quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Doutrinação de espíritos: principais desafios e métodos!

 

 Doutrinação de espíritos: principais desafios e métodos!


Pode ser uma imagem de texto que diz "@PAZeEQUILiBRIO oS DESENCARNADOS PRECISAM DE PRECE Deus não desampara ninguém. Todos os desencarnados são amparados por trabalhadores da Luz."Em centros espíritas é comum ver a doutrinação de espíritos, aconselhamento ou orientação aos desencarnados em desequilíbrio, como uma das atividades da casa.
Isso porque esses lugares são os mais adequados para a comunicação com espíritos e o trabalho de desobsessão aplicado aos espíritos obsessores e aos espíritos encarnados obsidiados.
Se você tem interesse em saber como isso funciona na prática e gostaria de se tornar um médium doutrinador/orientador, este artigo pode ajudar.
Nas próximas linhas, você confere os principais desafios e métodos do aconselhamento evangélico aos espíritos.
Continue acompanhando até o final.

Doutrinação de espíritos: o que é?

A doutrinação de espíritos é uma espécie de aconselhamento psicoterápico utilizado para trabalhar as más intenções dos espíritos obsessores e fazê-los desistir da vingança a que se aplicam, pois estão se comprometendo espiritualmente mais ainda, quando fazem isto.
Ela foi criada e desenvolvida por Allan Kardec a fim de conduzir os espíritos necessitados ao caminho de luz.
Trata-se de uma atividade admirável, mas, ao mesmo tempo, extremamente desafiadora.
Por essa razão, a dificuldade da tarefa é sempre abordada na doutrinação para iniciantes, a fim de que os futuros doutrinadores desenvolvam as competências necessárias para exercer a função.
Na prática, através da comunicação, o médium promove o esclarecimento doutrinário de espíritos menos elevados.

Qual a necessidade de doutrinar espíritos?

A escala espírita descrita em O Livro dos Espíritos – perguntas de nº 100 a 113, embora não seja absoluta, é composta de três ordens de espíritos: os puros, os bons e os imperfeitos.
Na ordem dos imperfeitos existem diversas classes de espíritos.
Algumas delas são caracterizadas pela presença de espíritos inferiores que são capazes de fazer o mal, ainda que não seja uma intenção direta.
Isso porque lhes falta progresso moral e intelectual.
Nesses casos, os espíritos chegam a perturbar os que estão encarnados, inclusive, de maneira severa, que podem provocar sintomas físicos e até a perda de consciência do obsediado.
Por essa razão, faz-se necessária a doutrinação ou a reeducação de propósitos, a fim de que os obsessores cessem a influência espiritual e os obsediados possam viver sem a influência perniciosa deles.

Objetivos da doutrinação de espíritos...

Como vimos até aqui, a doutrinação de espíritos visa orientar os espíritos que provocam influência nos encarnados.
Assim, necessitam de ajuda e esclarecimento para que encontrem a luz e caminhem rumo ao progresso.
Por isso, a doutrinação de espíritos tem como objetivos esclarecer os espíritos ignorantes, estimular os espíritos fracos e confortar os espíritos sofredores.

O que é um médium doutrinador?

O médium doutrinador é quem realiza a doutrinação de espíritos.
É ele quem se conecta e se comunica com os espíritos desencarnados a fim de proporcionar ajuda e esclarecimento.

Características do médium doutrinador

Para fazer o trabalho, o médium doutrinador deve possuir alguns atributos importantes.
Afinal, a tarefa requer certas habilidades para que o acolhimento e o encaminhamento do espírito obsessor sejam feitos da melhor maneira.
Veja a seguir as principais características do médium doutrinador:

•Paciência

•Tolerância

•Benevolência

•Simpatia

•Otimismo

•Fraternidade

•Objetividade

•Escuta atenta.

Cabe acrescentar ainda que o médium doutrinador deve ter conhecimento da Doutrina Espírita e das técnicas e métodos eficazes para promover o esclarecimento doutrinário.

Como doutrinar os espíritos?

Emmanuel, guia espiritual de Chico Xavier, explica como se deve doutrinar os espíritos no livro O Consolador:

“Assim, não basta doutrinar o Espírito, no sentido de transmitir-lhe informações ou ensinar-lhe algo, é importante evangelizar. (…) Para doutrinar, basta o conhecimento intelectual dos postulados do Espiritismo; para evangelizar é necessária a luz do amor no íntimo. Na primeira, bastarão a leitura e o conhecimento; na segunda, é preciso vibrar e sentir com o Cristo.”

Dessa forma, podemos dizer que a doutrinação dos espíritos se baseia e se fortalece no amor.

7 métodos a serem utilizados na doutrinação de espíritos

A fim de estabelecer condições favoráveis de um bom diálogo com os espíritos, o médium doutrinador pode fazer o uso das técnicas de doutrinação espírita.
Entre elas:

1. Demonstrar interesse no diálogo

É fundamental que o espírito sinta que o médium está de coração entregue à conversa, com a verdadeira intenção de compreensão e auxílio.

2. Ter paciência e atenção

Ainda que o espírito diga coisas que não sejam agradáveis de serem ouvidas, o doutrinador precisa escutar com atenção e ter paciência.

3. Abrir espaço para que o espírito se expresse

A doutrinação não pode se tornar um discurso em que só o médium fala. O espírito também deve ter liberdade de se comunicar.

4. Manter uma conversa amigável

Nem sempre é fácil ter um diálogo afetuoso com o espírito obsessor, mas é papel do doutrinador tentar ao máximo manter a conversa amigável.

5. Promover conforto e amparo

O esclarecimento doutrinário só será efetivado se o médium desempenhar a sua função com amor, promovendo conforto e amparo ao espírito.

6. Ter “pulso firme”

Ainda que a doutrinação demande uma postura amigável e amável, o médium também deve demonstrar segurança e firmeza durante o diálogo.

7. Ser claro, objetivo e esclarecedor

Para que o espírito entenda o mal que está causando e encontre o caminho da luz, é preciso ter clareza e objetividade, sempre com a certeza de esclarecer todas as dúvidas.

Condições favoráveis para a doutrinação de espíritos

Para que a doutrinação de espíritos seja eficaz é importante que algumas circunstâncias sejam propiciadas e atendidas.
Com relação ao espírito, é fundamental que ele encontre no médium doutrinador um instrumento de auxílio.
Para isso, deve-se estabelecer um bom diálogo, pautado na solidariedade, fraternidade e compreensão.
Além disso, para que a comunicação e os resultados sejam evidenciados, o contato precisa de boas vibrações, que podem ser emanadas através de preces e passes, por exemplo.

Quais são os principais desafios na doutrinação de espíritos?

Alguns espíritos vestem uma máscara ao entrar em contato com os doutrinadores.
Isto é, assumem condutas propositais para ludibriar os médiuns que querem lhe ajudar.
Reconhecer essa atitude e fazer com que os espíritos se livrem da dissimulação é um dos principais desafios na doutrinação de espíritos.
Além disso, há dificuldades inerentes a cada tipo de espírito:

Doutrinar espíritos sofredores

Na doutrinação de espíritos sofredores e obsessores, o médium doutrinador tem o desafio de mostrar que o sofrimento é reflexo do corpo físico.

Espíritos maldosos

Já no caso dos espíritos maldosos, o doutrinador tem a missão de promover alertas quanto às condutas perversas, evidenciando as recompensas pela prática do bem.

Espíritos recalcitrantes

Um dos maiores impasses ao lidar com os espíritos recalcitrantes consiste em aprender a lidar com suas vontades latentes.

5 hábitos a se evitar para a doutrinação de espíritos

Assim como é importante conhecer as técnicas de doutrinação espírita favoráveis ao bom diálogo, também é válido ficar atento ao modo que não se deve agir, como:

1. Fazer acusações sem necessidade

É preciso tomar cuidado para não repudiar o espírito sem que seja preciso.

2. Exaltar-se durante o diálogo

Não se deve esquecer nunca que a doutrinação espírita se baseia no amor e na fraternidade.

3. Impor seu ponto de vista

Aconselhar e orientar o espírito não significa instituir à força a sua perspectiva.

4. Tratar os espíritos como agentes do mal

Nem todos os espíritos fazem o mal com a intenção, por isso, evite criar estereótipos.

5. Discursos longos e fora de contexto

Evite sempre falas pouco objetivas e que não agregam ao esclarecimento doutrinário.

3 tipos de espíritos comunicantes

Há, basicamente, três tipos de espíritos que são alvo da doutrinação:

1. Sofredores

São espíritos que não souberam lidar com o desencarne e ainda sofrem os efeitos da carne.

2. Maldosos

Os maldosos possuem pouco adiantamento moral e se deleitam com o mal que causam aos encarnados.

3. Recalcitrantes

Os espíritos recalcitrantes, por sua vez, perpetuam no erro por não acharem que suas condutas são incorretas.

Resultados da doutrinação de espíritos

Nem sempre a doutrinação dos espíritos surte os resultados esperados.
Isso porque há muitos fatores que interferem, como o ambiente em que se dá a reunião, a condição moral dos médiuns, as técnicas adotadas e, principalmente, o grau de aceitação do espírito obsessor.
Por outro lado, quando tudo conspira a favor, o espírito se transforma.
Ele procura dominar o mal que o impele, começa a olhar a vida com outros olhos e passa a ter paz e fé.
Com o seu caminho iluminado, o espírito pode seguir os passos da maneira que deve ser, com trabalho e progresso.
Com o esclarecimento do espírito em provas, o obsidiado também deve realizar em si mesmo a sua transformação moral para melhor. Assim, desfaz-se o elo de ligação com os espíritos inferiores que o atormentavam. Orar por aqueles que não nos querem bem é uma terapêutica também recomendada.

O Doutrinador necessita de muito estudo e renovação, para não ocorrer casos graves em sua vida espiritual, como veremos no ensino de Vanderley Pereira, “COMO DOUTRINAR OS ESPÍRITOS“.
O Médium Divaldo Pereira Franco, através seu livro “DIRETRIZES DE SEGURANÇA” nos lembra com muita propriedade as necessidades do estudo:

PERGUNTA 87 – O espírita, médium ou não, deve ler livros espíritas?
Divaldo – Seria o mesmo que perguntar-se se o médico deve parar de estudar ou de ler livros sobre Medicina.
PERGUNTA 88 – Apesar de necessário, por que notamos na maioria dos espíritas o desinteresse pela leitura de livros espíritas? Uns alegam que dá sono, outros que lhes dá dor de cabeça, etc. Por que acontece isso?
Divaldo – Porque o fato de alguém tornar-se espírita não quer dizer que haja melhorado de imediato. A pessoa que não tem o hábito de ler pode tornar-se o que quiser, porém, continuará sem interesse pela cultura.
O sono normalmente decorre da falta de hábito da leitura, excepcionalmente quando a pessoa está em processo obsessivo, durante o qual as entidades inimigas operam por meio de hipnose, para impedirem àquele que está sob o seu guante que se esclareça, que se ilumine, e, conseqüentemente, se liberte.

Mas, não em todos os casos. Na grande maioria, as pessoas cochilam na hora da leitura porque não se interessam e não fazem o esforço necessário para se manterem lúcidas. Como também cochilam durante a sessão, por não estarem achando-a interessante, já que vão ao cinema, ficam diante da televisão até altas horas, quando os programas lhes agradam, na maior atividade. Assim, não respeitam a Doutrina que abraçaram.

PERGUNTA 91 – Há inconveniente em que um médium que participe de sessão mediúnica espírita e que se afirme espírita freqüente trabalhos mediúnicos de Umbanda?
Divaldo – Seria o mesmo que a pessoa atuar num campo de luta e, imediatamente, tomar posição noutro, sem o esclarecimento correspondente. Jesus foi muito claro ao afirmar que a casa dividida rui e que ninguém serve bem a dois senhores. Já é tempo de a pessoa saber o que deseja, dedicando-se àquilo que acha conveniente. O Apocalipse1 fala a respeito das pessoas mornas; assim, é melhor ser frio ou ardente. O morno é alguém que não está com ninguém, mas, sim, com as suas conveniências.

Vejamos o que nos diz Vanderley Pereira
HISTÓRIA DE UM DOUTRINADOR
Este trabalho não tem a pretensão de um estudo completo e profundo sobre o papel do
doutrinador ou médium esclarecedor nas sessões de desobsessão para tratamento espiritual. É apenas o modesto resultado de um esforço do Departamento Mediúnico do Grupo Espírita Paulo e Estêvão, no sentido de melhor orientar as suas atividades, oferecendo aos dirigentes de grupos mediúnicos, aos doutrinadores e aos médiuns de uma forma geral um roteiro mais pedagógico para o desempenho de suas tarefas. E numa tentativa de ilustração mais direta dos riscos, perigos, tentações, arrastamentos, enfim, vantagens e desvantagens que se apresentam ao candidato ao diálogo com as sombras, escolhemos o capítulo 12 do livro Os Mensageiros, no qual o Espírito André Luiz narra com grande lucidez a história de um doutrinador contada por ele mesmo do outro lado da vida. Sob o título A Palavra de Monteiro, vamos reproduzir, a seguir, os textos considerados mais elucidativos para o estudo a que se propõe este trabalho de pesquisa:
*** *** ***
A entidade que André Luiz identifica pelo nome de Monteiro começa sua narrativa chamando a atenção para as dificuldades com que se defronta o Espírito quando em luta na carne, pela influência do meio: “São tantas e tamanhas as exigências dos sentidos em relação com o mundo externo, que não escapei, igualmente, a doloroso desastre”.
— Mas, como? — indaga André Luiz, sequioso de conhecimentos.
— É que a multiplicidade de fenômenos e as singularidades mediúnicas reservam surpresas de vulto a qualquer doutrinador que possua mais raciocínios na cabeça que sentimentos no coração. Em todos os tempos, o vício intelectual pode desviar qualquer trabalhador mais entusiasta que sincero. E foi o que aconteceu comigo.
Nessa conversa em grupo, em Nosso Lar, o ex-doutrinador na Terra repassa, com minúcias emocionantes, os quadros mais amargos de sua experiência, não obstante o entusiasmo com que assumiu a delicada tarefa, sob o incentivo de sua mãe. Tinha sob seu controle direto médiuns de efeito físico, de psicografia e incorporação, participando de quatro reuniões semanais às quais comparecia em regime de rigorosa assiduidade.
— Confesso que experimentava certa volúpia na doutrinação aos desencarnados de condição inferior. Para todos eles tinha longas exortações decoradas, na ponta da língua — depõe. E revela que estimava enfrentar obsessores cruéis para reduzi-los a zero, no campo da argumentação pesada, com a idéia criminosa de falsa superioridade. E compara: — Acendia luzes para os outros, preferindo, porém, os caminhos escuros e esquecendo a mim mesmo.
Por vezes, após longa doutrinação sobre a paciência, impondo pesadíssimas obrigações aos desencarnados, abria as janelas do grupo de nossas atividades doutrinárias, para descompor as crianças que brincavam inocentemente na rua.
Todo esse procedimento lembrado por Monteiro nas suas lides de doutrinador, segundo ele mesmo, era uma coisa mínima comparado ao que ele aprontava na sua vida lá fora, sobretudo no campo profissional. Raro o mês que não mandasse promissórias de clientes a protesto público. Não adiantavam lamentações, desculpas, pedidos de prazos. Passava os dias no escritório estudando a melhor maneira de perseguir os clientes em atraso, entre preocupações e observações nem sempre muito retas, e, à noite, lá estava esbanjando lições de amor aos semelhantes, a paciência e a doçura, exaltando o sofrimento e a luta como estradas benditas de preparação para Deus. “Fora das sessões práticas, minha atividade doutrinária consistia em vastíssimos comentários dos fenômenos observados, duelos palavrosos, narrações de acontecimentos insólitos, crítica rigorosa dos médiuns”. E comenta, interrogativo:
— Como ensinar sem exemplo, dirigir sem amor?
De volta ao plano espiritual, nessas condições, entidades perigosas e revoltadas aguardaram-no.
Viu-se rodeado de seres malévolos que lhe repetiam muitas daquelas frases das sessões. Ironizavam, cobrando-lhe serenidade, paciência e perdão às faltas alheias. E perguntavam-no por que não se desagarrava do mundo, estando já desencarnado? O certo é que depois de muito sofrimento, à medida que se foi desapegando mais do mundo físico, irmãos bondosos recolheram-no ao Nosso Lar. Mesmo assim permanecia descontente , alegando que havia fomentado as sessões de intercâmbio na Terra e que se consagrara ao esclarecimento dos desencarnados, até que a benfeitora que ouvia por mais de duas horas seu rosário de queixas, com paciência evangélica, resolveu fechar o diálogo com esta sábia e sincera nota de esclarecimento maternal:
— Monteiro, meu amigo, a causa da sua derrota não é complexa, nem difícil de explicar.
Entregou-se você excessivamente ao Espiritismo prático, junto dos homens nossos irmãos, mas nunca se interessou pela verdadeira prática do Espiritismo, junto de Jesus nosso Mestre. E conclui, finalmente, o ex-doutrinador rigorista: — Desde então, minha atitude mudou muitíssimo.
Doutrinador, estude muito, principalmente os ensinos de Jesus

Conclusão...

Como vimos, a doutrinação de espíritos é usada para afastar os obsessores, ajudando-os a encontrarem a luz.
A atividade tem como premissa o amor e se fundamenta no esclarecimento dos princípios espíritas.
Por fim, para concluir este post, vale mencionar a mensagem do espírito André Luiz no livro Desobsessão, psicografado por Chico Xavier, que reforça o quão gratificante e benéfica é a doutrinação dos espíritos:

“Erraríamocs frontalmente se julgássemos que a desobsessão apenas auxilia os desencarnados que ainda pervagam nas sombras da mente. Semelhantes atividades beneficiam a eles, a nós, bem assim os que nos partilham a experiência cotidiana, seja em casa ou fora do reduto doméstico e, ainda, os próprios lugares espaciais em que se desenvolve a nossa influência”.

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