Dúvidas frequentes sobre Exu (questionário) Por Anna Pon
Dúvidas frequentes sobre Exu (questionário)
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Texto baseado em perguntas feitas via internet.
P: Na umbanda se diz que Exu foi criado antes dos outros seres, o que isso quer dizer?
R: Exu é mensageiro dos Orixás, é aquele que se movimenta em todos os planos e sub planos. Diz a lenda africana, que Exu foi criado antes de tudo e de todos, pois ele representa o vazio que posteriormente Oxalá preencheu e essa é uma lenda do Candomblé que foi, de certa forma, adequada à Umbanda.
P: Como poderia ser da forma Acima, se todos foram criados simples e ignorantes e se os anjos e santos, por exemplo, somente se tornaram seres de luz, após muitas jornadas? Em tese, não fomos todos criados exatamente da mesma forma?
R: Não confundir a criação dos Orixás com a criação do ser humano. Orixás são vibrações/virtudes exteriores de Deus, são Sua própria manifestação e Exu é uma delas, pois é um Orixá, mas, os espíritos que incorporam como Exus são seres em evolução assim como todos nós, humanos.
P: Procede a informação de que sem Exu não se faz nada?
R: A afirmação umbandista: “Sem Exu não se faz nada”, significa que, ritualisticamente e magisticamente, ao abrir-se uma gira de Umbanda, Exu é saudado primeiro, pois ele é a segurança da gira em todos os sentidos, é ele quem abre e fecha portais, quem dá estabilidade ao trabalho, é o grupo de Exus que faz o cordão de proteção no terreiro e no seu entorno, é ele quem encaminha àqueles que não necessitam passar pela gira, Exu traz e leva espíritos encarnados e desencarnados, é quem observa e garante o bem estar de todos. Exu barra os mal intencionados e aplica a Lei a todos que mereçam ou necessitem não confundir, porém, tal afirmação, com o cotidiano do médium onde o livre arbítrio garantirá uma mediunidade saudável ou não, ou seja, Exu não está presente o tempo todo nos processos da encarnação atual das pessoas, mas sim quando e onde pode, ou deve atuar.
P: As entidades que trabalham na vibração de Exu sempre trabalham na esquerda?
R: Existem espíritos que trabalham na esquerda, vibração de Exu, e ao mesmo tempo na direita, entenda-se esquerda como emocional e direita como racional, um exemplo é nosso querido e muito conhecido Zé Pelintra.
P: É indispensável o uso do álcool e do fumo no trabalho de Exu?
R: O uso do fumo e do álcool pelas entidades pode ser dispensável e substituído por outros meios energéticos similares, porém, quem define o material a ser usado é sempre a entidade. O álcool serve como anticéptico e o fumo como diluidor de energias deletérias, por exemplo.
P: Por que eles são (injustamente) vistos por outras religiões como "demônios"? Como surgiu esse preconceito?
R: O preconceito que Exu sofre, deve-se ao fato da “demonização”, por parte de algumas religiões, a tudo aquilo que não é conhecido, ou dominado, por elas. O conceito de Demônio ou “o mal” foi profundamente arraigado nas mentes pelas religiões predominantes no mundo, assim como a imagem com chifres e tridentes que, em outras culturas, não significam o mesmo mal cultuado por essas outras.
A falta de informação e boa vontade impedem as pessoas de se livrarem de velhos conceitos.
P: O que são exus?
R: Exus são entidades espirituais a serviço do bem no ritual de Umbanda. Outras práticas mediúnicas utilizam esse nome a fim de, a seu bel prazer, lidarem com energias densas, realizando trabalhos de baixa magia, o que, na Umbanda, não se faz.
Utilizam o nome Exu para mascararem suas práticas, dessa forma enganam muita gente mal informada. Exu, na Umbanda, trabalha no bem, pelo bem e progresso da humanidade.
P: Todos nós temos um Exu guardião? Nosso anjo da guarda seria um Exu?
R: A principio, todas as pessoas podem contar com a ajuda e a proteção de um Exu, mesmo que não saibam, pois eles são espíritos a serviço do bem e do progresso tanto das pessoas quanto do planeta.
Não confundir, porém, Exu guardião com anjo guardião, um trata de questões especificas na encarnação das pessoas e o outro, de outras.
P: Os Exus e os pretos velhos são parceiros? Eles trabalham juntos?
R: Exus são parceiros de outras entidades sim. Sempre que um Preto Velho precisa da ajuda de um Exu para resolver algum caso, ele o chama sem problema algum, pois todos são parceiros na obra do bem.
P:Em outras crenças qual é o correspondente à função de Exu ?
R: Exu é uma divindade como todas as outras, todas as divindades tem origem em Deus, mas a origem cultural de Exu é Africana, Nagô Yorubá.
Na África, os Orixás aparecem na cultura Nagô Yorubá, cultura essa que fala a língua dos Orixás e que é a língua Yorubá, é uma cultura mitológica que explica o mundo, a religião, a fé, a forma de se relacionar com o sagrado, tudo é explicado por meio de mitos – os mitos são relatos.
Exu, Shiva, Hermes, Pã, Príapo, Dionísio, Min, Bes, Seth, Savitri, Lóki, Baal, Shulpae, Shullat, Kanamara Matsuri, Baco, Anzu, são correspondentes à Exu em outras culturas.
Exu — Divindade africana, da cultura Nagô que predomina na região da atual Nigéria e parte da República Popular do Benim. É o Trono da Vitalidade e também um Trono Tripolar (vitaliza, desvitaliza ou neutraliza toda e qualquer ação).
Orixá Exu tem origem Nagô, onde é Divindade fálica, age também no sentido do vigor físico e espiritual. Seu nome, na língua Yorubá, quer dizer Esfera, mostrando ser uma Divindade que atua em Tudo e em todos os campos.
P: O que seria um Exu não batizado?
R: O Exu Batizado é uma alma humana já sensibilizada pelo bem, evoluindo e, trabalhando para o bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser força que ainda se ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que penetra nos reinos da marginalidade.
Não se deve, entretanto, confundir um verdadeiro Exu com espíritos zombeteiros, mistificadores, obsessores ou perturbadores, que recebem a denominação de Kiumbas e que, às vezes, tentam mistificar, iludindo os presentes, usando nomes de “Guias”.
P: Sobre os ciganos e os exus. Qual a relação entre eles? Eles também cumprem a mesma função dos exus? Existe cigana Pomba Gira?
R: E tem Exu Cigano? Tem. Tem Pomba Gira Cigana? Tem. Agora, todo Cigano é Exu? Toda Cigana é Pomba Gira? Não. Se você está num Terreiro que não tem trabalho com Ciganos, pode ser que a sua Cigana encontre espaço na linha de Esquerda pra incorporar, que teu Cigano encontre espaço na linha de Esquerda pra incorporar.
Há dentro do povo Cigano, aqueles que são os Ciganos de Direita e os Ciganos Guardiões, há os Ciganos que fazem a guarda do seu povo e que não são considerados Exu e Pomba Gira, mas que trabalham na Esquerda como Cigano, como se fosse Cigano Quimbandeiro – Ciganos à Esquerda.
Muitos deles vêm na linha de Esquerda pra trabalhar por encontrar espaço de trabalho na linha de Esquerda.
Eles têm o louvor e amor por Santa Sara Kali que é a santa que representa esse povo, que é a santa negra, sincretizada com Egunitá pra nós aqui na Umbanda, Linha do Oriente: a gente diz que os Ciganos vinham na linha do Oriente, a linha do Oriente representa o Povo do Oriente.
P: Posso acender velas ou mesmo dar alguma oferenda para Exu dentro de casa? Isso procede? E dependendo da erva posso tomar o banho dos pés a cabeça?
R: Eu posso acender velas para todos os Orixás, se existe um Orixá chamado Orixá Exu, eu também posso acender uma vela para o Exu. O que agrada Exu? Aqueles elementos que eu ofereço para as linhas de trabalho, pra entidade Exu, são elementos que agradam ao Orixá Exu que estão na força do Orixá Exu.
Eu posso oferecer para o Orixá Exu uma vela, um copo de pinga e um charuto, isso já é um agrado para o Orixá Exu.
No assentamento do Orixá Exu, na firmeza do Orixá Exu, pode se colocar uma pedra preta ou uma pedra chamada “laterita vermelha” conhecida como “Iangui” é a pedra do Orixá Exu.
Pode-se oferecer uma pedra de Iangui ou uma pedra preta, um copo de pinga ou você compra uma quartilha de barro – a quartinha de barro é a quartinha de Exu, é a quartinha que se usa para o Orixá Exu – coloca pinga nessa quartinha, fecha a quartinha.
Ervas que não causam irritação na pele podem ser utilizadas nos banhos da cabeça aos pés.
P: Existe diferença energética na incorporação de Exu no candomblé e na umbanda?
R:Existe sim diferença na incorporação de Exu na Umbanda e no Candomblé, pois, na Umbanda, incorpora-se a entidade e no Candomblé somente a vibração/essência do Orixá.
P: As entregas feitas tanto no candomblé como na umbanda fazem diferença na aproximação da entidade Exu com o médium?
R: Entregas são uma forma de fortalecimento do campo mediúnico, porém não podem garantir a aproximação da entidade, o que realmente garante um bom intercambio é a conduta do médium no sentido de buscar melhorar-se sempre em todos os sentidos da vida.
P: É possível Exus brigarem?
R: Não existe a menor possibilidade de brigas, disputa entre Exus, isso é coisa de encarnado. Entre os quiumbas sim, existem disputas das mais variadas.
P: É possível Exu ser capturado e preso por entidades trevosas?
R: Sim, é possível, porém ocorre com Exus iniciantes e lhes serve de lição no aprendizado, os mais experientes não se deixam capturar.
P: Por que Exu é representado em imagens com chifres e tridentes?
R: A representação, um tanto bizarra, de Exu, que encontramos no comércio, certamente assusta e reforça a ideia demoníaca sobre Exu, o que não corresponde à verdade, porém, algumas vezes, e em determinados lugares densos dos umbrais, Exu tem de se apresentar de forma assustadora a fim de transitar melhor nesses vales de dor onde, muitas vezes, vão resgatar espíritos que já se encontram prontos para saírem de encontro à evolução, portanto, alguns médiuns videntes, ao se depararem com Exu, nessa forma, generalizaram e não aprofundaram seus estudos/pesquisas acerca do assunto. Exu, entidade, é homem como todos.
P: Existe Exu do bem ou do mal?
Não existe Exu do mal, o que existe são espíritos maldosos que se passam por Exu usando, indevidamente, seu nome. Exu evolui assim como todos nós, quanto maior é o bem que pratica mais rápida é sua evolução.
P: Podemos conversar, mentalmente, encarando Exu como espiritualidade amiga?
Todos podem conversar com Exu mentalmente, pedir sua proteção, eles são bons combatentes contra o mal que há pelas ruas e outras tantas formas de mal que nos rodeia.
P: Qual a função e como atuam estas entidades dentro dos trabalhos espirituais?
R: Exu trabalha em todo e qualquer grupamento que se destine à mediunidade, protege a casa, seja ela espírita, Umbandista, ou outras, repele espíritos zombeteiros e os encaminha à destino adequado, atuam como soldados, policiais, investigadores, vamos colocar assim para melhor compreensão. São considerados trevosos por aqueles que desconhecem suas funções e o preconceito impede que as pessoas busquem esclarecer-se sobre suas reais funções/adequações aos trabalhos.
P: Se os Exus são guardiões e atuam no bem, por que dizem que realizam o que a pessoa pede, mesmo se for o mal?
R: Exu não atende a pedidos que possam interferir no livre arbítrio das pessoas, espíritos que assim procedem são entidades sem luz se passando por Exu.
P: Muitos médiuns para incorporar “exu" falam muitos palavrões e retorcem suas mãos para traz o que é isso?
R: Exu não fala palavrão, essas palavras são de médiuns mal educados, ou mal orientados, quanto ao fato de os médiuns, quando incorporados, torcerem as mãos, pode ser por conta de impacto energético no ato de incorporar, mas, com o tempo, o médium vai aprendendo a permitir o acoplamento mais suave da entidade.
P: Eles nos protegem do perigo, de acidentes, assaltos...?
R: Exu protege sim seus tutelados, sejam eles médiuns de incorporação ou não, basta que tenhamos o discernimento de não nos expormos, gratuitamente, aos perigos.
P: Quais as diferenças entre exus e espíritos guardiões, anjos da guarda? Por que o movimento espírita descarta os exus? Existe relação dos exus com as raízes africanas?
R: Exu é entidade incorporante na Umbanda e Orixá nos cultos de nação africana, anjo da guarda é espírito designado à nossa proteção desde o nosso nascimento. O movimento espírita, por se tratar de outra forma de relação com a espiritualidade, não aceita, em suas lides, a manifestação de Exu pelo simples fato de não realizar trabalhos de incorporação como ocorre na Umbanda. É preciso entender que espiritismo, Umbanda e Candomblé, são religiões distintas, embora conservem, em sua essência, alguma semelhança.
P: Como os exus são vistos na África e em outras culturas, por exemplo, a indígena?
R: Em algumas partes da África cultua-se Exu como Orixá, divindade, na cultura indígena não há, porém deve existir outra forma de representação/associação, em outras partes do mundo existe o correspondente à Exu com outros nomes e formas de culto.
P: Os Exus são espíritos antigos? Eles têm reencarnado na Terra nos tempos recentes?
R: Alguns Exus são espíritos antigos, viveram em várias culturas e trazem o conhecimento adquirido em cada uma delas. Alguns reencarnam na Terra.
P: Os Exus podem estar presentes no evangelho do lar?
R: Se houver necessidade, Exu pode atuar quando a família se reúne para o Evangelho sem que seja necessário pedir por isso, uma vez que os pedidos de proteção são feitos sempre no inicio da leitura à outros espíritos protetores que, por sua vez, podem solicitar a presença ou intervenção de Exu se assim julgarem oportuno.
P: Qual nosso compromisso junto a esses amigos espirituais? Fazer nossa reforma intima e cuidando os pensamentos e ações é o suficiente?
R: Esta é uma relação de mão dupla, unidos, médium e espírito ajudam-se mutuamente na evolução, o compromisso com os espíritos, sejam eles Exus ou outros é firmado antes da encarnação e cada um sente tal compromisso de forma particular. Certamente buscar a reforma intima cultivando bons pensamentos, ações e reações, auxiliam a ambos a evoluírem.
P: Através da vidência, certa vez se apresentou um "homem q usava cartola e capa". Seria um exu?
R: Nem todos os espíritos que se apresentam vestindo cartola e capa são Exus, podem ser apenas amigos em visita.
P: A Umbanda tem segmentos diferentes. Os Exus têm falanges separadas também? Ou são como as demais entidades trabalhadoras que mudam a roupagem fluídica de acordo com o grau consciencial de cada grupo?
R: A Umbanda tem várias formas de expressar-se, porém, as entidades, são as mesmas, apenas adéquam-se às necessidades de cada grupo a fim de realizar o trabalho no bem.
Olá, sou Anna Pon