Esposa amiga ( mensagem de Vovó Cambinda)
15px;">Esposa Amiga
Assim como a maioria das mulheres, a protagonista dessa história se casou cheia de sonhos, planos, projetos de alegrias e venturas.
Esmerou-se na arrumação do novo lar e dos preparativos para o grande dia que considerava ser o dia, até então, mais importante de sua vida.
O noivo compartilhava de toda essa euforia com sua noiva, também ele tinha sonhos, planos, projetos e, assim como ela, esperava pelo grande dia que mudaria seu estado civil e sua vida.
Amigos e parentes também compartilhavam a alegria do casal e se envolviam na arrumação geral para esperarem, também eles, o grande dia que prometia muita emoção.
15px; text-align: justify;">Tudo pronto, revisados os detalhes, eis que o dia amanhece prometendo modificar para sempre duas vidas que haveriam de se unir, naquele dia, pelos laços da afeição e afinidade.
Ânimos agitados, correria. Os noivos já sentiam, desde cedo, aquele “frio na barriga” e o nervosismo natural pela chegada de tão esperado dia.
A nave da igreja, enfeitada de finas flores, aguardava a chegada dos noivos “mais felizes do mundo” e, esses, por sua vez, tremiam só de pensar no momento de entrar ao som da marcha nupcial que os faria congelar as veias e tremer, de emoção, todo o corpo.
E foi o dia mais feliz, até aquele momento, na vida dos noivos. A cerimônia fora bela e emocionante. A noiva estava linda e o noivo elegante.
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Os convidados, vestidos à altura, cumprimentavam o casal buscando secar lágrimas de emoção que, nas mulheres, causavam o incomodo borrão na maquiagem e nos homens, constrangimento.
A festa, impecável, aparentemente a todos agradava e seguia o casal feliz naquele dia tão especial de suas vidas, sorrindo, posando para uma infinidade de fotos, mas com muito boa disposição.
Fim da festa, malas prontas, o casal vai viajar no sonho da Lua de Mel que melhor seria se fosse de cristal, mas, essa é apenas uma consideração, algo a se refletir e pensar.
Felizes passeiam, amam, desfrutam das belezas da viagem tão sonhada, mas, viagens também acabam e a volta à realidade é inevitável.
Volta o casal para começar uma nova vida em seu novo lar aconchegante e planejado com esmero pelos dois radiantes noivos recém casados.
15px; text-align: justify;">Voltam aos seus respectivos trabalhos ainda sob o efeito inebriante da Lua de Mel. Comentam com seus amigos sobre a maravilhosa cerimônia, festa e viagem. Vivem, por algum tempo ainda assim, sob o efeito da euforia natural de quem realiza um sonho.
O tempo, porém, passa e com ele leva a euforia, deixa apenas a lembrança dos momentos de tão grande alegria.
A vida real começa para o casal trazendo consigo o natural problema de quem inicia um convívio diário, compartilhando o mesmo teto. Nesse momento discussões e desentendimentos também são naturais, pois o período de adaptação do casal é uma questão delicada.
Passado o período critico, o casal vai se acomodando e se adequando à nova vida, que já não tem mais a doçura e o encanto da Lua de Mel, nem tampouco a euforia da cerimônia, festa, viagem.
E o dia mais feliz da vida do casal passa deixando lembranças, porém, a chegada de uma criança toma definitivamente seu lugar. Agora, o dia mais feliz da vida dos dois é o dia que chega ao mundo o tão esperado filho, que será neto, sobrinho, primo, filho do casal amigo do qual alguém foi padrinho de casamento.
Dias mais felizes mudam conforme muda a vida e o interesse do ser humano.
A criança então rouba a cena, cuidados são necessários. E o casal coruja se desdobra para atender o pequenino ser em suas tantas necessidades.
Mas o tempo passa, a criança cresce e o casal espera por mais um dia que venha a se somar aos outros dias mais felizes de suas vidas, talvez, quem sabe, a chegada do neto se torne então esse dia feliz tão esperado.
Ao longo desse caminho, porém, muitas coisas acontecem. O relacionamento exige compreensão, tolerância, amizade em esquema de mão dupla para poder se manter firme e sólido, como sonham tantos, porém em alguns casos, as coisas não acontecem bem assim e um dos dois tem de ser mais forte.
Alguns casais sucumbem aos primeiros ventos que anunciam uma tempestade, outros sobrevivem aos ventos vindo a sucumbir aos primeiros raios, mas há os que sobrevivem bravamente às tempestades, alcançando a calmaria renovadora que chega imediatamente após uma forte tormenta.
Nossa protagonista, ao longo da história de seu casamento, viveu alegrias e tormentos. Superou a dor, o constrangimento, com muita fé e coragem. Jamais esqueceu os doces sonhos do começo, pelo contrário, foram esses sonhos que alimentaram sua alma para que ela superasse as dificuldades.
O marido, antes tão presente e prestativo, alguns anos depois do nascimento do filho, passa a apresentar sinais de irritação, modificando sua conduta antes irrepreensível. Ela percebe a mudança, busca o dialogo em vão. O tempo passa e a situação mais se agrava. Ele fala em separação, mas ela não quer nem discutir o assunto fechando-se em copas. Ele insiste, ameaça e daí para a violência foi um pequeno salto. Mesmo assim ela não pensa em separação, pois o homem pelo qual se apaixonou e casou, não era aquele que agora a agredia, insultava.
Diante de tão triste situação, ela, sem saber ao certo o que se passava com o marido, foi em busca de auxilio espiritual. Bateu em muitas portas, foi explorada financeiramente, mas não desistiu da busca. Foi uma longa caminhada até que encontrou a ajuda tão exaustivamente buscada na fé de franzina senhora que com muito amor e boa vontade, atendia as pessoas em sua humilde casa. A senhora franzina, de alma cristalina, era médium de incorporação e trabalhava com uma entidade de muita luz e sabedoria.
Ciente do problema espiritual que seu companheiro vinha a anos enfrentando, ela então se mune de coragem e reúne forças para enfrentar a batalha. Foram vários atendimentos e muitas conversas amigas com a franzina senhora que, incorporada, a orientava com muito amor e cuidado.
Preces diárias tornaram-se um hábito para ela, bem como a higienização de seu lar com ervas especialmente preparadas pela entidade amiga que ela carinhosamente passou a chamar de vovó.
Foi um longo caminho, porém, os primeiros frutos de tanta dedicação não tardaram a aparecer. Pouco a pouco, seu companheiro foi se acalmando, por vezes até voltava a ser gentil agradável e carinhoso com todos e em casa.
Quando a situação já apresentava sinais de controle, vovó pediu a ela que trouxesse seu companheiro à sua presença. Ela, porém, sabia que seria difícil convencê-lo a ir, mas, confiando sempre na luz e na força da vovó, o convidou. Ele aceitou imediatamente o convite sem discutir, fato que muito a espantou, porém, encheu de alegria o seu coração que era só amor e bondade em sua mais profunda essência.
Juntos, diante da franzina senhora que incorporava a doce vovó, o casal então, tomado de surpresa, recebeu a seguinte revelação:
“Vocês passaram pela tormenta! Alegrem-se! Sei que a prova foi dura para os dois, porém, vocês venceram. O amor triunfou. A paciência temperou e Nosso Senhor abençoou a união de vocês que agora está fortalecida, pois, na ventura, tudo é mel, mas na dificuldade, tudo é fel. Vocês atravessaram as nuvens escuras, agora é tempo de desfrutar do bem que a experiência traz. Em outros tempos, numa outra vida, vocês não conseguiram superar a discórdia e se tornaram inimigos. Você, filha, um dia fez esse seu companheiro sofrer muito por conta de sua rebeldia e falta de limites, mas agora, superou tudo com a força do amor e da perseverança no bem em seu coração. Foi por isso que ele passou por essa crise de personalidade, para que enfim vocês se acertassem e se perdoassem como nos ensina Jesus. O perdão os libertou. Não fosse seu amor filha e a sua insistência em recuperar seu marido, a essas horas não estaríamos aqui reunidos, falando dessa história vivida por vocês. Na verdade você precisava mais de ajuda do que ele, compreende filha? As vezes o que parece ser não é e o contrário também vale. Você precisava dessa experiência para que sua alma fosse lapidada e para que o amor se fortalecesse em seu coração. Você filho, por sua vez, se deixou envolver demais pela crise que deveria ter sido menos áspera. Você também é responsável pelos excessos que não deveriam ter alcançado os patamares da violência, mas, o amor tudo cura. Comecem uma nova etapa em suas vidas, apaguem o passado e sigam em paz. Cuidem muito bem um do outro para que essa oportunidade que Deus está dando a vocês seja coroada de muito sucesso e luz. Agora é seguir em frente com muita amizade e compreensão.”
A esposa amiga venceu. Ela lutou bravamente pelos seus sonhos e pelo perdão que sua alma tanto necessitava, perdoando seu companheiro é que na verdade ela foi perdoada e, lutando pela sua recuperação é que ela enfim se recuperou.
O bem é contagioso e quando nele perseveramos nos iluminamos e nada há que possa vir a fazer sucumbir o bem que conquistamos com fé, esperança e amor.
Vovó Cambinda da Guiné
Anna Pon em 21.09.2010
Olá, sou Anna Pon