Orixá Ancestral
Orixá Ancestral
Quando falamos de “Orixá Ancestral” falamos de um par de Orixás, de Pai e Mãe, então é sobre a natureza do ser, sobre quem somos intimamente, é sobre cada um no que diz respeito a ser: masculino ou feminino ou homem e mulher.
Dentro dessa questão, existe um texto chamado: “A natureza do ser”, de André Luiz.
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Nesse texto, de Chico Xavier, está escrito:
“Quem tem natureza masculina, quase sempre nasce num corpo masculino; quem tem natureza feminina, quase sempre nasce num corpo feminino”.
Quem nasce homem, quase sempre nasce homem; quem nasce mulher, quase sempre nasce mulher. Quando é que acontece de a natureza estar trocada? Ou seja, de ter uma natureza feminina e nascer num corpo masculino?
Acontece sim, de ter uma natureza masculina e nascer num corpo feminino e vice-versa, isso acontece e a Umbanda tem um olhar de muito respeito para a natureza de cada um, aquele que tendo a natureza masculina quando em determinada encarnação usou da sua força pra abusar da mulher, aquele que é o machão, o homem que se impõe pela força e que diminui que agride a mulher, é comum depois nascer num corpo feminino pra aprender a dar valor à mulher.
A mulher, que usa da sua feminilidade, da sua sensualidade, da sua força feminina para diminuir o homem ou para se aproveitar de alguma forma que se coloca e subjuga o homem com a força de uma forma egoísta e com falta de respeito, então, nasce num corpo de homem pra aprender a dar valor.
É comum dizer que o espírito não tem sexo. Acontece que quando você desencarna se você é homem, você continua homem; se você é mulher, você continua mulher no astral.
Se a tua natureza é feminina e você gosta de homem, você continua gostando. Se a tua natureza é masculina e você gosta de mulher, você continua gostando porque é quem você é.
Encarnação após encarnação, geralmente isso não muda, o que muda é: nascer num corpo trocado para ter uma experiência de respeito com o outro sexo ou essência ou ainda quando nasce num corpo trocado para ter uma encarnação inteirinha em que você não vai se relacionar com ninguém, você vai se fechar vai ser recluso, isso também acontece em algumas encarnações missionárias ou por outras razões.
No momento da fatoração do ser, na Androgenesia, (Doutrina de Rubens Saraceni), quando um Pai e uma Mãe vêm para fatorar, tem um que é dominante e um que é recessivo, então, se o seu Orixá dominante - Orixá dominante que está vibrando na coroa – se esse Orixá dominante é masculino, sua natureza é masculina. Você pode até nascer num corpo feminino, mas sua natureza é masculina. Se o seu Orixá dominante é feminino, a natureza é feminina, pode nascer num corpo masculino, mas a natureza é feminina.
Há uma natureza íntima que é mais ativa ou passiva, que é mais masculina ou feminina.
Na obra de Ka rdec no “Livro dos Espíritos” se diz: “Você pode nascer homem ou mulher porque você precisa ter essa experiência, senão você nunca teria essa experiência”.
O que passa a imagem, a ideia de que espírito não tem sexo, nasce em qualquer corpo.
Acontece que espírito tem natureza, a gente diz “sexo” da forma como a gente entende é algo do corpo morfológico, do corpo biológico, mas o corpo plasmado também tem sexualidade. No mundo Astral, tanto nas primeiras esferas acima quanto abaixo, as pessoas trocam energia.
O sexo não é tabu na Umbanda e não é pecado desde que se tenha amor. Então, a troca amorosa entre duas pessoas é algo que alimenta um ao outro e essa troca amorosa também existe no astral, não é algo que só se justifica para procriar, não, é o momento de amor, de troca.
Por que a homossexualidade?
Há sim, questões de homossexualidade onde alguém de natureza feminina encarnou no corpo masculino, alguém de natureza masculina encarnou no corpo feminino.
É uma questão de que você sente que embora esteja num corpo masculino tem uma natureza feminina e vice-versa, mas há não apenas a questão de uma natureza trocada.
Há também, muitas vezes, o interesse de relacionar-se com alguém da mesma natureza.
Há quem tenha natureza masculina e está num corpo masculino, mas tem interesse em trocar carinho e amor com quem é da mesma natureza. Também acontece de ter uma natureza feminina, um corpo feminino e ter vontade de trocar carinho, de trocar amor porque sente carinho por alguém que também é feminina e de natureza feminina.
Onde há respeito, amor, carinho, não há pecado, não há nada de errado.
O respeito só é respeito de fato, e nós devemos respeitar a opção sexual e afetiva de todas as pessoas, o respeito só é respeito quando ele não vem acompanhado de uma palavrinha: “mas” - “eu respeito, mas eu acho...” - então, a questão é essa ou respeita ou não respeita.
Qual é o olhar da espiritualidade?
O olhar da espiritualidade é:
Às vezes, alguém de natureza feminina está num corpo masculino, às vezes alguém de natureza masculina está num corpo feminino. Mas, a questão é: às vezes alguém de natureza feminina e corpo feminino querem trocar carinho com alguém da mesma natureza e vice-versa.
A natureza masculina é ativa, a feminina é passiva.
O problema na questão do sexo é o vício.
15px; text-align: justify;">Onde há virtude, sentimento, não há vício.
Onde não há sentimento nenhum, há dependência, o sentimento é de crise de privação, onde o que você sente é um vício, algo que lhe dói, que lhe machuca, isso nós dizemos que não é bom. Tudo que machuca não é bom, o que lhe faz bem é bom.
E tudo que é bom é justamente onde não há dor, nem mentira, nem enganação, nem nada disso. E a pior mentira que existe é mentir para si mesmo, que a gente possa primeiro nos respeitar, entendendo que o corpo é sagrado.
Há de se compreender, pela Umbanda, que a semeadura é livre, a colheita é obrigatória e nas questões pertinentes ao sexo, entender que sexo é algo que deve estar vinculado ao amor, ao carinho e que o corpo é algo sagrado, respeitando isso eu nunca vi nenhum Preto Velho, nenhum Caboclo, nenhum Boiadeiro, nem Baiano, nem Exu, nem Pombagira ter algum preconceito ou discriminar alguém.
Que a gente possa entender isso sob um olhar divino, um olhar sagrado, entender a questão das naturezas e da liberdade que cada um tem de trocar amor e carinho com quem quiser desde que haja respeito.
Conclusão: Nosso Orixá Ancestral é aquele que no momento de nossa criação nos recebeu e nos transmitiu suas qualidades impregnando-nos de sua essência Divina que tanto pode ser feminina ou masculina.
Anna Pon
(Texto baseado no Curso de Teologia de Umbanda Sagrada – Desenvolvido por Rubens Saraceni – Ministrado por Alexandre Cumino)
Olá, sou Anna Pon