O EXÍLIO
PERGUNTA: Como poderão os terrícolas retificar-se no planeta inferior, se estarão no comando de corpos ainda mais primitivos e, conseqüentemente, viveiros de paixões brutais? É crível que, depois de fracassarem em organismos mais evoluídos, os espíritos terrícolas consigam a sua alforria espiritual em organismos inferiores? A convivência selvagem não há de despertá-los psiquicamente para os antigos desequilíbrios e desregramentos?
RAMATÍS: Realmente, a natureza passional do organismo do homem das cavernas há de predominar com mais vigor do que nos antigos corpos terrestres; o espírito do exilado há de sofrer maior assédio inferior, sob os estímulos hereditários e irrefreados do psiquismo passional do homem do sílex; no entanto, assim o determina a sabedoria da Lei e da Técnica Sideral, que bem sabe do êxito a ser conseguido, pois que apenas se repetem os mesmos acontecimentos, que em milhares ou bilhões de ocasiões têm sido empregados como recursos de retificação à rebeldia espiritual, nos mundos materiais e no astral junto à crosta. O exilado terrícola recebe o corpo na conformidade apenas de sua psicologia espiritual, e que corresponde à sua estultícia, desregramento e indiferença pelos bens superiores. Lembra o irresponsável e desastrado condutor de veículo, que se torna indigno da confiança do seu chefe ou patrão, e só merece ser colocado na direção de viaturas tão imperfeitas e desconfortáveis quanto a sua própria índole daninha no dirigir! A alma que arruína, deforma ou destrói o seu organismo físico no fogo das paixões violentas e destruidoras deve receber, pela lei de compensação, um corpo desconfortável e primitivo, em correspondência com a rudeza do seu péssimo comando. Deus seria imprudente ou pouco sábio se prodigalizasse organismos mais sadios e mais perfeitos às almas que só admitem a orgia destrutiva dos sentidos animais! Os espíritos que abusam da bênção reencarnatória em um corpo físico sadio e evoluído não só criam prejuízos para si, como afetam desde o trabalho dos técnicos responsáveis pela configuração etéreo-astral do molde da carne, até àqueles que intercedem pela reencarnação. E esses prejuízos ainda se estendem aos próprios pais, que se sentem subestimados no esforço de criar e educar o descendente que malbarata o vaso físico. O mau uso do corpo sacrifica laboriosa equipe de trabalhadores, que operam para o bom êxito da reencarnação, seja qual for a retificação cármica, assim como o malfeitor espiritual, que zomba do privilégio abençoado no "direito de nascer", sobre outros milhares de espíritos preteridos na descida.
DO LIVRO: “MENSAGENS DO ASTRAL” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.