quarta-feira, 20 de outubro de 2021

São Jorge e o Dragão

 

 São Jorge e o Dragão


Pode ser uma ilustraçãoCerta vez um andarilho resolveu mudar de cidade a fim de tentar melhor sorte em outro local. Como não tinha recursos, começou sua jornada caminhando por uma das maiores estradas do estado. Passados alguns dias estava faminto e exausto quando avistou um posto de combustível destinado a caminhoneiros. Neste local estes trabalhadores além de abastecerem seus veículos, tomam banho, alimentam-se e repousam por algumas horas.
O local tinha uma pequena estalagem e lhe chamou a atenção o nome do estabelecimento “São Jorge e o Dragão”. Resolveu bater a porta quando uma mulher com visível mau humor lhe atendeu: - O que deseja?
- Minha Senhora, estou caminhando há dois dias sem nada comer, não teria algo que pudesse me oferecer?
A mulher demonstrando profunda irritação lhe diz: - Mas o senhor é um vagabundo mesmo! Não tem mais o que fazer do que incomodar os outros? Ponha-se daqui para fora imediatamente... (e lhe bateu a porta na face com violência).
O pobre andarilho assombrou-se com a reação inesperada. Deu alguns passos para trás, olhou novamente o nome da estalagem, “São Jorge e o Dragão”, e resolveu bater novamente a porta.
Desta vez a mulher já o atendeu com a vassoura em mãos e irada lhe perguntou: - E agora o que deseja?
Respondeu-lhe o andarilho: - Bem, com a Senhora eu já falei, poderia agora falar com São Jorge, afinal o dragão já me atendeu não é?
Esta pequena história nos adverte sobre as fraquezas que ainda temos e precisam ser controladas. Geralmente quando somos incomodados e retirados de nossa zona de conforto quem primeiro atende a nossa porta é nosso dragão interior. Reagimos frente à grande maioria dos desafios de nossas vidas com irritação e azedume.
Desta forma nos cegamos frente às oportunidades que se apresentam nestes instantes e quando permitimos que nossos piores sentimentos sejam os primeiros a atender nossas necessidades uma montanha de problemas são gerados, portas são fechadas, amizades e lares são destruídos.
Controlar nossas atitudes intempestivas não é tarefa fácil e exige disciplina para que certos vícios de comportamento sejam domados. Resumindo, precisamos educar nosso íntimo.
Portanto, entender nossas emoções e lutar para corrigir certos temperamentos é medida acertada que evita dissabores e trás paz interior. E somente em paz podemos usufruir melhor dessa bela jornada chamada vida.
Pense nisso!
Ivan da Cunha (autoria)