Por outro lado, o Santo Anjo da Guarda, cujo ponto de contato com os seres humanos é em Tiferet, liga a consciência humana com as Esferas além do Universo Solar. Os reflexos do Anjo da Guarda, porém, também iluminam as paragens Qliphóticas, aonde ele se torna o “Anjo Negro”, posto que as Qliphás são a parte trevosa do Universo, a região das sombras. Tendo em vista o que foi dito acima, antes de se praticar a Evocação Mágica, o indivíduo deve obter o conhecimento de seu Anjo da Guarda, fator imprescindível para que qualquer operação mágica com Entidades externas não se transforme num fiasco, ou numa tragédia. É importante ressalvar que o “HGA” é, na verdade, nosso “Deus Pessoal”, nossa “Divindade Pessoal”, e não um Anjinho alado… Esse “Guardião” que aconselha, protege, encaminha, induz e alerta seu “protegido” não é nenhum anjo – é, isto sim, alguém desencarnado que recebe essa função quando do nascimento de cada indivíduo. Aliás, o único trabalho que aborda este assunto na extensão devida é o magnífico “Initiation Into Hermetics” de Franz Bardon. Neste sentido, de “protetor”, o Anjo da Guarda está mais para “Guia” de Umbanda ou Quimbanda, ou ainda para “Babá-Egum” de Candomblé, do que para uma Divindade pessoal. E por falar em Candomblé, o que chamamos de “nossos Orixás” corresponde muito bem ao conceito de “HGA”. Mas não “o nosso Orixá”, porém “os nossos Orixás”, isto é, o conjunto de Orixás – 2, 3, 4, 5, 6 e até 7 Orixás “combinados” – que formam o Arquétipo perfeito para que efetuemos a união – a União com o Arquétipo – que não é outra coisa que a união com o HGA – o Conhecimento e a Conversação com o Santo Anjo da Guarda. E quando se fala em “Anjo da Guarda”, vem sempre à mente a pergunta:
– Quem, e o que, são os Anjos? Logo a seguir, nos perguntamos: – E quem, e o que, são os Demônios? Os Anjos são sempre bons? E os Demônios são sempre maus? É seguro contatar os Anjos? É perigoso contatar Demônios? Anjos e Demônios são Inteligências. E isto equivale a dizer que são Entidades de certa complexidade, o oposto aos Elementares, cujo nome por sí só explica a simplicidade de constituição. Também fica claro que, enquanto os Elementares só podem executar tarefas simples, às Inteligências cabem tarefas complexas. As Inteligências podem ser Originais (naturais) ou Artificiais (fabricadas pela mente humana). As Originais tem mais poder e maior envergadura desse poder que as Artificiais. Mas são sempre Entidades poderosas e potencialmente perigosas. É perigoso afirmar que os Anjos são sempre bons, tanto quanto o é crer que os Demônios são sempre maus. O correto é afirmar que os Anjos são seres Dogmáticos, enquanto os Demônios são seres Pragmáticos. Isto equivale a dizer que os Anjos aderem aos Dogmas, são atraídos pelos Rituais Dogmáticos, e identificam-se mais com os Magos que praticam a Magia Dogmática. Com os Demônios ocorre o inverso – aderem ao Pragmatismo, sentindo-se atraídos pela Magia Pragmática e identificando-se com seus praticantes. Mas isso não significa que os Demônios sejam bons, pois lhes agrada ver o sofrimento dos seres humanos, quando não causar esses sofrimentos. Seria mais adequado dizer que aos Anjos cabe a missão de provocar efeitos agradáveis; aos Demônios, de gerar efeitos desagradáveis. Isto, porém, não significa que os Anjos estejam sempre dispostos a satisfazer os caprichos de qualquer pseudo-mago; eles são Inteligências, seres dotados de imenso poder. Exigem respeito e moderação. Bom senso e cautela. É sempre perigoso contatar Anjos e Demônios, donde se conclúi que o Mago deve ter total controle da situação, para nunca ser subjugado – quer seja por um Demônio, quer seja por um Anjo. Voltando por um instante ao tema inicial, visando eliminar quaisquer dúvidas, vejamos: O que se convencionou chamar de Anjo-da-Guarda, isto é, uma Entidade que protege, aconselha, orienta, direciona, é o Espírito de alguém desencarnado, bem no estilo dos “Mentores” Kardecistas, “Guias” de Umbanda e assim por diante; o verdadeiro Anjo-da-Guarda, porém, é o Deus pessoal, o Arquétipo com o qual buscamos união, a mais sublime Energia alcançável pelos seres humanos.