sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O Eterno Giro do Presente - IV - III - II - I

 O Eterno Giro do Presente - IV - III - II - I


  Muitos tesouros do conhecimento oculto e da sabedoria interdimensional ainda jazem guardados no longínquo passado. Para tentarmos descobri-los sob tantos véus necessitamos pedir e até implorar para que possamos receber pequenas porções. Isso porque os círculos de luzes abriram-se em tempos de civilizações que floresciam no mundo terreno para depois os círculos de novo ocultarem-se. Houve pausas entre um tempo e outro, interregnos entre anteriores e novas manifestações da sabedoria e novamente ocasos. Mas os princípios de hoje para o alcance desses desideratos continuam basicamente os mesmos para aqueles que pretendam adentrar cada vez mais em suas próprias almas.

  O eterno girar do tempo sempre traz de volta o passado que o futuro já abrangeu em suas cartas quânticas. E por artimanhas que não bem entendemos voltamos sempre ao eterno presente. Para além das esferas dos corpos celestes de nosso sistema solar, além das bordas dimensionais da Via Láctea e de tantas outras incontáveis galáxias, existirá o tudo e o nada, pelo menos isso está assim conceitualmente exposto nas postulações esotéricas.  

   E já que existe a dimensão zero – um Absoluto – num eterno presente dentro da esfera de um não tempo, a configurar um tudo nas considerações cabalísticas, e ainda assim quisermos voar nas asas da imaginação sem fim nem começo, podemos justapor a ideia do nada sobre uma base filosófica abstrata como ponto de partida. E assim colocarmos questões: oh! Mas o nada já não é alguma coisa? A dimensão zero, existe para a cabala, mas para a física e a matemática o zero detém uma relação de existência com os demais símbolos algébricos, porém o nada, que coisa adimensional é esta?

  Bem, adentremos em rápidas considerações de nossa tradicional física tridimensional onde aqueles irredutíveis defensores – famosos na mídia ou ilustres desconhecidos da internet – rechaçam sempre os muitos argumentos – senão todos – dos investigadores do quantismo. Temos assim que Einstein contestou algumas das postulações metafísicas explicando, muito contrariado, diga-se de passagem, e com sua usual e profética convicção afirmou por escrito que a gravidade era ou seria uma distorção das formas geométricas das quatro dimensões, coisa que ele sintetizava e mal explicava nas suas respectivas decorrências. E como na física, metafísica ou teoria quântica das supercordas nada fica barato, estava criado um caroço curvo e multidimensional para ser desossado, trazido pela excelência do nada mais, nada menos, pai da Teoria da Relatividade.

  No esoterismo, na gnose, e demais linhas dos estudos dos mistérios do oculto é sabido que ainda não podemos ir muito além daquilo que realmente se conhece sobre a existência do universo, a partir deste arcabouço espaço-tempo em que vivemos no “infinito-finito”. Os gênios da física se debatem sempre com teorias calcadas sobre a linguagem elitista dos símbolos, e há milênios os avanços no entendimento sobre o universo vêm andando muito pouco. Simplesmente porque a física de todos os tempos é produto de cérebros materiais e os enigmas que se levantam sobre o cosmos são tratados por teorias dentro de formulismos e conceitos quase sempre vazios de experienciações concretas, e como não podia deixar de ser, muito distantes ou inalcançáveis da realidade onde vivemos.

   Não é sem razão que os mestres do ocultismo – sim eles existem em corpos físicos ou espirituais – nos falam de iniciações maiores nas esferas invisíveis aos olhos dos homens comuns terrenos. Tais iniciações maiores são unicamente alcançadas por consciências de âmbitos muito aprofundados, e as suas visões multidimensionais de grandiosas obras do Criador vão sempre se ampliando por pessoais entendimentos. Muitos deste mundo terreno se admiram do avanço da ciência e tecnologia que varam nossos tempos como nunca, mas que avanço é esse em mãos de seres sem verdadeira sabedoria? Basta olharmos para a beligerância das nações e de seus dirigentes que rosnam sempre contra seus vizinhos.

  Vejamos estar alertados sobre tempos e finais de tempos. Possuímos naves espaciais? Sim, possuímos. E aviões supersônicos carregados com bombas terrificantes e raios desintegradores de qualquer coisa? Sim, também. E mísseis de extraordinários efeitos letais? Sim e sim, e possuímos muito mais coisas destrutivas guardadas em arsenais bélicos das potências mundiais, como bombas atômicas que podem acabar com o planeta em minutos. E possuímos outras coisas da modernidade como internet, computadores, celulares, inteligências artificiais cibernéticas e robóticas: essas últimas a nos causar temores e conjeturas sobre o fim da liberdade humana em nosso planeta. E muitos mais itens febrilmente criados com tecnologia avançada consumidos com velocidade espantosa pelos povos.

  Entretanto todo este avanço com que na atualidade convivemos encontra-se adstrito a um mundo de transformações da matéria, seja esta densa ou plasmática ou de qualquer outra derivação a ela atribuída.

   Diferentes são os meios utilizados pelos homens do espírito que se auto libertam de todas estas ilusões do mundo material, adquirindo verdadeira sabedoria, aproximando-se cada vez mais do Criador. Pois a mais profunda de todas as sabedorias não vem da ciência material: da física, metafísica, cibernética, das invenções modernas que revertem em utilitarismo tecnológico na atualidade, mas sim é aquela sabedoria que habita dentro do próprio homem, na sua consciência. E bilhões de seres humanos de almas aprisionadas e escravas das hipnóticas ilusões deste mundo e suas inovações, precisam urgentemente começar ao menos acordar enquanto resta ainda tempo. E este é o maior de todos os alertas: de única e absoluta verdade indelevelmente alojada em nossas vidas, através das milenares sagas humanas por todo este planeta chamado Terra. Ou seja: urge a salvação de bilhões de almas pela retirada dos véus que nublam e os conduzem a reincidentes transes.

  Passemos a Sorman ainda no ashram onde lá nunca estivera com sua atenção cravada em ciência, tecnologia ou economia. Sua alma liberta dos problemas do mundo, na quietude do lugar, se lançava para outras visões e operosidade com que esperava chegar ao autoconhecimento. A meditação diária tornara-se parte indissociada de sua vida. Não tinha sonhos nem ambições exceto o forte desejo de alcançar a meta, chegar a um samadhi extraordinariamente profundo, que o realizasse integralmente. Neste tempo, ao abrigo de uma aura de energia e força daquela comunidade espiritual, vivera em parcial congelamento de suas inconstâncias e incompatibilidades com a própria existência. Embora esse tempo fosse de estabilidade e o abençoasse, e ele se absorvesse no trato de suas obrigações diárias com a comunidade ou em necessário lazer onde refazia suas boas energias, ainda assim, em algumas ocasiões, transitava em sua mente e emoções o ferrenho algoz que antes o desorganizara intimamente. Desejava, aquele, sempre reforçar a sua presença, remarcar o seu território. Mas com ajuda da companheira, Sorman conseguia expurga-lo por tempos, voltando a períodos de relativa paz. Até que chegara o momento de abandonar aquela vida no ashram.(*) 

   Desta feita o algoz não o compelira nem o provocara como antes. Sorman, por seu próprio ser interior, por enigmática decisão, agora auto imposta, resolvera abandonar a tudo quanto ali até então se dedicara, para de novo adentrar no mundo dos homens comuns, mundo anteriormente por ele desprezado. Era algo inexplicável – uma força ou vontade indômita que experienciava. Como não podia deixar de ser sua despedida de Rama, o guru, e de tudo quanto circunscrevera a sua breve estada ali neste inesquecível lugar fora, por momentos, extraordinariamente dramática, porém ele resistiu. Deixou Anita tomar sua própria decisão, o que ela faria logo em seguida, vindo em viagem com ela.

(*) Veja [Enigma Eu: https://arcadeouro.blogspot.com/2015/07/enigma-eu.html

Rayom Ra

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   Os argumentos do livro Enigma Eu buscam inicialmente trazer uma visão deste mundo quando tratamos de observar os seus pares de opostos. Essas duas perenes variantes estão em nós o tempo inteiro, nem um segundo a mais nem um a menos. E a narrativa do livro traz aqueles valores em inescapáveis escalas relativas, mas agudamente crescentes em Sorman, o personagem principal. Nebulosamente em sua fase do pré-despertar, ele se encontra na correnteza do rio da vida, cujas águas rolam o tempo inteiro, sem que ele consiga sobrepor-se a elas. Em suas conjeturas adolescentes essas águas não são portadoras de qualquer sentido ou razão.

  Sorman não consegue enxergar a outra margem desse rio, o que lhe causa a sensação de vagar interminavelmente sem um real propósito ou claro objetivo. Esse sentimento é muito presente no íntimo de quem como Sorman, desde muito cedo busca razões para sua própria existência em meio a tantas coisas que não lhe fazem sentido. E cada vez mais ele observa o profundo mergulho de pessoas nesse tipo de águas onde ele não consegue adentrar como elas. Por sua jovem ótica ele – ferido – vê o mundo ruidoso como um eterno giro de um eterno presente, sempre com os mesmos obscuros e repetitivos matizes. Então ele passa a conviver com um triste sentimento de exclusão que lhe vem minar a espontânea natureza de sua adolescência.

  As águas, naturalmente – na simbologia esotérica – são neste caso o quantum emocional com que cada um convive em intimidade. E sem uma visão pelo menos concisa da vida, calcada por necessárias experiências materiais  – positivas e negativas – é ainda impossível entender-se o sentido real e espiritual de qualquer coisa sobre a qual uma lógica se sobreponha, senão unicamente ater-se à ilusão das formas e a seus efeitos. Pois as águas interiores em seus livres e incontidos fluxos ou em perenes correntes quando elas vêm - para quem não consegue acalmá-las ou manobra-las - nublam ou afogam os significados maiores neste mundo de causas duais não discerníveis.

   Em Sorman o grande obstáculo de momento é seu curto tempo na Terra onde não pôde ainda recordar ponderáveis experiências de vidas pregressas, tangenciá-las ou aquilatá-las mesmo em valores duais. Uma projeção da consciência, contudo, pressiona o lado inexperiente de sua jovem personalidade, através de atrelamentos às formas e convenções mundanas para um necessário sofrimento nesta sua fase de obscurecimento interior. Ele resiste a isso, mas não consegue escapar dessa ação.

  Sua namorada consegue convencê-lo a buscar por uma realização interior num ashram que ela ouvira falar, visto ele sentir-se completamente perdido em seus valores pessoais. Assim acontece:

  - Sorman, por que lamenta tanto sua vida, ame-a! - ela recordava olhando pela janela do ônibus no trajeto de volta a casa.

       - Não posso, Anita, há alguém dentro de mim conspirando – ele encostava as pontas dos dedos na fronte – não me deixa em paz, volta sempre com novas propostas.

       - Por que lhe dá ouvidos, deixe-o falar, não lhe preste atenção!

       - Louco, já não serei um? - pareceu não escutar uma só palavra do que por último dissera Anita.

       - Não diga isso, Sorman, você não é louco!

        - Quem sou então? Olho e não vejo, falo e nada digo. Quem sou, diga-me, senão um demente? De que vale uma vida assim, para que sirvo?

       - Tem um coração, uma alma, isto é vida!

       - Não basta um coração, as pessoas o têm; nem alma, todos possuímos uma. Isto é criação da natureza. - tê-los para sofrer não é sensato. E Deus, segundo suponho, é, sobretudo, inteligência!

       - Sorman, ouça. Uma amiga visitou numa região serrana um ashram. Ele é aberto a quem deseja aprender. Há um guru que ensina - é um indiano - vive em nosso país desde jovem. Ele ensina, Sorman, vamos visitá-lo, quem sabe não será este seu esperado mestre?

      Surpreendentemente - refletia Anita - apesar de seus imaturos dezoito anos, pudera convencê-lo sem esforço, logo a ele de opiniões tão concretas e inteligentemente organizadas. E partiram ao encontro de Rama.                               

  Vejamos agora um trecho de novo embaraçamento de valores na visão do jovem personagem, que lhe geram continuadas incompreensões e seguidos embates com sua própria consciência. Esses momentos acabam por motivar-lhe a decisão de voltar à casa paterna, após três anos no ashram. Tinha ele em seu retorno vinte e um anos.

  Veja [Enigma Euhttps://arcadeouro.blogspot.com/2015/07/enigma-eu.html

       “ Sorman andava de um lado a outro como fera enjaulada. O dia se arrastara brincando com seu sofrimento. Que fazia de sua vida? Largara ao ashram por que julgara que outro momento importante se impunha. A vida tranquila não o atraia mais. Ao lá chegar, imaginara escapar daqueles lancinantes sofrimentos, da sensação de vazio e dor. A dualidade de valores, o que se revolvia dentro de si, que indagava; este, verdadeiramente, o conduzira ao ashram em busca de adequado alimento. Mas a despeito da disciplina e do aprendizado nunca o satisfizera completamente. Lá mesmo ele tomava novas formas, aterrorizava-o; descerrava quadros ante sua sensível percepção, exigia! Vencera-o tantas vezes, outras tantas fora derrotado! Pequena trégua lhe dera desde o último dia no ashram – agora voltava com força e vigor!

       De repente, estancou os passos e olhou para a janela. Estava calor, a testa suava. Na introspecção em que mergulhava, na febril ânsia de esquadrinhar o íntimo, esquecera-se de abrir a vidraça. Por momentos a ação externa do mundo não o afetara diretamente; os sentidos recolhiam-se parcialmente; o automatismo o movia. Estava acostumado a isto; durante três anos vinha praticando diariamente a concentração – dharana – um dia atingiria o samadhi, a plenitude da meditação!

       Mas não era esta, exatamente, sua postura mental no momento, longe disto! Não se sentava utilizando-se dos asanas; nem se preparara convenientemente exercitando o pranayama; tão pouco procurava desligar-se do mundo externo, abstraindo-se com o prathyahara. Ao contrário, digladiava-se consigo próprio, entregava-se ao sanskâra e provocava torvelinhos na mente!

       Encaminhando-se para a janela abriu a vidraça, travando-a em cima com movimentos lentos. Imediatamente a fresca aragem invadiu o quarto. Provocou oscilações na cortina e o estalar das folhas do calendário recentemente colocado na parede. Isto causou-lhe certa reação; os sentidos despertaram do entorpecimento parcial para receber a nova energia. A consciência externa estremeceu para as formas concretas e pretendeu largar as imagens mentais em que se prendia.

        O ar renovado beneficiara-o, era fato, Sorman agora respirava profundamente e se refrescava. Lançou olhar ao jardim, entrevendo-o sob obscura iluminação dos holofotes sobre o belo gramado. Ficou como estava por vários minutos, olhava e observava; ao mesmo tempo sentia-se esvaziar de alguma sobrecarga emocional, sem se importar com nada subjacente. Acalmava-se naturalmente, sem outras técnicas ou artifícios.

       Logo, porém, o pensamento voltava a trabalhar e recomeçava a inquirir-se: por que alterava o rumo de sua vida de maneira tão marcante que a si mesmo surpreendia? Seria algo maior, acima ainda deste exigente ser que o induzia a tomar novas decisões e mantê-las?  Mas sendo, por que este algo maior não tomava conhecimento de sua luta, não interferia nas terríveis batalhas em que se engalfinhava, nas baixas que sofria e em tudo mais que passava? Nada disto parecia sensibilizá-lo. Não deixava marcas nem sensações, não se identificava. Estaria ele, Sorman, qual Arjuna, quedado e abatido? Seria exatamente assim? Mas no Kurukchetra, o campo da terrível batalha, onde Arjuna antevia sua morte e de seus queridos entes, não lhe surge Krishna, pródigo e firme, ensinando-lhe o que fazer?

       Sim, lá estava ele sem qualquer ilusão, abrindo-lhe o coração, fazendo penetrar a mensagem! A Arjuna caberia aceitar e agir.  Demandaria jogar por terra a todos os temores, apegos e autoestima; lançar-se à inteira sorte da batalha sem interessar-se pelo resultado final, - enfrentar a morte cara a cara! Porém, no seu caso, tomadas as devidas proporções do canto épico, das alusões e alegorias, seria também de se entender que o outro seria Krishna, que, à distância, lançava-lhe as insinuações, modelando-lhe na mente as decisões, que, depois, tomaria? Fosse ou não fosse uma coisa era certa: o legado do sangue retomava-lhe o destino, o reconduzia ao fluxo atávico, e o obrigava a seguir em frente!

       Mas, estranhamente, apercebia-se do outro somente agora, justamente quando o primeiro acicatava-lhe como tantas vezes já o fizera. Por que antes nunca houvera notado esta sutil presença, este algo maior? Julgara sempre que o ameaçador ser a rugir e a corroer-lhe as entranhas fosse o único responsável a conduzi-lo às decisões tomadas. Entretanto, via agora que possivelmente não, pois se decisões tomara admitindo ser o dono único de seu destino, talvez se enganasse. O outro teria se antecipado e naquele turbilhão de emoções e pensamentos não conseguira discerni-lo, ou não pudera. Porém, hoje sim, e seria algo de satisfação, se satisfação tivesse em conhecê-lo!

        Quem sabe ainda – continuava teimosamente agora andando – não seriam os dois, exatamente, os responsáveis por suas decisões. O ego é múltiplo – lembrava-se de Rama – até que se consiga atrair-lhe as partes e unificá-lo. Mas aquele que o torturava era forte, demasiadamente bem estruturado. Não adiantava tentar convencê-lo; ele jogava com tudo; incursionava a todos os meandros e labirintos da mente; dominava sobre a vontade - manipulava com os seus desejos! Então por que o levava a buscar conhecer-se? Ou tudo não seria uma imensa encenação onde este e o outro representassem dois papéis distintos e combinados estivessem? Mas existiria mesmo este outro? Ah, imaginação desvairada, deixe estar como é; por que embrenhar-se nos mistérios da mente quando dela somos serviçais? Cansado e irritado mergulhou sobre a cama, buscando apagar da memória as ambíguas propostas de enigmas tão difíceis de deslindar.”

  Nesse paradigma o drama nele continuava; algumas vezes envolto por véus de enganosa sutileza.

Rayom Ra

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A NOVA RELIGIÃO MUNDIAL

  O que se presume da Nova Religião Mundial é que se evidenciarão a introdução, modelamentos e avanços nos métodos de transferências dos polos do pensamento religioso atual para uma realidade mais aprofundada da própria alma e a liberação das potencialidades do ego em se autodescobrir. Evidente que será um trabalho perene e mais ou menos longo a conduzir para a maior interiorização da consciência.

  Neste particular, a psicologia precisará conquistar uma visão mais real do ser, despindo-se de seus véus do conhecimento unicamente material do ego e avançando para o internamento de uma realidade bem acima, calcada na experienciação esotérica, se assim podemos nos referir. Os movimentos religiosos que por um tempo ainda se manterão na devida ordem e direcionamentos, inferidos no organograma inicial adrede traçado por Shamballa, aproximarão mais abertamente o homem aos recursos energéticos da natureza a fim de reabilitá-lo em sua estrutura física, emocional e mental, reintroduzindo-o ao todo natural.

  A coordenação do projeto de instauração final de uma única e abrangente Religião Mundial será ainda de outro tempo executório um tanto longo, precisando-se, antes de tudo, vencer outras etapas. Nesta fase atual, as energias convulsionam dos chackras planetários abertos pelo momento cósmico cíclico que atravessamos. A Terra, hoje ferida, encarnará outra alma e estas energias introdutórias de um começo de Nova Era, chocam-se violentamente com as energias ancoradas que ainda se mantém alimentadas por um processo artificial e milenar das diversas egrégoras edificadas para diversos fins. Não há outra maneira de avançar: é necessário destruir para renovar.

  As ações opostas das leis sistêmicas da Coesão e Desintegração, coordenadas pelas Hierarquias do sistema solar, há algumas décadas já vêm fazendo sentir os seus efeitos sobre toda a natureza. Antes que o processo desintegratório se manifeste integralmente no plano denso, as matérias mental e astral precisam ser atuadas em seus diversos grupamentos atômicos a fim de que as concentrações de matéria etéreo-física projetadas para se dissolver ou mudar de posicionamentos acompanhem as formulações. Todo esse revolvimento diário e mais os embates entre as forças opositoras, vêm provocando reações as mais diversas, embora ainda em menores escalas comparadas aos acontecimentos mais significativos do breve porvir na Terra.

  As leituras áuricas dos diversos grupamentos raciais dão sistematicamente à hierarquia a exata projeção dos níveis conscienciais da raça humana na sua totalidade e isso vem revelar o quanto ainda se faz necessário avançar naquele percentual maior de egos. As Mônadas – Espíritos Puros de que todos somos um – impartirão cada vez mais seus modelos experienciais às almas a fim de que as energias delas sejam intimamente trabalhadas de acordo com as inclinações de um ou outro de seus originais raios. As religiões, tal qual se encontram na atualidade, ainda se ajustam às mentes dos seguidores pela falta natural de uma nova e abrangente realidade espiritual, pois uma nova ciência também emergirá tendo pouco a ver com os objetivos unicamente materiais do presente. Os bilhões de egos que se lançarão para conquistas maiores e mais significativas no processo evolucionário, não se prenderão às distrações e novidades tecnológicas que diariamente movimentam as economias das nações. As exorbitâncias, sem nenhum proveito para a educação, saúde e reais atendimentos às outras necessidades básicas, não servindo, de nenhum modo, para a preparação de egos em direção a um objetivo existencial maior, logo tenderão a desaparecer quando ciência e tecnologia deixarem de submeter-se às regras governamentais ou empresariais que enriquecem grupos econômicos ávidos e privilegiados.

  As religiões mundiais – repetimos - atrelam nos seus invólucros bilhões de consciências, porque suas existências são mais do que necessárias para os níveis daqueles egos que ainda não chegaram a idade espiritual adulta ou que não possuam a capacidade de autogerar as energias do processo evolucionário. Desde eras muito distantes Cristo vem operando suas energias sobre as almas que povoam o mundo e esta ação repercute de volta na alma planetária e deste modo a nota do sistema solar consegue se manter nos níveis humanos e reinos não humanos.

  A interação de todos os reinos somente se realiza pela ação e movimento (1), e estas duas asas se manifestam na Terra pela afinidade do segundo aspecto do Logos, que é Cristo na sua expressão mais inferior. Por isto, Cristo de tempos em tempos precisa se fazer carne em sacrifício não somente aos homens, mas a todo o processo de ascensão planetária. E este mergulho na carne, e a necessidade de a alma planetária se realizar no sacrifício de Cristo, e o sacrifício de Sanat Kumara, representaram e ainda representam alguns dos mistérios da criação que a Nova Religião Mundial irá tratar com a consciência mais desperta da humanidade e com seu maior reconhecimento do Plano da Criação. Nesta sucessão de novos valores que se externarão da humanidade, os métodos da ciência universal virão fluir intuitivamente pela consciência dos egos, através da Alma justaposta à presença das Mônadas.

  (1Necessitamos entender que o Logos, ao fazer existir o sistema solar, imprimiu nos átomos de sua matéria a idéia intrínseca da evolução. Espírito e matéria na sua pureza original, antes da manifestação do Logos Solar, não estavam separados. A separação aconteceu quando o Logos imanifesto proveu condições embrionárias a que espírito e matéria viessem agir e obrar no universo objetivo como vida e forma. Na realidade, espírito e matéria ficaram separados tão somente em aparência por invisível véu que, não obstante, é suficiente para provocar tantas oposições nas relações das polaridades positivo (espírito) x negativo (matéria).

  O sistema solar é o campo de manifestação em que se encontram as matrizes vida x forma impulsionadas a realizar o plano evolutivo. Mas vidas x formas pluralizadas são aspectos menores, diferenciados em suas matrizes, e constituem no planeta Terra reinos que se diversificam em inúmeras famílias, grupos e ramos. Para que haja evolução há que existir ação e movimento, e esses fatores coexistem em toda a natureza onde, principalmente, se condiciona o fator instinto. Identificamos ação, o impulso subjetivo primevo imanente em Deus para criar, e movimento, a consciência e o impulso inatos da ação provisionada, externada e dirigida para gerar os objetivos pré-determinados. Ação, já no universo manifestado, segue outra vertente e interpenetra os mundos com a Inteligência e Energia-Força transformadoras do Logos, sob o manto da Alma Universal.

  Os quatro reinos se manifestam sob a influência de muitas leis reguladoras onde a multiplicidade das vidas e formas evoluem num ritmo sempre constante. O fator instinto, no entanto, é aquele que provoca nas formações e cérebros das organizações celulares, sob natural condicionamento, os impulsos que levam cada representante de um reino a agir, prover-se e buscar a preservação da espécie. Assim, o impulso instintivo está entre a ação e o movimento, e ambos, ação e movimento, se encontram de tal forma associados que aparentam ser um só fator. Clique no título): https://arcadeouro.blogspot.com/2017/12/o-monoteismo-biblico-e-os-deuses-da_25.html

  As bases das religiões pouco mudaram através dos séculos e milênios. As rezas, orações, pregações, credos, rituais – enfim, a liturgia, o cerne de suas ações, doutrinas e os ofícios públicos, de maneira geral mantêm-se nas tradições sem outros avanços.  Isto é olhado com desprezo pelos amantes da modernidade e dos descobrimentos da ciência. Mesmo alguns esotéricos e iniciados de escolas e organizações espiritualistas, admitem não se agradar dos modelos religiosos e deles se afastarem sem nada tirar de proveito. Realmente é impossível a unanimidade em assuntos de religião, e cada um tem suas razões. Mas lembramos de que as principais orações da igreja cristã como o Pai-Nosso e a Ave-Maria, foram reveladas ao mundo nos primórdios do cristianismo, quando nem a igreja houvera ainda se organizado, e os cristãos mais capazes detinham conhecimentos ocultos e da cabala.

  Outras orações e rezas de curas de iguais portes, foram trazidas por missionários e mártires cristãos – muitos destes foram iniciados nos mistérios sacerdotais da antiguidade – e serviram para doentes e necessitados. Rezas e orações feitas com fé, de fato removem males por que são agentes de forças astrais, verdadeiros mantras que ao serem invocadas atuam na matéria física e astral e dependendo do poder do invocador, ou da corrente, podem também dissolver núcleos de certas patogenias, causas diversas contraídas, ou afastar espíritos obsessores que fogem espavoridos libertando o afligido das dores e sofrimentos. Estas energias, durante o tempo da existência das religiões, vêm sendo diariamente invocadas e renovadas por milhões de crentes em todo o mundo, não importando o idioma, o país ou a religião – pois todas as religiões mundiais dão aos crentes os elementos de fé e curas segundo suas culturas. Lembramos, também, que gurus, magos e mestres da sabedoria oram, pedem e curam por modelos tradicionais, bem como orixás, pretos-velhos e exus coroados na Umbanda.

  Neste segmento é bom esclarecer que as rezas e orações consagradas pela Fraternidade Branca para uso das religiões, possuíram originalmente características invocatórias calcadas em métricas ocultas e realidades astrais, pois foram revelações dos sábios para o sacerdócio e o popular, e mesmo com as mudanças acontecidas ao longo do tempo ainda se sustentam pela ciência da invocação. As orações e rezas feitas fora deste teor, não trazem os mesmos efeitos tradicionalmente verificados – e em muitas ocasiões não trazem nenhum. Simples palavras evocatórias, ou pseudo-orações e rezas com palavras bonitas e escolhidas, servem meramente como homenagens, e não veiculam as energias e forças daquelas reveladas por missionários especiais.

  As religiões assim se mantêm como sustentáculos de energias que amparam a humanidade crente no pensamento de uma realidade acima das limitações humanas, e mesmo que suas bases tenham sido edificadas pelas tradições ocultas, as mãos e o cérebro limitado do homem interferem nas suas vidas. Os dogmas, credos e doutrinas não permitem o exercício de uma liberdade maior da consciência, mas foram necessários enquanto o homem de pouca evolução espiritual permanecia sem reagir por si mesmo às latências da alma.

Rayom Ra

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  Olá! Não sou psicólogo ou psiquiatra nem quereria tê-lo sido. Por muitos anos fui unicamente um dócil paciente de mim mesmo, sem nunca me ter perfilado ao conhecimento dessa matrix “mente-alma-sexo-desejos-frustrações-anima/animus, etc”, de alçada acadêmica por Freud e Jung, dentre outros conhecidos pesquisadores.

  Esses dois cavalheiros – além de outros – foram pesquisadores da psique humana. E pelas muitas contribuições a esse complexo arcabouço, hoje assim montado e assim mantido, atribui-se a Freud o epíteto de pai da psicanálise. Para pai da psicologia – a origem – os votos foram sem aparentes dissidências para o acadêmico Wilhelm Maximilian Wundt (1832-1920) filósofo, médico e psicólogo alemão.

  Freud batizaria as suas observações sobre os estudos da psique de seus pacientes, por psicanálise, enquanto Jung batizaria as suas, por psicologia analítica. A psicanálise tornar-se-ia então uma das ferramentas freudianas mais usadas para as perspectivas do abre-te-sésamo do ser – desse gênero homo cada vez mais envolto por muitos véus.

  A psicanálise freudiana observa, nem sempre de modo claro, elementos objetivos e subjetivos de um paciente em suas esferas mentais e emocionais. Busca também por outras fontes íntimas pelo reenvio de um quantum da consciência do próprio paciente aos seus primórdios natalinos. E foi através de intrincada simbologia observada em sonhos, atitudes inconscientes, manias, idiossincrasias, distúrbios mentais e emocionais e mais coisas, com que a psicanálise de Freud e a psicologia analítica de Jung se construíram, associando-se também com extensa mitologia em direção a possíveis âmagos. Com o uso desse método, passaria a ser tecnicamente possível o descobrimento do fio de Ariadne que levaria para fora dos negros labirintos onde anima ou animus se internam, e a algo mais que ainda secretamente voltam a se internar. Nessa linha, em sentido inverso ao nascimento na carne, a consciência de anima ou animus, de volta ao útero, redescobre alguns dos arquétipos que antes já estavam presentes nela própria, abrindo-se janelas para nova visão interior do ser.

O ETERNO PRESENTE 

  Comumente não notamos que o presente em termos de convenções humanas é sempre fugidio. Passado e futuro nos parecem mais palpáveis e definíveis dentro de nossas percepções e projeções mentais, mas não o presente. Mal começamos a falar sobre algo e nossas palavras já se foram para um passado imediato. E ao longo das horas e dias a noção de tempo presente sobre um assunto vai se tornando cada vez mais distante rumo ao passado em velocidade retilínea uniforme. Todos os dias, segundo a segundo, minuto a minuto, reconstruimos em nós, inconscientemente, a simbologia do tempo, a fim de nela buscarmos nos basear para vivermos eventos ou ajustá-los. Embora pouco nos importemos, admitimos, porém, que os fatos acontecidos na linha do tempo - ou no tempo linear -  conforme nos ensinaram desde o primeiro período escolar, se alojaram sempre da mesma forma na face da Terra, independentes de fusos horários, graus, distâncias e épocas. Ou modernamente com ou sem paradoxos dimensionais temporais. Portanto: para nós aqui neste mundo onde colocamos nossos pés para nos deslocarmos de um ponto a outro, o presente é o presente, o futuro é o futuro e o passado é o passado.

  E a despeito desse nosso convencimento simplório, percebemos, porém, que o tempo decorre e incorre diretamente aqui no planeta de modo inflexível e enigmático – e vem realizando isso impunemente por toda a eternidade, dentro, claro, de uma esfera espaço-tempo de nosso sistema heliocêntrico. Que o digam a biologia de nossos corpos densos, as nossas forças físicas, emocionais, mentais e espirituais – finalmente o nosso envelhecimento – e se possível diga-o também nossa pós-morte! E a nada disso podemos de fato, por nós próprios como cocriadores – nuamente – reprimir, espremer, obstar, redimensionar ou retardar nem alterar o sincronismo da Terra com as demais esferas planetárias conhecidas. E caberia a seguinte indagação um tanto cabalística, um tanto esotérica ou talvez de aceitação espírito-cardecista dos mais conformados: e por que abusadamente mudaríamos isso à nossa inteira mercê, já que tudo vem funcionando assim há incontáveis eons, graças a Ieve-Sabaoth, se temos tantas coisas mais importantes a fazermos no cotidiano hoje?

  Em síntese: o tempo aqui na Terra, naquilo que nos interessa diretamente, independe por completo de nossas existências: o tempo simplesmente nos ignora e nada em nós consegue impedir seu ritmo uniforme e soberana cronologia – naquilo que de fato ele é. Somos unicamente objetos terrenos a rolar diante do tempo, vida após vida. E quanto a nos dizerem que o tempo é subjetivo isso nos soa simplesmente como pedido de perdão por não saberem. Pois o tempo é tudo: é passado, futuro e eterno presente para nosso completo desespero – às vezes... Mas se alguém inferir que os portais quânticos, uma vez transpostos podem conduzir a um paradoxo temporal, diremos simplesmente que por lá uma “super equação” sustenta a atemporalidade do “ser” e do “não ser”, mas nós humanos a permanecermos por aqui como agora, estamos sempre embasados no três em um ou Suprema Trindade!

  No prolixo espetáculo da vida terrena, apontado para os segredos velados, ali está o homem no eterno presente da simbólica Roda do Destino, que os orientais chamam a Roda do Samsara. Sofridas e intermináveis guerras, epidemias pós mortandades, doenças contraídas pela desordem no mundo, vírus letais plantados por cientistas alienados aos valores humanos, extermínios étnicos e tantas outras aberrações constatadas, forçam acumulados carmas de egos infratores a passar por dolorosos expurgos. Principalmente pós guerras fratricidas. Esses profundos efeitos negativos colhidos do panorama da vida física planetária, além de produzirem novas impressões na psique de populações inteiras, persistem após o desenlace da vida física. Almas recém desencarnadas incursas em pesados débitos cármicos, se juntarão às outras almas em idênticas condições psicológicas e ver-se-ão todas conduzidas para regiões lúgubres do Klipoth. E uma vez no lugar de destino continuarão a conviver com suas muitas mazelas com maior sensibilidade, visto estarem agora desabrigadas de seus equipamentos carnais.

  Consequentemente, sob estupor, almas penosas da triste romaria conviverão com suas sombrias imagens, enquanto outras almas, em profundos estados depressivos, permanecerão durante muito tempo inconsoláveis com dores morais. E não conseguindo apagar as imagens refletidas por suas mentes ao curso dos punidores desfiles, almas assim prisioneiras em números de muitos milhões, amontoadas em imensas crateras, cavernas e grutas nos infernos de todas as nações da Terra, impossibilitadas de se libertar do degredo a que foram submetidas, evocarão desde mea-culpa chorando copiosamente, a lamentos de injustiças ou mesmo desprezarão aquela situação, mas isso de nada adiantará. As dores morais são as mais infiltrantes porquanto são energias em permanentes pressões nas consciências. 

  Após milhões de almas terem novamente retornado às suas reencarnações com as memórias subjetivas apagadas, alguns blocos de sensações eventualmente persistirão aquartelados no subconsciente, provocando sintomas somatizados e estados hipocondríacos que precisarão ser tratados através de processos espirituais de limpezas psíquicas. Pesadas cargas energéticas com que aquelas consciências se houveram em seus expurgos no Klipoth ou inferno espiritual, podem esgotar-se após dezenas, centenas de anos ou em milênios, dependendo da gravidade e extensões dos malignos atos. Mas como explicado anteriormente, havendo a possibilidade da interrupção de seus expurgos no inferno das almas o processo continuará na Terra em próximas reencarnações.

  A sabedoria e a complacência dos mentores espirituais podem oferecer essas oportunidades – na razão do possível – para pessoal aceleração do processo de dreno e libertação daqueles intensos sofrimentos do ser. Pois apesar dos necessários expurgos verificados nos infernos do Klipoth, a purificação na carne a partir de um determinado estágio em diante se torna mais rápida pelas pungentes dores que se alastram no organismo humano, decorrentes de metástases impossíveis de serem detidas ou por outras complicações que naturalmente surgem. Esses são alguns dos motivos pelos quais muitas pessoas chegam novamente à vida terrena sob muitas dores físicas e morais, e condições de permanentes doenças ou cânceres incuráveis que lhes tragam a saúde e as forças, e com profundas depressões. Ou quando apresentam quadros piores, como nos casos teratológicos que nos assustam ou causam terror. Entretanto, como dissemos, esses drásticos e deprimentes estados doentios serão de grande valia aos encarnados para mais rápidas purificações de suas almas.

  A Roda do Samsara serve portanto a um modelo tibetano simbólico de um mapa cármico para toda a humanidade. Mostra num de seus círculos concêntricos 12 setores ou casas chamadas – nidanas – que traduzem níveis de consciência em períodos de vivências terrenas individuais e coletivas. Essa simbólica roda mística passa a ideia de girar com os seus quatro círculos em ordem e sentido consecutivos.  Dentre outras coisas simboliza também almas humanas em situações gerais de causas e efeitos entre uma e outra reencarnação. O tempo é o elemento chave a mostrar seus momentos na roda em direta relação com os princípios de vida ali subentendidos. Aquele que se emancipa de seu inteiro carma pessoal se emancipa também da Roda do Samsara e de suas consequentes alternâncias.

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  Ações especialmente em favor da humanidade acontecem pela Hierarquia Espiritual ao cumprimento das metas evolutivas pré-estabelecidas ou quando necessariamente a Hierarquia se volta para atenções emergenciais aos reinos em geral. Isso vem se dando em momentos críticos de destruições planetárias menores ou de grandes montas. Nessas ocasiões é sempre o homem indisciplinado a figura central responsável pelas deflagrações dos fenômenos destrutivos. Suas desmedidas ambições, egocentrismos, crimes e desrespeitosas práticas antinaturais por todo o planeta geram as instabilidades das leis harmônicas e com isso ocasionam o caos. 

  Esse mesmo dispositivo de auxilio foi inicialmente inserido nos hábitos de civilizações e grupos de crenças em distante passado, quando templos foram erguidos e forças foram invocadas para trazer a sabedoria aos homens. A isso acorreram sábios da Hierarquia encarnando-se para o trabalho e procedimentos espirituais que foram sendo adequados através dos ciclos das futuras civilizações por todo o globo terrestre. Mas na medida em que as civilizações desobedientemente alternavam o bem com o mal, uma grande disputa por hegemonia de forças e valores cada vez mais se materializava, criando indesejável clima. Então chegava o momento das forças brancas espirituais abandonar suas atividades terrenas em amor e verdades e de novo adentrar num ocaso. E as civilizações passavam a conviver com o caos, como atualmente acontece nestes tempos globais.

  Mas enquanto tivesse existido a representatividade sacerdotal sem corrupções, fanatismos ou adernamentos negativos, os lídimos conceitos da sabedoria provinda do astral e forças superiores, investiam sacerdotes com autoridade e poderes e eles obedeciam da sábia voz que lhes chegava cada vez mais perceptível. Curas físicas e espirituais então passavam acontecer com perfeita condução, e esse precioso auxílio se estendia na forma de uma egrégora curativa para a psique coletiva. Naqueles antigos enfoques a consciência dos pacientes era levada aos planos superiores e lá trabalhada para as curas ou reconduzida a encarnações pretéritas para dissoluções de longínquos traumas adquiridos por toda a sorte de males. Quando os pacientes voltavam aos domínios das suas atuais personalidades muitos estavam curados de seus problemas.

  Aceitem isso os especialistas da estacionária psicologia materialista da atualidade, pois o antigo Egito dos gloriosos faraós-adeptos, iniciados nos profundos mistérios, foi um desses grandes e mais recentes momentos do conhecimento da alma humana e seus enigmas.

  Não alimentamos a esperança de que os donos da psicologia materialista se rendam de imediato a um full de azes de outros jogadores tranquilos e conscientes, sabedores da importância de urgentes mudanças nesse atual modelo oficial de terapia da alma e de seus segmentos acadêmicos. Pois isso forçosamente advirá após completa reorganização de nossas sociedades e banimentos de sistemas viciados, onde necessárias reformas, novas visões e novos métodos de administração e trabalho serão trazidos pela iluminação espiritual. Porém, nunca isso acontecerá imperfeitamente através de orgulhosas autoridades intelectuais com os monitoramentos atuais. Também as religiões da atualidade, em seus breves futuros até ao termo final de suas existências, se verão ante a escolha da requalificação de suas teses e princípios dogmáticos ou inevitavelmente sairão de cena.

  Esperemos somente mais um pouco, já estamos quase chegando lá, a uma revolução mundial científica sócio-cultural, que sem dúvida virá in totum após a grande tribulação. Nada permanecerá em pé que não seja a cristalina verdade. A varredura será completa.

Rayom Ra

http://arcadeouro.blogspot.com