O SIGNIFICADO ESPIRITUAL DOS RELACIONAMENTOS (parte 2)
Mesmo a mais forte paixão se dissolve se a pessoa não souber amar, cultivar as qualidades e requisitos necessários para o amor puro. Só quando o amor é aprendido a centelha da paixão se mantém viva. Esse é, sem dúvida, o problema com o casamento. A maioria das pessoas não tem condições de chegar ao casamento ideal porque é incapaz de oferecer amor puro.
A paixão tem muitas semelhanças com o amor. Ela faz irromper impulsos que de outra forma ninguém teria: impulsos de doação e de afeição, por exemplo. Ela sacode e tira a alma do contentamento medíocre, do seu estado de vegetação. Quando ela se manifesta, mesmo as pessoas menos desenvolvidas são capazes de superar-se. Ela faz a alma pulsar, sair de si mesma. Até mesmo um criminoso pode momentaneamente sentir (pelo menos com relação a uma pessoa) uma afeição que jamais sentiu antes.
Enquanto esse sentimento perdurar, até a pessoa mais egoísta terá impulsos de generosidade e de sacrifício. A pessoa preguiçosa abandona sua inércia. E a pessoa que caiu na rotina consegue se livrar do marasmo. Nem que seja por breves instantes, a paixão coloca a pessoa acima do seu estado de separação. Oferece à alma um vislumbre de unidade e nos ensina o desejo ardente por essa unidade. Sem a paixão ninguém poderia experimentar a beleza indescritível contida no amor.
(continua aqui)
(Fonte de pesquisa: O CAMINHO DA AUTO-TRANSFORMAÇÃO, de Eva Pierrakos - Ed. Cultrix)