quarta-feira, 20 de outubro de 2021

História de Morgana!

 

 História de Morgana!


Pode ser uma imagem de flor, ao ar livre e textoMorgana relata:
Estou deslumbrada com a minha condição. Pensei que morrer simplesmente acabava tudo, por isso tinha tanto medo que a pessoa que eu tanto amava morresse. Penso que se eu tivesse conhecimento sobre a imortalidade do Espírito eu teria sido uma pessoa melhor. Mas hoje eu entendo a Misericórdia Divina, a Inteligência do Criador que nos deu o livre arbítrio de escolha para nos levar ao conhecimento Espiritual.
Quando eu cheguei na Colônia Espiritual e reencontrei pessoas que convivi lá na Terra, que eu fiz tanto mal e elas mesmo assim cuidaram de mim com amor, o meu ser mudou.
Falo isso, porque sempre acreditei quando encarnada que era eu quem ditava as regras. Eu era a inteligência. Nascida em berço de ouro, fui criada para mandar em empregados vinte e quatro horas para me servirem. O meu mundo era outro.
Aprendi que o poder, o domínio e a felicidade era de quem tinha dinheiro e vivi isso. Empregados eram apenas empregados. Nunca olhei para eles ou pensei que também são seres que sofrem e tem sentimentos. Nunca parei para observar ao meu redor a vida do outro, via só a minha. Muito orgulhosa, não interagia com os empregados e assim foi.
Quando eu tinha dezoito anos, comecei a ter a minha própria casa, onde me reunia com amigos. Muita bagunça, música e eu era a dona da situação.
Um dia, a senhora que cuidou de mim desde que nasci, veio a me aconselhar que o caminho que eu estava indo era de escuridão. Respondi:
- Você não me dirija a palavra, quem você pensa que é? Sou rica, não preciso de seus pobres conselhos!
Então a senhora que era a minha babá, chorou e disse:
- Desejo que você desperte para o bem.
Mas eu não entendi o que ela queria me dizer.
Entre os meus pais, eu não sabia muitas coisas deles. Não tinha muito diálogo entre nós, só um bom dia quando nos encontrávamos para as refeições. Papai calado, mamãe com o olhar triste. E eu agora tinha a minha própria casa. Fazia o que eu queria. Final de semana, muita festa, diversão, muitos amigos, todos ricos e bonitos.
E assim foi a minha vida.
E a empregada sempre me aconselhando. Eu não me importava com os conselhos dela. Era só uma empregada até ela sofrer um AVC e desencarnou muito rápido. Quando mamãe me chamou pensei:
- Eu não vou em um velório de uma empregada!
Mas mamãe insistiu.
E mamãe fez uma revelação que me deixou muito revoltada, na verdade, com ódio. Disse minha mãe:
- Minha querida, você é jovem, bonita, herdeira de todos os meus bens, mas não sou sua mãe biológica, Marina, a sua babá é sua verdadeira mãe. Eu não podia ter filhos. Ela chegou nessa casa grávida, sem ter onde morar, rejeitada pelo pai da criança. Eu a acolhi aqui nessa casa e ela deixou você ser minha filha.
Eu olhei para mamãe:
- Como você deixou eu me tornar tão arrogante? Tão fria? Tão cruel? Sempre tratei Marina tão mal!
Mamãe me respondeu:
- Minha querida, você teve o livre arbítrio de ouvir os conselhos de Marina. Não culpe ninguém pelo que você é. São suas escolhas! Eu não te ensinei a ser arrogante. Você nunca me viu tratar ninguém mal.
Respondi á ela:
- Não te perdôo por ter mentido para mim. Vou embora para sempre e nunca mais quero te ver! E quando você morrer, eu não vou no seu velório. E se você não podia ter filhos, é porque é uma incompetente e exijo toda a parte dos bens que tenho por direito. O meu advogado vai te procurar e me faz um favor, me esquece!
Saí e não voltei mais.
Algumas vezes falei com meu pai, até me mudei de local. Fui morar na praia. Comprei uma bela casa de frente ao mar.
Passou anos quando soube que mamãe faleceu, mas eu não dei importância. Ainda carregava ódio dentro de mim e sentia um peso enorme.
Com o tempo, parei com as festas e as bebedeiras. Como se eu sentisse alguém me falando: perdoa, mas eu não conseguia!
Chorava muito.Muitas vezes sozinha, eu ficava horas olhando para a praia, a água me acalmava e me ajudava a refletir sobre tudo o que eu tinha vivido até ali. Pensava como tratei mal a mulher que me deu a vida. Eu precisava aprender a ser uma pessoa melhor.
Quando em um final de tarde, no por do sol, conheci Felipe:
- Sempre vejo você aqui observando a beleza do mar. Seu olhar parece triste!
E a partir dali, começamos uma amizade.
Contei a minha história pra ele. Tudo, desde a infância. Ele ouviu e disse:
- Você precisa se permitir entender o que aconteceu com você. Vejo em você arrogância. Não somos melhores que os outros, estamos sempre aprendendo.
Felipe falava coisas que mexiam com meu ego.
Um dia briguei com ele, pois não aceitava que ele dissesse que o perdão era necessário.
Ele ficou dias sem aparecer na praia. Eu sentia saudades das conversas. Ele aos poucos foi me ensinando sobre o que é o amor e isso mexeu comigo, pois estava sozinha, longe das duas mulheres que tinham sido as minhas mães.
Um dia, olhando a beleza do mar e ouvindo o barulho da água, ele chegou. Me alegrei muito. Ele me perguntou:
- Pra quem não acredita em Deus, você tem contemplado a sua criação. Toda essa beleza, foi criada por Deus, ou quem você pensa que criou todas essas belezas? Seja grata Morgana, por sua vida, pelo amor que você recebeu! Limpe essa revolta de dentro de ti! Perdoe minha querida, seja feliz!
As palavras de Felipe me faziam refletir.
Um dia em frente a praia, conversei com o Criador:
- Deus, percebo hoje que Você tem o controle do Universo e mesmo assim, Você é bom! Até hoje, eu não criei nada de bom, só arrogância e isso me faz mal. De que vale ter dinheiro como posse e ser infeliz como eu estou? Sei que eu procurei a infelicidade, por não amar as pessoas que passaram pela minha vida. Deixei o ódio dominar todo meu ser.
Felipe, não vi mais.
Com o tempo, casei.
O meu primeiro filho nasceu e foi tudo bem, mas o segundo, eu e ele não resistimos.
Quando acordei, pensando ainda estar na enfermaria da Terra, vi Felipe, que cuidou de mim.
Depois Felipe me falou:
- Morgana, quando conversávamos na praia, eu era um Espírito. Eu fui seu pai biológico. Logo após saber que sua mãe estava grávida, de início não aceitei e logo após eu desencarnei em um acidente e vim para essa Colônia e tive a orientação de te ajudar espiritualmente. O filho que você trouxe em seu ventre por seis meses com muita dificuldade, é o Espírito de Marina, pois ela precisava sentir o seu amor, sentir o seu perdão e isso aconteceu. Só o amor de mãe é capaz do singelo perdão e você conseguiu. Eu chorava muito ouvindo tantas revelações.
Disse Felipe:
- Breve você vai encontrar a mãe que te criou e que você não foi no velório dela por ódio.
Eram tantas informações. Fiquei dias em uma enfermaria recebendo passes energéticos até passarem todas as sensações de dores físicas.
Fui recebida com tanto carinho, muitos que tinham sido empregados na minha casa, vinham me dar boas vindas. Nossa! Que vergonha de ter tratado eles tão mal.
E chegou o dia de encontrar a mãe que me criou. Ele veio e me deu um abraço que diluiu todo o ódio que ainda existia dentro de mim. Eu disse:
- Me perdoe mamãe!
Ela respondeu:
- Está tudo bem, agora você teve o privilégio de ter duas mães e não foi por acaso, mas para te ajudar evoluir, pois essa dificuldade de perdoar, você já traz no seu Espírito de outras vidas. As vezes é necessário reencarnar inúmeras vezes para aprendermos que somos todos irmãos e não devemos desmerecer nenhum deles.
- Sim, hoje compreendo isso e quero ser melhor.
Respondeu mamãe:
- E será querida! Aqui aprendemos um ajudar o outro com amor. Hoje sou grata ao Criador por me dar outra oportunidade de reencarnar e todo aprendizado que levo no Espírito vai me ajudar na vida. O fato de você ter posses ou não ter nada de bens materiais isso não significa Evolução Espiritual, mas sim quando aprendemos a gratidão e o amor ao nosso Criador que nos dá sempre uma nova oportunidade de sermos melhores. Mas é preciso um esforço individual e a FÉ.

Psicografado pela Escritora da Espiritualidade Sônia Lopes.