MALANDRO MIGUEL CAMISA PRETA

Segundo os jornais, A Gazeta de Notícias e A Noite, Miguel Camisa Preta fora assassinado na madrugada do dia 12 de julho de 1912, numa sexta feira.
O malandro foi assassinado na Rua do Núncio, nas imediações das atuais avenidas Tomé de Souza e Visconde do Rio Branco. Por volta de uma hora da manhã.
Apareceu no local, o policial Elpídio Ribeiro da Rocha, inimigo declarado de Camisa Preta, que havia matado há alguns anos o malandro Leão do Norte, um valentão capoeirista de rua, assim como Camisa Preta, seu grande amigo. Camisa Preta havia jurado vingança contra o policial e por duas vezes se enfrentaram. Em um dos confrontos ambos foram parar na delegacia com Camisa Preta ferido com um tiro na perna. No último e decisivo confronto, na noite de doze de julho, o policial e o seu companheiro, ambos armados, teriam mandado Camisa Preta erguer as mãos. Ambos garantiram ao malandro que não atirariam. Porém, bastou Camisa Preta erguer os braços para Elpídio atirar na sua testa. Era o fim do mais famoso valentão, boêmio, capoeirista e malandro que habitou o universo das ruas do Rio de Janeiro no início do século XX.
Miguelzinho Camisa Preta tornou se uma entidade da umbanda, cultuado em diversos cantos do país. Na sua falange, dependendo do lugar se apresenta com outros nomes: Miguelim do Morro, Mané Soares…
Há outras versões para a história de sua vida, morte e pós-morte. Em respeito a cada médium e líder sacerdotal que trabalha com essa falange, eu quero deixar claro que utilizei apenas as notícias dos jornais citados no dia da sua morte.
Créditos: Jornal A Noite, 12/07/1912 ;
A Gazeta de Notícias, 12/07/1912
Médium Gugu Fragoso: criador do blog malandromiguel
Texto publicado originalmente como no Facebook, postado em 31 de janeiro de 2020.