ESTUDO: COMO NOS AFETAM AS RESSONÂNCIAS DE VIDAS PASSADAS?
PERGUNTA - Solicitamos mais pormenores de situações que podem se repetir na vida presente de um encarnado em similitude com ocorrências pregressas, em mesma idade e momento cronológico do passado, e que ativam naturalmente o trauma pregresso.
RAMATÍS - No passado uma freira de 30 anos, desacostumada, pela rotina fastidiosa do enclausuramento religioso, de longas caminhadas em escarpas íngremes e montanhosas, escorrega de um local alto na montanha. O que era um simples passeio de recreação entre irmãs da abadia se toma um acidente fatídico para a abadessa, que fica tetraplégica, sofrendo dores lancinantes por um longo período, acamada no convento. No presente esse mesmo espírito, encarnado como simples dona de casa de 30 anos, em um dia de verão sai a passeio com a família. Visitam local de alta e magnífica queda de água nas montanhas da Serra do Mar. Vislumbrando as grandes pedras que cercam as árvores, ativa inconscientemente ressonância de vida passada, polarizando naturalmente um circuito neural de memória na rede sináptica, referente ao acidente pregresso. De uma hora para outra, sem explicação médica aparente, inicia-se intensa e insuportável dor de cabeça do pescoço para a nuca. À noite sonha que está caída no chão e imóvel, sem poder mexer com as mãos e os pés. Gradativamente, a recorrência desse quadro tormentoso forma intensos pensamentos parasitas e auto-obsessão, desequilibrando o psiquismo da atual personalidade, a ponto de perder, várias vezes por dia, o controle motor dos braços e pernas, como se fosse aleijada, caindo abruptamente no chão. Intercalam-se o passado e o presente no quadro acidental de antigamente, ainda não superado pela revolta do espírito imortal. Mesmo com a mudança de corpo físico, trata-se do mesmo inconsciente espiritual.
Ressoam da mente imortal as lembranças trágicas da queda fatal, não superadas pelos anos de revolta e ódio contra a providência divina, em que a antiga freira ficou dependente da assistência externa para todas as suas necessidades de paralítica incapaz.
Numa segunda exemplificação para vosso entendimento, encontramos um belo jovem completando 25 anos, solteiro e de promissora família de advogados. Inexplicadamente, ao completar essa idade, sempre que uma moça lhe dá oportunidade de aproximação para um namoro, gagueja e sente enlouquecedora dor na garganta, seguida de um ardor como se lhe saíssem formigas picantes por ela. No passado remoto, em que foi valente cavaleiro de um senhor feudal, traía-o em suas viagens, caindo nos braços reconfortantes da esposa solitária. Tendo sido prometido em casamento pelo seu pai para uma moça de família próxima, é assassinado brutalmente pelas costas através de profundo corte de espada.
Fica caído, inerte, jogado em uma vala em cima de um formigueiro. O seu bonito corpo de guerreiro nunca foi encontrado. O espírito tendo ficado imantado ao corpo atacado pelas formigas, sentiu nas entranhas todas as sensações desse suplício. Tentava em vão pedir socorro para a ex-amante, achando-se ilusoriamente ainda vivo. Conseguindo se libertar pelo forte pensamento fixo nela, aproxima-se da mesma em corpo astral, tomando consciência, através da sintonia de pensamentos, de que foi ela a mandante do assassinato violento. Fora secretamente planejado em delírio de ciúmes para que ele não desposasse a sua irmã, cunhada do rico barão e seu esposo viajante, como fora prometido entre as famílias. Na atualidade esse espírito, encarnado no belo jovem, futuro advogado de 25 anos, toda vez que se aproxima de uma jovem atraente, reativa as lembranças ocultas da morte cruel e sobrevêm-lhe sensações como se estivesse caído com a garganta cortada, comido por formigas selvagens. Os casos demonstrados são ressonâncias de vidas passadas. Contudo, nem todo transtorno caracterizado no vasto e complexo campo psíquico assim o é. Vossos condicionamentos e hábitos do presente influenciam vossos atos volitivos, na maioria das vezes sem a interferência da conduta atávica do passado, de outras encarnações. Vossas compulsões e impulsos negativos podem perfeitamente ser adquiridos por influência do meio social, do grupo de estudo, da família e até dos coleguinhas de bairro na infância, como o são a preguiça, a indolência, a falta de higiene pessoal, a maledicência, a intriga, os valores deturpados que vos estimulam a serem os vencedores entre as coisas materiais da Terra, e assim por diante. Os apelos do ego inferior são uma constante na existência do ser. Podem, tranqüilamente, estabelecer circuitos nas redes neuronais das sinapses que não são relacionados com traumas do passado remoto, induzindo a uma série de psicopatias e desvios comportamentais que, adquiridos na presente encarnação, igualmente denotam transtornos anímicos. Logicamente as negatividades ainda não lapidadas no espírito, como disposições indolentes do inconsciente milenar, se não encontrarem entraves no meio que o cerca, na família e na sociedade, modelam o comportamento da nova personalidade, todavia sem caracterizar especificamente uma "ressonância polarizada" aos moldes descritos na Apometria. Assim sendo, a técnica de estimulação magnética se expande, já que sua aplicação pode se dar como terapêutica de largo espectro das amplas profundezas do psiquismo do espírito imortal.
Do livro: “Jardim Dos Orixás”
Ramatís/Norberto Peixoto