Ritual de Equinócio de Primavera
Preparação
O Templo
No Centro do Templo encontra-se o Altar. O(a) Oficiante posiciona-se ao Oeste deste, virando-se para o Leste. Uma mesa auxiliar deve estar disposta, sobre a qual estarão o Disco e a Adaga.
O Altar
Deve estar coberto por um pano branco. Sobre ele, uma bacia com flores, no centro das quais está uma vela solar, de cor amarela, ou branca e ornada de amarelo ou dourado. Quatro velas brancas simples, cada uma marcada com um símbolo dos Quatro Elementos posicionam-se em cruz à sua volta, no seguinte arranjo:
- Ao Norte: Terra
- Ao Sul: Fogo
- Ao Leste: Ar
- Ao Oeste: Água
Sobre o Altar também devem estar um ovo e um Cálice com leite, além de uma faixa de tecido amarelo.
Todo o Altar deve estar coberto por um tecido negro.
O(a) Oficiante
Veste-se com um simples robe branco.
O Ritual
Oficiante: Faze o que tu queres será o todo da Lei.
TODOS: Amor é a lei, amor sob vontade.
Oficiante: A Mãe está estéril, seu coração, desolado.
Congregação: Intolerável é sua dor. Incurável é sua ferida.
Oficiante: Olhai: Ela está rodeada por uma escuridão sem nome.
Congregação: O Sol tornou-se negro. A Lua tornou-se sangue.
Oficiante: Tudo que era ordenado e estável foi abalado. Nosso Reino mergulho na Tempestade do Inverno. O mistério, a escuridão maligna dos gritos incoerentes das Almas trouxe horror à Mãe. Porém Ela não desistiu da esperança.
Congregação: Havia uma estrela à vista. Havia uma esperança à vista.
Oficiante: Mas a Mãe caiu na escuridão das águas conturbadas. Seria eterna a escuridão? A disciplina é dolorosa.
15px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Congregação: O arar é trabalhoso. E a idade traz cansaço.
O(A) OFICIANTE cai ao chão.
Oficiante: O cansaço levou ao chão a nossa Mãe.
Congregação: Para baixo! Cair! Desfalecer!
Oficiante: Neste reino tumular não há luz ou conhecimento.
Congregação: Nem beleza. Nem estabilidade.
Oficiante: Tudo o que fomos foi devorado, nada restou, nada será.
Congregação: No escuro, é vermelha a terra. No escuro, é cinza o ar.
Oficiante: A escuridão da alma é a completa escuridão. Nossa Mãe chora em angústia, chamando por seu salvador.
Congregação: Não é negro o Ovo do Espírito e não é a Serpente que devora de nós a luxúria da Luz?
Oficiante [levantando-se]: Supliquemos ao Bebê que habita o Ovo. Invoquemos o Filho da Manhã oculto no Lótus!
Oficiante [Sinal do Ísis Lamentante]: VIAOV!
O(A) OFICIANTE circumbula o Altar em sentido anti-horário.
Oficiante [Sinal de Typhon]: VIAOV!
O(A) OFICIANTE circumbula o Altar em sentido anti-horário.
Oficiante [Sinal de Osíris Morto]: VIAOV!
O(A) OFICIANTE circumbula o Altar em sentido anti-horário. Ao terminar, assume uma postura contrita, com o rosto para baixo, as mãos cruzadas sobre o baixo ventre, os cotovelos junto ao corpo e os pés juntos.
Oficiante [baixo]: O Senhor esconde-se sob o Véu do Oriente. Na escuridão densa, a semente aguarda pela Primavera.
15px; overflow-wrap: break-word; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">O(A) OFICIANTE toma para si a Adaga e o Disco, erguendo-os para que todos possam ver. Em seguida, ajoelha-se em reverência.
Oficiante : Deixemos que a ilusão do Mundo passe por nós, sem lhe dar atenção, enquanto caminhamos da Meia Noite para a Manhã gloriosa!
Congregação: É Ele: o espírito do Não-Nascido! É Ele, que relampeja e troveja!
O(A) OFICIANTE se ergue e remove o tecido negro que cobre o Altar, colocando a Adaga e o Disco sobre ele. O(A) OFICIANTE toma o tecido amarelo e o coloca ao pescoço. O(A) OFICIANTE acende a vela solar.
Oficiante [Apontando para a vela solar]: Vejam todos! Ele ressuscitou!
Congregação: Ele é exaltado! Ele é divino! Glória ao deus, Renascido e Nunca Nascido!
TODOS: Não há deus senão o Homem. AUMGN!
O(A) OFICIANTE dá o Sinal de Ísis Triunfante e circumbula o Altar, acendendo cada uma das velas dos Elementos conforme passa por elas.
Oficiante:
Eu sou o que sou, a chama
Oculta na arca sagrada.
Eu sou o nome não dito
Eu sou a centelha não gerada.
Eu sou Aquele que sempre vai,
Sendo em mim mesmo o Caminho;
Conhecido, que ainda nenhum mortal conhece;
Mostrado, que ainda nenhum mortal mostra;
Eu sou o filho da noite e do dia.
Eu sou o jovem que nunca morre.
Eu sou Amor e Eu sou Verdade.
Eu sou a Palavra criadora,
Eu sou o autor do Aeon;
Nenhum, mas eu já ouvi
O eco do Empíreo,
A chamada do hino ancestral!
Eu sou o eterno
Alado e branco, o bastão florido,
Eu sou a fonte do sol, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro!
Eu sou aquele que eleva
A Vida, e a arremessa para longe;
Eu enchi a taça de cristal;
Eu selei a estrela de prata.
Eu sou o Deus sem asas que voa
Através do meu firmamento amputado,
Eu sou aquele que diariamente morre,
E que diariamente renasce
VIAOV!
O(A) OFICIANTE genuflecta. Toma novamente punhal na mão direita e o disco na mão esquerda. Assume o Sinal de Osíris Ressurrecto.
Oficiante: Não temei! Vós sois minhas Irmãs, vós sois meus Irmãos. Já eu, sou o primeiro e o último, o que viveu, morreu e vive agora para sempre pois tenho as chaves do Inferno e da Morte. Eu sou vosso servo. Adorai e vós mesmos!
O(A) OFICIANTE pousa as armas no Altar e toma o Cajado.
Oficiante: Minha Mãe! Minha Irmã e minha Amante! Tu choraste sinceramente, mas Tua tristeza não mais tem causa. A mudança que vós lamentais é a vida de minha alegria. E a tristeza que escureceu vossos corações são as inúmeras mortes pelas quais Eu me renovo. Não sofrei pelos vivos e nem pelos mortos: nunca houve um tempo em que todas as Estrelas reunidas no Corpo de Nuit não existissem, nem haverá um tempo em que deixarão de existir.
Congregação: Não existe morte! Não existe tristeza! Não existe choro! E não existe dor!
Oficiante [Apontando para as flores com o Cajado]: Abençoada a Primavera que chega. Agora as flores mostram a vida em suas cores, está chegada a estação da Esperança e da Alegria. Possam o Senhor e a Mãe abençoar toda a Terra com equilíbrio e renovação.
O(A) OFICIANTE toma em sua mão esquerda o Ovo e o toca com o Cajado.
Oficiante: Benedíctus Dóminus, qui fécit et Matrem concépit! Sit Ovum hoc signum Unionis tuae.
TODOS: AUMGN!
O(A) OFICIANTE ergue o Ovo para que todos possam ver. Pousa o Ovo. Toma o Cálice com a mão esquerda e o toca com o Cajado.
Oficiante: Benedictum lac, quod ex matris uberibus manat, fons vitae et nutrimenti. Sustineat in itinere nostro!
TODOS: AUMGN!
O(A) OFICIANTE bebe todo o leite e recoloca o cálice no Altar.
Oficiante: Benedictus fons qui rediit. Rota vitae semper vertat.
TODOS: AUMGN!
Oficiante: Que todos vão em paz.
Todos se retiram.
Anexos
Símbolos dos Elementos
Sinais Utilizados
Autoria: Frater Nihil