segunda-feira, 8 de agosto de 2022

A orixá Oxum: suas qualidades, sincretismo, símbolo e mais!

 

A orixá Oxum: suas qualidades, sincretismo, símbolo e mais!

Quem é Oxum?

Ilustração da orixá Oxum

Oxum é a Senhora das águas doces e calmas, mas as cachoeiras também fazem parte do seu domínio. Orixá do amor, ela é a mãe jovem e sedutora, que cuida de todas as gestantes, mulheres que querem engravidar e também das crianças, desde o útero até o momento em que aprende a falar.

Linda e inteligente, ela é representada sempre com vestes douradas e muitas joias. Carrega em uma das mãos o seu espelho e na outra uma espada, mesmo que seja uma das poucas deidades do panteão africano que não tem afinidade com a guerra. Apesar disso, luta até o fim para defender a quem ama e provar o seu amor.

Senhora das cachoeiras, ela transborda feminilidade, delicadeza, intuição e magia. Suas palavras são poderosas e carregadas de sabedora. Porém, Oxum pode ser mais autocentrada que os outros Orixás, o que não é ruim, apenas uma característica. Mas é claro que ela não irá medir esforços para ajudar aqueles que ama e merecem seu amor.

Entenda melhor o que dizem sobre essa poderosa Iabá, seja no Candomblé ou na Umbanda. Aproveite também para saber seu sincretismo com as mais diversas religiões, suas qualidades, elementos principais e é claro que não poderiam faltar as características das filhas e filhos de Oxum.As lendas africanas ou Itãs contam muitas histórias sobre a bela, inteligente e próspera Oxum, a única que conseguiu enganar Exu e a primeira Iabá (Orixá feminina) a fazer parte do conselho que discute sobre a humanidade.


Em ambos Itãs, ela usa sua doçura, inteligência e força para vencer, mostrando que pode ser tanto a guerreira que empunha a espada, quando a donzela arisca, que, assim como a água calma do rio alisa a pedra, segurando seu abebé (espelho).

Entenda melhor quem é essa doce mãe, poderosa Orixá, tanto na Umbanda quanto no Candomblé. Entenda também a sua origem, de acordo com sua descendência Yoruba.

Oxum na Umbanda

Tanto na Umbanda quanto no Candomblé, Oxum é muito parecida, sendo uma das poucas Orixás que consegue esse feito. Iansã, por exemplo, tem várias divisões e até mistura com outros arquétipos, como Oyá ou Ewa. A grande diferença entre as duas religiões está na forma com que percebem os Orixás.

Enquanto para o Candomblé, as deidades se relacionam diretamente com os 4 elementos e são nossos ancestrais, na Umbanda há uma forte ligação entre a imagem arquetípica e guias espirituais ou entidades de luz, a atuar em sintonia com a frequência vibratória do Orixá.

Dessa forma, Oxum é também a bela e sábia Iabá das águas doces, com uma importante diferença: na Umbanda, ela é mestre de sua falange, comandando vários espíritos que a acompanham e servem. Cada falange é um caminho ou qualidade de Oxum, liderando entidades que são incorporadas nos terreiros e mesas em todo o mundo.

Na Umbanda, tanto a Orixá quanto seus falangeiros e trabalhadores ligados a ela, podem incorporar no médium – devidamente preparado e iniciado no terreiro com as ervas de Oxum. Além disso, altares são preparados para Oxum no seu dia e, caso ela seja a Orixá regente do terreiro, sempre terá um altar para si.

Oxum no Candomblé

O Candomblé se difere também da Umbanda ao não utilizar altares para Oxum ou outro Santo, em geral, sendo sua prática religiosa realizada no terreiro, normalmente em forma circular e com um mastro ao centro. Oxum traz toda a sua bagagem energética através da sua relação com o elemento água, considerada do reino mineral.

Também não há incorporação, pois eles não acreditam em espíritos e sim eguns – que são as almas que estão perdidas e têm que ser direcionadas novamente aos céus. Ou seja, elas não podem ter acesso ao campo magnético dos praticantes, não ocorrendo incorporações, nem de Orixás, quanto de guias ou espíritos sábios, pois isso não faz parte do seu sistema de crenças.

Dessa forma, a manifestação de Oxum durante a dança no terreiro, por exemplo, se dá de dentro para fora, a partir do coração, como algo que já habita naturalmente o filho ou filha de Oxum. Afinal, para o Candomblé, ali está um descendente direto dessa poderosa Iabá, mesmo que ela tenha origem fundamentalmente baseada em credo.

Osun é o nome da Orixá no Candomblé, assim como é o nome do rio localizado em Oxogbô, região da Nigéria, em Ijexá, onde nasceu o seu culto. É lá onde ela habita e fornece a fartura, fertilidade e movimento. Diferente de outros Orixás no Candomblé, ela não foi uma rainha encarnada ou grande guerreira, sendo desde sempre a filha de Oxalá e Yemanjá.

Ela é a Senhora do amor, arisca, inteligente e doce como a água que corre suavemente ao longo do rio. Porém, quando quer é também persistente, aparando as pontas das pedras e cavando novos caminhos. E não se engane, pois ela pode ser forte como a cachoeira que bate nas pedras e leva consigo tudo o que não é bom, purificando através da força e persistência.

Sua origem segundo a mitologia iorubá

15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px;">Segundo a mitologia Iorubá, Osum ou Oxum é o rio que nutre, traz beleza, vida, fertilidade. Oxum é o próprio rio, manifestando-se em forma de uma bela mulher de pele negra e vestida de dourado. Originalmente, ela estava relacionada ao cobre, considerado o metal mais nobre, passando a vestir-se com ouro tempos depois, quando esse metal se valorizou.

Oxum é a filha de Oxalá - um dos mais importantes orixás que representa a própria criação da natureza e a espiritualidade – com Yemanjá, a força maternal, protetora e geradora, também Senhora das águas salgadas. Há Itãs que afirmam que Oxum é fruto de um caso extraconjugal de Yemanjá, sendo amorosamente acolhida e criada por Oxalá.

Independente da situação, ela é a menina dos olhos de Oxalá, sendo muito ligada a seu pai também. Inteligente, persuasiva e cheia de energia, ela consegue o que quiser de Oxalá e por ele também tudo faz. Tanto que, mesmo tendo usado suas habilidades mágicas e inteligência para enganar Exu e conhecer o jogo de Búzios, não só foi perdoada como também dividiu essa habilidade com ele.

Sua ligação com sua mãe é de igualdade e união, sendo ambas Senhoras da fertilidade e abundância, cada uma em seu campo vibracional e de atuação. Mais ligada à conquista, paixão e sensualidade, Oxum também remete à fertilização, gestação e parto. Já Yemanjá está ligada à família, assim como ao parto e direcionamento da cabeça do bebê para seu Orixá regente.

O sincretismo de Oxum

Ilustração da orixá Oxum

As religiões oriundas da nossa matriz africana tiveram que passar por muitas adaptações para sobreviver aos escravagistas. Entre elas, está a adaptação do credo ao panteão cristão, para que assim, pudessem louvar seus Orixás, mesmo que usando nomes católicos. Dessa forma, nasceu o sincretismo com a igreja católica, que permanece até os dias de hoje.

Por outro lado, o sincretismo pode ocorrer entre as mais diversas religiões, pois muitas vezes os arquétipos são extremamente semelhantes. Em outras palavras, você pode sincretizar Oxum com outras deidades que tenham características similares, afinal, o que é uma deidade senão a representação arquetípica de elementos da natureza – natural ou humana – aplicada a um fim?

No catolicismo, Oxum é sincretizada com diversas Nossa Senhoras, a exemplo da Aparecida, Conceição, Candeias e dos Prazeres. Em outros panteões, ela é associada a deidades da prosperidade, fertilidade e do amor, como é o caso de Afrodite, no panteão grego, Vênus, no romano, Hattor no egípcio, Laksmi no Hindú e Freya no nórdico.

Nossa Senhora de Aparecida

Tanto Nossa Senhora Aparecida quanto Oxum são mães dedicadas a seus filhos. Mulheres negras e sensíveis, se comovem facilmente com a dor dos seus e procura ajudar, com sua doçura e inteligência, atuando até nas causas aparentemente impossíveis.

Assim como Oxum é a Senhora das águas doces, Nossa Senhora Aparecida foi encontrada em um rio, trazendo uma fartura de peixes nunca visto em uma época em que a escassez estava levando seu povo ao desespero. Da mesma forma, a Iabá é associada à fartura e prosperidade.

Mães amorosas, ambas Santa e Orixá, são representações do amor maior, desapegado e que não mede esforços para secar as lágrimas dos que sofrem. Sensíveis, generosas e choronas, elas são mulheres fortes e altivas, que nunca deixam seus filhos abandonados ao sofrimento.

Nossa Senhora da Conceição

Nossa Senhora da Conceição é a padroeira de Aracajú, no Nordeste do país e é também a protetora da primeira capela criada por Tomé de Souza, na Bahia. Principalmente no Nordeste, ela é sincretizada com Oxum, dando origem a uma bela festa no seu dia, com a união de ritos e símbolos de ambos os panteões.

Nossa Senhora da Conceição é aquela que concebeu Jesus, sem ter o pecado original, mantendo-se assim imaculada. Em outras palavras, ela é essencialmente a grande mãe, aquela que cuida, ensina e orienta pelos caminhos da vida, sempre com o amor incondicional pelo seu filho.

Nossa Senhora das Candeias

Nossa Senhora das Candeias, da Luz, da Purificação ou das Candelárias é a padroeira de Curitiba, sendo adorada em todo o país. Ela é a Maria que cuida do menino Jesus, ensinando a ele os caminhos de Deus, através do amor e da bondade.

Era um hábito antigo, apresentar o recém-nascido ao sumo sacerdote 40 dias após o parto. Quando Maria levou Jesus, ele anunciou Jesus como a salvação, como se lê no Livro de Lucas: “Agora, Senhor, deixa partir o vosso servo em paz, conforme a Vossa Palavra. Pois os meus olhos viram a Vossa salvação que preparastes diante dos olhos das nações: Luz para aclarar os gentios, e glória de Israel, vosso povo”.

Oxum tem ligação direta com Nossa Senhora das Candeias na Bahia, onde a Santa é representada também na cor negra e é símbolo de mãe zelosa e que luta pela saúde e crescimento do seu filho. Na cidade de Candeias, há inclusive uma fonte de água doce batizada com o nome da Santa, cujas águas são consideradas milagrosas, levando centenas de fiéis e turistas ao local.

Nossa Senhora dos Prazeres

style="box-sizing: border-box; font-size: 15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px;">Nossa Senhora dos Prazeres poderia ser também chamada de Nossa Senhora das sete Alegrias, retratadas pelos franciscanos como a Anunciação, Saudação de Isabel, Nascimento de Jesus, Visitação dos Reis Magos, Encontro com Jesus no Templo, Aparição de Jesus ressuscitando e a Coroação de Maria no céu.

Ela foi encontrada de forma inesperada sobre uma fonte de água doce e, a partir de então, ela se tornou uma fonte de cura para quem a bebesse. Um homem importante pegou a imagem e a levou para sua casa, porém ela desapareceu misteriosamente dias depois, reaparecendo em outra fonte de água doce, onde foi construída uma capela em sua homenagem.

Tanto Oxum quanto Nossa Senhora dos Prazeres estão relacionadas ao cuidado, mistérios e principalmente, amor aos seus filhos evidenciado pelo cuidado. Ambas têm origem na água doce e a ela estão relacionados os seus poderes, fortalecendo o vínculo entre essas duas deidades.

Afrodite

Afrodite é filha de Zeus e Dione, uma Ninfa do mar. Da mesma forma, Oxum é filha de Oxalá (sincretizado às vezes com Zeus, outras com Hércules) e Iemanjá, Senhora das águas salgadas. Belíssima, charmosa e sedutora, Afrodite está relacionada com os poderes de geração, fartura e prosperidade, assim como sua correspondente do panteão africano.

Senhora das águas calmas, Afrodite é livre e repleta de alegria, mas pode ser vingativa também. Homero e outros poetas lhe atribuem o título de dourada, sendo a Deusa de doce sorriso o brilho nos olhos. Assim também o é Oxum, cuja liberdade e inteligência fez com que as Iabás começassem a ter mais espaço entre os Orixás masculinos.

Ao lado de Afrodite estão as cárites, espíritos bons do crescimento e da fartura, levando a abundância para a vida daqueles que a veneram e acompanham. Além dessa semelhança, o próprio nome cárites significa graça e sedução, reforçando o aspecto mais apaixonado de ambas as Deusas.

Vênus

Vênus é a Deusa romana do amor, sendo filha de Júpiter (Zeus ou Oxalá) e a Ninfa Dione, sincretizada facilmente com Iemanjá e concubina de Zeus. Assim que Vênus nasceu, todos os Deuses quiseram se casar com ela, que teve alguns parceiros relatados na mitologia.

Vênus tem vários filhos, mas um dos seus mais conhecidos e o cupido, que não resiste à tentação de unir dois corações perdidos. Ela se desloca com a ajuda de um coche puxado por pombos – animal no qual Oxum se transformou para fugir de Xangô.

Vênus, assim como Oxum, é emotiva, bela e generosa, sendo extremamente conectada com a energia mais feminina. Sensível e adepta de tudo o que é belo e reluzente, ela está ligada à criatividade e às manifestações artísticas, protegendo aos seus filhos e transbordando prosperidade por onde passa.

As 16 qualidades de Oxum

Escultura da orixá Oxum

Nas religiões de origem africana, existe uma grande mistura de credos, dada a forma como elas foram formadas. Com origem em diferentes etnias, com credos diversos, alguns pontos podem ser complementares, mesmo se tratando da mesma entidade estudada.

Isso acontece, por exemplo, com Oxum, que a depender da Nação do Candomblé, pode ter características ligeiramente diferentes. Na Umbanda essa diversidade é vista como as diversas qualidades da Iabá, a depender da sua origem, história e caminhos.

É daí que vêm as qualidades de Oxum, como variações da sua personalidade, que podem ser considerados arquétipos importantes a serem trabalhados ou até mesmo deidades únicas, a depender da linha estudada. Conheça as 16 qualidades de Oxum e entenda melhor.

Oxum Abalô

Oxum Abalô ou Abalu é a mais velha de todas as qualidades, a sábia e guia de todas as mulheres. Grande mãe e avó, ela acolhe, orienta e chama a atenção, de forma mais austera que a Oxum jovem, sendo inclusive muito mais autoritária e impositiva. Ela se veste de azul claro ao invés de dourado e carrega consigo o abebé.

Sua energia é fortemente ligada ao Orixá Omulu, Senhor da cura e das pragas, sendo mais severa e centrada, acompanhando Omulu em muitos momentos. Como a idosa sábia, ela usa azul claro para se recordar das fontes de água doce, onde tudo começou, sendo seu culto realizado em nascentes ou encontros da água doce e salgada.

Oxum Ijimu

Oxum Ijimu, Yjimu ou Ygimun tem um papel de destaque nas casas de Santo. Com forte ligação as Iamis, ela é a Oxum velha e feiticeira, estando relacionada também à Nanã, Xangô e Omulu. Usa suas vestes com o tom azul claro ou rosa, carregando consigo o Abebé.

Conta um Itã que Oxum precisava guardar as essências da natureza ou espíritos em algum lugar resistente e não encontrava. Foi então que Xangô ofereceu suas pedras, que serviram perfeitamente. Dessa forma, ela passou a cuidar das pedras do rio, que guardam consigo essa essência divina e Xangô passou a ser o chefe dos espíritos.

Oxum Abotô

Essa é a Oxum madura, alegre e cheia de energia. A qualidade Abotô está relacionada à fertilidade, abundância e principalmente à gestação. É ela quem ajuda as mulheres que lhe pedem auxílio na hora do parto e acompanha suas crianças até que aprendam a dar as primeiras palavras.

Está relacionada a Oxalá e Iemanjá, usa branco puro, com alguns detalhes em ouro. Suas oferendas devem ser feitas nas nascentes dos rios ou na junção das águas doces e salgadas, como o desembocar do rio no mar ou na pororoca.

Oxum Apara / Opara

Oxum Apara é extremamente jovem e faz parte da falange de Ogum, em outras palavras, é a versão guerreira da Iabá. Senhora da espada, ela é também dona dos objetos cortantes, como por exemplo, a navalha, que também carrega consigo.

Vestida de marrom avermelhado, azul ou rosa, Oxum Apara é representada com sua espada e o abebé. Ela também está presente no jogo de búzios, relacionando-se diretamente com Exu para a leitura e interpretação dos caminhos da vida.

Oxum Ajagura / Ajijara

Pertencente principalmente à Nação Nagô, Oxum Ajagura ou Ajijara é uma qualidade de Oxum jovem, forte e muito bela. Não aceita injustiça de nenhuma forma, ainda mais se forem feitas com seus filhos, podendo apresentar uma face mais executora ou vingativa.

Veste-se de azul claro e dourado, sendo a Senhora das aves de penas coloridas, Ajijara também acolhe e cuida das outras aves, sejam elas aquáticas ou terrestres. Está fortemente ligada a Xangô e sua relação com o elemento fogo, apesar de continuar atuante no reino mineral, especificamente na água.

Oxum Okê

A qualidade de Oxum Okê está ligada a Oxóssi e é uma guerreira destemida jovem e determinada. Ela carrega consigo, ao invés do seu abebé tradicional, um Ofá (arco e flecha, como o de Oxóssi) e o Erukerê (cetro feito com crina de cavalo para espalhar bênçãos e espantar maus espíritos – eguns – como o de Iansã).

Ela vive no interior das matas e é, além de uma guerreira, caçadora, carregando por vezes também a sua espada. Oxum Okê veste dourado e tem uma força impressionante, com o ímpeto de luta muito bem desenvolvido, protegendo seus filhos e provendo a fartura às suas mesas.

Oxum Iponda

Oxum Iponda é casada com Oxóssi Ibualama, sendo a rainha de Pondá. Extremamente vaidosa, guerreira e orgulhosa, não hesita em apontar sua espada na direção de quem a desafia. Da mesma forma, é protetora e ninguém é capaz de invadir suas terras.

Usa um vestido na cor de ouro, com as barras na cor azul claro e está relacionada ao trato com os eguns – almas perdidas que precisam ser encaminhadas para o céu. Tem relação com Ogum, Omulu, Oyá, Oxaguiá e é claro, Oxóssi.

Oxum Oga

Ligada à Nanã, a qualidade de Oxum Oga é também sua versão mais velha, muito sábia, porém ranzinza, implicante e repleta de costumes e manhas. Ela é quem cuida dos seus filhos, depois que fazem 60 anos, sendo a guardiã dos mananciais e detentora do conhecimento de magia.

Tendo em mãos seu abebé e uma alfange (um sabre com lâmina curvada e longa), Oxum Oga é uma guerreira que não abandona nenhuma luta e tem sede de vitória, protegendo os seus a qualquer custo.

Oxum Kare

Oxum Kare é a jovem guerreira que está ligada principalmente à prosperidade e abundância, fazendo com que as coisas fluam normalmente, a fim de conseguir manter o fluxo de nutrição no local onde habita e trabalha. Presta muita atenção aos detalhes e protege com afinco seus filhos.

Ela protege os caçadores noturnos que buscam provisões para quem busca alimento para seu consumo e da sua família. Mora na cachoeira ou próximo a ela, nas matas, protegendo também a pesca e garantindo a saúde e abundância de peixes para quem precisar.

Oxum Ipetu

Protetora da fauna e flora, Oxum Ipetu tem forte relação com a Orixá das ervas, Ossain. Ao contrário das outras qualidades de Oxum, ela usa uma roupa muito colorida, com estampas diversas e forte predominância do amarelo. Ela é jovem, cheia de energia e sensual, tendo seus caprichos também.

Ainda assim, é a qualidade de Oxum que detém os segredos insondáveis, trabalhando ao lado de Obaluaê, inclusive quando ele participa dos rituais relacionados às almas, na calunga pequena. Ela é tão importante que até mesmo o fato de dizer o seu nome é considerado um tabu.

Oxum Yaala

15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px;">Chamada de Oxum Yaala ou Ayálá, essa qualidade da Senhora das águas controla outro tipo de fluxo, o das lágrimas. Senhora antiga e sábia, ela detém o controle dos canais lacrimais, expressando suas emoções através das lágrimas, sejam elas de alegria ou tristeza.

Como uma grande mãe, dá apoio a quem sofre, deixando que as lágrimas corram pelos olhos e lavem seu coração. Essa qualidade de Oxum usa roupas nas cores azul claro e dourado, usando muitos adornos em ouro, como várias pulseiras, colares, brincos e mais.

Oxum Otin

Jovem, forte e caçadora, a qualidade Otin está ligada a Odé, que é Oxóssi antes de se tornar rei de Ketu. Ela está relacionada à agricultura, especificamente no fornecimento de água para o crescimento das plantas, representando assim a fartura e prosperidade.

Ligada a Oxóssi, Ossaim, Yemanjá e Ogum, Otin é arisca e rapidamente promove mudanças, levando vida através das águas doces. Ela é representada vestida de azul e carrega consigo uma lança.

Oxum Ibeiji ou Merin

Essa é a Oxum ainda menina, com características infantis ou inicialmente joviais. Outros nomes que ela recebe são Iperi, Menina, Merimeri ou Oxum Nova. Ela cuida dos seus filhos em períodos de doenças de larga escala, como pandemias ou pragas.

Ela é a Orixá de cabeça da famosa Mãe Menininha do Gantois e possui a mesma elegância e vaidade da Oxum adulta, sendo, porém, mais delicada e com a doçura da criança. Mas não se engane, pois, se decidir, faz justiça com as próprias mãos.

Oxum Mouwo

A qualidade Oxum Mouwo está ligada ao equilíbrio, caminho do meio, ajudando e protegendo seus filhos e filhas acima de tudo, principalmente quando se encontram em momentos de mais difíceis da vida. Tem relação com Olokun e sua mãe, Iemanjá, podendo atuar em suas falanges.

Vaidosa, bela e sempre poderosa, Oxum Mouwo é normalmente representada trajando vestidos em tons claros, principalmente azul e dourado ou amarelo. Ela usa a alfange (adaga curvada) e o seu típico abebé.

Yeye Popolokun

Oxum Yeye Lokun é o outro nome dado à qualidade dessa Orixá, mais conhecida como Oxum Yeye Popolokun. Ela tem grande ligação com sua mãe, Iemanjá, unindo forças para derrubar as demandas e abrir caminhos nas vidas dos seus filhos.

Por ter a capacidade de ver o futuro, herdada do Ifá, ela é chamada de Senhora da intuição e vive apenas em águas calmas e profundas, prendendo quem ousa invadir o seu espaço.

Oxum Oloko

Oxum Oloko ou Docô vibra em sintonia com Nanã, sendo a Senhora dos poços, permitindo que grandes quantias de água submerjam para saciar a sede dos seus filhos e levar prosperidade e fartura a quem precisa.

A qualidade de Oxum Oloko é também representada como uma anciã, sábia, ranzinza e com suas manhas, devendo ser bem tratada, com respeito e admiração.

Elementos para se relacionar com OxumSe você quer conhecer melhor essa poderosa Iabá, então precisa se informar sobre como se relacionar corretamente com ela. Afinal, não é tudo o que agrada a mãezinha e é sempre bom mostrar respeito com a saudação correta.


Veja então qual é o dia, saudação, símbolo, cores, comidas e oferendas da Senhora da água doce, da beleza e do amor.

Dia do ano de Oxum

O dia de Oxum é comemorado em 8 de dezembro, mesmo dia em que se comemora no sincretismo católico de Nossa Senhora da Conceição. Há grandes festejos nesse dia e homenagens à Senhora das águas doces.

Dia da semana de Oxum

15px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 10px;">Sábado é o dia de reverenciar as principais Iabás, entre elas Oxum. É um ótimo dia para acender uma vela para ela ou até mesmo fazer uma oferenda. Vestir-se de amarelo ou usar acessórios dourados, cuidando-se muito bem também são formas de agradar mamãe Oxum.

Saudação a Oxum

Pode-se usar tanto Aieieu quanto Ora yê yê mamãe Oxum, para saudar essa Orixá. Seu significado é “olha por nós mamãe Oxum” e é usado como sinal de respeito, sempre antes e depois de se dirigir a ela.

Símbolo de Oxum

Como não poderia deixar de ser, o principal símbolo de Oxum é o coração, já que ela é emoção pura e faz de tudo para proteger os que ama. Também pode ser a cachoeira, um dos ícones mais associados à Iabá.

Cores de Oxum

As cores de Oxum vão variar a depender da qualidade ou credo escolhido. Em geral, ela é representada em azul claro, rosa, dourado intenso, amarelo claro, estampa amarela e branco.

Comidas de Oxum

Ela não suporta abacaxi e não come peixes de água doce, afinal, são seus filhos também. Porém, se quiser agradar Oxum, basta oferecer Omolocum, Ipeté ou Quindim.

Oferendas a Oxum

As principais ervas para usar na oferenda de Oxum são a erva-cidreira, mãe-boa, calêndula, camomila e alecrim. Outras coisas que podem compor suas oferendas são o mel, melão, água de coco e açúcar. Ela também gosta de alfazema, lírios, margaridas e rosas amarelas.

Sobre Oxum, seus filhos e filhas

Ornamento da orixá Oxum

Os filhos e filhas de Oxum possuem características marcantes e são facilmente reconhecidos. Parece que eles têm um brilho especial que os faz serem percebidos imediatamente. Conheça essas características e uma oração para a Senhora do amor.

Características de Oxum

Oxum é uma das mais importantes Iabás e representa a feminilidade, beleza, elegância e doçura. Emotiva, ela acolhe quem precisa e luta pelos que pedem pelo seu auxílio. Provedora da fertilidade, prosperidade e abundância, ama adereços em ouro e habita as águas doces, como rios, lagos e cachoeiras.

Características dos filhos de Oxum

Os filhos e filhas de Oxum são pessoas carismáticas, ótimas para convencer os outros das suas ideias, emotivas, vaidosas e têm um dedinho na magia, se é que se pode assim dizer. Se apaixonam facilmente e esquecem com a mesma rapidez. Quando encontram o amor verdadeiro, é para sempre.

Oração a Oxum

Os pontos são na realidade, orações cantadas, sendo vários deles dedicados à Oxum. Aprenda essa bela oração e, se preferir, cante junto:

Canta Oxum, alivia meu coração,
Me tira da solidão,
Me traz paz
Canta Oxum, alivia meu coração,
Me tira da solidão,
Me traz paz
Eu vi mamãe Oxum Cantando na cachoeira
Dançando toda faceira, tão linda como ela faz
E quando ela canta, Xangô senta na pedreira, Oxóssi lá na ribeira
Nem vento não venta mais
Aie ! Ieo ! Minha mãe
Aie ! Ieo ! Mamãe Oxum
Aie ! Ieo ! Moça bonita, demais
Aie ! Ieo ! Minha mãe
Aie ! Ieo ! Mamãe Oxum
Aie ! Ieo ! Moça bonita, demais
Canta Oxum, alivia meu coração,
Me tira da solidão,
Me traz paz Canta Oxum, alivia meu coração,
Me tira da solidão,
Me traz paz
Ora Yê iê, ô!

O que Oxum tem a nos ensinar?

Ilustração da orixá Oxum

A principal lição que Oxum tenta ensinar aos seus filhos é que eles devem se amar exatamente como são, com suas belezas e lados sombrios também. Tanto é que, durante sua dança, há um momento em que a dançarina pega o abebé (espelho dourado de Oxum) e para de olhar para si, apontando para o público.

A mensagem por trás é de autoconhecimento, amor e dedicação ao seu próprio crescimento. Afinal, não há ninguém melhor do que você para promover as mudanças que são tão esperadas em sua vida.

Autor deste artigo

Angela Oliveira

Sempre à procura da resposta da vida, do universo e tudo mais (ok, 42... então da pergunta), sou redatora sênior, um tanto nerd e apaixonada pela escrita. Com graduação em Adm e Marketing, acredito na magia através das palavras, criando mundos e buscando soluções para os pequenos grandes desafios diários.