História de Maria Alice!
Nascida no interior de Minas Gerais eu era filha única. Minha mãe tecia algodão e tingia de várias cores. Meu pai tinha uma pequena loja onde vendia os tecidos.
Na cidade pequena todos se conheciam. Pedro era um bom menino. Brincávamos juntos e na adolescência estudei para ser professora e Pedro ajudava seu pai no sítio no plantio de tomates e girassóis.Crescemos e despertou entre nós um sentimento mais forte e sonhávamos nos casar.
A preocupação de Pedro era com seus pais idosos e as dívidas do sítio.
Certa vez, Pedro foi para a cidade negociar os seus produtos em uma mercearia. Sentado esperando ser atendido, uma carruagem que passava parou e uma dama muito bem vestida e muito bonita, pediu para seu empregado chamá-lo, ofereceu trabalho á ele e Pedro precisava se apresentar em sua fazenda no dia seguinte.
Ele feliz veio me contar:
- Agora podemos nos casar, vou ter como pagar a dívida do sítio.
E o tempo passou.
Meu sogro desencarnou, nós casamos e fomos morar no sítio.
Pedro continuou a trabalhar para a bela dama rica onde ali foi a perdição de Pedro, pois ela o dominou de tal forma dando-lhe presentes, dinheiro e bebidas caras e ele foi se afastando da vida simples que sempre teve. Eu não podia imaginar que o dinheiro pudesse mudar tanto uma pessoa.
Um dia precisei ir a cidade comprar alguns tecidos. Pedro e eu voltávamos em uma estrada de chão. Eu iria contar á ele que estava grávida quando escutei um barulho de uma espingarda. As pessoas que trabalhavam na lavoura, próximo do local, correram para ajudar, mas ele desencarnou.
O tempo passou, a minha barriga cresceu e estava próximo do bebê nascer.
Francisco um homem forte e trabalhador, empregado de Pedro, me auxiliava em tudo.
Foi chamado a parteira e depois que o bebê nasceu, adormeci.
Quando acordei, o bebê não estava no quarto. Ali começou o meu martírio pois ninguém viu o que aconteceu.
Sem saber onde procurar e sem recursos, fui me deprimindo sem as duas pessoas que eu amava.
Francisco cuidava de mim, mas com o tempo adoeci e desencarnei aos trinta e dois anos e continuei na casa apegada as minhas lembranças até ser ajudada por um Mentor.
Cheguei na Colônia Espiritual em estado de muita tristeza. Passei muito tempo em tratamento com passes e conselhos até me recuperar e demorou muitos anos.
Mais fortalecida, meu Mentor me chamou para conversar e disse:
- Vejo você mais fortalecida. Está na hora de você entender o que aconteceu contigo lá na Terra.
E começou a me contar, disse ele:
- O seu marido Pedro forjou a própria morte para te enganar e casar-se com a dama rica de nome Norma. Pedro se perdeu no jogo e devia muito dinheiro á Norma. Ela exigiu que ele roubasse o seu filho assim que ele nascesse, pois ela não podia ser mãe. Ela mandou que sua escrava fosse fazer o parto e assim que você adormeceu, ela enrolou a criança em um cobertor e levou rapidamente em uma carroça até sua patroa que prometeu á ela não levar os filhos as chicotadas, como era costume dos patrões. Seu filho apesar de ter sido criado por Pedro que se perdeu no álcool e Norma desiquilibrada, se tornou um bom menino, pois nem Pedro e nem a sua mãe adotiva deram á ele atenção e carinho. Norma é perversa, roubou o seu filho causando tanta dor em ti e não deu amor á ele. Agora que você sabe o que ouve, comece a sua busca incansável para limpar o seu coração da mágoa e esperar que eles retornem para a Espitualidade, para o Lar Espiritual para tentar um novo recomeço.
No tempo em que eu esperava na Colônia Rosa Branca para projetar uma nova reencarnação, conheci muitas pessoas num estado emocional parecido com o meu.
Nos reuníamos em uma grande sala, várias mulheres e cada qual carregando suas dores e lembranças. Para aliviar as tensões, tínhamos atividades de pintura em tela e trabalhos na enfermaria.
Mentores faziam trabalhos intensos nas regiões inferiores para encontrar Pedro, Francisco e a parteira que roubou o meu filho.
Depois de quase quarenta anos ela chegou e com ela o homem que ajudou a forjar a morte de Pedro. Foi ele quem atirou para cima naquele dia em que estávamos em uma carroça voltando da cidade e levou Pedro que se fingia de morto.
Depois de meses, os dois se recuperaram. A parteira de nome Anastácia, tinha muitos débitos de outras vidas com outras pessoas e precisava reparar isso.
O homem de nome Jacomel, era um jagunço, sem coração, sem piedade e por dinheiro cometia crueldades.
Fiquei de frente á eles.
Aprendi com os Mentores a controlar meus sentimentos e pensamentos e ouvia os relatos.
Senti compaixão por eles pois tão grande eram suas dívidas do passado. Eu não era a única a sofrer pela crueldade das ações deles.
Iniciamos o processo de reencarnação e foram anos até se concretizar.
Anastácia seria mãe de quinze filhos, todos desafetos de vidas passadas, inclusive eu que também seria sua filha. Jacomel, o jagunço, iríamos nos encontrar quando eu estivesse com dezenove anos.
Depois de todos os acordos, Anastácia reencarnou.
Alguns anos depois eu e Jacomel reencarnamos em cidades diferentes. Até então, não se tinha notícias de onde estariam Pedro e Francisco. Mentores continuavam as buscas.
As encarnações são as bençãos do esquecimento das lembranças, mas as experiências continuam no arquivo do Espírito.
Os desafios que vamos enfrentar na vida atual, vai ativar fraquezas que precisamos evoluir.
Reencarnei.
Nasci no interior do Paraná, numa cidade chamada Centenário do Sul. A casa era simples e o parto foi em casa.
Aos quatro anos de idade, me sentia desconectada da Terra. Saía do corpo com facilidade e ia a vários lugares próximos de casa.
Aos sete anos mudamos para a capital Curitiba e começaram os desafios.
Sentia fortes dores no estômago pois na vida passada devido a depressão por terem roubado o meu filho, eu deixei de me alimentar, o que me levou ao desencarne e com isso danifiquei meu corpo espiritual por não saber lidar com as dores no momento em que ocorreu.
A minha mãe era constantemente atacada por desafetos de vidas passadas. Ela era nervosa, explosiva e sem paciência. Nessa época passei a ver Espíritos constantemente.
Aos quatorze anos, senti uma dor imensa na alma e não entendia o porquê desse vazio.
As dificuldades financeiras eram imensas com tantos irmãos. Eu não podia imaginar que Pedro e Francisco tinham me encontrado nessa vida. Eles estavam vagando nas regiões inferiores por muitos anos e se aproximaram e por essa razão eu os via como vultos e com o tempo os via nitidamente e eles estavam horríveis, maltrapilhos, sentia medo e eles não aceitavam ajuda. Eu orava, não queria mais vê-los.
Aos dezenove conheci um rapaz que era o mesmo Espírito de Jacomel. Muitas vezes não entendemos porque passamos por tantas lutas, são nossas escolhas antes de reencarnarmos.
Jacomel e eu nos relacionamos e casamos. A vida foi nos levando para os caminhos que escolhemos evoluir e nada acontece por acaso.
Foi um relacionamento extremamente difícil, muitas vezes de violência e rejeição. Jacomel trouxe em seu Espírito todas as fraquezas de irresponsabilidades, vícios e eu por anos tentei ajudá-lo, mas com a presença dos Espíritos sem luz de Pedro e Francisco, a vida só piorava.
Eu buscava incansavelmente a fé, foi o que aprendi nas Colônias Espirituais, a nunca desistir.
Cada vez mais eu via Espíritos todo o tempo e onde eu fosse: na igreja, no trabalho, em casa. Comecei a buscar ajuda em vários lugares.
Depois de quinze anos de convivência com Jacomel, num relacionamento extremamente difícil, nos separamos.
Era um desafio atrás do outro para o meu aprendizado por ter sido fraca na vida passada.
Trabalhava muito para sustentar a casa e um filho que foi e é uma benção na minha vida.
Minha visão espiritual era tão nítida que eu não sabia distinguir quem era Espírito e quem era encarnado e foi aí que conheci Martins.
Saía do trabalho tarde da noite, na espera do transporte ele se aproximou de mim, cumprimentou e no decorrer dos dias nos tornamos amigos. Ele contava sua história de vida, eu contava a minha e assim foi.
Eu não percebia que saía constantemente do corpo e vivenciava situações fora do corpo. Martins era uma boa companhia, mas nem sempre conseguia estar com ele, pois sumia as vezes e assim foi por anos.
Nessa época, busquei entender o que acontecia comigo. Pedro me enganava fácil, aparecia com outra fisionomia e como eu estava com baixa energia, eu não percebia que era ele.
Pedro era ousado demais, sabendo que eu estava buscando entendimento espiritual se passou por um Mentor. Ele não aparecia pra mim, eu só o ouvia. Ele pedia para eu escrever o que ele falava, era mais uma tentativa de me levar para o mundo dele.
Ele tentava de todas as formas possíveis aproveitando-se da facilidade mediúnica que eu nem sabia que tinha.
Até então eu não tinha percebido que Martins não era encarnado, que eu saía do corpo e via Pedro usando uma fisionomia diferente para me conquistar e confiar nele e eu não podia imaginar que Martins era o Espírito de Pedro que materializava a fisionomia que estava no meu inconsciente de uma vida passada, por isso eu gostava dele e que todos aqueles Espíritos maltrapilhos que apareciam eram amigos de Pedro e Francisco.
A intenção de Pedro era me levar para o mundo dele, mas com a interferência dos Mentores ele fugia para as regiões inferiores e se escondia por isso ele sumia e eu não sabia onde procurá-lo.
Nas Colônias Espirituais, Mentores se preparavam para me ajudar na mediunidade que a cada dia estava mais avançada.
Um dia eu estava no trabalho, em uma pequena loja, olhei na minha frente e vi um Espírito muitíssimo iluminado. Eu paralisei, ele me olhava com ternura e sumiu. Não pude esquecer dele. A partir daquele momento iniciou-se dois caminhos: um para ajudar na minha mediunidade e outro para resgatar Pedro e Francisco que constantemente me enganava usando outra fisionomia.
Para levar Pedro e Franscisco para uma Colônia Espiritual levou anos e foi necessário a ajuda de Irmãos de outras Colônias.
Muitos Mentores trabalhavam constantemente e o Mentor que aparecia para mim era o meu filho que foi roubado naquela vida. Fiquei maravilhada. A partir daquele momento ele me ajudava e levou o meu Espírito para a Colônia Espiritual para iniciar os trabalhos mediúnicos.
Um dia depois de muitos anos meu Mentor me levou até a enfermaria e lá estava Franscisco que havia sido resgatado e chegou o momento de conversarmos. Ele me relatou algo que me deixou muito triste. Disse que sabia de tudo o que Pedro fazia. Sabia onde estava meu filho e que nunca me falou pois tinha interesse em mim, uma obsessão desde que me conheceu e que não queria dividir minha atenção caso eu recuperasse meu filho e que sempre foi cúmplice de Pedro. Quando desencarnou ele e Pedro viviam juntos nas regiões inferiores e brigavam para estar próximos de mim.
Passaram-se mais alguns anos eu continuava os meus trabalhos mediúnicos e um dia fui chamada em uma enfermaria, os Mentores queriam deixar bem claro pra mim tudo o que eu ainda tinha dúvidas e eu ainda não queria acreditar que Martins não existia.
Cheguei na enfermaria, várias camas e numa delas um homem magro, baixo, pouco cabelo, abatido e estranho. Era Pedro. Como ele conseguia se passar por Martins que era tão bonito?
Depois que ele se recuperou, ficamos de frente eu, ele e os Mentores. Que momento difícil foi aquele.
Pedro confessou que me encontrou na Terra quando eu tinha sete anos e até então não me deixou mais e que usava várias situações e fisionomias diferentes para se aproximar, mas a sua aparência de Pedro era horrível devido as regiões onde vivia e gostava.
Pedro deu muito trabalho aos Mentores. Não queria ficar na Colônia Espiritual. Eu fui chamada para ajudá-lo.
Ele estava no jardim, quando me viu, perguntou:
- Quando você morreu?
- Eu não morri, tenho mediunidade, saio do corpo e o meu Mentor me trouxe aqui.
Ele me disse:
- Não quero ficar aqui. Não tem nada do que eu gosto. Sou acostumado a ser livre, beber, jogar e aqui é só disciplina, disciplina. Quero ir embora!
Foi um grande desafio para mim convencer ele a ficar, ia visitá-lo constantemente até chegar o dia em que foi decidido que ele iria reencarnar. Por ter sido em muitas vidas violento, cruel sem nenhuma compaixão e de tanto praticar maldades, ele perdeu o livre arbítrio de escolher a sua reencarnação, pois todas as vezes que reencarnava, ele não evoluía e praticava crimes. Foi dado á ele todas as chances, mas dessa vez ele precisava reencarnar com urgência em um corpo com debilidades visuais e sem movimentos nas pernas, pois de tanto cometer crimes danificou sua essência espiritual. Ele reencarnou e passará toda sua reencarnação em um corpo franzino e sem visão. A mãe que o escolheu como filho também cometeu vários crimes e vai ter o desafio de criar o filho com limitações físicas para os dois evoluírem.
Eu continuei com os trabalhos mediúnicos. Meu filho da vida passada que foi roubado e eu nem cheguei a conhecer, foi meu Mentor nessa vida por um tempo e com a benção divina das reencarnações ele reencarnou e voltou pra mim, é a minha neta de dois anos e sete meses e é linda.
Eu continuo trabalhando como Terapeuta Espiritual e Escritora da Espiritualidade. Eu sou nessa vida atual Sônia Lopes e esse relato é uma parte de minha história.
Paz e Luz.
Ensinamentos da História de Maria Alice
Qual é a minha missão nessa Terra?
Essa é a pergunta de milhares de pessoas.
A resposta está em buscar conhecimentos pois muitos estão confusos a respeito de Deus.
Se permitir conhecer é uma busca constante. Cada um de nós veio para aprender e ensinar, receber ajuda e ajudar, trocar conhecimentos.
Não somos melhores que os outros, estamos nessa caminhada de evolução e quando alguém próximo cair, devemos estender a mão com compaixão e ajudá-lo a se levantar.
Quando se coloca amor na oração, o irmão caído se levanta mesmo que não seja nesse plano, a oração é uma energia de longo alcance.
Psicografado pela Escritora da Espiritualidade Sônia Lopes