sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Exu a Luz da Kabbalah

 

Exu a Luz da Kabbalah

O Orixá

Exu (Èsù) é a figura mais controversa do panteão africano, o mais humano dos orixás, senhor do princípio e da transformação. Deus da terra e do universo; na verdade, Exu é a ordem, aquele que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana. Exu é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no seu dia-a-dia.

Muitas são as confusões e equívocos relacionados com Exu, o pior deles associa-o à figura do diabo cristão; pintam-no como um deus voltado para a maldade, para a perversidade, que se ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Na realidade, Exu contém em si todas as contradições e conflitos inerentes ao ser humano. Exu não é totalmente bom, nem totalmente mau, assim como o homem: um ser capaz de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra.

O maniqueísmo, próprio das grandes religiões monoteístas, não se aplica ao Candomblé, muito menos a Exu. A cultura africana desconhece oposições, em especial a oposição entre bem e mal; sabe-se aqui que o bem de um pode perfeitamente ser o mal de outro, portanto, cada um deve dar o melhor de si para obter tudo de bom na sua vida, sempre cultuando, agradando e agradecendo a Exu, para que ele seja, no seu cotidiano, a manifestação do amor, da sorte, da riqueza e da prosperidade.

Exu é o orixá que entende como ninguém o princípio da reciprocidade, e, se agradado como se deve, saberá retribuir; quando agradecido pela sua retribuição, torna-se amigo e fiel escudeiro. No entanto, quando esquecido é o pior dos inimigos e volta-se contra o negligente, tirando-lhe a sorte, fechando-lhe os caminhos e trazendo catástrofes e dissabores.

Exu é a figura mais importante da cultura Iorubá. Sem ele o mundo não faria sentido, pois só através de Exu é que se chega aos demais Orixás e ao Deus Supremo Olodumaré. Exu fala todas as línguas e permite a comunicação entre o orum e o aiê, entre os orixás e os homens.

É importante ressaltar que Exu não tem amigos nem inimigos. Exu protege sempre aqueles que o agradam e sabem retribuir os seus favores.


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Exu-HodNa Árvore da Vida – Hod – a 8ª Esfera

Titulo: Hod, Glória.

Imagem MágicaUm hermafrodita.

Texto YetziráticoO oitavo Caminho chama-se Inteligência Absoluta ou Perfeita, pois é o instrumento do Primordial.

Experiência Espiritual: Visão do esplendor.

VirtudeVeracidade.

Vício: Falsidade. Desonestidade.

Hod é a Esfera do Intelecto e rege a capacidade de abstrair para conceituar, a razão, e para se comunicar. É em Hod que construímos representações internas do mundo em torno de nós – como as coisas funcionam, como são classificadas, e como estão ligadas – de modo que somos capazes de interpretar, interagir e modificar o mundo de uma forma significativa. Hod também governa a ciências, matemática, ensino e aprendizagem, livros, o esotérico, razão, lógica e desenvolvimento mental.

Neste ponto, já colhemos algumas informações para iniciarmos nossas considerações sobre o Orixá Exu. Como sabemos, praticamente todo o conhecimento original que temos sobre os Orixás vem através de lendas (Itãs).  Vamos então analisar sob essa ótica a lenda que segue:

Exu ganha o poder sobre as encruzilhadas

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Exu não tinha riqueza, não tinha fazenda, não tinha rio, não tinha profissão, nem artes, nem missão.

Exu vagabundeava pelo mundo sem paradeiro.

Então um dia, Exu passou a ir à casa de Oxalá.

Ia à casa de Oxalá todos os dias.
Na casa de Oxalá, Exu se distraia, vendo o velho fabricando os seres humanos.

Muitos e muitos também vinham visitar Oxalá, mas ali ficavam pouco.

Quatro dias, oito dias, e nada aprendiam.

Traziam oferendas, viam o velho orixá, apreciavam sua obra e partiam.

Exu ficou na casa de Oxalá dezesseis anos.

Exu prestava muita atenção na modelagem e aprendeu como Oxalá fabricava as mãos, os pés, a boca, os olhos, o pênis dos homens, a vagina das mulheres.

Durante dezesseis anos ali ficou ajudando o velho orixá.

Exu não perguntava.

Exu observava.

Exu prestava atenção.

Exu aprendeu tudo.

Um dia Oxalá disse a Exu para ir postar-se na encruzilhada por onde passavam os que vinham à sua casa.

Para fica ali e não deixar passar quem não trouxesse uma oferenda a Oxalá.

Cada vez mais havia mais humanos para Oxalá fazer.

Oxalá não queria perder tempo recolhendo os presentes que todos lhe ofereciam.

Oxalá nem tinha tempo para as visitas.

Exu tinha aprendido tudo e agora podia ajudar Oxalá.

Exu coletava os ebós para Oxalá.

Exu recebia as oferendas e as entregava a Oxalá.

Exu fazia bem o seu trabalho e Oxalá decidiu recompensá-lo.  Assim, quem viesse à casa de Oxalá teria que pagar também alguma coisa a Exu.

Quem estivesse voltando da casa de Oxalá também pagaria alguma coisa a Exu.

Exu mantinha-se sempre a postos guardando a casa de Oxalá.

Armado de um ogó, poderoso porrete, afastava os indesejáveis e punia quem tentasse burlar sua vigilância.

Exu trabalhava demais e fez ali sua casa, ali na encruzilhada.

Ganhou uma rendosa profissão, ganhou seu lugar, sua casa.

Exu ficou rico e poderoso.

Ninguém pode mais passar pela encruzilhada sem pagar alguma coisa a Exu.

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Fantástica essa lenda, e com uma lição incrível a ensinar.  Como já vimos aqui, a esfera de Hod/Exu é exatamente a inteligência racional. Todo o nosso aprendizado, nossas convicções, nossas conclusões, nosso intelecto, nosso pensamento lógico e racional vem daí.  Todas as outras esferas da Árvore da Vida tem suas “próprias Inteligências” mas a racional vem de Hod.  Não por acaso, a lenda acima cita o aprendizado de Exu com Oxalá, enfatizando ainda que todos os outros que o visitavam nada aprendiam.

A grande chave de Hod é aprender.  De fato, o Orixá Exu está presente em nossas vidas desde nosso primeiro suspiro.  Toda a nossa experiência de aprendizado, seja observando como na lenda, seja testando, seja experimentando é lição de Hod.  Muitas vezes Exu aparece como verdadeiro transgressor nas lendas, não obedece ninguém fazendo como bem entende; sendo inclusive relacionado ao diabo pelos primeiros europeus que “conheceram” a cultura africana.  E por que ele é tão citado assim?  A resposta está na descrição de Hod, é a “capacidade de abstrair para conceituar”. Num exemplo bem simplório, imagine uma criança que recebeu a instrução de nunca se aproximar de um fogão aceso.  Ela recebeu a instrução, foi avisada que o não só o fogo mas também uma panela quente pode queimá-la e isso dói, mas tem essa informação apenas como instrução, não como convicção, de forma que até pode tomar cuidado mas nunca o suficiente, sempre vai agir com um pouco de displicência em relação a isso, ela se abstrai do aviso dado.  Até que algum dia, essa displicência cobra seu preço e a criança acaba por tocar o fogo ou algo quente.  Nesse momento ela tem realmente o conceito desse tipo de perigo, agora ela tem seu conceito sobre o que é o fogo e porque não deve tocá-lo com a mão.

Abstrair para conceituar é exatamente não absorver para si próprio, como verdade absoluta, algo que te disseram mas, antes disso, experimentar e a partir daí tirar suas próprias conclusões em comparação com o que foi dito, raciocinando logicamente, criando assim seu próprio conceito.  Essa é a mensagem do Exu transgressor, isso é aprendizado.

Também temos de muitas lendas a imagem de Exu como um Orixá brincalhão.

Mas o que é mesmo brincar?

Segundo Piaget, para a criança a brincadeira é uma forma de exercitar a sua imaginação, se relacionando de acordo com seu interesse e suas necessidades junto a realidade de um mundo que pouco conhecem. Através das brincadeiras a criança reflete, organiza, constrói, destrói, e reconstrói seu universo.

As brincadeiras de Exu simbolizam desde os primeiros exercícios mentais racionais de nossa infância e aprendizado até o deboche por regras pré-estabelecidas como forma de abstrair para conceituar. Exu é a inteligência que nos permite aprender através do raciocínio sobre algo observado, algo que acontece intensamente em nossas vidas, principalmente na infância.  É exatamente essa a mensagem do Orixá brincalhão.

Comunicação

Mas a lenda acima não cita apenas a aprendizagem.  Em determinado momento, Exu ganha a função de receber as oferendas para levá-las a Oxalá. Conforme Pierre Verger:

É também ele que serve de intermediário entre os homens e os deuses.

Neste ponto, começamos a ter uma percepção ainda mais interessante do Orixá. Não devemos esquecer que Exu é o Orixá da comunicação, ou seja, é ele quem leva nossos pedidos aos demais Orixás.

Numa primeira instância, sabemos que a fala (como qualquer forma de comunicação) é dom de Exú.

Exu fala todas as línguas e permite a comunicação entre o orum e o aiê, entre os orixás e os homens.

E a capacidade de se comunicar é algo que se desenvolve na infância, paralelamente ao nosso desenvolvimento intelectual.  Energia de Exu!

Porém, esse aspecto da comunicação se reflete principalmente em nosso mundo material, não é apenas a capacidade de falar que nos permite alcançarmos os Orixás.

Com esse texto de Exu e o anterior sobre Oxum, começamos a entender como se dá nossa percepção e interação com o mundo espiritual.

“Pois nenhum pensamento humano criou deuses para amar e honrar – (Exu)

Senão depois que a canção vibrou no silêncio da alma, – (Oxum)

E nem em sonhos pôde a terra unir-se aos céus – (Oxalá)

Antes que a palavra se vestisse de fala pelos lábios do homem”  – (Exu)

Em nós encarnados, a comunicação com o plano astral, com os Orixás, se dá através de um “mecanismo” muito interessante.  Vou usar um exemplo para tentar explicar de uma forma bem simples:

Imaginemos um homem primitivo (ou mulher, tanto faz) que em algum momento em que estava desequilibrado (sem se dar conta disso) seja por tristeza, por nervosismo ou qualquer outro motivo, tenha ido se lavar em uma cachoeira e quando terminou, se sentia muito melhor.  Se não na primeira vez, depois de algumas vezes que isso se repetiu, começou a observar, ou melhor, a sentir uma sensação muito boa quando estava se banhando na cachoeira; aquilo era muito gostoso e tinha um poder sobre ele que ele não podia compreender pois, ao se lavar com essa mesma água, porém coletada em recipientes, não sentia o mesmo efeito.

Então, tentando encontrar uma resposta, botou sua mente racional para trabalhar e concluiu que havia um deus invisível habitando a cachoeira, responsável por todo aquele bem estar, aquela sensação gostosa que ele sentia ao entrar na cachoeira.  Deu mentalmente uma forma a esse deus e teve vontade de se comunicar com ele.  Pôs sua mente para trabalhar e tentou… rezas, invocações, oferendas, danças, qualquer coisa que fizesse ele sentir aquela “sensação gostosa”, mesmo que minimamente, deveria servir como meio de comunicação com esse deus.

Sentir é emocional, é Oxum

Senão depois que a canção vibrou no silêncio da alma”

Comunicar é racional, é Exu

“Antes que a palavra se vestisse de fala pelos lábios do homem”

Em uma exemplificação mais atual, a incorporação em um terreiro de Umbanda é assim!

Primeiro o médium sente de alguma forma a proximidade da entidade.  Em uma situação mais comum, esse médium já freqüenta o terreiro, já viu outros médiuns incorporarem, já tem noção da postura dos Índios, dos Guardiões, das Senhoras, etc, e com base nesses conhecimentos, já tem uma imagem mental do que ele está contatando.  Existe então uma relação entre o que se sente e o que se imagina que seja, e esta relação deve ser o mais equilibrada possível entre razão e emoção, caso contrário não vai acontecer a incorporação, o contato espiritual. Só com a razão, sem sentir nada, não funciona.  Só com o sentir, sem sequer imaginar o que está acontecendo, também não.

Em resumo, Oxum (emoção) é o contato “de lá pra cá”.

Exu (razão) é o contato “daqui pra lá”.

Por esse motivo que ninguém chega aos Orixás sem Exu

[quote] pois só através de Exu é que se chega aos demais orixás [/quote]

PehUma curiosa “coincidência” que se observa, é que a lenda acima conta que Exu ficou por 16 anos aprendendo na casa de Oxalá… ocorre que o décimo sexto arcano do Tarot (A Torre) está relacionada a Peh – caminho da Árvore da Vida que une as esferas de Hod e Netzach – Exu e Oxum… e as palavras chave desde arcano são em grande parte relacionadas as conseqüências de priorizar a inteligência racional ante conceitos pré estabelecidos:

Rompimento das formas aprisionadoras, liberação para um novo início. Desafios dos momentos de transição. Destruição da rigidez. Abertura. Conhecimento. Desmoronamento e queda. Alterações, subversões, mudanças, debilidades. Libertação da alma aprisionada; conhecimento súbito. Parto, crise saudável. Modificação traumática, separação repentina. Perdas, insegurança. Desconfiança em si mesmo, inquietação provocada por negócios arriscados. Benefício recebido devido aos erros de outras pessoas. Austeridade, uma tendência à timidez. Temperamento piedoso, religiosidade prática que não deprecia o material.

 Ainda sobre esse caminho, temos:

Neste Caminho a força da Vida é manifestada nos planos inferiores, sendo por isso mesmo denominado Inteligência Ativa ou Excitante. Traz em si uma grande energia ativa e dinâmica, movendo a mente concreta de Hod e a emoção criativa de Netzah, forma e força, debaixo da direção da dinâmica marciana e a emoção de Vênus.

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Exu vinga-se e exige o privilégio das primeiras homenagens

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Exu era o irmão mais novo de Ogum, Odé e outros orixás.Era tão turbulento criava tanta confusão que um dia o rei já não suportando sua malfazeja índole, resolveu castigá-lo com severidade. Para impedir que fosse aprisionado, os irmãos o aconselharam a deixar o país. Mas enquanto Exu estava no exílio, seus irmãos continuavam a receber festa e louvações. Exu não era mais lembrado, ninguém tinha notícias de seu paradeiro. Então, usando mil disfarces, Exu visitava seu país, rondando, nos dias de festa, as portas dos velhos santuários.

Mas ninguém o reconhecia assim disfarçado e nenhum alimento lhe era ofertado. Vingou-se ele, semeando sobre o reino toda a sorte de desassossego, desgraça e confusão. Assim o rei decidiu proibir todas as atividades religiosas, até que descobrissem as causas desses males. Então os babalorixás reuniram-se em comitiva e foram consultar um babalaô que residia nas portas da cidade. O babalaô jogou os búzios e Exu foi quem falou no jogo. Disse nos odus que tinha sido esquecido por todos. Que exigia receber sacrifícios antes do demais e que fossem para ele os primeiros cânticos cerimoniais. O babalaô jogou os búzios e disse que oferecessem um bode e sete galos a Exu.

Os babalorixás caçoaram do babalaô, não deram a menor importância às suas recomendações e ficaram por ali sentados, cantando e rindo dele. Quando quiseram levantar-se para ir embora, estavam grudados nas cadeiras. Sim era mais uma das ofensas de Exu!

O babalaô então pôs a mão no ombro de cada um e todos puderam levantar-se livremente. Disse a eles que fizessem como fazia ele próprio: que o primeiro sacrifício fosse para acalmar Exu. Assim convencidos, foi o que fizeram os pais e mães-de-santo, naquele dia e sempre desde então.

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Não só na incorporação como também ao fazermos uma oferenda, uma oração ou qualquer outra coisa, querendo ou não, temos que começar por Exu! Se imagine fazendo uma oferenda enquanto assiste atentamente um jogo de futebol na TV… o que vai conseguir senão o caos? Se você não se concentrar no que está fazendo, o que quer alcançar, estará fazendo apenas uma receita de bolo inútil. E aquela oração feita automaticamente, apenas da boca pra fora? Que valor tem?

Tudo deve começar no plano mental – Exu.  Em qualquer atividade ritualística, ninguém vai atingir Orixá nenhum sem concentração naquilo que está fazendo, ou seja, Exu é quem serve de elo entre nós e os Orixás!

Ignorar Exu é “semear sobre o reino toda a sorte de desassossego, desgraça e confusão”.

Completa Dion Fortune: “Para conseguir esse propósito, ele formula em sua imaginação um retrato mental que visa representar o ser que é o gênio governante do fenômeno natural com que deseja entrar em acordo; ele o formula muitas e muitas vezes; ele o adora; ele o  reverencia; ele o invoca. Se a invocação é suficientemente fervorosa, o ser que está buscando o ouvirá telepaticamente e poderá interessar-se pelo que ele está fazendo; se sua adoração e os sacrifícios lhe são agradáveis, poderá obter sua cooperação. O sucesso dessa operação depende, naturalmente, do grau em que o adorador aprecia a natureza do ser invocado, e ele só pode fazê-lo na medida em que o seu próprio temperamento partilhar dessa natureza.

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A Visão do Mundo, a idéia de tudo

Exu leva dois amigos a uma luta de morte

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Dois camponeses amigos puseram-se bem cedo a trabalhar em suas roças, mas um e outro deixaram de louvar Exu.  Exu, que sempre lhes havia dado chuva e boas colheitas! Exu ficou furioso. Usando um boné pontudo, de um lado branco e do outro vermelho, Exu caminhou na divisa das roças,tTendo um à sua direita e o outro à sua esquerda. Passou entre os dois amigos e os cumprimentou enfaticamente. Os camponeses entreolharam-se. Quem era o desconhecido?

“Quem é o estrangeiro de barrete branco?”, perguntou um.

“Quem é o desconhecido de barrete vermelho?”, questionou o outro.

“O barrete era branco, branco”, frisou um.

“Não, o barrete era vermelho”, garantiu o outro.

Branco. Vermelho. Branco. Vermelho.

Para um, o desconhecido usava um boné branco, para o outro, um boné vermelho. Começaram a discutir sobre a cor do barrete.

Branco. Vermelho. Branco. Vermelho.

Terminaram brigando a golpes de enxada, mataram-se mutuamente.

Exu cantava e dançava. Exu estava vingado.

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Como vimos no início, se a virtude de Hod/Exu é a Veracidade, o vício é a desonestidade.

“Exu faz o erro virar acerto e o acerto virar erro”

Uma das características de ser capaz de criar representações abstratas da realidade e comunicar algum aspecto dela para outra pessoa é que é possível “deturpar” a realidade. Pior que isso, em desequilíbrio com essa energia, somos capazes de construir representações internas erradas do mundo que nos rodeia, podemos chegar a acreditar que a nossa versão da realidade é a única que existe. Esta ilusão ocorre quando confundimos nossa representação interna do mundo com o próprio mundo. Podemos nos tornar convencidos de que a nossa versão é a única verdade e podemos fechar nossas mentes para quaisquer outros pontos de vista. Podemos também tentar impor nosso próprio senso de ordem no mundo em um esforço para manter o controle completo e sentir “segurança”.

Esta visão de apenas suas próprias versões ilusórias do mundo matou os camponeses.

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Veloz – Exu é a velocidade, a rapidez do deslocamento.

“É numa peneira que ele transporta o azeite que compra no mercado; e o azeite não escorre dessa estranha vasilha”

O mito romano relativo à Hod é Mercúrio, o deus alado, com asas no capacete e asas nos pés, representando a rapidez de pensamento e a mobilidade de locomoção.

Na astrologia, por sua mobilidade e rapidez, p planeta Mercúrio (associado a Hod/Exu) é associado às idéias, pensamentos e palavras. É o responsável pela comunicação e também pela locomoção, mas seu papel fundamental é relacionado com o uso adequado da inteligência.

Enfim…Alguém conhece algo mais rápido que o pensamento?

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Fontes consultadas:

Candomblé. A panela do segredo – Pai Cido de Osun Eyin

Orixás – Pierre Fatumbi Verger

Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi

A Cabala Mística – Dion Fortune

www.innermorphosis.com

http://wiki.deldebbio.com.br/index.php?title=A_Torre_(Tarot)

Os Orixás e a Kabbalah – Marcelo Deldebbio

Imagens:

Imagem de Exu (fotografia) – www.sinuousmag.com