Tantra - O Continuum
Na Gnose estudamos a natureza como um compreensível por inteiro. Fazemos isso a fim de estarmos bem equipados e bem sintetizados em nossa compreensão sobre as leis que regulam nossa real existência. A Gnose é muito vasta e bem intelegível no seu escopo. Sua larga abrangência é muito importante para que entendamos a nós próprios e ao nosso lugar no universo.
A vida não é tão simples para os cinco sentidos quanto possa aparentar. A ciência materialista tem feito algum progresso particularmente por parte daqueles que têm estado a investigar os mecanismos dos sistemas bem menores, tais como da quanta e dos átomos. Esses investigadores têm descoberto leis e funções da energia e matéria que decididamente transcendem o entendimento da ciência dos anos 10, 20 ou 50. Os comportamentos da energia e matéria nas suas raízes são por demais difíceis ao entendimento do intelecto, e os cientistas contemporâneos têm comprovado as verdades desses fatos. Suas ciências estão chegando cada vez mais perto do misticismo do que da ciência de Newton, a ciência dos séculos anteriores.
Figura 1.
Os gnósticos investigam os mesmos problemas porém de um diferente ponto de vista. Investigamos a natureza do fenômeno dentro de nossa consciência e dentro do espelho que temos no interior de nossa psique. Tal espelho quando clareado é capaz de refletir o universo inteiro e demonstrar para a alma, para a consciência, a função verdadeira e a manifestação da energia e matéria. Na Gnose estudamos essa vasta existência pelo uso de um glifo, um mapa ou símbolo que chamamos a Árvore da Vida. Essa é agora comum e popularmente conhecida como a cabala, mas infelizmente o verdadeiro entendimento desse mapa é muito difícil de ser alcançado.
Quando examinamos a cabala ou Árvore da Vida do ponto mais alto onde ela começa no Espaço Abstrato Absoluto, sentimos uma vasta e primordial potencialidade. Essa potencialidade ou útero é uma expansão da existência potencial. É num sentido a matéria fecundada ou a não matéria, a base da matéria em si mesma. Simbolizamos isso a fim de que a entendamos, porém o verdadeiro entendimento não pode ser assimilado pela mente, pelo intelecto, tem de ser experienciado pela consciência, que é algo mais.
Da vasta potencialidade emergem os primeiros vislumbres da existência, que chamamos o infinito. O infinito é muito comumente simbolizado nas tradições em todo o mundo por um círculo. No tradicional gnosticismo vemos o símbolo da serpente mordendo sua própria cauda. Esse símbolo representa muitas coisas mas está intimamente relacionado com o círculo Zen, representando brevemente o continuum da natureza, o continuum da energia. Esse círculo é o zero ou o útero.
Quando aquele ponto zero, aquele infinito, manifesta algo dentro daquele círculo surge um ponto, e aquele ponto é a primeira manifestação de alguma coisa. O referido ponto simboliza o que chamamos a Mônada, nosso próprio Mais Profundo Íntimo, nosso pessoal Divino Espírito. Porém a fim de que aquela Mônada, aquele Espírito, aquela Inteligência, possa se expressar tem que se dividir em dois. Daí que se visualizarmos o círculo com um ponto no meio, imaginamos então que o ponto se estende para cima e para baixo formando uma linha, e aquela linha divide o círculo em duas partes. Esse processo de divisão simboliza movimentos fundamentais ocorridos na raiz de toda a matéria e energia. A divisão em dois é a base fundamental da qual toda a criação emerge.
Na Árvore da Vida quando o útero se divide em dois, aparece o que chamamos יהוה Iod-Havah ou Iod-Heveh, que é:
Essa mesma dualidade masculino e feminino está conectada na palavra hebraica Elohim. Elohim é também uma pluralidade. El é singular para Deus e Eloha é a fêmea singular para Deusa. Elohim é plural para Deuses e Deusas.
Quando aquele ponto no útero se estende para fora e o círculo é dividido em dois, vemos a união da dualidade primordial e aquela união por ela mesma forma um terceiro princípio ou terceiro fator. Temos aqui então as três forças:
Essa é a Lei dos Três. O termo gnóstico para isso é Triamazicamno. A Lei dos Três é a lei universal em qualquer religião, em cada tradição mística, em cada ensinamento espiritual. É a Trindade ou a Tri-unidade, o Três-em-Um e a base de toda matéria. As três forças expressam energia a fim de criar e quando essas três se tornam concretas elas descem ao interior da matéria, e essa matéria se torna concreta através dos quatros elementos. Temos discutido isso em anteriores palestras e estou unicamente revendo essa parte a fim de que fixemos parâmetros para nossa conversa de hoje.
Os quatro elementos são conhecidos em todas as diferentes tradições, e na Bíblia estão simbolizados nos livros de Ezequiel e Revelações pelos quatro querubins ou quatro Elohim, que estão segurando os quatro ventos da Terra. Esses quatro Anjos ou quatro elementos simbolizam a energia – simbolizam a inteligência.
Figura 2.
Provavelmente já observamos que temos realmente nos movido do zero para o um, o dois, o três e agora para o quatro. Os números são a base de todas as coisas. A cabala é a ciência dos números, e qualquer tradição mudialmente, materialmente, matematicamente existente nos dirá a mesma coisa: tudo é reduzido a números, mesmo o ser humano. Então o estudo dos números nesse contexto é realmente o estudo das leis fundamentais.
Essas quatro inteligências que são as manifestações da Lei dos Três, são a base de todos os átomos, hidrogênios, partículas, moléculas, células; todos os organismos que existem, do menor ao maior. Cada forma de existência pode ser reduzida a quatro elementos bem como as mais simples formas de matéria, que na Gnose chamamos “hidrogênio”.Existe na natureza uma vasta hierarquia com muitos níveis da criação e muitos níveis da existência. Através dessa hierarquia temos as leis fundamentais a permanecerem consistentes – a Lei dos Três é uma delas. A Lei dos Três é requerida para qualquer nível da existência a fim de que a criação possa ocorrer. Temos citado frequentemente neste curso que isso é óbvio dentro de nossa própria espécie. Para criarmos um novo membro necessitamos de três forças: um homem, uma mulher e a sexualidade: essa última é a força unificadora que atrái juntos aqueles dois outros elementos.
A Lei dos Três está no seu exercício em cada átomo, em cada célula e em cada existente partícula de matéria. Dentro de nós mesmos, dentro de nossa psique essa mesma lei é encontrada em funcionamento. Temos a Lei dos Três em nós sob muitos aspectos. Estudamos principalmente os três cérebros ou as três divisões de nossa própria atividade psicológica edificadas pelo:
- intelecto.Os três cérebros são transformadores da energia proveniente de qualquer fonte que os esteja nutrindo.
Existe uma fonte Divina de energia chamada no cristianismo o Pai, o Filho e o Espírito Santo que pode nutrir nossos três cérebros. Esses três aspectos da Tri-unidade Divina são os três alentos, os três ventos ou forças que descem do Absoluto e conseguem energizar nossos três cérebros:
Temos falado sobre a transformação de energia na natureza, sobre o Ritual Pancatattva que é o modo como a energia desce ao interior dos tatvvas, que então se tornam elementos. E como um indivíduo pode obter vantagens daqueles elementos por meio de seu comportamento, da alimentação e bebida.
Estudamos então os planetas metálicos da Alquimia naquilo em que aquela energia raiz, aquela energia solar, a força Crística é modificada pela Lei dos Sete e na sua decorrência nos influencia ao curso de nosso desenvolvimento. E observamos como trabalhar com o Mercúrio que é a energia sexual em qualquer criatura. E tivemos em seguida uma vasta palestra sobre as cinco causas de doenças que cobriu não somente os tipos de doenças, mas também o nosso sistema endócrino e todas as glândulas que são espiritual e psicologicamente influenciadas. Hoje estaremos sintetizando tudo aquilo.
Um principal e bem fundamentado ponto a ser examinado no curso até agora é o importante axioma ou função presente em todas as palestras, para cada aspecto da Gnose, a nos dizer que uma coisa é a natureza mecânica, e outra coisa é a vontade consciente. Necessária a distinção entre essas duas afirmações. No correr de nossa vida temos também de nos conscientizar da diferença entre influência e impacto da natureza mecânica e influência e impacto de nossa própria força de vontade. Na ausência de um claro entendimento dessa distinção não conseguiremos compreender o que seja a Gnose.
FORÇA DE VONTADE
Nosso organismo físico, falando mecanicamente, é simplesmente um veículo, uma máquina. O corpo é a mais sofisticada tecnologia existente neste planeta. Em nosso detrimento não compreendemos o veículo no qual habitamos que basicamente o usamos no dia a dia, uma vez que no interior desse veículo – desse esplêndido e inacreditável corpo físico – estão as ferramentas, energias e forças de que necessitamos para entendermos os reais propósitos de nossa existência. Tristemente a humanidade ignora isso; a humanidade não tem ideia. Porém a fim de entendermos as capacidades do organismo físico necessitamos compreender a diferença entre a natureza mecânica e a vontade consciente.
A real questão é: o que é força de vontade? O que é nossa vontade? Sabemos realmente o que isso significa? Diremos todos impulsivamente: “claro que sabemos! Tenho a minha vontade, faço o que eu quero, eu faço o que tenho vontade”. Entretanto isso realmente não é verdade. Se formos bastante sinceros, se examinarmos a natureza de nossa própria experiência veremos que na vasta maioria do tempo estamos unicamente reagindo à vida. Reagimos meramente às circunstâncias e situações sobre as quais de vários modos não detemos total controle. A maioria de nossas decisões são feitas de uma posição involucrada onde nos encontramos e onde temos uma ou duas escolhas, se tanto.
Realmente temos muito pouco espaço para expressar a força de vontade. A razão é devida a lei de causa e efeito conhecida no sânscrito como carma. Criamos uma psicologia dentro de nós a qual estabeleceu um ciclo de situações recorrentes em nossas vidas, e que nos tem colocado em posição onde muito raramente somos capazes do livre agir com pura vontade.
Quando examinamos isso e nos voltamos um pouco mais para o curso da evolução humana numa escala mais determinante, podemos perceber muitas coisas terrificantes. Nossa sociedade se desenvolve de tal modo que ninguém em realidade tem qualquer clara ideia para onde estamos indo e contudo estamos todos contribuindo para o caos.
Do ponto de vista da Gnose quando estudamos a evolução das espécies humanas, vemos que nossa Chama Divina, a essência ou consciência que possuímos, está inserida na natureza e disponibilizada com oportunidades de crescimento. Entretanto esse crescimento ocorre com o devido desenvolvimento através do labor das hierarquias de inteligências, as quais anteriormente já as descrevemos. Aquelas hierarquias estão organizadas na base: no reino mineral, indo para o reino vegetal, para o reino animal e finalmente para o reino do organismo humano, o pináculo – o mais alto nível que a natureza mecânica pode produzir para as nossas necessidades evolutivas.
Superar o passado no estado em que agora nos encontramos é impossível uma vez que dependemos da natureza mecânica e a evidência disso nos envolve a todos. A Terra está reagindo. Estamos nos destruindo e ao nosso planeta. Nossa sociedade por inteira sofre massiva demolição em todos os seus níveis; as comunidades estão fraturadas; nossas famílias dividem-se; as estruturas domésticas se dilaceram. Hoje é raro encontrarmos uma família que permaneça junta, significando mais o marido e a mulher. Se estudarmos sociologia saberemos que a unidade familiar é a base de uma civilização uma vez que é ela quem edifica comunidades, sociedades e culturas, mas se a unidade familiar se rompe a civilização se romperá. E numa escala mundial podemos comprovar evidências psicológicas, sociais e sexuais onde nossa cultura e comunidade demonstram não estar evoluindo, mas se tornando piores.
Através do processo de nossa evolução como indivíduos, ao entrarmos no reino do organismo humano – o humanoide – estamos desenvolvendo uma nova capacidade. Em reinos anteriores desenvolvemos a mente mas somente até o nível do animal. No organismo humano chegamos ao razonamento – a capacidade de comparar e tomar decisões baseadas na vontade individual. Essa é a nova capacidade que se exterioriza com a aquisição do organismo humano. Com essa habilidade nos permitimos a escolha de como nos desenvolvermos em seguida: pois temos de lutar para transcender nossa natureza animal trazida por herança, e baseados na força de vontade darmos um próximo passo para nossa evolução consciente. De outro modo permaneceremos como um animal uma vez que nossa mente ainda é animal, mesmo com a habilidade de razonar.
Observando nossa cultura: televisão, filmes, livros, lojas, música vemos que a vasta maioria de seres humanos está interessada em permanecer como animais, guiada pelo instinto e desejo. Pessoas querem viver exatamente como animais: comendo, dormindo, tendo sexo, lutando e seguindo desejos instintuais. A humanidade, por certo, é um útero, um vasto útero a gestar em seu interior criaturas. Cada organismo humano é um útero dentro do qual há uma semente, um embrião.
Do útero da humanidade nascem dois tipos de criaturas, dependentes de como a semente é gestada. Em termos religiosos chamamos as criaturas que emergem desse útero, de anjos ou demônios; há muitos outros nomes aplicados pela tradição através da qual examinamos. Um anjo é uma alma perfeccionada que transcendeu sua natureza mecânica e se tornou num ser humano real. Um demônio é um escravo da natureza mecânica que está divorciado do Espírito. Um anjo irradia pureza, castidade, virtude. Um demônio irradia luxúria, ódio, orgulho, inveja e mais. A humanidade como um útero está produzindo numa escala massiva, mas o que está emergindo do útero?
A diferença entre a gestação de um Anjo e a de um Demônio está na força de vontade. Criar qualquer um depende do uso da força de vontade, entretanto eles têm polaridades diferentes. A força de vontade do Anjo é um reflexo da vontade de Deus, é a vontade do Espírito-Sol, ao passo que a força de vontade de um Demônio é ego, orgulho, luxúria, ódio.
A força de vontade é definida pelo modo como alguém trabalha com a energia. A energia está em constante movimento. A cada momento em qualquer lugar temos energia e movimento; temos energia se tornando matéria e matéria se tornando energia e a constante e sempre dinâmica flutuação entre as duas. A força de vontade é a maneira como nos relacionamos com aquela transformação, como interagimos com ela.
Nada que existe está parado. Nada que esteja manifestado está perfeitamente estático. Há movimento em tudo e o modo como interagimos com aquela energia está adstrito à qualidade de nossa mente. Se nossa própria mente encontra-se cheia com imagens e pensamentos de ódio, vingança, ciúme, orgulho, interagimos com as energias da natureza e vida segundo nossas vontades individuais de ódio, vingança, ciúme e orgulho. Essa interação produz resultados, pois conforme sabemos cada ação atrai um resultado.
TANTRA
Esse continuum de energia, o constante fluxo de energia como causa e efeito é chamado em sânscrito Tantra. A palavra Tantra significa: “ciclo, fluxo, continuum”. É o movimento constante de energia e matéria. A palavra Tantra tem grande poder, uma vez que se refere ao movimento raiz da energia em todos os níveis de existência. Quando utilizamos a palavra Tantra na Gnose ela nos remete a duas principais aplicações:
- Tantra como o continuum de energia.Porém essa palavra Tantra infelizmente está sendo grosseiramente mal usada pela humanidade; isso se tornará claro mais tarde em nossa conversa. Tantra é uma das mais antigas ciências existentes. A natureza e ciência do Tantra está presente em cada religião sem exceção, uma vez que sem os ensinamentos e conhecimento do Tantra não haveria religião. Tantra ou religião tem muitos subtipos, muitas formas, muitas diferentes aparências. O que as pessoas comumente chamam Tantra é meramente um aspecto de alguma coisa bem maior.
Tradicionalmente em qualquer religião, escola de misticismo ou ciência esotérica, a natureza do Tantra foi sempre ocultada dos iniciantes. Tantra foi somente revelado por instrutores qualificados aos estudantes que tivessem sido muito bem preparados. O significado disso é que os estudantes precisavam já ter realizado muitos anos de estudo e meditação e terem cultivado e estabelecido em seus íntimos um sentido muito bem elaborado de entendimento, e o mais importante: era-lhes requerido portar a mente bem pura.
Por que pensarmos que seria? Se o Tantra é o continuum da energia e se relacionamos aquela básica energia com a qualidade da mente que possuímos, e se tivermos a mente muito suja, desorganizada, doentia e desequilibrada, nos relacionaremos com aquela energia de modo errado, e aquilo produzirá resultados, carma. É isso o que está acontecendo agora neste planeta. Na maioria das escolas que reivindicam ensinar o Tantra, os estudantes estão sendo introduzidos a um conhecimento do que não podem compreender porque suas mentes são muito caóticas e sugestionadas com desejo. Ademais estão sendo introduzidos ao conhecimento de maneira errada e isso está produzindo resultados cármicos que criam sofrimentos.
O Tantra está presente nos ensinamentos do induismo, budismo e taoismo. Isso é bem sabido. O que não é comumente sabido é que a totalidade das religiões astecas e maias tiveram suas fundações no Tantra, como teve a cristandade real. A Bíblia está carregada com imagens tântricas [mesmo a Arca da Aliança é um simbolismo tântrico] e sabemos esse fato pelo próprio Jesus que disse aos seus discípulos: “Porque vos é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não é dado”. – Mateus 13-11.
Ele indicou bem claramente que só aqueles que estivessem preparados, que fossem qualificados, poderiam receber os ensinamentos completos da cristandade bem como aqueles ensinamentos que tinham sido perdidos [e substituídos] pelo convencional de igrejas, e assim poderem entrar no correto entendimento do Tantra, onde o conhecimento de coisas sobre a força de vontade é necessário. Há dois tipos principais de força de vontade:
- A vontade que é guiada pela Lei de Cristo.O primeiro tipo de vontade, a vontade crística, está perfeitamente definida no budismo mahayana. Mahayana significa “maior veículo”, sendo a forma ideal budista de expressar o Bodhisattva. Um Bodhisattva segundo o budismo mahayana é alguém que por ele mesmo se dedica exclusivamente ao benefício de outros; aquela dedicação é a perfeita expressão da vontade crística. A Lei de Cristo é do sacrifício.
O primeiro Dalai Lama escreveu: “Nunca esperando beneficiar-nos sozinhos, fizemos o voto de nos ligarmos à grande via unicamente em benefício de outros, a fim de constantemente assistir as necessidades de almas para, talvez rápida e mais facilmente, alcançarmos o estado de Buda”.
Isso é puro budismo mahayana e pura vontade crística: ausência de autoidentidade, de autoidentificação, de orgulho. O puro e perfeito Cristo não tem orgulho, nem auto-interesse; é pura e completa compaixão. Essa ideal solidariedade está incorporada no termo sânscrito bodhichitta, significando “a mente desperta” ou “a mente de sabedoria” e essa mente de sabedoria é a mente de chokmah. Em hebreu chokmah é sabedoria, a segunda sefira na Árvore da Vida, relacionada com Cristo.
Bodhichitta é a Mente-Cristo, Vontade-Cristo, compaixão perfeita. Gnose é budismo mahayana. E a Gnose vai além do mayahana, pois ensina mais do que ensina o tradicional budismo mahayana. Gnose é Tantrayana.
Tantra é a ciência que abrange todas as superinteressantes e transformativas energias que existem dentro de nós. Aquelas energias são a raiz da realidade da condição humana. Entender a natureza de nossas próprias energias é entender a natureza da vida, da mente e do sofrimento.
Abrangermos energias requer-nos procedimentos científicos e processos específicos. Sabemos muito bem disso pela ciência materialista. Para liberar eletricidade a fim de gerar poder necessitamos de ferramentas e procedimentos exatos. Com o Tantra se dá o mesmo, entretanto aqui operamos com tipos de energias muito mais sutis. Essas energias não podem ser acessadas através de crenças ou teorias, mas unicamente por métodos precisos.
Algumas das ferramentas e procedimentos para acessar essas energias são conhecidos pela palavra “ritual”. Tantra é a ciência do ritual; é o método de aplicar entendimentos e procedimentos científicos a fim de adquirir o controle da energia. Qualquer ritual é um método de focar a força de vontade. Por exemplo: a missa católica é um ritual mágico. É chamada “religião” porque está sancionada por uma autoridade, mas de todas as formas é um ritual mágico, muito similar a qualquer ritual adotado pelos budistas tibetanos, pelos antigos astecas, pelos shamans, pelos indus tântricos, etc.
Qualquer ritual é uma forma de magia focalizada na força de vontade. O modo como usamos nossa força de vontade determina quem somos nós e a quem estamos a nos tornar. Sabemos muito bem na Gnose, pelo estudo de causa e efeito – a Lei do Carma – que aquilo que somos agora nesse momento é o resultado de nossas pretéritas ações.
O fato é que se examinarmos qualquer átomo, qualquer partícula de nosso organismo físico é como se fossemos a um resultado direto de nossas ações do passado. O corpo que temos, a cor dos cabelos, a cor dos olhos, o modo de andar, a maneira de falar, as palavras que escolhemos, a qualidade da mente que possuímos, é tudo completamente cem por cento de nossa própria criação, por serem o resultado de nossas próprias ações do passado. Podem não estar visíveis aos nossos sentidos físicos, pois para vermos as causas pretéritas da matéria é necessário estarmos habilitados a vê-las. Porém quando entendermos que todos os átomos de nosso corpo, sua inteira estrutura, seja o resultado de nossas anteriores ações, estaremos melhor preparados para entender algo que a biologia ensina bem abertamente, que é a natureza de nossas características sexuais.
CARACTERÍSTICAS SEXUAIS
A tradicional e convencional ciência ensina que há três principais características sexuais. Se estudarmos biologia em qualquer escola saberemos que as principais características sexuais do organismo humano estão nos órgãos sexuais. Na Gnose e na ciência tradicional torna-se clara uma diferenciação entre as principais características sexuais do macho e da fêmea. Eles têm diferentes órgãos sexuais que funcionam de maneira própria. Essa funcionalidade produz resultados com qualquer forma de ação em qualquer nível da natureza. O que isso significa é que na medida em que usamos os órgãos sexuais produzimos resultados, causa e efeito. O resultado do uso dos órgãos sexuais são as característica sexuais secundárias.
Na ciência tradicional é dito que características sexuais secundárias são funcionalidades físicas desenvolvidas na puberdade que acentuam mais a diferença anatômica entre machos e fêmeas. Hoje em dia isso não está muito claro. Na Gnose dizemos um pouco mais, vamos mais fundo. Características sexuais secundárias são o carma do mau uso de nossas genitálias, nossos órgãos sexuais. Exemplos são vistos em mulheres masculinizadas e homens afeminados. Outro exemplo é visível entre padres, monges e freiras que tendo abusado de suas próprias forças sexuais se tornaram modificados física e psicologicamente.
Temos um bom exemplo disso na inquisição espanhola quando padres e monges acreditavam estar fazendo o certo. Eles tentavam desviar suas forças sexuais sem uma castidade científica e como tal corrompiam não somente suas próprias energias sexuais como também suas mentes. O que resultou disso foi se tornarem fisicamente modificados. Tipicamente ficaram magros ao extremo ou muito gordos, com acentuado desequilíbrio mental, começando a torturar e a matar pessoas com a crença de que isso era bom. Vemos o mesmo caso hoje em dia nas modernas igrejas. O uso impróprio das forças sexuais tem resultado em graves crimes contra a humanidade e esses sacerdotes se justificam mas escondem seus crimes.
As características sexuais secundárias são também modificadas por aquilo que a ciência materialista chama de características terciárias, ou aquelas de terceira natureza. Características terciárias são modificações psicológicas adquiridas através da cultura. Atualmente o entendimento da sexualidade neste planeta está profundamente corrompido. O desejo tem contagiado de tal forma a psique humana que estamos sexualmente confusos. As pessoas estão misturando as forças que não deviam ser misturadas e que produzem sofrimento. Há tantas evidências nisso que é fácil vê-las em qualquer parte.
A natureza mecânica desenvolve nossas características sexuais segundo as tendências da psique, e certos dramas infantis alteram o desenvolvimento do seu organismo, advindo mais tarde comportamentos. Por exemplo: uma criança abusada sexualmente terá traumas que produzirão efeitos quando adulta. Esses efeitos provocam posteriores ações trazendo posteriores resultados e aquela pessoa degenera, ficando de modo geral pior. Tanto quanto elas ajam segundo aqueles traumas também agem com aqueles desejos: pioram os seus sofrimentos e isso se espalha para outros. É uma tragédia. A ação do abuso sexual causa traumas que produzirão alterações na psique e na fisiologia, e as alterações transitam de existência para existência.
A psicologia materialista e a sexologia estão estudando a natureza do trauma sexual com o melhor de suas habilidades. Entretanto falham por não incorporar a progressão desses problemas com a continuidade da energia de vida para vida, e por não observar como a psique se desenvolve segundo suas tendências, visto ela se desenvolver segundo sua natureza. Sabemos pela Gnose que uma pessoa precisa despertar a consciência a fim de conseguir chegar às raízes desses problemas. Devido a que os psicólogos contemporâneos ignoram esse simples fato nunca chegarão às verdadeiras raízes.
Destacamos isso porque hoje em dia existem muitas pessoas que são divorciadas da sexualidade natural do organismo humano e se engajam em atividades que estão contra a natureza, justificando-se com “terem nascido assim”. O que elas falham em entender é que o “terem nascido assim” foi devido ao fato de terem gerado as causas em anteriores existências. Essas predisposições são o resultado de prévias ações – é tudo. Menciono isso porque há muitos que dizem ser a natureza “exatamente daquela forma”, e por isso devemos concordar dando-lhes apoio. Isso é o mesmo que dizermos para aceitar e encorajar alcoólicos porque seus corpos querem álcool. Vícios e degenerações sexuais são perniciosos a todos. Nunca devem ser aceitos ou encorajados.
Precisamos entender que desenvolvemos no corpo um formato relativo ao uso que demos a nossa energia sexual. Nosso futuro estará determinado pelo sentido dado ao uso de nossa energia sexual. O modo como usamos nossa força sexual virá a ser determinante ao que nos tornaremos. Ao examinarmos as características primárias e secundárias de qualquer pessoa podemos perceber de sua psicologia e de seu carma.
Há significados fundamentais no uso da energia sexual. Necessário entender o sexo como a fundação da vida. Sem sexo não haveria vida nem família, sociedade, mundo ou universo, uma vez que o universo é construído através da energia sexual.
USO DA ENERGIA SEXUAL
A energia sexual é a força do Terceiro Logos, o Espírito Santo, e tem três meios para sua expressão:
- A reprodução das espécies.O primeiro trata da reprodução de nossas espécies na natureza. O segundo determina a evolução da raça humana. Temos de entender que nossa evolução é guiada pelo uso da força sexual. Obviamente pelo modo como acasalamos nossa raça evolui ou involui. Nesses tempos estamos diante de uma grave crise. Atualmente crianças muito novas estão se tornando sexualmente ativas. Encontramos crianças novas que já abusam sexualmente de outras crianças. Isso não é normal, não é natural e não é bom. Porém isso se torna cada vez mais comum em cada geração; o abuso sexual alastra-se como fogo selvagem.
Os desejos da psique humana degenerada por experiências sexuais se tornam mais e mais prominentes e corruptos. Ao invés dos desvios da degeneração sexual tornarem-se mais difíceis estão a se tornar mais fáceis, e mais países legalizam comportamentos sexuais desviantes. Países supostamente “civilizados” legalizam e encorajam esses comportamentos sexualmente desviantes. Usamos o termo desviante no sentido de que signifiquem as manipulações da energia sexual que se alienam das funções do desenvolvimento saudável do organismo e da raça.
Mencionamos comportamentos como..., bem, melhor não mencioná-los. Todos sabem muito bem os tipos de coisas que estão acontecendo. Não estão acontecendo noutros países, estão acontecendo na nossa vizinhança, na nossa cultura. E nossa sociedade está encorajando isso, talvez não na superfície mas por caminhos sutis, como quando permitimos a pornografia no lar ou quando ignoramos que nossas crianças estejam entrando na pornografia, na má TV e noutras informações nocivas.
Enquanto amamos demais nossa suposta “liberdade sexual”, ela é verdadeiramente a causa substancial da quebra de nossas estruturas familiares. Existe uma ligação direta entre nossa suposta “expressão sexual” com a taxa de divórcios e quebra da estrutura familiar. Essas estruturas familiares proporcionam lares saudáveis para as crianças crescerem, entretanto essas estruturas não existem. As crianças estão sendo inundadas com pornografia, com imagens de crimes e degeneração, e é isso que eles imitam, e nós os permitimos.
O desejo sexual causa a quebra das estrutura familiares uma vez que os homens e as mulheres buscam por novas sensações sexuais. É por esse caminho, pelo abuso da energia sexual, que nossa civilização está quebrando. É o indicativo de que a humanidade não está evoluindo, mas degenerando, se desmantelando. Sintam-se dispostos a observar qualquer estrutura social existente na face do planeta e verão isso. Verão uma piora dos problemas, mais complicações, mais dificuldades, poucas respostas e mais justificativas. É como a evolução da raça humana está sendo guiada; precisamente pela condução do uso da força sexual.
O terceiro aspecto ou o terceiro meio de expressão é o desenvolvimento espiritual. A natureza mecânica não pode de modo algum entrar aqui. Ela pode influenciar a reprodução e a evolução até uma extensão. Entretanto não tem qualquer ingerência no desenvolvimento espiritual para além do organismo humanoide. Atestamos isso facilmente. A raça humana como um todo não sabe o que é Deus. Sabemos o que seja fanatismo; sabemos como nos matarmos e dizermos que fazemos isso “por Deus”, ainda que não tenha nada a ver com Deus, com religião, mas com a mente degenerada. Tudo isso é devido ao mau uso da energia sexual.
Em cada um desses casos, desses três modos de energia sexual, se aprendermos como usar a força sexual de modo correto podemos mudar o desenvolvimento de nossa raça, de nossa cultura e também de nossas pessoais perspectivas espirituais. Para fazermos isso precisamos entender que existem três tipos de sexualidade:
Sexualidade normal é definida nos ensinamentos esotéricos de todas as religiões incorporada por aqueles que não têm qualquer conflito sexual. Significa que ninguém na humanidade tem sexualidade normal porque todos temos conflitos sexuais. Estarmos livres do conflito sexual é transcendermos nossa corrente condição humana. Termos sexualidade normal é estarmos ao nível da humanidade simbolizada pelo homem e mulher no Éden, no paraíso. Para compreendermos isso precisamos observar que a energia sexual triparte-se em distintos tipos:
A energia sexual é fora de questão a mais sutil e poderosa energia normalmente produzida e transportada através de nosso organismo. Tudo o que somos é resultado da modificação da energia sexual. Para direcionarmos essa energia com consciente vontade é extremamente difícil. Ademais sua presença representa um manancial de imenso poder. Se o poder estiver sendo mal utilizado ele produz catástrofe. Dentro do organismo existem canais que podem direcionar e guiar aquela energia a fim de circular de maneira saudável, porém se tal energia infiltrar-se em outras áreas de nosso organismo o resultado é destruição.
Num caso pontual vejamos padres, monges e freiras que observam o que eles chamam “castidade” mas não transmutam a energia sexual. Como resultado tornam-se fanáticos, ficam mentalmente desequilibrados, muitos se tornam cínicos, homossexuais ou masturbadores a desgastar a vitalidade de seus organismos, criando dependência psicológica e formando substâncias psíquicas nocivas a incessantemente absorver-lhes as vidas. Um desses resultados virá acontecer porque a energia sexual precisa agir. Os modificadores acontecem com essas pessoas por não conhecerem a ciência da castidade (Tantra), o método pelo qual é realizada a elevação da energia e o direcionamento dela a uma via positiva.
Todas as atitudes mentais negativas conduzem direta ou indiretamente ao uso destrutivo da energia sexual. A sexualidade natural nos outorga o poder de criar crianças saudáveis, de criar nos mundos da arte e da ciência. A energia sexual favorecida pela mente equilibrada pode produzir verdadeiras revoluções, e todas as grandes figuras de nossa história estiveram realizando exatamente isso: Mozart, Beethoven, Platão, Pitágoras e muitas outras. A humanidade não pode compreender como eles fizeram aquelas coisas – suas realizações – pois eles sabiam como trabalhar com a energia sexual pela via positiva, direcionando-a com consciência e vontade crística.
Contudo, atitudes mentais negativas compelem a energia sexual a circular pelo caminho errado, o que é uma fatalidade a vir causar destruição. Isso está agora muito evidente na maioria das criações das espécies humanas. Nesses tempos muito raramente encontramos de fato a verdadeira produção de belos trabalhos. Por outro lado fica muito fácil encontrarmos criações degeneradas, obscuras, cínicas e sarcásticas. Está assim porque essa é a natureza de nossa psique; o resultado de como temos usado nossa energia sexual. O homem e a mulher que se unem sexualmente abrangem aquela força e podem usá-la a fim de criar numa linha muito positiva; ao invés disso se a mesma energia estiver sendo usada para nutrir desejos então se tornará destrutiva. Aquela bela luz que proporciona tanto poder criativo ao casal quando expelida através do orgasmo se torna luciférica, destrutiva. Aquilo causa a partida do encantamento do amor. O desejo se torna rapidamente insatisfeito e quer novos estímulos, novos parceiros, novas experiências. O contentamento é impossível nesse sentido.
A força sexual é pura força e poder criativo de Deus. Cristo é amor. Quando nossa mente animal corrompe o ato sexual com desejo animal, o desejo quer se saciar naquela energia e faz isso como o animal. A energia sendo expelida através de tal identificação, o amor (Cristo) se vai e isso torna evidente nesses dias que muitos casais buscam a compensação mutua de seus desejos, mas se exaurem. Ao final voltam-se com ódio um contra o outro cometendo adultérios, cometendo crimes porque o amor se foi. Porém se aquele casal soubesse como trabalhar com suas energias sexuais num contexto positivo, poderia fazer o amor crescer e produzir a mais bela e concebível criação.
Sexualidade normal é conter e manter a energia sexual. Isso na Gnose é considerado normal porque foi a regra dada para a humanidade no jardim do Éden. Essa regra está escrita na Bíblia e em todos os demais livros sagrados. Na Bíblia, no Velho Testamento, encontramos essa citação dizendo que quando um homem tiver uma emissão de semem ele deve banhar todo o seu corpo e manter-se impuro até a noite – Levítico 15. Também encontramos algo semelhante em Devarim / Deuteronômio 23:2, que diz: Todo aquele ferido nos testículos ou que tenha seu membro decepado não deve entrar na congregação do Senhor.
Essas citações, dentre outras, indicam que o uso apropriado da força sexual é a causa do desenvolvimento espiritual. Aquela ciência que usa a energia sexual de maneira certa é chamada Tantra Branco. É chamada branca porque é pura. É uma tragédia para o macho expelir seis ou sete milhões de espermatozoides quando somente um seja necessário para criar uma criança. Todos aqueles organismos contêm a força, a potência e o poder do homem. Ao serem expelidos, aquela força e a potência se vão e o macho experiencia aquilo. O macho que perde sua energia sexual se sente esgotado. Há uma velha citação que diz: “Omne animal post coitum triste”: Todos os animais ficam tristes depois da ejaculação.
É verdade porque a depressão que sentimos é da perda de algo sagrado. Se o organismo humano restabelecer o sistema sexual do Éden a energia sexual pode ser armazenada, contida e transformar o organismo humano em algo mais. Esse é o grande segredo oculto em toda religião. Contudo a humanidade prefere o sistema sexual de Lúcifer, um sistema absolutamente anormal chamado fornicação. Fornicar é usar a energia sexual para fortalecer o desejo. Fornicamos fisicamente quando expelimos a energia sexual através do orgasmo. Também fornicamos emocionalmente no mundo astral e fornicamos através da mente no mundo mental. Castidade científica ou Tantra Branco são os meios de conter e controlar a energia sexual em todas as esferas do organismo humano: no coração, na mente e além.
Aqueles que se engajam em conversas luxuriosas, olham revistas pornográficas e assistem filmes eróticos, desperdiçam enorme quantidade de energia mental e energia do coração. Tornam-se pessoas muito pobres – falando espiritualmente – e produzem em a si impotência psicossexual. Hoje em dia isso é muito bem conhecido; a impotência é um problema tormentoso e faz com que os cientistas estejam a inventar pílulas que corrompem o sistema endócrino, desequilibram o corpo, destroem sua fisiologia e desarmonizam a mente. No Evangelho de Tomé lemos a citação que diz: quando externares o que tens dentro de ti, aquilo que te estava dentro te salvará, mas ao não externares o que está dentro de ti, o que está dentro virá destruir-te.
Isso se refere claramente à energia sexual. Essa energia quando conduzida adiante, usada com consciente vontade-crística, compaixão com a humanidade, sem orgulho e luxúria, pode tornar-se salvadora do sofrimento de nosso próprio carma. Entretanto se não fizermos assim essa energia nos destruirá como é o caso em nossa humanidade atual.
Torna-se agora comum para homens e mulheres – a ambos os sexos – terem disfunções sexuais, e cientistas materialistas erram ao não entender que a disfunção sexual é um resultado cármico do uso do sexo por aquelas pessoas. Se as pessoas aprendessem sobre castidade científica aprenderiam como transmutar suas forças sexuais, podendo reverter o curso de seus pessoais processos degenerativos. Infelizmente as pessoas preferem a fantasia sexual que destrói a mente e as funções naturais de suas energias sexuais. A infra sexualidade é a decorrência de tais abusos.
A pessoa que se identifica com o desejo sexual, que cultiva a fantasia sexual, transforma-se num(a) infra sexual. Infra significa “abaixo” ou inferior, e um infra sexual é um escravo do desejo. Infra sexual é qualquer pessoa que se tornou escravizada pelos seus próprios desejos, por seus traumas sexuais. Esse tipo de pessoa masturba-se incessantemente, desempenha-se com experiências sexuais não naturais ao organismo humano e como resultado corrompe mais ainda sua psique, provocando adiante maiores prejuízos a si próprio.
É fato raramente discutido que aquelas instituições que tratam da mente, estejam lotadas com masturbadores e a masturbação seja um profundo problema causador de desequilíbrios mentais. Infelizmente nossa cultura encoraja atitudes desse gênero considerando-as naturais, embora sejam realmente muito destrutivas à mente. Do mesmo modo os vícios homossexuais, vícios psicossexuais e todas as formas de fantasias sexuais causam corrupções à mente e à fisiologia.
Contudo há muitos – milhões mesmo – que abraçam a infra sexualidade e a aplicam ao Tantra. É fato irmos a uma livraria escolhermos qualquer livro sobre Tantra e termos 99% de possibilidades de o livro ser sobre infra sexualidade ou em outras palavras: do Tantra Negro. É extremamente raro encontrar um livro sobre Tantra Branco. A razão é que os tântricos negros não querem que os encontremos.
TIPOS DE TANTRA
Tantra Negro é o método de aplicar procedimentos científicos para abranger a energia sexual sob a guia do desejo, do orgulho, sob a influência da luxúria, inveja, ciúme. Chamamos a isso de “negro” porque está enegrecido pela luxúria, orgulho, astúcia, decepção e por todas as formas de desejo.
Usualmente o Tantra Negro encoraja o desejo, o orgasmo, o adultério. Ainda, a diferença entre o Tantra Negro e o Tantra Branco não é facilmente computável em muitos casos. Muitas escolas parecendo ensinar o puro tantrismo branco, na realidade e secretamente ensinam o tantrismo negro, pois encontrar a diferença entre ambos é muito difícil. O praticante desse tipo de Tantra pode não se auto denominar um tântrico, pois esse tipo tem muitos outros nomes. Temos atualmente muitos, muitos e populares Tantras Indus, Tantras Chineses ou o que chamam Alquimia Taoista e Tantra budista; todos exportados ao oeste e rapidamente consumidos. Entretanto temos a inquirir coisas: por quê? Com que propósito, com qual intenção? Quais são os frutos dessas escolas, desses ensinamentos? O que produzem? É bastante coisa a ser investigada.
A verdade real e pura é que os ensinamentos espirituais têm sido sempre livres e oferecidos para o benefício da humanidade a fim de aliviar o sofrimento da raça. Cobrar U$S5,000.00 para um fim de semana tântrico deve dizer-nos alguma coisa sobre as intenções do instrutor. Prometer grande satisfação e sensação sexual deve dizer-nos alguma coisa sobre as intenções do instrutor. Oferecer orgias e experiência sexual deve dizer-nos alguma coisa sobre o instrutor.
Infelizmente a humanidade é tão ingênua que acredita em qualquer coisa que lhe digam tanto quanto os seus desejos acolham-na. Aqui está o gancho. Não entendemos que o desejo em si seja a causa do sofrimento. Porém alimentar o desejo, estimula-lo é o que intensifica o sofrimento. É muito simples: qualquer forma de Tantra que prometa o aumento do desejo, da satisfação sexual, deve ser questionada. O desejo não pode ser removido se continuar a ser nutrido, e se o desejo não for removido o sofrimento persistirá.
Entre essas duas formas de Tantra Negro e Tantra Branco existe outra chamada Tantra Cinza que ensina devermos economizar a energia sexual por breves períodos de tempo, talvez uma semana ou um mês. Os praticantes desses tipos de Tantra podem se autodenominar tântricos, já que eles têm muitos nomes, porém eles somente fornicam ou derramam a energia sexual uma vez por semana ou uma vez por mês, e esta forma de Tantra inevitavelmente conduz a um tipo negro uma vez que o desejo não sendo removido cresce, pois é extremamente esperto em suas habilidades de nos enganar. O Tantra Branco sempre ensina três fatores:
Entre o Cinza e o Negro podemos encontrar elementos que se pareçam com aqueles três fatores. Podemos encontrar pessoas falando sobre Karma Yoga; da necessidade de servir a humanidade com amor; falam de sabedoria, de compaixão, entretanto em suas práticas e rituais derramam suas energias sexuais removendo de seus organismos a entidade de Cristo (Bodhichitta ou luz).
O Terceiro Logos elabora a energia sexual em todos os elementos. Na natureza há três tipos de desdobramentos relacionados com aquelas três forças: a energia do Pai, aquela do Filho e aquela do Espírito Santo. A força do Espírito Santo precisa retornar para dentro e para cima. Aquelas forças – as forças sexuais – devem ser conduzidas para cima para se misturar com as forças do Filho, no coração. Somente quem alcançou o completo desenvolvimento da energia sexual pode tornar-se cristificado ou tornar-se investido daquela vontade crística, a energia crística. E somente quem for cristificado pode tornar-se um com o Pai, com Deus. O Filho é um com o Pai e o Pai é um com o Filho, mas ninguém chega ao Pai a não ser pelo Filho. E para chegar ao Filho devemos trabalhar com as forças do Espírito Santo.
A Yoga Sexual – o Tantra Branco – é um tipo de função supra sexual; supra significa além de ou sobre. Entrar na supra sexualidade significa transcender a sexualidade normal e naturalmente por normal entendemos a transmutação, pois a expulsão da energia sexual através do orgasmo é anormal. Entrar na supra sexualidade é entrar no desenvolvimento e criação do super homem, do supra homem, da sobre alma ou do sobre homem, como são chamados em alguns sistemas. Isso é a encarnação de Cristo.
A supra sexualidade produz novas secundárias características sexuais; no leste isso é chamado os sinais de Buda. Existem trinta e dois sinais fundamentais identificadores de um iniciado como sendo um Buda. Esses sinais são cultivados e desenvolvidos pelo uso adequado da energia sexual.
Pela elevação de poderes e forças que estão em nossos hormônios transformamo-nos em algo bem maior que uma presa da vida mecânica. Os hormônios contêm toda a potência e poder que causam em primeiro lugar o desenvolvimento do corpo. Os hormônios que estão dentro das forças sexuais vitalizam e energizam o organismo quando essas energias são contidas, economizadas e elevadas através da castidade científica. O organismo é então revitalizado e regenerado. Naturalmente aquela energia também regenera a mente.
Figura 4.
Pelo uso da força de vontade para controlar aquela energia de forma positiva, o tântrico desenvolve a capacidade de manipular com as forças da natureza. A energia sexual são os Tatvvas, aqueles elementos que residem por toda a natureza. Controlando-os em nosso íntimo resulta sermos capazes de os controlar na natureza. Isso está simbolizado na Esfinge.
Os quatro animais, os quatro Elohim ou as quatro Criaturas Sagradas são o Homem, a Águia, o Touro e o Leão. Na Esfinge vemos aquelas mesmas criaturas que representam os quatro elementos.
A criação da Esfinge dentro de nós é o resultado do uso da energia sexual segundo a vontade crística. Cada uma dessas quatro forças representa um dos quatro elementos em nós, tanto psicológica como energeticamente.
Esses quatro sintetizam a cruz. A cruz é um símbolo alquímico que representa o cruzamento do macho com a fêmea a fim de criar. Quando a cruz está tomada pelo fogo do Espírito Santo ela gira e forma a Swastica.
Esses elementos correspondem às qualidades morais do ser humano, aos quatro animais da Esfinge, aos quatro animais de Revelação e naturalmente à Cruz. São também representados na Bíblia pelos quatro Evangelhos:
Esses são símbolos comuns na cristandade que representam e demonstram a necessidade de abranger os quatro elementos através de nossa força de vontade, pelo modo como usamos a energia sexual.
O atual Dalai Lama disse que na visão do Tantra as energias vitais dos corpos são os veículos da mente. Quando as energias vitais são puras e sutis um estado da mente será proporcionalmente afetado, e pela transformação das energias corporais transformamos o estado de consciência. O Tantra conforme ensinado no budismo tibetano é o mesmo ensinado no gnosticismo, unicamente com superficiais diferenças. A essência do Tantra é a seguinte: o ser humano tem o poder de se autotransformar e essa transformação é determinada pela força de vontade.
Essa vontade é determinante através da vontade crística inegoísta ou vontade-desejo? Estará debaixo do controle do desejo por sensação, por orgulho, por luxúria, por ódio, por inveja ou estará guiada pela força crística, pelo sacrifício e compaixão?
Alcançarmos o objetivo do Tantra Branco requer-nos a morte do “eu”, do ego – o falso ego. Unicamente por essa morte, pela remoção do desejo, pela remoção do ponto de vista egocêntrico podemos permitir à força do Ser, à força de Cristo manifestar-se e trabalhar através de nós. Isso é somente possível através da transmutação sexual. A energia de Cristo é a energia sexual. Se não temos energia íntima não podemos trabalhar com as forças de Cristo. Podemos acreditar naquilo que quisermos, podemos pensar o que quisermos, porém o nascimento em todos os níveis é uma função sexual.
A chave para todo o poder acha-se na união do macho com a fêmea. O importante é o casal aprender como retirar-se do orgasmo, renunciar ao desejo e transmutar a energia sob a vontade crística. O semem, a força sexual não deve ser liberada por qualquer hipótese, de nenhum modo, em qualquer tempo. Essa é a regra fundamental para entrarmos no Tantra Branco.
A vida humana como está não tem significado. Nascer, viver e morrer; sofrer como um verme na lama sob o calor do Sol, não nos faz nenhum sentido. Reproduzirmo-nos como um animal e morrer após um longo período de sofrimento é uma tragédia. Se isso é vida então não vale ser vivida. Felizmente não é por esse caminho e é possível nos transformarmos e à nossa vida pelo trabalho com as forças de Cristo, pela conquista de nossa natureza animal, pela correção de nosso maus hábitos, pela transformação da natureza de nossa própria mente e pelos atos da vontade, se usarmos das energias que se elevam naturalmente em nós em vias certas. Como consequência disso as boas coisas advirão porque essa é a Lei.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1. P – Nos dias de hoje como nos sacrificarmos pelos outros?
R. – O sacrifício é levado a termo em níveis. Obviamente o sacrifício último nos é dado em benefício de outros em qualquer circunstância de que sejamos capazes. O desiderato pode começar simplesmente ao nos permitirmos passar pelo sofrimento. Por exemplo: possamos estar de fato com raiva de alguém, mas se nos decidirmos não faze-la sofrer com o impacto de nossa raiva isso é um sacrifício, uma vez que estamos renunciando à vontade da raiva em expressar-se e não fazendo a outra pessoa sofrer.
2. – O que é realmente sofrimento?
R. – Quando alguém está com raiva de nós, não sofremos? Sim, sofremos. Ou quando alguém nos fere ou nos pragueja? Estarmos com raiva é também sofrer. Então cercear esses tipos de comportamentos são atos de sacrifício naquele nível.
Trabalhar com nossos próprios egos, transformar o sentido de querer agir fora do desejo, fora de nossos próprios interesses é uma forma de sacrifício. Um sacrifício bem maior é oferecer aos outros a oportunidade de fazerem o mesmo através dos ensinamentos da Gnose, em qualquer nível que suas capacidades possam entende-los. Então existem níveis. A chave está em trabalharmos diariamente com os três fatores a todo momento. Ou seja: temos de a cada instante não permitir que emoções negativas se expressem completamente por nós. Uma emoção negativa “faz bem”. Uma emoção, um sentimento negativo ou qualquer ego pode nos fazer bem a ponto de nos sentirmos normais. Mas isso não faz bem nem é normal. Expressar uma emoção negativa é um crime.
Conter aquele desejo é cessar de alimentar aquele tipo de coisa em nosso coração, mente e ações. Conter a raiva, o orgulho, a inveja, não os permitindo controlar nossos comportamentos inicia o processo de morte daquele ego. Ao mesmo tempo precisamos gerar ações positivas, agir de modo virtuoso.
Se por exemplo alguém nos está fazendo alguma coisa nociva, contenhamos o impulso de responder egoisticamente, iniciando o procedimento de morte daquele desejo em nossa mente. Então precisamos ir em frente iniciando uma ação de retorno que possa ser direta ou indireta. Temos de cultivar amor por aquela pessoa.
3. P. – Intimamente ou externamente?
R. – Depende. Por certo precisamos cultivar intimamente amor pelos demais; isso nem sempre é direta e fisicamente visível, depende. No mínimo precisamos cultivar intimamente amor por aquela pessoa e isso é o começo do nascimento: o cultivo da virtude, a compreensão da virtude, essas duas estão totalmente unidas, são vida e morte em nosso próprio coração e mente, e em nossas ações. Por terceiro temos de nos sacrificar. Bem, aquelas duas precisam estar sintetizadas em nossas ações como um sacrifício. Pois se estivermos sendo atacados por alguém que nos esteja fazendo alguma coisa nociva, e não replicarmos, estaremos gerando amor que por si mesmo é sacrifício, visto estarmos recebendo as ações que nos são destinadas e não reagindo com outra ação danosa.
4. P. – Não é suficiente só ignorar?
R. – Não, você não pode ignorar, não pode reprimir. É preciso compreender. Essa é a dificuldade porque requer-nos enorme força de vontade, vontade crística, e isso é Tantra Branco. O ponto importante acerca do Tantra é ação a todo momento. Sim, o Tantra Branco indubitavelmente liga-se às práticas e procedimentos, e na verdade é um continuum; é um processo de permanente seguimento psicológico momento a momento. Aplicar a ciência do Tantra Branco numa vida não é algo a se fazer uma vez ou outra, mas a se fazer sempre, continuamente.
Isso obviamente para destinarmos às mudanças de nossos comportamentos. Se fizermos adequadamente estaremos realizamos sacrifícios, sacrificando nosso próprio ego, nossos próprios interesses em benefício de outros. Não significa termos de dar todo o dinheiro para uma caridade. O mais importante é desistir de nossos próprios interesses, de nosso status social; desistir do interesse em ser respeitado ou amado; ao invés dessas coisas procuremos nos focalizar no amor, respeitando os outros
5. P. – Poderia nos dar um exemplo de inalação e exalação quando praticamos pranayama?
R. – Existem vários pranayamas ensinados na Gnose. O ritmo e o tempo do pranayama devem acontecer naturalmente, relacionados com o estado do relax em que estivermos interiorizado. Forçar uma extensão pode ser nocivo; melhor relaxar e respirar naturalmente, manter a respiração brevemente, exalá-la e inalá-la, mantê-la e exalá-la. Não deve ser forçada nem ser rigorosa ou rígida; deve ser relaxada. Se estivermos fazendo a respiração ficando tensos, caminhamos na direção equivocada.
A prática do pranayama transmuta a energia sexual no sentido da mente para ajudar a mente a tornar-se mais clara. Um pranayama é como uma bomba de sucção que trabalha a fim de dissolver os detritos da mente, para que a mente possa tornar-se calma. Ao ficarmos tensos, agitados e rígidos enquanto fazemos a prática estaremos nos opondo aos seus objetivos.
6. P. – Melhor seria fazer mantras para sustentar o sistema nervoso?
R. – Sim, podemos também usar mantras. Ao usarmos mantras e pranayamas podemos faze-los combinando-os. Há muitas variações na prática. O que estou descrevendo é o objeto fundamental: o relax da mente e corpo. Então devemos fazer nosso pranayama com relax.
POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO
Fonte:https://glorian.org/learn/courses-and-lectures/the-transformation-of-energy/tantra-the-continuum
Tradução Inglês / Português: Rayom Ra
Rayom Ra
http://arcadeouro.blogspot.comVeja numa só página, em três sequências, todas as postagens do Arca de Ouro, clicando em: