quarta-feira, 13 de outubro de 2021

O homicídio !

 

 O homicídio !


Pode ser uma imagem de calçados e ao ar livreÉ um tipo de delito considerado grave em todas as legislações e em todos os tempos, divergindo a sua valorização de acordo com a cultura da época em que vivem os legisladores. O que pensa, porém, a Doutrina Espírita a respeito desse tema?

A questão do homicídio é abordada sob o título de Assassínio, na pergunta 746 de O livro dos Espíritos. Interroga Kardec: "É crime, aos olhos de Deus, o assassinato?" responde o Espírito: "Grande crime, pois que aquele tira a vida de seu semelhante, corta o fio de uma existência de expiação ou de missão. Aí está o mal."

Aqui se inicia uma diferença entre o homicídio visto por uma ótica Espírita. Para os não espíritas, o homicídio é um crime em si mesmo, é a eliminação de uma vida por um modo traumático e violento, daí, no Código Penal , receber adjetivos como qualificado , premeditado, hediondo, simples e assim por diante.

Do ponto de vista Espírita, entretanto, há uma sensível modificação neste ato. Segundo a Doutrina Espírita, a vida não é eliminada. O homicida acredita, falsamente, que ao matar alguém livrou-se para sempre de um desafeto. O que o homicida elimina é a forma física, o corpo de seu inimigo, mas não o Espírito que, não raro, do outro lado da vida, espera por ele para ajustarem contas.

Na pergunta seguinte, questiona Kardec: "O homicídio tem sempre o mesmo grau de culpabilidade?" Resposta: "Já o dissemos: Deus é justo e julga a intenção mais do que o fato." Aqui se abre um espaço para a distinção entre homicídio doloso (com intenção) e o homicídio culposo (sem intenção). Ambos têm a mesma consequência, interrompe uma encarnação, mas o primeiro é, por certo, jugado com maior severidade. Um fato, entretanto, ressalta-se na Doutrina Espírita: o homicídio é muito pior para o homicida do que para a sua vítima.

Na questão 748, Kardec traz à baila uma figura jurídica muito conhecida dos juristas e mesmo dos leigos, que é a legítima defesa. Pergunta Kardec: "Em caso de legítima defesa, escusa Deus o assassínio?" Resposta: "Só a necessidade o pode escusar. Mas, desde que o agredido possa preservar sua vida, sem atentar contra a de seu agressor, deve fazê-lo".

Sem dúvida, o Espírito concorda com o princípio da legítima defesa, entretanto, observa que se deve sempre tentar evitar ao máximo a morte daquele que nos põe em risco a vida. Por certo, O Espírito não quis ser radical, entretanto, numa visão estritamente cristã nem mesmo em legítima defesa se poderia matar. De um ponto de vista radicalmente Cristão e Espírita, mais vale receber a morte do que impingi-la a alguém. Aquele que mata, mesmo em legítima defesa, vale-se da violência contra o agressor e a violência poderia ter atenuantes, porém jamais justificativa.

Assistimos estarrecidos cenas cruéis de assassinatos de crianças e, de acordo com a doutrina espírita, isto é um crime aos olhos de Deus porque aquele que tira a vida de seu semelhante corta uma vida de expiação ou de missão, e aí está o mal. Deus é justo; julga mais a intenção de quem praticou o crime do que propriamente o ato.

No seio de qualquer civilização considerada avançada sempre existirão seres cruéis, exatamente como a árvore carregada de bons frutos dos quais alguns deles não amadureceram. São espíritos de ordem inferior, praticamente animalescos e muito atrasados que podem encarnar em meio a homens avançados na esperança de se tornarem pessoas melhores. Mas, sendo a prova muito pesada, a natureza primitiva poderá dominá-los.

Diante da lei de Deus, qualquer um que mata uma criança é culpado porque todo crime é ofensivo. O sentimento de crueldade está ligado ao instinto de destruição; o que há de pior. Isto é sempre o resultado de uma natureza má que se formou por ter priorizado seus instintos bárbaros e egoístas em sua conservação pessoal. Além do mais, esta pessoa imperfeita está sob o domínio de espíritos igualmente imperfeitos que lhes são simpáticos.

A crueldade vem da ausência do senso moral, ou melhor, o senso moral não está desenvolvido, mas não que esteja ausente, porque ele existe como princípio em todos os seres; é esse senso moral que o faz ser bom. A superexcitação dos instintos materiais sufoca, por assim dizer, o senso moral, que acaba se enfraquecendo pouco a pouco, priorizando suas faculdades puramente selvagens.

A sociedade dos homens de bem estará um dia livre dos malfeitores, pois a humanidade progride; aqueles que são dominados pelo instinto do mal, que se acham deslocados entre as pessoas de bem, desaparecerão pouco a pouco, como o mau grão é separado do bom depois de selecionado. Somente depois de muitas gerações e encarnações que o aperfeiçoamento se tornará completo e viveremos em uma sociedade mais harmoniosa e pacífica.

Os assassinos são espíritos de ordem inferior, praticamente animalescos e muito atrasados
Então amada nada acontece por acaso...De acordo com a Doutrina Espírita, a lei de Deus está escrita na consciência do ser. Essa lei pode ser esquecida, mas há muitos abnegados instrutores, encarnados e desencarnados, encarregados de nos lembrar dela. São os Espíritos superiores, cuja missão é fazer progredir a Humanidade.

9) Podemos cometer qualquer crime?

Para a ciência médica, a falta de consciência permite ao indivíduo cometer qualquer crime. Na visão espírita, tudo tem a sua razão de ser e nenhum agravo à lei de Deus fica sem o reparo necessário. O esquecimento do passado, apregoado pela Doutrina Espírita, é apenas para nos livrar de embaraços maiores à nossa vivência neste mundo. No íntimo de cada um de nós há os germes da perfeição. Podemos, pelo nosso livre-arbítrio, contrariar aquilo que está dentro de nós, mas teremos que reparar em futuro próximo.

Geralmente pensamos que o psicopata é um serial killer, um homem violento, que procura praticar os mais cruéis dos crimes. Há vários matizes a serem analisados. O psicopata deve ser analisado em função de sua falta de consciência.

Psicopatia é uma designação geral, pouco específica e controversa, para uma grande classe de modos anormais de vivência e conduta. Em geral, considera-se a psicopatia como desvio psíquico condicionado pela hereditariedade da norma média no campo da vida impulsiva, emocional e voluntária, que leva a uma adaptação errada.

Toda pessoa que mata é um psicopata?

Não. Geralmente pensamos que o psicopata é um serial killer, um homem violento, que procura praticar os mais cruéis dos crimes. Há vários matizes a serem analisados. O psicopata deve ser analisado em função de sua falta de consciência.

Um trabalho de desobsessão cura a psicopatia?

A psicopatia deve ser tratada pelos psiquiatras. Nos Centros Espíritas, podemos aplicar passes e ministrar palestras evangélicas, no sentido de melhorar pensamento dos psicopatas, mas não convém substituir o tratamento médico pela Assistência Espiritual.

4) Como caracterizar os psicopatas?

Pessoas que matam em defesa própria, parceiros que matam motivados por ciúme, pessoas extremamente narcisistas que matam movida por ciúme, pessoas que matam pessoas que se encontram no caminho de um objetivo etc. são algumas das características dos psicopatas.

5) E as estatísticas sobre os psicopatas?

Metade dos crimes hediondos dos EUA é cometida por psicopatas.
4 vezes mais crimes violentos são cometidos pelo psicopata, comparado ao criminoso comum.
70% é a taxa de reincidência de um psicopata em liberdade.
1 a cada 3 psicopatas é mulher.
1 em cada 25 pessoas é psicopata

6) Qual o parecer de Martha Stout sobre a psicopatia?

Segundo Martha Stout, em Meu Vizinho é um Psicopata, a psicopatia pode atingir qualquer pessoa, independentemente de renda, poder ou belo porte físico. Esses distúrbios originam-se na pouca ou falta de consciência, cujo termo técnico é “Transtorno da Personalidade Antissocial”, uma incorrigível deformação do caráter, que se acredita estar em 4% da população mundial.

7) Quais são os sintomas dos distúrbios mentais?

Incapacidade de adequação às normas sociais;
Falta de sinceridade e tendência de manipulação;
Impulsividade, incapacidade de planejamento prévio;
Irritabilidade, agressividade;
Permanente negligência com a própria segurança e a dos outros;
Irresponsabilidade persistente;
Ausência de remorso após magoar, maltratar ou roubar outra pessoa.

Porém o que acontece com os criminosos segundo o espiritismo?
As religiões, apesar de em sua maioria serem muito diferentes entre si, buscam responder a questões sobre a vida, que assombram a sociedade desde que os seres humanos começaram a pensar, por assim dizer.
E é por meio delas que muitas mentes inquietas encontram um refúgio para aquilo que a ciência não consegue explicar. De acordo com a religião espírita, independentemente de suas vertentes, existem razões para tudo que acontece de bom ou de ruim, o que nos leva a refletir sobre o livre-arbítrio e sobre o que acontece com pessoas que decidem fazer o mal, como os criminosos.

O espiritismo considera que o livre-arbítrio dá a liberdade para que cada um escreva sua própria história e futuro, determinando o caminho de vida por meio de ações e pensamentos. Sendo nós mesmos os responsáveis por todos os nossos atos, depende somente de nós escolher qual caminho seguir – o caminho do bem ou o caminho do mal.

De acordo com as suas escolhas, o indivíduo tem experiências diferentes e, em consequência, conhecimentos diferentes, que o farão evoluir espiritualmente ou não, contudo a influência dos chamados paradigmas da cultura, da inteligência e da contingência pode dificultar o exercício pleno do livre-arbítrio. Sendo assim, por meio dessa religião entende-se que o espírito é imortal e reencarna no plano “material” para ter suas novas experiências de vida com o único objetivo de evoluir.

Mas o que acontece com quem, de acordo com seu livre-arbítrio ou por influências externas, decide seguir uma vida criminosa? Para onde essas pessoas vão e quais são as consequências de seus atos em vida e após a vida? Cada religião tem seus próprios critérios e maneiras de tratar pessoas que cometem crimes contra outros seres humanos.

E na doutrina espírita, conforme o que foi falado anteriormente sobre o objetivo de evolução espiritual, o destino dos criminosos no âmbito de luz e no plano espiritual será regredir na escala da progressão espiritual, devido a seus atos maliciosos e de baixa moralidade, fazendo com que sejam necessárias “mais vidas terrenas” para pagar todos os seus pecados.

Enquanto não passam para o plano espiritual, os criminosos que ainda estão na Terra podem sofrer dois tipos de maldições: uma a curto prazo e outra a longo. A de curto prazo nada mais é do que a prisão. Então, segundo o espiritismo, a prisão e o descobrimento ou o flagra são o resultado contra as ações dessa pessoa em vida terrena.

A maldição a longo prazo é dura e requer do ladrão um sentimento extremo de egoísmo, pois, através do espiritismo genealógico, a maldição é passada para as próximas gerações em desgraças e crises, fazendo com que os filhos e os netos desses criminosos sejam pessoas piores que os seus pais. Esses filhos, por sua vez, também podem entrar nessa corrente tenebrosa e repassarem à geração posterior toda a desgraça herdada pelos pais. Essa praga, difundida de geração a geração, é uma das piores, segundo o espiritismo.

O espiritismo condena atos como tirar a vida daquele que cometeu erros graves perante a sociedade, no caso, do criminoso, ou amaldiçoá-lo com discursos de ódio, pois isso não lhe faz progredir. São conhecidos, inclusive na conduta cristã, a busca pela compreensão e o perdão a essas pessoas, ou pelo menos a tentativa. De acordo com a religião, cada caso será tratado espiritualmente de uma maneira, ou seja, cada ladrão terá o seu destino de acordo com a sua mente, razão e corpo espirituais.
"O que a gente não quer para nós, não desejamos aos outros".

Mensagem espírita
Estudo do livro dos espíritos de Allan Kardec