História de Débora!
Aos dezessete anos a minha minha família era uma alegria só. Os meus pais eram tão amorosos entre eles e nos domingos lá em casa era uma festa. Os meus avós que moravam na mesma rua, vinham com meus tios e primos almoçar e passavam o dia conversando.
Eu sempre fui disciplinada com tudo. Meu quarto era simples mas impecável. As paredes rosa e muitas bonecas de pelúcia. Eu estava saindo da adolescência mas tinha gosto de criança.Comecei a observar algo que há muito tempo vinha vendo e não me dava conta. Na reunião de domingo, meu primo sempre trazia um amigo que ficava entre o pessoal. Os homens se reuniam para jogar baralho e esse rapaz sempre junto. Ele era bonito, na verdade ele portava um físico que o meu olhar se encantava.
Um dia mamãe me chamou a atenção:
- Filha, por que você olha assim para seu primo? Vão achar que você está gostando dele.
- Credo mãe! Jamais. Eu e Maurílio crescemos juntos. Somos quase irmãos. Eu olho para o amigo dele.
Mamãe me olhou, refletiu e perguntou:
- Que amigo?
- Aquele ali! Olha, ele usa camisa azul.
- Não estou vendo ninguém.
- Mãe, olhe direito. Ele está em pé, do lado do Maurílio.
Ela olhou bem e falou:
- Não vejo o rapaz. Vou chamar o Maurílio.
E chamou. Ele veio:
- Oi tia! Precisa de algo?
- A Débora disse que sempre que você vem aqui traz um amigo.
Ele franziu a testa:
- Do que vocês estão falando? Nunca trouxe nenhum amigo aqui. Tá imaginando coisa prima?
E sorriu.
Ele voltou para a mesa junto com papai e os tios. Eu fiquei decepcionada.
Mamãe percebeu e me abraçou:
- Minha querida, á quanto tempo você vê esse rapaz?
- Sempre que Maurílio vem aqui.
- Vai ver que é só imaginação.
O domingo ficou estranho para mim. Fui para meu quarto e me joguei na cama. As cortinas rosa, a coberta rosa, o tapete e as minhas bonecas.
Adormeci.
Adormeci e me via com o rapaz. Ele no altar, numa bela igreja com muitas flores e eu entrando na igreja, olhando para ele em uma felicidade imensa, de repente vi tudo ficar escuro e eu acordei. Meu Deus, o que será isso?
Para esquecer aquele sonho fui estudar para a prova do outro dia, mas vinha o rosto dele todo o tempo na minha mente.
No decorrer da semana, as tarefas de casa, eu ajudando a mamãe em tudo. Era uma terapia limpar a casa, eu colocava uma música e me empolgava com a faxina.
A noite era o aniversário do titio, irmão do papai. Eu não queria ir:
- Vou ter prova amanhã.
- Filha, não gosto que você fique sozinha. Leve os seus livros e estude lá no quarto com sua prima Juliane.
- Está bem mamãe.
E fomos. Era perto de casa.
Tinha até medo de olhar para Maurílio e ver o rapaz.
Comi o bolo e fui para o quarto estudar. A minha prima se divertia na festa.
Me deitei na cama com a intenção de estudar e adormeci. Me vi saindo do corpo, o rapaz vinha me abraçar e disse:
- Continuo te amando. A morte não apaga sentimentos.
- Mas quem é você?
- Sou eu, Vinícius. Sou real, não é a sua imaginação. Eu existo.
Acordei sentindo o abraço e depois ficou frio, fiquei com medo e corri pra cozinha.
Mamãe falou:
- Teve pesadelos de novo filha?
E me abraçou.
- Nossa, você está gelada! Você estudou?
- Não consegui. Senti muito sono, dormi e tive um sonho com aquele rapaz. Ele disse que me ama.
Senti mamãe preocupada, mas a semana seguiu.
Papai ia sair de férias depois de anos trabalhando como um exemplar funcionário de uma contabilidade. Ele e mamãe saíram cedo para comprar produtos de pesca para a viagem.
Era para eu levantar logo em seguida para ir á escola. Quando acordei, vi o rapaz me olhando, disse:
- Não se assuste meu amor, sou eu, Vinícius, lembra?
E me abraçou.
- Vou te levar pra escola.
No caminho sentia algo estranho, mas eu queria ficar com ele. Ficamos horas juntos, ele me hipnotizava. Me levou para uma casa e tivemos intimidades juntos.
Escutei um barulho, era mamãe me chamando:
- Filha, você não foi pra escola? São onze horas!
Levantei assustada:
- Mas mãe, eu lembro de ter levantado e estava indo para a escola, quando Vinícius veio falar comigo e fomos na casa dele e eu...
- Eu o quê?
- Mãe, eu estou apaixonada por ele!
Mamãe levou a mão na cabeça:
- Jesus, o que está acontecendo com a minha filha? Com a minha menina?
Eu estava abatida, sem forças, como se todas as forças tivessem sido sugadas de mim.
Papai falou:
- Filha, você perdeu a prova, o que houve?
Pra remediar, mamãe falou:
- Meu bem, depois te explico. Querida, vai tomar um banho e se alimentar.
Daquele dia em diante me sentia desconectada da Terra, de tudo o que eu estava acostumada. Uma sensação que não sei explicar, um peso.
Tinha medo de dormir e Vinícius me levar pra longe e eu não conseguir voltar para o meu corpo.
Papai adiou as férias, não tinha clima pois eu estava doente.
Fui levada ao psiquiatra, não me sentia a mesma pessoa. Estudar se tornou um sacrifício para mim.
Eu sentia saudades de Vinícius e medo. Eu queria ficar com ele, mas ele não existia. Que confuso.
Uma noite senti Vinícius se deitar comigo, me abraçou e disse:
- Sou eu, o seu amor. Vamos sair passear?
Me levantei, olhei o meu corpo estava na cama. Ele me hipnotizava. Eu olhava pra ele e me encantava.
Vinícius me levou na mesma casa. Era escura, de madeira, móveis velhos. Ele começou a falar que agora eu seria dele e que não voltaria mais:
- Você gosta de mim? Fica comigo!
Por um momento escutei a voz de mamãe. Disse á ele:
- Preciso voltar!
- Não, você não vai!
Me sentia presa, não conseguia sair do lugar. Eu gritava:
- Mamãe!
Disse ele:
- Aqui ninguém pode te ouvir. Ninguém pode te tirar daqui. Agora que consegui te encontrar, não vou deixar você ir.
Depois de horas tentando me acordar, meus pais me levaram para o hospital. O médico disse:
- Ela entrou em coma devido a uma paralisação do corpo que não conseguimos identificar o que é.
O psiquiatra que me atendia foi chamado para dar um parecer. Mamãe contou á eles sobre o rapaz que eu via. Os médicos responderam para mamãe:
- Não é físico. Nada consta nos exames. Oriento a senhora a buscar uma ajuda espiritual. Já vi nesse hospital muitos casos sem solução para a medicina.
Mamãe transtornada não sabia aonde buscar ajuda. Papai lembrou que uma funcionária da contabilidade sempre lia livros psicografados:
- Quem sabe ela pode nos ajudar.
Quando papai foi conversar, ela disse:
- Eu sei o que se passa com sua filha.
- Então por favor, me ajude. Estou desesperado.
- Me leve até o hospital.
E ela foi, colocou a mão sobre a minha cabeça e começou a orar.
De repente Vinícius apareceu para ela do lado da cama onde eu estava em coma. Ele falou:
- Por que me trouxe aqui?
- Você prendeu o Espírito de Débora, solte ela!
- Não! Demorei muito para encontrá-la.
E começou um diálogo entre a amiga de papai que era médium e Vinícius. Disse ela:
- Débora não tem culpa de você ter tido um infarto fulminante horas antes de casar. Você não contou á ela que sofria de a grave doença no coração e isso foi na sua encarnação passada. Sei que o seu sentimento por ela é o mesmo, mas as circunstâncias são outras. Se você ama ela, solte o Espírito dela.
Vinícius respondeu:
- Não, eu não quero perder ela de novo.
- Você não vai perder. Se você aceitar ajuda espiritual, quando terminar o tempo de Débora na Terra, ela vai voltar para o Lar Espiritual e você se encontra e conversa.
- Não, quem garante isso?
Naquele momento em que os meus pais oravam, veio uma senhora de cabelos branquinhos, com uma voz suave disse:
- Vinícius meu filho!
Ele olhou pra ela:
- Mãe!
- Meu querido, vim te buscar. Solte o Espírito de Débora por favor. A sua mãe é quem pede.
Ela o abraçou e sumiram.
Trinta minutos depois eu acordei, olhei:
- Nossa! O que faço aqui? O que houve?
Meus pais choravam e sorriam ao mesmo tempo de alegria:
- Você voltou filha!
Me recuperei e segui a vida. Nunca mais tive pesadelos.
Depois dessa experiência, busquei mais a presença de Deus e os ensinamentos de Jesus.
Quando voltei para o Lar Espiritual, pois cumpri o meu tempo lá na Terra, Vinícius já tinha sido ajudado pelos Mentores e pela mãe e decidimos reencarnar e viver esse amor interrompido.
Vinícius e eu temos muito para evoluir. Um vai ajudar o outro, esse é o nosso propósito, com a ajuda do nosso Criador, mas depende muito de nós. Só quando passarmos pelos desafios da vida física, aprenderemos.
Ensinamentos da história de Débora
O corpo espiritual é eterno. Todas as emoções e sentimentos ficam no arquivo do Espírito, por essa razão quando uma pessoa desencarna, leva no Espírito todas as experiências vividas.
O desencarne leva o Espírito a acreditar que está encarnado, pois sente amor, sente saudades ou revolta e ódio e
muitos não tem conhecimento da imortalidade do Espírito.
Jesus nos deixou os ensinamentos da ressurreição, que quer dizer, imortalidade do Espírito. O Espírito volta para as moradas do Pai, que são as imensas Cidades Espirituais.
Psicografado pela Escritora da Espiritualidade Sônia Lopes