Um Trono Colocado No Céu - Quarto Capítulo
Figura 1.
O seguinte texto foi utilizado como base de discussão em uma palestra do curso grátis online sobre o verdadeiro significado do Livro de Revelação.
REVELAÇÃO 4
“ Depois destas coisas olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas”. Significando:
“Depois destas coisas [o desenvolvimento de igrejas e plexos por meio da ascensão da energia criativa em cada um dos sete corpos, Eu Tiphereth entrei no Caminho da renúncia e] olhei [para meu Chakra da Coroa] e eis, não somente uma porta [na minha glândula pineal] aberta [e como uma Alma Humana entrei] no céu [de Atziluth], como também a primeira voz que ouvi [ou o Primeiro Logos, o Pai Kether com meu Chakra Vishuddha] como de trombeta [Aleph ou como o poder do som do Vento Akásico soprando] ao falar comigo, dizendo: sobe para aqui [visto que nós como uma Alma Humana, já estando qualificados no sair e entrar em nossos corpos solares, através do Chakra Coronário] e te mostrarei [o necessário de perfeição] o que deve acontecer [que necessitamos adquirir] depois destas coisas [de nosso Segundo Nascimento].”“Imediatamente eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e no trono alguém sentado”. Significando:
“Imediatamente eu [entrei em Samadhi e] me achei [como um] em espírito [com Chesed, meu Mais Profundo Íntimo], e eis [Chokmah no céu do Paraíso nas asas de Binah, a pomba branca do Espírito Santo] armado [dentro do útero de minha Virgem Laodicéia na Igreja de Belém] um trono [ou o plexo coronário na minha cabeça] e no trono [um Deus Criança de] alguém [dos Sete Logoi] sentado [de meu Sistema Nervoso Cérebroespinhal]”.
Figura 3.
“ E esse que se acha sentado é semelhante no aspecto a pedra de jaspe e de sardônio, e ao redor do trono há um arco-íris semelhante no aspecto a esmeralda. Ao redor do trono há também vinte e quatro tronos e assentados neles vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro. Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e diante do trono ardem sete tochas de fogo, que são os sete espíritos de Deus”. Significando:
“E [pela concepção da graça] esse [Chokmah desenvolvido dentro de Tiphereth e tornado o Filho do Homem] que se acha sentado [em meu sistema nervoso central] é semelhante [em seu esplendor de fogo solar] no aspecto a pedra de jaspe e de sardônio [ou luzes áuricas de fogo espiritual vermelho, masculino e feminino, que emergem da pedra cúbica de Yesod] e ao redor do trono [de meu Sistema Nervoso Central vozes e trovões] há um arco-íris [ou a auréola da sabedoria Chokmah feita das luzes dos Sete Logói] semelhante no aspecto [da luz áurica da pedra do amor] a esmeralda [de Vênus]”.
“Ao redor do trono [ou do Sistema Nervoso Central] há também vinte e quatro tronos [do Quarto e Vigésimo Mistério, o Zodíaco de Chokmah, acima e abaixo, aqueles vinte e quatro fogos que trabalham em Briah, são todos eles Um com Kether que é o Primeiro Mistério, que ainda, em Daath dentro do Ser Humano, é Abba, o Pai na forma de uma pomba] e assentados neles [do Zodíaco em Briah] vinte e quatro anciãos [ou vinte e quatro Dhyani-Budas ou Logoi de Cristo com domínio semelhante a Malaquim sobre o Zodíaco do Universo] vestidos de branco [ou Vestiduras Dharmakaya feitas com raios da luz solar de Ain Soph Aur] em cujas cabeças estão [seus Chakras Saharara] coroas [como o feitio de encarnação Kether] de ouro [absolutamente autorrealizados]”.
“Do trono [ou do Sistema Nervoso Central] saem [sete] relâmpagos [ou Sete Chifres ou Sete Logoi] vozes [da Sabedoria-Chokmah] e trovões, e diante do trono [o Sistema Nervoso Central] ardem sete tochas de fogo [ou Sete Igrejas plenas] que são os sete espíritos [ou Sete Poderosos Raios, os Sete Alentos Akásicos, as Sete Verdades e os Sete Chakras] de Deus [dentro do mesmo Sistema Nervoso Central]”.
Figura 4.
“ Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também no meio do trono, e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás”. Significando:
“Há diante do trono [o Sistema Nervoso Central] um como que [do Chakra Muladhara para o Chakra Sahasrara] mar de vidro [de Águas Akásicas transmutadas] semelhante ao cristal, e [Krishna através de Brahmanadi que está] também no meio do trono [ou medula espinhal] e [quem como fogo está também] à volta do trono [com diferentes plexos interiormente que estavam controlando o Akasa Tattva da glândula pineal onde Arjuna vestido com o Corpo Causal como o Filho do Homem que desempenha a vontade de Deus na Terra onde os outros Tattvas abaixo das quatro forças dos elementos ou] quatro seres viventes [Chaioth ha Kadosh] cheios de olhos [ou vortex, operantes] por diante e por detrás [em todas as direções dimensionais]”.
“O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante a águia quando está voando.
E os quatro seres viventes, tendo cada um deles respectivamente seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”. Significando:
“O primeiro ser vivente [o Espírito do Tattva Tejas dentro e diante e detrás do Corpo Astral] é semelhante a leão [o Enxofre], o segundo [o Espírito do Tattva Prithivi dentro e diante e detrás do Corpo Físico] semelhante a novilho [o Sal], o terceiro [o Espírito do Tatvva Apas dentro e diante e detrás do Corpo Vital] tem o rosto como de homem [o Mercúrio Bruto semilíquido, semisólido], e o quarto ser vivente [o Espírito do Tatvva Vayu dentro e diante e detrás do Corpo Mental] é semelhante a águia quando voando [o Azoth].
E os quatro seres viventes [Chaioth há Kadosh que trabalham na cruz dos elementos] tendo cada um deles respectivamente seis asas [devido a Tiphereth, o Filho do Homem, guiados pelas asas de “Aleph” os Três Espíritos Logóicos, trabalham “nas asas de dois machos e fêmeas”, através do Tattva Akasha, dentro dos quatro elementos Alquímicos a fim de desempenhar os Vinte e Quatro Mistérios, a Grande Obra de Deus: 4 x 6 = 24]:estão cheios de olhos ao redor e por dentro; não têm descanso nem de dia nem de noite [porque “Aleph” – os três Ventos Akásicos de Deus que circulam em redor das esquinas do mundo – sopram através dos olhos do Filho do Homem de modo que ele possa ver com os olhos de Dangma por dentro de todos os elementos de todas as dimensões] proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso [Kadosh, Kadosh Adonai El Shadai], aquele que era [em Yesod] que é [em Daath] e que há de vir [vivente dentro de todos os Bodhisattva]”.
“Quando esses seres viventes derem glória, honra e ações de graça ao que se encontra sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão ao que vive pelos séculos dos séculos, e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando:
Tu és digno, senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”. Significando:
“Quando esses seres viventes [ou Elementos Alquímicos] derem glória [de Hod] honra [de Chesed] e ações de graça [em Daath] ao que [Cristo] se encontra sentado no trono [o Sistema Nervoso Central] ao que vive [que é o Ain Soph Aur] pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro anciãos [ou Dhyani-Budas de Chokmah que comandam as Forças Cósmicas do Zodíaco] prostrar-se-ão [ou mergulharão nas asas de “Aleph”, enviando suas emanações para dentro do Chakra Sahasrara] diante do trono [daquele fogo de Deus imolado, o Cordeiro] que se encontra sentado no trono [o Sistema Nervoso Central] adorarão [transmitindo para ele, Kether] ao que vive pelos séculos dos séculos e depositarão [pela transmissão do poder de] suas coroas [ou atributos de seus particulares Kether diante do trono [o Átomo de Kether, o Pai na raiz do nariz] proclamando:
Tu és digno, Senhor [Kether] e Deus nosso, de receber a [nossa] glória [de hod], [e nossa] a honra [em Gedulah] e o [nosso] poder [em Daath] porque todas as coisas dentro de cada Bodhisattva tu criaste [o Mercabah], sim, por causa de tua vontade [Thelema] vieram a existir e foram criadas [na Forja dos Ciclopes].”.
PALESTRA
“O Advento do Fogo que é um processo de despertamento do Kundalini tem requisitos morais. Primeiramente pode ocorrer só com a combinação entre macho e fêmea, homem e esposa em Alquimia, em Castidade. Uma pessoa solteira não pode despertar o Kundalini. Pode experienciar fagulhas relacionadas com as duas serpentes de Ida e Pingala. Pode despertar a Consciência. Pode eliminar o ego. Pode fazer certo progresso em seu pessoal desenvolvimento interior, entendendo a si própria. Porém não pode entrar nas iniciações dos Mistérios Maiores. Não pode despertar o Kundalini até que haja o trabalho entre o homem e a sua esposa”.
Em anteriores palestras vimos discutindo a natureza deste livro – o Livro de Revelação – e o fato é que a fim de o compreendermos precisamos ter algum vislumbre do entendimento das duas Árvores do Jardim do Éden. Essas duas árvores simbolizam a Alquimia e a Cabala. Daí que essas duas ciências são a sabedoria que ilumina o verdadeiro significado do Livro de Revelação.
A palestra de hoje é sobre o quarto capítulo de o Trono Colocado no Céu. Este quarto capítulo se constrói através dos temas desenvolvidos nos três primeiros capítulos. No primeiro deles estivemos introduzindo certo nível de símbolos: João como escritor deste livro simboliza o iniciado ou a pessoa que se encontra trabalhando no sentido de avançar pelo caminho da autorrealização do Ser. Fomos também introduzidos ao personagem do Filho do Homem, que é o Cristo Interno. A relação fundamental entre eles proporciona que a base inteira do livro deva ser entendida. João como um iniciado representa o que na gnose é chamada a Alma Humana, nossa Consciência Humana fundamental, que em nós, em nosso estado atual, encontra-se não desenvolvida. Entretanto pela aplicação das ciências da Cabala e Alquimia, a Essência daquela Alma Humana pode ser desenvolvida até o seu inteiro potencial. E João é um símbolo daquilo.
O desenvolvimento se torna possível pela intervenção do Filho do Homem – em outras palavras Cristo. Esse desenvolvimento é o que chamamos o Caminho da Iniciação. O processo desse caminho, os seus detalhes, a precisa ciência requerida para que sigamos pela trilha tem estado oculta, simbolizada em muitos livros, em muitos ensinamentos, em muitas tradições. Contudo, a real, literal e explicita instrução tem continuado oculta. Porém no século passado muito de informação sobre o caminho esteve disponível. A mais direta, a mais potente, a mais explícita, a mais reveladora informação encontra-se nos ensinamentos de Samael Aun Weor.
Compreender a natureza daquele silêncio e do caminho requer exatamente mais do que o estudo intelectual daqueles livros. Requer ação. Pois o processo de iniciação é o da própria ativação da Consciência. É fácil ler um livro e teorizar, porém é muito difícil ter a experiência direta. É também muito difícil ter conhecimento pessoal e prático do misticismo real. Menciono isso porque o Livro de Revelação é de misticismo real ou ocultismo (“o oculto”) e compreender aquele livro requer estar adquirindo a experiência direta do ocultismo real. Sem isso aquele livro continuará como um conjunto de símbolos que nunca nele penetraremos.
Este quarto capítulo é muito mais complexo do que os três primeiros. Este contém um conjunto muito denso de símbolos cuja real compreensão, o real entendimento não pode ser acessado pelo intelecto. Provavelmente vocês verão isso tão logo tentem lê-lo. É complexo. É denso e difícil para a mente compreende-lo. Contudo é possível se a Consciência for aplicada. A fim de desenvolver aquela forma de entendimento, obter a capacidade de compreender um trabalho como no Livro de Revelação, isso virá requer-nos tomar passos práticos onde estejamos vivendo de acordo com os ensinamentos e acessando a experiência direta em nós próprios.
Naturalmente essas ações representam esforço diário. Não é algo que possa ser resolvido em futuro ou quando as circunstâncias estejam de algum modo mais apropriadas. A vida existe no instante em que nele estejamos. Não há passado. Não há futuro. Pensar, imaginar, sonhar que “um dia eu terei essas experiências” ou que “um dia eu criarei meu Corpo Solar Astral” é uma forma de fantasia, uma distração. Necessário para todos os estudantes estar presentes, estar no momento, estudar a si próprios como de fato são... agora. E partindo desta premissa real a experiência pode ser adquirida.
Esta ciência fundamental, a ciência que entrelaça as duas árvores: uma da Cabala e outra da Alquimia é muito exata. Requer um tipo de compreensão onde não haja ilusões nem incertezas. Pois coisas deixadas vagas e insubstanciais guardadas unicamente em teorias podem tornar-se blocos obstrutores para nós.
A fim de penetrarmos o véu do mistério precisamos ter a capacidade de ativar a Consciência para ela estar liberta do ego. Essa capacidade é desenvolvida através da rigorosa aplicação de uma disciplina levada a efeito momento a momento no sentido de que a Consciência preste atenção. Nesse processo de estar presente, de aprender como direcionar a atenção, como maneja-la a cada momento, construiremos uma ponte, uma conexão entre nós próprios como um iniciado em potencial e nosso Ser, nosso Espírito; aquela inteligência divina dentro de nós, que através disso, pode iluminar o nosso entendimento.
É somente por um rigoroso e persistente trabalho de ativação que a Consciência, o Ser – nosso pessoal Espírito interior – conseguirá trazer-nos a orientação. O começo para o iniciado, para o praticante é extremamente difícil uma vez que a mente é muito ativa, cheia de conflitos entre dualidades e lutas, entre o sim e o não, entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Essas lutas fundamentadas em teorias opositoras, em ideias e conceitos duais permanecem na mente num estado de agitação e caos. E em meio àquele mar revolto a Essência encontra dificuldade em permanecer firme e observar.
Com persistência e transmutação, pouco a pouco a Essência cresce e desenvolve forças. O estudante que bate à porta da iniciação é aquele que transmuta as forças sexuais e não as desperdiça. Isso naturalmente começa com economizar fisicamente aquela energia em todos os níveis da mente. Deve ser economizada emocional e intelectualmente, ou seja: o estudante não deve fantasiar, não deve sonhar. A mente nos três cérebros precisa ser manobrada com atenção consciente.
Nesse sentido com transmutação através de um trabalho de auto-observância, de pessoal memorização e desempenho de boas ações, batemos à porta. Então nesse instante recebemos ajuda. Porém a ajuda não nos vem necessariamente da maneira por nós esperada. Recebemos desafios, enfrentamos dificuldades e temos oportunidades para aprender sobre o que necessitamos mudar.
Bater à porta de entrada do caminho da autorrealização do Ser não significa bater numa porta para bênçãos em estados paradisíacos. É uma porta de entrada para dificuldade, autorreflexão e dor. Porém é um tipo necessário de dor para um crescimento. È a dor da Consciência reconhecendo seus erros. Não é algo para ser evitado. Compreender nossos próprios erros é o imperativo para alcançarmos a purificação e a perfeição. Se não entendermos por que algo esteja errado nos inclinamos então a repetir o fato. A compreensão implica num completo entendimento uma vez que compreensão é a base sobre a qual caminhamos.
Ao batermos à porta começamos a receber testes e na primeira porção desse trabalho iniciamos a passagem através de nove ordálias específicas, chamadas de as iniciações dos Mistérios Menores. Essas iniciações são um caminho probacionário. São um conjunto de ordálias e testes dentro daquilo onde temos de provar nossa paciência, sinceridade, temperança, disposição para suportar dificuldades, para superar nossos pessoais desejos e fidelidade ao nosso Ser.
Esses testes nos chegam de muitas formas e diversos modos. Muitos estudantes passam por esses tipos de testes e não os entendem. A fim de que tenhamos compreensão e entendimento sobre a natureza dos testes precisamos estar desenvolvendo a capacidade de relembrar nossas experiências íntimas e nossos sonhos. Claro que no início do trabalho isso é difícil porque a mente se encontra bastante agitada. O melhor remédio nesse caso é a meditação. Pela regular persistência, disciplinada prática, aquietamento da mente, reforçamos nossa memória. Estimulamos os éteres do Corpo Vital a fim de facilitarem para que as memórias sejam transmitidas ao nosso cérebro. Com transmutação facilitamos também o processo de recuperação das memórias. Então tornamos possível recordar os testes e ordálias pelas quais estejamos passando internamente.
Esses Mistérios Menores ou ordálias representam um estágio de desenvolvimento – um processo – dentro do qual é mostrado a um iniciado um aspecto probacionário ou preparatório que vai chegar-lhe se ele continuar no caminho da Luz. O estudante fica face a face com as dificuldades que podem parecer intransponíveis. Permanece diante de testes trazidos de sua pessoal psicologia para ele sentir como reage ou se comporta. Muitos falham e novamente tentam e tentam. Essa é a base do trabalho. Porém alguns que falham – talvez muitos – infelizmente desistem.
Mas aqueles que persistem trabalham para equilibrar as energias em seus três cérebros a fim de alcançar certo grau de Equilíbrio Psicológico. Também alcançam certo estágio de certo nível de equilíbrio energético uma vez que a serpente de Eva, de Ida, relacionada com o Caduceu que envolve nossa coluna espinhal, encontra-se restaurada para seu próprio funcionamento. Ocorrendo isso as duas serpentes, Ida e Pingala, fazem conexão. Há um tipo de benefício psicológico que acontece com esse processo. Se aquele estudante estiver trabalhando com uma esposa – unicamente com uma só esposa – haverá a possibilidade de despertar o Kundalini; de despertar o fogo do Espírito Santo, aquela inteligência residente na base da coluna espinhal.
O Advento do Fogo que é um processo de despertamento do Kundalini tem requisitos morais. Primeiramente o Advento do Fogo pode somente ocorrer com a combinação entre macho e fêmea, homem e esposa em Alquimia, em Castidade. Uma pessoa solteira não pode despertar o Kundalini. Pode experienciar fagulhas relacionadas com as duas serpentes de Ida e Pingala. Pode despertar a Consciência. Pode eliminar o ego. Pode fazer certo progresso em seu pessoal desenvolvimento interior entendendo a si própria. Porém não pode entrar nas iniciações dos Mistérios Maiores. E não pode despertar o Kundalini até que seja realizado o trabalho entre o homem e sua mulher.
O casal que passa pelos requisitos morais, pelas ordálias com o Advento do Fogo, começa então o processo de elevação daquele Fogo pela coluna espinhal. A coluna espinhal, naturalmente, é a estrutura central de nosso corpo físico da qual o corpo inteiro depende e essa coluna espinhal tem verdadeiramente sete aspectos: um aspecto Físico e um aspecto Vital ou Etérico mais sutil. Além disso, tem os aspectos: Astral, Mental, Causal, Búdico e Átmico. Temos assim sete corpos com sete colunas espinhais.
Quando o Advento do Fogo ocorre e o Kundalini primeiramente desperta o Fogo, ele começa a subir pela coluna espinhal do corpo físico. A primeira coisa que deve acontecer é de o Chakra Muladhara, a primeira Igreja de Éfeso, tornar-se ativo e desperto. Sem dúvida isso traz requisitos, ordálias, testes; portanto dificuldades. Um dos requisitos morais relacionados com o despertamento dessa Igreja inclui o dever de praticar Magia Sexual. Não há outro modo a fim de despertar uma Igreja, de ativar um Chakra completamente. Precisamos ter paciência. Devemos suportar o sofrimento e nos desempenharmos com um bom trabalho em favor de nós mesmos. Aqueles que preenchem estes requisitos passam pelas requeridas ordálias e recebem certos benefícios. Aquele Chakra confere ao Ser certos privilégios Conscienciais.
Pouco a pouco o iniciado continua; cada vértebra da coluna espinhal tem testes correspondentes. Trinta e três vértebras compõem nossa coluna espinhal e naturalmente elas estão simbolizadas na história de Jesus, dos trinta e três anos que ele teria vivido, conforme relatado, estando também simbolizadas na Franco Maçonaria por trinta e três graus. Esses trinta e três graus além de simbolizar as trinta e três vértebras da coluna espinhal, simbolizam também os muitos testes e ordálias que um iniciado enfrenta a fim de elevar o Fogo. É um longo, difícil e doloroso processo. É doloroso porque cada grau requer progresso em pureza moral, em santidade, em castidade e em sacrifício. Essas três: caridade, santidade e castidade são requeridas a cada grau.
Quem falha no bom desempenho de suas obrigações, em servir seus companheiros, em se sacrificar em benefício de outros, falha em fazer progresso na evolução e desenvolvimento do Kundalini. Quem falha em descobrir-se, em conquistar sua própria inépcia, suas próprias fraquezas morais, falha no progresso e desenvolvimento do Kundalini. E quem falha na aquisição da castidade não pode fazer progresso. Daí que esses três aspectos são a chave.
Aos poucos, enfrentando ordálias, obtendo pessoal entendimento, o estudante eleva o Kundalini grau a grau, lentamente. O inteiro processo implica no desenvolvimento do coração. Castidade, caridade e sacrifício estão todos essencialmente na consciente emoção, no consciente remorso, na consciente compreensão do coração daquilo que seja o certo e o errado.
Então pontuamos que em essência a elevação do Kundalini está baseada em méritos e desenvolvimento do coração e não da mente, e não do intelecto. O desenvolvimento do Kundalini não tem a ver com estudar em livros. Não tem a ver com estudar teorias. Podemos ser completamente iletrados, incapazes de ler e escrever, mas ter a condição para despertar o Kundalini, elevando o fogo pela coluna espinhal. Para isso não são requeridos livros, mas sim pureza moral, castidade e sacrifício.
Pouco a pouco na medida em que o Fogo se eleva pela coluna espinhal ele vai iluminando as sete Igrejas, as quais já falamos em anteriores palestras. Cada Igreja inclui requisitos morais: certas condições que precisam ser satisfeitas para que a inteligência que manobra os poderes daquela Igreja abram-na e aqueles poderes nos sejam conferidos. Tais poderes não nos são dados facilmente, levianamente nem irresponsavelmente. Não nos são dados “só porque”, nem num só dia. Tudo tem seu preço. O recebimento de dádivas divinas custa o preço da própria vida. Custa tudo o que cada um possui. Entretanto o retorno, o benefício, é imensurável.
O caminho é doloroso porque temos ego, a causa da dor. A compreensão de nossos defeitos é dolorosa justamente porque nossos defeitos são a causa da dor. Quando a causa é removida a dor também é removida. O despertar da Consciência é enlevado. Contém grande beleza, grande alegria, grande felicidade. O coração se torna desperto: sutil, sensitivo, pleno de delicadeza e fortalecido. Algo que uma pessoa comum não consegue compreender visto que na humanidade o coração está meio morto. Entretanto o processo do Fogo pelo despertar das Igrejas, dos Chakras, vem ativar capacidades da Consciência em perceber, sentir e entender.
Com a segunda Igreja precisamos desenvolver o amor filial para o Ser. Precisamos desenvolver a capacidade de suportar tribulações e dificuldades com paciência e humildade.
Com a terceira Igreja precisamos melhorar nossa castidade e não comermos a comida que foi “ofertada aos ídolos”. Ou seja: rejeitamos o intelectualismo. Não podemos estar intelectualizando ou teorizando. Temos de nos tornar pessoas simples. Temos de abrir o coração.
Com a quarta Igreja precisamos desenvolver maior castidade, caridade, serviço, fé, paciência e amor. Estas não são ideias, mas estados do Ser. Em cada um destes requisitos encaramos ordálias e testes de vida. Somos apresentados a situações nas quais nossas reações e respostas são mensuradas. Recebemos críticas no desempenho de alguma ordália e somos observados. Respondemos de fato com raiva? Com ressentimento? Com orgulho? Podemos sentir aquelas coisas, mas agimos sobre elas? Ou ao invés nos controlamos, meditamos e respondemos com amor às injustiças oferecidas? Eis algumas ordálias requeridas e de difíceis cumprimentos, mas essas coisas são definidas para cada grau na medida do progresso do Kundalini. O Kundalini é mensurado desse modo.
Com a quinta Igreja é requerida vigilância da Consciência, bons feitos e arrependimento, mas não arrependimento de coisas materiais e sim de nossos desejos. Não é questão de possuir ou não riqueza. É questão de estar apegado, dependente. Para realmente estarmos situados em permanente centro de gravidade na Consciência, é requerido abstrairmos a Consciência da dependência de outras coisas. Somos neste momento dependentes da atenção de outros. Somos dependentes dos sentimentos que temos e de reservas que acumulamos. Somos dependentes de nosso status, de nossa educação, de nosso emprego, da opinião de outra pessoa.
Estes tipos de dependência nos tornam fracos e vulneráveis. Para realmente desenvolvermos a Consciência fazendo-a forte, temos de ser introspectivos e só nos tornarmos dependentes de nosso Ser, tendo o seu inteiro Centro de Gravidade enraizado nele próprio – o verdadeiro Ser – o Buda que aguarda interiormente. Tanto quanto nossa Consciência esteja armadilhada na dependência do dinheiro, do conforto ou de qualquer particular estrutura física, emocional ou mental de nossa vida, permanecemos vulneráveis. O arrependimento vem da dependência dos nossos próprios desejos.
A sexta Igreja é desenvolvida com base na potência sexual, na veracidade e fidelidade, e isso é fidelidade ao Ser, fidelidade ao nosso próprio Deus Interior.
Portanto podemos ver que cada etapa é muito difícil, muito reivindicante. O casal trabalhando na transmutação com o Tantrismo Branco, sendo persistente, manobrando diante de cada problema, de cada dificuldade, respondendo com amor um ao outro e às demais pessoas e ao Ser, virá receber os benefícios por ter passado pelas ordálias e de elevar o Kundalini, experienciando assim todas as alegrias e encantos que são então ativados na Consciência.
Este processo leva tempo. Requer persistência e disciplina e tem de ser levado além e além, mesmo com outras situações desafiadoras, até que chega o dia em que o ego estará completamente morto. A serpente do Kundalini é então elevada primeiramente no corpo físico. Quando este processo é completado e o Fogo é elevado pela coluna espinhal através das trinta e três vértebras, ativando as sete Igrejas naquele grau, há uma celebração nos Mundos Internos onde o Ser daquela pessoa é então conferido com a iniciação do Primeiro Mistério Maior.
A Alma Humana não recebe isso. A personalidade não recebe isso. Você e eu não recebemos isso, mas sim o Ser. O Ser é aquele que recebe os presentes, as iniciações e as glórias. O eu terrestre é exatamente um trabalhador. A pessoa terrestre não é divina. Infelizmente há muitos que cometem o engano de acreditar que o “eu” recebe esses presentes e empoderamentos. Não é o caso. Aquele que recebe tais presentes está transformado. O Ser se torna um Mestre – o Ser – não a pessoa humana, não a pessoa terrestre. Aquele Ser recebe iniciações e empoderamentos, glórias e celebrações; recebe um Templo, novo manto e um desenvolvimento no processo do próprio Ser.
A pessoa terrestre, contudo, está exatamente começando. Esses são somente os primeiros passos. É uma grande realização, mas não significa o despertamento de grande percentagem da Consciência. A elevação do Kundalini no corpo físico é a ativação do Primeiro Grau dos Poderes do Fogo; entretanto o processo precisa ser repetido no Corpo Vital [Corpo Etérico], e naturalmente há ordálias e testes relacionados com todas as trinta e três vértebras ligadas uma vez mais com as Sete Igrejas, porém em grau mais alto e com testes mais difíceis, com maiores requisitos e naturalmente com o retorno de maiores presentes.
Cada Igreja detém certos poderes: telepatia, viagem astral, meditação profunda, a capacidade para despertar mais intuição e ter maior entendimento, clariaudiência, lembranças de vidas passadas, estados de consciência caracterizados por sentimento de felicidade, alegria, ventura espontânea, alegria pelos outros, tranquilidade mental. Esses presentes e benefícios são recebidos pelo Ser que, em troca, pode cedê-los ao estudante em encarnação terrestre a fim de ajuda-lo. Esses tipos de coisas não são dados pelo Ser automaticamente, mas como forma de encorajamento para que o estudante continue na caminhada.
Então com o Corpo Etérico sucede o mesmo processo: trinta e três vértebras, sete Igrejas, muitos requisitos, um monte de dificuldade. Com a completa elevação daquela segunda serpente, o Ser virá receber a iniciação, os benefícios, a glória.
Com a terceira iniciação, com a terceira serpente relacionada com o Corpo Astral, há nova criação. No processo de elevação da terceira serpente é criado o Corpo Astral Solar. Esse é um novo veículo: a primeira vinda do Cristo em nós. É um veículo Crístico de muito alto valor. É o primeiro Corpo de Ouro. A criação do Corpo Astral Solar marca um específico e definitivo turno no desenvolvimento do estudante e no desenvolvimento do Ser. No processo de elevação da terceira serpente, a Magia Negra deve ser renunciada em todos os seus laços e conexões com a Loja Negra. Isso não é fácil. Significa que uma grande percentagem de nossas ligações, nossas ideias e expectativas devam ser removidas. Aquelas são as muitas coisas que detemos egoisticamente e delas precisamos renunciar.
Porém esse processo é também belo. É um processo no qual aquele que recupera a memória destas experiências irá viver o drama de Cristo nos Mundos Internos. Aquele que persistir passa pelas ordálias, enfrenta as dificuldades com gentileza, com amor, com ação reta e se habilita a elevar a serpente criando o Corpo Astral Solar dentro dos Mistérios da Alquimia, e transcende a Roda do Sofrimento até certo percentual.
Quem cria o Corpo Astral Solar liberta-se da Lei do Retorno. Ou seja: não está mais restrito às 108 vivências num veículo humano. Essa pessoa entrou no Caminho de um novo grau. Agora ela tem a capacidade de persistir em seu trabalho. Mesmo que o organismo físico morra ela estará habilitada a renascer e continuar trabalhando sem a limitação da Lei Cármica. O Corpo Astral Solar é a primeira criação dos Corpos de Ouro, os Veículos Solares. Uma nova estrutura está sendo construída e naturalmente há muitos testes, muitas ordálias, muitas dificuldades e sem dúvida tudo isso vai depender de um trabalho em casal, homem e mulher.
Tendo criado o Corpo Astral Solar em seguida vem a quarta serpente relacionada com o Corpo Mental. O Corpo Mental Solar tem de ser criado e novamente por trinta e três vértebras, sete Igrejas, muitas ordálias, muitos testes e muitas dificuldades. Isso irá requer muita paciência. Pela elevação dessa quarta serpente, as dificuldades, os testes, as ordálias são mais sutis, mais aprofundadas, mais dolorosas e mais difíceis de serem percebidas – relacionadas mais com a Mente.
Quando a elevação daquela serpente é completada, o Ser Interior – o Ser – torna-se um Buda. Quando a Quarta Iniciação dos Mistérios Maiores é completada o Ser Interior – o Buda – é apresentado nos Mundos Internos como um novo Buda; a ele é dado o manto de um Buda.
A pessoa terrestre não é um Buda nem um Bodhisattva. Ela é exatamente isso: uma simples pessoa terrestre. Daí que o Ser Interno é quem recebe aquela glória, aquele desenvolvimento, novos mantos, novas iniciações, novos poderes. A Alma Humana, a pessoa terrestre, tem de continuar trabalhando na quinta serpente.
A quinta serpente está relacionada com o Corpo Causal, o Corpo da Força de Vontade e novamente vem: as trinta e três vértebras, sete Igrejas e muita paciência. Quando esse processo é completado, após longo sofrimento e muitas ordálias, o Corpo Causal Solar está completo.
O que até agora se houve constituído foram os Corpos de Ouro, que em grego são chamados To Soma Heliokon ou os Corpos de Ouro do Homem Solar, também chamados de Mercabah e “a Carruagem”. No hinduísmo há uma imagem comum de dois homens numa carruagem puxada por quatro cavalos. Os quatro cavalos são os quatro primeiros corpos: físico, vital, astral e mental. Esses corpos são os Quatro Corpos do Pecado, os quatro veículos da pessoa terrestre. O quinto é o Corpo Causal, que é um dos homens na carruagem. No Bhagavad-Gita e Mahabarata aquele homem é chamado Arjuna. O outro homem é Krishna, o Cristo Cósmico.
Arjuna é um símbolo da Alma Humana. A Alma Humana está vestida com o Corpo Causal Solar; ela é nossa Consciência Humana. Em hebreu ela é também chamada Tiphereth. Isso é o aspecto humano do Ser Interior. A pessoa que alcançou esse grau de desenvolvimento tornou-se um Ser Humano; uma pessoa que dentro desses aspectos terrestre e espiritual tornou-se unificada no primeiro grau. A Alma Humana e o Ser, o Espírito, têm agora união de vontade numa certa percentagem. A Alma Humana simbolizada por Arjuna é o guerreiro, o lutador. Essa é a pessoa terrestre que agora tem a capacidade e a habilidade daquilo que entendemos de um Ser Humano normal, ou seja: os quatro corpos inferiores estão ativos e verticalmente de pé; as cinco serpentes do Kundalini estão ativas e também verticais bem como estão ativas as sete Igrejas, provendo poderes e bênçãos para aquela Alma. Isso é um Ser Humano normal.
O estado de um Ser Humano normal como deve ser é de possuir a capacidade de se relacionar frente a frente com seu pessoal Deus Interior, a fim de receber instruções diretas de seu próprio e Mais Profundo Espírito; de conhecer diretamente os Mistérios da Vida e da Morte; de ter intuições; de lembrar-se de vidas passadas; de ter a habilidade de perceber coisas além dos sentidos físicos; de ter paz mental; de ter um coração pacifista; de ter compreensão do sofrimento até certo grau. Eis o que é um Ser Humano normal. Não somos isso porque estamos armadilhados no orgulho, no ódio, no medo e estamos muito confusos. Não detemos o conhecimento direto das coisas do Espírito. O que temos são teorias.
A pessoa que alcançou Tiphereth, que desenvolveu os Corpos Solares, que alcançou a Quinta Iniciação dos Mistérios Maiores, ainda tem egos: um monte deles. Essa pessoa ainda detém uma quantidade de carma; tem ainda uma quantidade de orgulho. O Ser tem o desenvolvimento. O Ser Interior se tornou um Buda, um Anjo, um Ser bem desenvolvido; entretanto ainda está ali o ser terrestre: terrestre com faltas, enganos e erros. Nesse momento, tendo completado esse estágio, é dada àquela Alma Humana uma escolha de como proceder internamente com seu desenvolvimento. Dois caminhos se abrem diante daquela pessoa, daquele iniciado, e lhe é mostrado o que se apresenta em ambos os caminhos.
À esquerda há uma vasta espiral numa suave encosta, porém de um processo muito longo pelo qual, uma vez nela ingressando, a pessoa reterá o uso de seus veículos a fim de viajar nos Mundos Internos; reterá todos os poderes e presentes outorgados pelas Igrejas despertas e ativas; reterá as habilidades da telepatia, clarividência, multivisão, viagem astral e caminhará lentamente, pagando o carma pouco a pouco, mas usufruindo de todos os benefícios e prazeres do Nirvana. Essa é a Espiral ou o Caminho Nirvânico.
E há o outro caminho à direita: muito íngreme e coberto com espinhos, com dificuldades, dores, ridículos, críticas, fofocas, invejas, ódios, rejeições, retaliações, solidão e escuridão. Para caminhar por aquela via, para entrar naquela escuridão do Caminho Direto, uma pessoa renuncia a todos os poderes, a todos os benefícios; renuncia e desiste do uso da telepatia, da clarividência, das viagens astrais, abre mão de todos aqueles presentes, daqueles prazeres do Nirvana.
Essa é a diferença: no Caminho Direto existe a oportunidade de cada um pagar o seu carma inteiro de imediato, mesmo numa só vida. Há a opção de continuar no seu pessoal processo de iniciação. Mais que isso: de encarnar seu próprio e pessoal Cristo. O iniciado nesse Caminho Direto quando encarna o Cristo, torna-se um veículo do Logos Solar, Chokmah, o Filho.
Esse que entra pelo Caminho Espiral – o Caminho Nirvânico – não encarna o Cristo. Ele leva eons para pagar seu carma. Esse não segue os procedimentos no processo de iniciação. Ele trabalha pouco a pouco, ocasionalmente, eliminando uma pequena percentagem do ego, e sua Alma Humana encarna seguidamente, repetidamente, de acordo com os requisitos cármicos. Assim em cada vida aquela Alma Humana ainda será vitima de seu carma enquanto o seu Ser estará desfrutando do Nirvana. Entretanto aquela Alma Humana no Caminho do Nirvana tem prazeres, tem poderes, pode ensinar o Dharma, ajudar outros até certo percentual. Sendo boa pessoa – ou tentando ser – pode buscar estender ajuda a outras almas ou não.
Porém esse que toma o Caminho Direto – o difícil – toma o Caminho do Bodhisattva que é o Caminho Direto ao Absoluto. Pois o único que pode conduzir a Alma ao Absoluto é o Cristo. “Ninguém vem ao Pai a não ser por Mim”, o Filho, o Cristo. O Bodhisattva renuncia ao Nirvana, a uma vida de facilidades, a milhares de fáceis manifestações, de fáceis existências, fáceis vidas; renuncia a todas as alegrias e poderes que já tenha conquistado. “Por quê?”, e podemos ainda perguntar: “alguém escolheria isso?”. E por que alguém escolheria renunciar àqueles prazeres, àqueles poderes e habilidades para entrar num mundo, ser odiado e cuspido, não somente pela humanidade (chamada raça humana), mas também por aqueles que tomam o Caminho Nirvânico? Por que alguém escolheria fazer a tentativa de pagar o carma de muitas de suas vidas em uma única vida? Por amor pela humanidade, pelos outros. Para seguir o Cristo.
O Cristo Cósmico é amor em si mesmo: Amor Consciente. Esse Amor é tão profundo, tão penetrante, tão abrangente que aquele que haja alcançado algum grau de entendimento irá querer incorpora-lo a fim de se tornar uma perfeita expressão Dele: um perfeito veículo através do qual aquele Amor possa resplandecer. Os Nirvanis ou Budas Pratyekas ou os Shravakas (esses são os andantes do Caminho Espiral) não compreendem aquele Amor. Eles permanecem tocados pelo poder, pelos presentes, pelo Nirvana.
Aquela alma rara que toma o Caminho Direto tem experienciado o Puro Amor de Cristo e quer se tornar Aquilo – um com Aquilo. É muito raro qualquer Alma tomar aquele Caminho. A vasta maioria daqueles que alcançam a completude da Quinta Iniciação dos Mistérios Maiores escolhe o Caminho Espiral uma vez que eles permanecem ligados aos seus poderes, ao seu desenvolvimento, às suas habilidades e ficam amedrontados.
Ao vermos aqueles dois caminhos tomamos consciência de nosso carma. Vemos o que temos de pagar. Vemos o que temos de sofrer. A maioria não quer isso e abandona a ideia, terrificados, preferindo tomar o Caminho Nirvânico e tornar-se Budas Pratyekas, Budas Nirvânicos. Mas eles têm suas belezas e seus presentes. Têm seus lugares, sua importância. Porém não se deve nunca confundir um andante do Caminho Direto com um andante do Caminho Espiral. Os ensinamentos de Samael Aun Weor são ensinamentos do Caminho Direto, o Caminho do Bodhisattva. Não se deve confundir esse com o Caminho Espiral.
Ambos ensinam sobre amor. Ambos ensinam sobre caridade. Ambos ensinam sobre santidade e da necessidade de reduzir o ego. Ambos ensinam ainda sobre Transmutação, sobre poderes, sobre Meditação, sobre os Mundos Astral e Mental. Qual é a distinção? Auto-sacrifício. Os Budas Pratyekas se mantêm egoístas. Os Nirvanis querem edificar grandes organizações. Os Budas Pratyekas e suas Almas Humanas são muito apegados aos seus próprios ensinamentos. Querem edificar grandes igrejas, catedrais, grupos, organizações mundiais, vastas indústrias espirituais.
O andante do Caminho Direto quer a qualquer custo que o ego morra. O andante do Caminho Direto não permanece subjugado a nada nem a ninguém. O andante do Caminho Direto é revolucionário, radical. Os Nirvanis odeiam o andante do Caminho Direto e isso soa estranho. Como pode um Buda odiar outro Buda? Mas acontece. Se estudarmos o Mahabarata e alguns outros clássicos da literatura Ocidental, veremos guerras entre Deuses. Mesmo em nossas mitologias Ocidentais existem guerras entre Deuses, e isso se dá pelas diferenças entres pontos de vista.
Para o estudante, o aspirante, isso se torna muito importante. Pelo estudo dos ensinamentos agregamos influências em nossa psique e Alma. Mas que influências estaremos absorvendo? Quais sutilezas estão presentes naqueles ensinamentos? De qual fonte elas emanam?
Mestre Samael Aun Weor estabelece bem claramente: seus ensinamentos são os ensinamentos do Caminho Direto. Contudo a maioria dos estudantes tomarão o Caminho Espiral. E o que ele disse sobre isso? Disse: “bem, aqueles que tomam o Caminho Espiral terão de dizer adeus!” Muitos deles continuam ensinar gnose, embora pareçam estar ensinando o Caminho Direto, mas numa via espiral, na via Nirvânica.
Tiphereth, a Alma Humana, é aquela que toma essa decisão. Entretanto a decisão deve ser feita pela vontade do Ser. Tiphereth propriamente definiu e desenvolveu a expressão humana da força de vontade. O iniciado que encara a decisão de escolher entre o Caminho Espiral e o Caminho Direto deve confiar na orientação do Ser e fazer o que o Ser queira. Ou seja: o Ser pode querer entrar pelo Caminho Nirvânico e é o direito daquele Buda, não havendo nada de errado nisso. Contudo o Caminho Direto é de um trabalho superior, uma vez que a Alma que passa através do processo do Caminho Direto se torna perfeccionada, tornando-se um Nirmanakaya, um Dharmanakaya ou um Sambhogakaya. Essas alturas são unicamente alcançadas por aqueles andantes do Caminho Direto.
Nesse nível de criação os Corpos Solares foram constituídos. Eles permanecem imperfeitos e o ego está muito vivo. Esse primeiro estágio do trabalho é simplesmente a construção da fundação: o desenvolvimento da carruagem na sua forma bruta. O andante do Caminho Espiral vai muito lentamente a pequenas porções para sutilmente aperfeiçoar a alma. Porém para aperfeiçoar os Corpos Solares, reduzir o ego a zero, encarnar o Cristo, tornar-se Mestre Ressurreto, isso é somente possível a um andante através do Caminho Direto. É condição sine qua non após sua passagem por inacreditáveis ordálias.
Então, após termos chegado a esse quarto capítulo do Livro de Revelação, temos de começar com esse entendimento uma vez que a primeira linha diz:
“Depois destas coisas olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas”.
Essa é a visão de quem tomou o Caminho Direto, a quem está sendo mostrado aquilo que agora deve concretizar visto que escolheu o trabalho de andar pelo Caminho Direto. A visão é de Tiphereth, da Alma Humana que está falando com aspectos superiores de sua própria Consciência interior. Em outras palavras: o Cordeiro, o Cristo, fixou Sua residência nela. Sem essa compreensão o capítulo se torna sem propósito. Precisamos entender que este Livro concerne aos andantes do Caminho Direto, àqueles que renunciaram a tudo para o benefício de outros.
Um ponto para compreendermos é o de certas tradições Orientais, especificamente nos ensinamentos Mahayana e Tantrayana, onde ali o termo Bodhisattva é usado muito mais num sentido "casual”, na parte exotérica. Ou seja: em algumas escolas, qualquer um que faça um voto e diga “Eu trabalharei para o benefício de todos os seres” é então chamado um Bodhisattva, e alguns deles chamam a si próprios disto. Isto é lamentável porque um verdadeiro Bodhisattva é uma pessoa muito rara. Um Bodhisattva real nunca chama a si próprio disto, nunca ostenta nada, nunca busca sua pessoal glória: ele existe unicamente para servir. Infelizmente há agora muitas pessoas ingênuas acreditando que aqueles sejam de fato Bodhisattvas, quando na verdade possuem unicamente teorias e boas intenções. Devemos então entender que, conforme estudamos, inquirimos e investigamos o termo Bodhisattva, concluindo ser este um termo muito específico que precisa ser compreendido no seu real sentido.
Tendo dito isso, vemos neste capítulo que o Bodhisattva – aquela Alma Humana que encarnou o Cristo interno – tem então diante de si um novo e completo conjunto de requisitos, um novo e inteiro processo através do qual aquela Alma precisa passar e cujo próximo capítulo assim descreve: “o trabalho do Bodhisattva, da Alma Humana, é de perfeccionar o Ser”. Não é um trabalho de auto-perfeição, em termos de o “eu”. O verdadeiro Bodhisattva renuncia o ser [o self] em termos de o “eu”; renuncia ao “mim”. Ele desempenha cada ação do ponto de vista de “como isso ajudará outros?”. Quando então medindo, analisando e escolhendo o que fazer ele vai ao ponto de vista de um Bodhisattva. “Como isso afetará outros?”. Isto é importante porque para o estudante é agora a vez de aplicar este modo de pensar. É agora a vez de aprender como aplicar a “Lei do Cristo dentro de nós próprios”.
O desenvolvimento e progresso do Kundalini é a edificação de uma base nos reinos do Espírito e reinos superiores da Consciência. E essa base é tornada possível pelos Fogos Crísticos que circulam pelo interior de nosso organismo. Aqueles fogos, aquela inteligência, aquela força é a mesma e fundamental energia que totalmente encarna no Bodhisattva. Desse modo o estudante que inicia o trabalho nesse processo de desenvolvimento da Alma é bem alertado a aprender a pensar de uma nova maneira, a se comportar de uma nova maneira e como aplicar momento a momento a Lei do Cristo, a Lei do Sacrifício. Isso prepara a Consciência para um tipo especial de entendimento, um tipo especial de desenvolvimento chamado Bodhichitta.
Bodhichitta é “sabedoria da mente desperta” e a fundamental essência do próprio Cristo nascido dentro do ser humano. Os andantes do Caminho Espiral, os Budas Pratyekas e Shravakas, desenvolvem a Alma e a Consciência, mas eles subnutrem e subdesenvolvem o Bodhichitta. Porém o Bodhichitta, aquele embrião, aquela essência da Inteligência Crística é o que o Bodhisattva desenvolverá plenamente.
Se nós então em nosso processo começássemos agora pensar, sentir e agir com os princípios de Bodhichitta (ou seja: (1) compaixão, preocupação com outros, amor filial, amor consciente, e (2) um senso de altruísmo), então prepararíamos nossa alma bem, no real processo de sua criação. Cada serpente é um processo de potencialização de forças e energias em nosso organismo e criação de alguma coisa nova. Cada ato de transmutação, cada ato de absorção de alimento, ar e impressões é um ato de absorção de forças e energias para transformá-las em alguma coisa nova. Se nos engajamos nesse processo com a Consciência assentada na compaixão construímos a Alma com forças compassivas, com energias de amor – as energias do Cristo, ou seja: desenvolvemos e edificamos a Alma Superior; superior no sentido de que será mais pura.
Existem diferentes qualidades de ouro e de metal, certo? Existe o ouro impuro e o ouro muito puro. Os Corpos Solares não são exceção. Se no processo de construção de nossa própria Alma, estivermos momento a momento, dia a dia, focalizando nossa atenção em como ser de melhores serviços, em como ser de mais auxílio e menos nocividade, em como servir pelo exemplo de Cristo, então cada transformação realizada será de melhor qualidade e aqueles corpos que criarmos no processo da Alquimia, no processo da Iniciação serão superiores, mais puros.
Pela Graça tornamos isso possível e se formos afortunados em receber as bênçãos da encarnação de Cristo, chegamos a entender o que a compaixão verdadeiramente é, o que o amor verdadeiramente é, o que o sacrifício verdadeiramente é.
O quarto capítulo deste Livro de Revelação é na essência um perfil de como as forças e energias do Cristo são manobradas, e como se manifestam através dos corpos da Alma. Vemos em muitas sínteses cabalísticas como o Logos Solar ou o próprio Cristo, aquela Trindade, manifesta suas forças através do Espírito (Atman ou o Self Interior) que nesse caso é manifestado através das forças de Chokmah dentro de nossa Consciência, dentro dos níveis do Espírito. Aquela força, aquela Inteligência, manobra com as energias do Akash e com o Prana descendente ou energia, e aquelas energias por seu turno são manobradas através da Alma Humana, Arjuna. Aquelas forças, aquelas energias são então posteriormente diferenciadas em quatro elementos primários. Daí, conforme falamos em anteriores palestras, temos essa pura luz solar que condensa em variadas formas e níveis, e em cada nível há aspectos de nossa Alma que manobra com aquelas forças, sendo aquilo o que está simbolizado neste capítulo.
O símbolo aqui é de um trono que é nossa coluna espinhal e mais quatro bestas, e essas quatro bestas simbolizam coisas diferentes. Simbolizam nossos quatro corpos inferiores: físico, vital, astral e mental. Também simbolizam os quatro Tatvvas inferiores ou em outras palavras, os elementos, e como aquelas forças são manobradas pela Alma Humana (Arjuna, Tiphereth), e como aquela Alma Humana, aquela força é orientada pelo Ser (Self) Interior; nesse caso através de Chokmah que encarna no Bodhisattva. Daí, quando estudarmos este capítulo, precisamos já ter em mente o que esse denso simbolismo está explicando: como um Bodhisattva manobra com forças a fim de avançar em seu processo.
O controle dessas energias não é nenhum pouco por diversão nem é exatamente para a obtenção de poderes nem é porque seja interessante. O controle dos Tattvas é fundamentalmente psicológico; é a base sobre a qual o Ser por ele mesmo se desenvolve no sentido de ter responsabilidades cada vez maiores.
Nosso Ser tem o grau de inteligência necessário para criar nosso corpo físico. Todas as infinitas e inacreditáveis estruturas e complexidades de nosso corpo físico foram criadas pelo nosso Ser. Mais do que isso, pois quando avançamos através desses processos de Mistérios Maiores, nosso Ser sob a orientação do Cristo, cria mais e mais poderes sutis e corpos mais complexos para a Alma. E cada um daqueles corpos criados para a Alma tem capacidades e poderes que estão além da compreensão de nosso intelecto. E cada um daqueles corpos e aspectos criados para a nossa Alma além de capacidades têm requisitos. Parcialmente o que este capítulo está perfilando é como a Alma por si mesma está relacionada com as forças da natureza e como as manobra.
Então obviamente nosso corpo físico está relacionado com a Terra. Alquimicamente isso está relacionado com o sal e com o Tattva Prithvi. Para compreendermos isso nos é requerida experiência. Para sabermos como isso se aplica ao processo de iniciação é requerido estarmos naquele processo de iniciação. Mas em síntese podemos dizer que quando estudamos este Livro entendemos que existem níveis de compreensão relacionados com a Alma, em conjunção com o Espírito, a fim de manobrarem com as forças da natureza para o desempenho das ações que devam desempenhar para avançar em seu trabalho.
Entendemos que esse processo interiormente é desempenhado com ajuda e orientação. E neste capítulo vemos que Chokmah ou o Cristo ao se manifestar no iniciado está trabalhando conjuntamente com uma de Suas expressões. São as forças do zodíaco que sabemos pela gnose serem as forças manobradas por vinte e quatro anciãos, dois relacionados com cada signo.
Essa influência zodiacal está ocorrendo em dois níveis: o Microcosmo e o Macrocosmo. O Microcosmo ou nível menor é o próprio ser humano, as forças zodiacais que reúnem e trabalham através das forças da glândula pineal – os Fogos Crísticos em conjunção com a orientação e influência zodiacal. Essas forças ou essa orientação manobra com essas energias, os Tattvas, e ajuda a orientar aquele Bodhisattva, manobrando também com o processo de desenvolvimento daquela Alma. Ao mesmo tempo a influência zodiacal dos vinte e quatro Anciãos está acontecendo no Macrocosmo ou no Universo como um todo. Então são níveis de aplicação desse ensinamento. É muito complexo. Quando lemos o capítulo vemos isso. Estou simplificando enormemente para tornar a explicação um pouco compreensível.
Em síntese podemos dizer que essas forças zodiacais no Microcosmo ou dentro de nós, são níveis de nossa própria Consciência, de nosso particular Ser e tais forças estão interligadas com o desenvolvimento do Bodhisattva. Eis porque no Livro vemos que aqueles Anciãos lançam suas coroas ante os pés do Cordeiro, o Cristo. Ou seja: eles se rendem em respeito, devoção e homenagem ao Cristo, àquela força crística.
Assim o que este quarto capítulo apresenta é bem cabalístico. O número quatro está relacionado com o Arcano Quatro, relacionado com o desenvolvimento através da Alquimia. Está também relacionado com o número seis que é a Indecisão, e o seis está também relacionado com o processo da Alma Humana, com Tiphereth. Mas diremos em síntese que este quarto capítulo prepara o palco para o restante do Livro, uma vez que o desenvolvimento e requisitos do Bodhisattva estão demonstrados nos próximos capítulos.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1. P. – Sobre os andantes do Caminho Espiral, digamos que alguns deles queiram ir para o Caminho Direto. Eles podem migrar do Caminho Espiral para o Caminho Direto?
R. – Sim, acontece com aqueles que tomaram o Caminho Espiral e queiram desistir, então decidem entrar no Caminho Direto. Tem acontecido.
2. P. – E ao inverso?
R. – Não. Tomar o Caminho Direto é um supremo compromisso. Cada compromisso que tomamos, cada processo em que entramos tem responsabilidades e requisitos, fazemos acordos. O desenvolvimento da Alma não é um trabalho solitário. É um trabalho que pode somente ser executado através da assistência do Cristo. Os Nirvanis, os Budas Pratyeka somente alcançam um desenvolvimento muito pequeno em relação ao trabalho como um todo. Então é esperado muito pouco deles. Mas os andantes do Caminho Direto entram num potencial de desenvolvimento a um grau infinito, e muito é esperado deles.
Significa que há uma lei superior chamada Lei da Katância que é aplicada aos iniciados e àqueles que andam pelos caminhos Espiral ou Direto. Respondemos àquela Lei segundo aquilo que recebemos. Aqueles que estão recebendo um desenvolvimento superior sendo mais capacitados terão de responder mais, pois têm mais responsabilidade. Dai que trair aquilo, fugir daquilo, rejeitar e renunciar, negando-se àqueles tipos de acordos resulta numa séria consequência. A lei do Carma é muito severa e podemos dizer que quanto mais recebamos, quanto mais presentes nos sejam dados, mais temos de responder perante a Lei. Nada nos vem com facilidade.
3. P. – Se encontrarmos um Mestre no mundo físico como saber se ele está percorrendo o Caminho Espiral ou o Caminho Direto?
R. – Em primeiro lugar qualquer um que se esteja proclamando um Mestre no mundo físico provavelmente contraiu um problema e esse problema é chamado Mitomania. No Livro Os Mistérios Maiores, Samael Aun Weor estabelece bem claramente: “Aconselhamos nossos discípulos a não seguir ninguém. Aconselhamos nossos discípulos a seguir a eles próprios, a seguir o seu próprio Ser Interior”.
Procurar por um Mestre no mundo físico é procurar por problemas. O único Mestre que necessitamos é aquele que reside interiormente. Necessitamos de ajuda, de orientação, de estudos, de livros, de ensinamentos e professores. Mas neste atual contexto o ego é por demais pesado na raça humana e o orgulho é tão enganoso que Samael Aun Weor deu um conselho bastante claro e específico aos seus estudantes: “Não procurem por Mestres. Não busquem seguir qualquer um. Sigam seu próprio Ser Interior”. Ele escreveu extensivamente sobre a facilidade com que a Alma Humana pode se tornar confusa por visões clarividentes e experiências astrais.
Somos muito ingênuos. Seria melhor que o Ser Interior de uma determinada pessoa fosse um Mestre. Não significa que a Alma Humana seja um Mestre. Não significa que a Alma Humana – a pessoa terrestre – seja um Mestre. Não significa que uma pessoa terrestre seja confiável. A única coisa em que podemos confiar é em nosso Ser Interior. A única coisa em que podemos confiar completamente sem questionamento, sem hesitação, sem erro é em nosso Ser. Ele nunca nos enganará, nunca nos virá orientar de modo errado. Porém temos de aprender a ouvi-lo, a desenvolver a capacidade de ouvir sua orientação.
Infelizmente na atualidade queremos isso com facilidade. Queremos uma pessoa a quem possamos chamar ao telefone ou escrever-lhe um Email para que nos diga o que fazer. É um erro. Um erro porque não há um que saiba o que devemos fazer senão o nosso próprio Ser. Ninguém deve nunca nos dizer o que fazer; ninguém deve nunca nos dizer com quem casarmos, com quem estarmos, no que meditar, uma vez que ninguém conhece nossas profundezas íntimas senão o nosso próprio Ser. Quem nos pode dar conselhos sobre a natureza de nossa Alma e o que nosso carma nos requer? Quem nos pode dar conselho sobre o que nosso Ser tem para nós? Quem pode dizer-nos qual seja a nossa verdadeira missão? Somente nosso Ser Interior e Ele nos diz sobre isso pela meditação. No Livro de Tiago é dito: “Não seja muitos Mestres”.
Existe uma razão para isso. A razão é que temos um Mestre, que é Cristo. Ele se manifesta através de Seus Bodhisattvas a fim de ensinar. Mas um genuíno Bodhisattva nunca se anuncia como tal. Uma ou duas vezes numa idade pode ser, para um trabalho muito específico, porém atualmente temos centenas de pessoas se dizendo isso ou aquilo, se dizendo ser tal e tal: todos grandes nomes. Alguns afirmam ser mais que um Mestre de uma só vez: Mestre tal e tal, e tal e tal, e tal e tal, todos numa só pessoa. Isso é muito enganoso e triste.
4. P. – E sobre o Dalai Lama? Ele está no Caminho Direto ou na Espiral?
R. – Pergunte-lhe, e se você o fizer ele responderá: “Sou somente um monge”. Essa é a resposta certa. Se quisermos saber quem seja alguém, qual o caminho ele percorre, vamos à sexta dimensão e conversemos com ele. Se alguém estiver falando sobre isso fisicamente estará mentindo.
Para realmente sabermos sem perguntar temos de ir à sexta dimensão, uma vez que no Plano Astral e no Plano Mental podemos ser enganados. Na sexta dimensão não seremos. Então desenvolvamos aquela capacidade. Qualquer um pode desenvolver aquela capacidade. Qualquer pessoa. Isso não está restrito a somente algumas pessoas que tenham certas capacidades. A habilidade para investigar coisas diretamente, internamente, está disponível para qualquer pessoa humana. Qualquer um de nós pode fazer isso. Mas para fazermos precisamos ser sérios. Temos de ser dedicados, devotados. Temos de abrir nosso coração. A capacidade de investigar esse tipo de coisa não acontece pelo desenvolvimento do intelecto. É desenvolvida ao abrimos o coração.
Se tivermos tais questões sobre quem seja um Mestre real e quem não seja; quais ensinamentos sejam genuínos e quais não sejam, trabalhemos seriamente em nós próprios a fim de investigar essas coisas diretamente. Livros nos decepcionarão, pessoas também. Escolas, organizações e grupos nos decepcionarão. Para sabermos a verdade investiguemos internamente, porém isso não nos vem fácil. Temos de pagar com nossos esforços.
5. P. – Como podemos desenvolver a compaixão em nosso nível se não tivermos compaixão?
R. – Temos a Essência. A Essência é o embrião da Alma Humana. É aquela semente que desenvolvemos e cresce dentro da Alma Humana, e aquela Essência é o veículo do próprio Bodhichitta, que é compaixão. Se ativarmos essa Essência, significando que aprendemos a prestar atenção, que estamos presentes e não pegos em campo de batalha dos opostos em nossa mente, então preparamos o palco para estarmos presentes com nossa Consciência a fim de usar as capacidades da Consciência. Mais do que isso: é aprendermos e ensinarmos nossa Consciência a amar e entender o ponto de vista de outra pessoa..., e fazermos isso não é fácil. Toma-nos esforços. Porém se assim tentarmos encontraremos que a Essência tem aquela capacidade nesse nível.
Então se alguém nos ataca ou fica irado contra nós, ao invés de reagir automaticamente com justificativas ou defensivamente, tentemos ver o seu ponto de vista, entender como criamos aquele sentimento nele. Tentemos nos ver do ponto de vista dele e naquilo começamos a ver o que seja realmente a compaixão. Compaixão é a habilidade de compreendermos o sofrimento não somente o nosso, mas também de outra pessoa. Todos nós temos essa capacidade e não a usamos.
P. 6. – Então o verdadeiro Mestre não se refere a ele próprio como o Mestre, ainda que ele ou ela diga a mensagem de seu Ser, o Mestre. Como distinguiríamos a pessoa de uma pessoa que é um canal e diz estar canalizando seu próprio Ser ou Ego Superior?
R. – Primeiramente se alguém diz que é um canal então é. Nos ensinamentos da gnose entendemos que canalizando e mediunizando são enganosos, pois cada um deve caminhar ao longo. Segundo, a fim de aprender quais ensinamentos são verdadeiros e quais não são, é necessário combinar as duas coisas. Temos de combinar nossas pessoais experiências, nosso próprio senso do que seja direito ou errado, o que seja verdade e o que não é. Temos de combinar aquilo com estudo; estudo das escrituras, estudo dos seres verdadeiramente iluminados: Buda, Krishna, Jesus, Mohammed. Esses tipos e níveis de pessoas são os que necessitamos estudar.
Por alguma razão, atualmente, preferimos ler pontos de vista de pessoas comuns, livros que podemos comprar em qualquer livraria. De algum modo temos mais interesse no estudo de livros que foram escritos exatamente neste ano ou no ano passado, do que interesse em estudarmos um livro escrito há mil anos, que se tem provado por ele próprio através do teste do tempo, e inspirado milhões. Preferimos ler um best seller. Isso merece um exame pessoal, porém em síntese diria que para compreendermos se um ensinamento é bom ou não temos de combinar aquelas duas coisas. O que é bom e verdadeiro em nossa experiência? Segundo: como aquele ensinamento está relacionado com os ensinamentos dos grandes Mestres, os grandes professores? Não exatamente com os daqueles que são anunciados atualmente, mas dos realmente grandes, como Moisés?
O desenvolvimento da Alma Humana está em nossas mãos. Nenhum guru ou nenhum Mestre pode fazer isso por nós. Nenhum livro – não importando quão sagrado seja um livro – pode nos salvar. Não importa quantos membros frequentem uma escola. Uma escola não pode nos salvar. Não importa quantos graus, iniciações ou títulos uma pessoa anuncie possuir; a escola não pode nos salvar. Não é possível confiar em ninguém. Alguém perguntou sobre o Dalai Lama. Ele disse: “não posso confiar em Budas e Bodhisattvas”. E disse: “não posso levar uma pessoa de dentro de um Abismo para o Nirvana”.
Ninguém pode nos salvar. Somente nós podemos nos salvar. Salvamo-nos através de nossa ação, não através de ideias, não através de teorias, e fazemos isso hoje. Quanto mais pensarmos: “aprenderei a meditar mais tarde. Estudarei mais tarde. Experienciarei essas práticas amanhã...” Nunca faremos isso. Precisamos disciplinar nossa mente para trabalhar no momento presente. A porta para a ascensão do caminho vertical existe no momento presente. Ela não existe no futuro nem no passado e ninguém pode atravessa-la por nós. Verdadeiramente ninguém pode mesmo abrir a porta para nós.
Então não importa se encontramos um grande Mestre ou não. Não importa se temos uma grande biblioteca. O que necessitamos é ação prática em nós próprios no momento.
POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO
Tradução Inglês Português: Rayom Ra
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