Oşun é a Iyalode, a líder de todas as Mulheres.

Oşun é a Iyalode, a líder de todas as Mulheres.

Muitas pessoas acham que todas as Ìyagbà são rainhas, mas não são. Rainhas são apenas duas:
Oşun e Yèyé omo ejá. Por citar está última, também há relatos de que Yèyé omo ejá é a mãe de Oşun, mas não é. Quem é a mãe de Yèyé omo ejá é Oşun.
Ìyagbà significa mãe rainha, e são apenas essas duas.

Yèyé omo ejá nasceu nos rios e só depois que foi morar nos mares. Oşun é senhora de todos os rios e cachoeiras. Ela come ovos, gemas, akará, amalá além de frutas. Ela é extremamente vaidosa com os cabelos e rege também as mãos. Ela protege todos os babalorisás e yalorisás. Rege também os olhos, barriga, o sangue menstrual, o útero, e é ela a mãe dos Ibejis e também a mãe dos que são adotados. Adora crianças.

Na gestação, quando a barriga da mulher cresce, ali é Oşun que protege o útero e faz a barriga crescer já que tem o seu simbolismo que é tudo que vem a ser redondo. Ela é a Ìyagbà mais velha e mãe ancestral. Tem a liderança de todo o poder feminino sendo a senhora que sempre está na frente de todas as Iyalode.
Seu dia é o sábado. As penas do pássaro ÌKÓÒDÍDÉ representam Oşun principalmente quando os novos na religião, os iniciados, ficam no quarto de santo, é lá a representação do útero desta Òrìsà, Oşun.

As rainhas como Oşun e Yèyé omo ejá cobrem os olhos para que os seus súditos não olhem diretamente para os olhos delas para não ter nenhum tipo de contato visual com a realeza.
Oyá não foi rainha assim como Nàná, Obá e Ewá.
Conta um itan que Oyá ficou muito irritada porque Oşun foi escolhida para sentar ao lado de Oşalá na festa do senhor funfun (pano branco), festa esta mais conhecida como Águas de Oşalá.

Por conta disso, Oyá armou para que Oşun fosse expulsa da festa de Oşalá já que o Pai da Paz não admite nenhuma outra cor, sujeira, nada desse tipo a não ser o branco.
Quando Oşun sentou novamente já que tinha ido dançar no salão, sentiu algo estranho e tentou levantar, mas não conseguia. Com isso, por fazer muito esforço, acabou que rasgando as partes das nádegas onde o sangue tomou conta de todo o recinto.

Oşalá indignado, achou que ela havia menstruado e expulsou Oşun da festa para a alegria de Oyá e das outras Òrìsàs.
Chegando no meio do caminho, se deparou com Ossãin, o feiticeiro, que perguntou o motivo que Oşun estava chorando. Ela relatou tudo e Ossãin explicou que aquilo foi tudo uma armação de Oyá com as outras Òrìsàs porque estavam com inveja de Oşun com Oşalá por ela ter sido escolhida para sentar ao lado dele.

Ossãin, então, transformou Oşun em ÌKÓÒDÍDÉ onde ela voltou até a festa e ficou voando por todo o salão em forma de pássaro. Por isso essa Òrìsà rege o Akodide ou papagaio com caudas vermelhas como conhecemos aqui no Brasil onde em todo ritual essa pena vai na fronte da testa dos iniciados para representar o poder feminino regido por Oşun.

Oşun também é a senhora de Ijexá, onde reinou lindamente. De muito poder e magnitude, Oşun também é a líder de todas as feiticeiras Ìyámi Òsòróngà. Mensageira de Olódùmarè, Oşun é quem dá a visão para os babalorisás e yalorisás para consultarem os búzios.

Osún carrega uma idà, abebé, leque das penas do pássaro ÌKÓÒDÍDÉ e outros que são feitos de couro de animal que recebe dos súditos africanos.
Ela também é a senhora dos cobres, do bronze, sendo os cobres a primeira riqueza natural onde mais tarde, ela também é a possuidora do ouro.

Oşun representa as águas correntes, a perfeita beleza da natureza sendo ela a mais bela de todos os Òrìsàs criada por Olódùmarè.
Tem ligação com Sàngó onde também detém o poder da magia do fogo. Da caça de Òsóòsì e do segredo dos búzios que aprendeu com ÈŞÙ e da estratégia da guerra que aprendeu com Ògún.

Osún também conhece a passagem de Iku já que andou com Omolu. Senhora da guerra, do Reino mais belo de Ijexá, Oşun não olha nos olhos dos subalternos. Perigosa em sua ira, essa Òrìsà é doce feito o mel, mas terrível e mortal como um veneno, pois mata sorrindo. Quem se atrever a duvidar disso, só fazer o teste que saberá quem é Oşun em sua forma de Ipondá.

Texto de _Thau Ãn