quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Prudência: a mãe de todas as virtudes

 

Prudência: a mãe de todas as virtudes

“Ninguém, exceto o homem prudente, pode ser justo, corajoso e moderado, e o homem bom é bom na medida em que é prudente.” A prudência é a principal virtude. Mas o que é prudência? A prudência é a razão prática aperfeiçoada e se aplica a situações específicas. A consciência está relacionada com a prudência e geralmente é intercambiável com a prudência. É como tomar uma decisão sábia enquanto avalia a situação. Prudência não é esperteza em resolver um problema com a melhor pesquisa, know-how, boa intenção. A prudência é um entendimento sério de saber a boa decisão para cada situação apresentada. Por exemplo, quem toma uma decisão sem pensar muito ou julgar a situação está sendo imprudente e irrefletido.  Mas o que a prudência exige é decisão, na maioria das vezes uma decisão rápida.

Como alguém se torna prudente? Isso tem uma resposta prática e teológica. No batismo, o cristão recebe junto com “uma nova vida de amizade com Deus”, uma prudência infundida. Mas a prudência, diz Tomás de Aquino, é também uma graça adquirida pela experiência em fazer provisão para ele e outros. O dom do conselho de um homem prudente gera prudência. O homem prudente recebe esta boa consciência do bem decretado pelo Espírito Santo e vem como prudência.

Nenhum homem é auto-suficiente em questões de prudência. “A abertura de espírito, que reconhece a verdadeira variedade de coisas e situações e não se prende na presunção de conhecimento enganoso” é uma qualidade de prudência. Em outras palavras, um sabe-tudo que não considera todas as opções não chegará à verdade de uma situação e será capaz de agir com prudência. Se alguém for imprudente, eles tomariam uma decisão aleatória e esperariam o melhor.  Um homem prudente pesa a situação e responde de acordo com a experiência passada, o que outros homens prudentes fizeram no passado, recolhem das Escrituras e, finalmente, reconhecem a verdade pela inspiração da consciência pelo Espírito Santo.

Algumas formas muito práticas de ser prudente são o exercício físico, que mantém a mente e o corpo alertas para tomar decisões prudentes, o exercício mental, mantendo-se a par das situações e respostas prudentes a elas (não respostas inteligentes); exercício espiritual, mantendo-se em oração, estudo e meditação nas escrituras. Tudo isso preparará a pessoa para responder de acordo com cada situação apresentada. “Prudência significa a seriedade estudada e... a ousadia corajosa para tomar as decisões finais. Significa pureza, franqueza, franqueza e simplicidade de caráter; significa a posição superior às complexidades utilitárias de meras táticas”. A perfeição da prudência vem da “graça da orientação divina direta e mediada”. A prudência é a verdade atuante.

As ações livres e responsáveis ​​do homem derivam sua forma da luz. A prudência deriva da razão. Em todas as situações o homem deve ser corajoso, moderado e justo. A verdade dada por Deus é promulgada por decisão e nossa vontade de raciocinar à luz de Cristo. Um amigo prudente ajudará a moldar a decisão de alguém porque ele substitui o problema do amigo pelo seu. Da mesma forma, Cristo tomou todas as situações e as substituiu como suas.  Seguimos a amizade de Cristo para com o homem. Assumimos o problema do nosso próximo e o aconselhamos à luz de Cristo. Quanto mais nos aproximamos do bem, mais perto de Cristo — da perfeição. A prudência está se movendo em direção e fazendo o bem no construto mencionado anteriormente. Deus é; o homem está descobrindo mais quem ele é. O movimento para o bem ajuda-nos a compreender quem somos – esta é a volição da prudência – para nos tornarmos mais semelhantes a Cristo: amar a Deus, nós mesmos (de maneira correta, não puro egoísmo), e nosso próximo. Como disse CS Lewis, estamos na estreita lâmina de uma faca de nos tornarmos mais como um anjo ou mais como um demônio.

Ser prudente é ser maduro na vida cristã. Sem maturidade a vida moral e a ação não são possíveis. O bem vem de Deus e porque somos feitos à imagem de Deus, temos o potencial para fazer o bem. O amor de Deus molda a prudência. O amor e a prudência são dons que nos são dados por Deus que neles nos movemos. A prudência e o amor estão enraizados em Deus e são requeridos na ação em relação a Deus, a si mesmo e aos outros. Qualquer coisa menos Ágape é menos do que o bom. Atos de Eros, Philia e amor familiar (Storge) podem ser egoístas e até arrogantes. Mas Ágape é o amor de Deus. Quando agimos em Ágape, fazemos a obra de Deus. O Espírito Santo capacita o amor que então é realizado em prudência que então se move em temperança, fortaleza e justiça. Como podemos ser virtuosos à parte do amor de Deus? Uma obra sem amor é morta, sem sentido ou prejudicial.  Na amizade de Deus, como diz Pieper, vemos dimensões mais profundas da realidade. Nós vemos como Deus vê o mundo. Quanto mais prudentemente seguimos a Deus, mais seremos prudentes com o próximo e com nós mesmos (isso vale para todas as outras virtudes). A virtude começa com o amor de Deus dado a nós.

A verdade de uma situação se descobre sendo prudente. Começando com o amor de Deus, aprendemos a ser prudentes pelo conselho de outros cristãos prudentes, estudo, o Espírito Santo nos dizendo em nossa consciência – isso é verdade. O Espírito Santo nos guia e nos ensina por meio de outros e por meio da experiência, observação e atuação em situações. Ser prudente é compreender em um nível mais profundo como Deus vê cada ser humano e cada situação da vida humana. Não podemos ser prudentes na ociosidade. Devemos agir, mas oportunamente, não aleatoriamente, não precipitadamente ou ao acaso. O Espírito Santo nos lembrará de buscar conselho ou ler algo ou lembrar de algo para agir da maneira certa e na hora certa. Começa com foco em Cristo – sua bondade – e relacionamento com Deus. Ele nos aconselha e guia enquanto nos movemos por este mundo. Devemos ser diligentes, alertas,