terça-feira, 12 de julho de 2022

Tláloc, o deus das chuvas

 

Tláloc, o deus das chuvas


Aqui estamos todos reunidos para compartilhar deliciosos instantes de sabedoria e amor. Vocês devem ter visto em cena uma dança muito preciosa de formosas crianças compatriotas mexicanas. Agora vou explicar alguns aspectos muito importantes de nossa Antropologia Gnóstica.

Todas essas danças antigas, como já lhes tenho dito, contêm em si mes­mas mensagens esotérico-crísticas profundas. Todas essas danças estão cheias de profunda significação e vale a pena escutar todas essas harmonias, vale a pena assistir todas essas exóticas danças.

Nosso país, o México, está cheio de profun­das tradições esotéricas, recordemos por um instante os seres divinos aos quais se lhes rendeu culto no antigo México. Recordemos por um instante a Tláloc, o Deus das Águas.

Tláloc, o Deus das Chuvas

Tlaloc
Tlaloc, o Deus das Chuvas e da Agricultura

A muitos parecerá como algo fantástico que em pleno século 20 falemos do “Paraí­so de Tláloc”. Acontece que os supercivilizados desta época se esqueceram plenamente da sabedoria elemental da Natureza. Tláloc é certamente um Deva do elemento água, é uma potência cósmica do universo, tem existência real. Indubitavelmente, essa classe de deidades cósmicas vive normalmente na Região das Causas Naturais, região à qual os cientistas do átomo e da molé­cula não têm acesso. Sem embargo, os profe­tas de Anáhuac, em estado de êxtase, podiam penetrar em tal região e dialogar cara a cara com Tláloc.

Em nome da verdade diremos, de forma enfática, que o Paraíso de Tláloc existe. Bem sabemos que há quatro regiões fundamentais.

– À primeira a denominaríamos “Região Celular”, que é esta região da vida or­gânica, a região tridimensional de Euclides;

– A segunda é o “Mundo Mineral Su­bmerso”, que não o podem negar os cientistas porque existem as minas, e o interior da Terra o demonstra (nós vivemos fisicamente na crosta geológica da Terra, na crosta mineral);

– A terceira região é o “Mundo Molecular”.

– E a quarta o “Mundo Eletrônico”.

Sob um ponto de vista cósmico e gnóstico, diremos que o Mundo Molecular está constituído pelas regiões Astral e Mental; e quanto ao Mundo Eletrônico Solar está formado pelo Mundo das Causas Naturais, pelo Mundo da Consciência Universal e pela Regão do Espírito Puro. Assim, pois, há quatro regiões e é necessário compreender isso.

A Região de Tláloc é formidável, extraor­dinária, maravilhosa. Tláloc vive no Mundo Causal; quando se fala de Tláloc, refere-se a esse Mundo das Causas Naturais no qual vive.

Preciosas tradições registradas nos có­dices, dizem que “vive rodeado de formosos meninos” e que “quando um raio cai é porque algum cântaro ou simplesmente uma vasilha foi quebrada, foi rompida”. Claro, isto é simbólico, de modo nenhum deveríamos tomar isso literal­mente… Diz-se também que “Tláloc tinha sua esposa” (refere-se à Walkíria, re­fere-se à Alma Espiritual, que é femi­nina).

Tenho dito em muitas de minhas obras que o Íntimo, ou seja, nosso Ser, tem duas Almas: uma é a Alma Espiritual, outra é a Alma Humana; a Alma Humana é masculina, a Alma Espiritual é feminina, e este é o signo de Gêmeos em nossa natureza espiritual. Assim, quando se fala de Tláloc e de sua esposa, refere-se de forma enfática, nos códices, às duas Almas, a masculina e a feminina de Tláloc.

Tláloc não é culpado de que tenham sido sacrificadas muitas donzelas e crianças em sua honra. Sempre se fazia isso para implorar as chuvas, porém, Tláloc jamais exigiu tais holocaustos…

Um dia, em que me encontrava em estado de Samadhi, que poderia se traduzir no mundo ocidental como “êxtase” (o consegui através da técnica da meditação, passando pelo “Dhárana”, que significa “concentração”, pelo “Dhyana”, que significa “meditação”), tive de me encontrar em realidade de verdade frente a frente com Tláloc.

tlaloc2-gnosisonlineA recriminação que lhe fiz resultou ser injusta. “Tu (eu lhe disse) cometeste grandes crimes, permitiste que se sacrificassem meninos, meninas, donzelas e até anciães, e isso é delituoso.” Tláloc se parecia, em tais momentos, com um árabe dos tempos antigos.

Respondeu: “Nunca exigi tais sacrifícios à humanidade, nunca exigi que imolassem seres viventes. Isso foi coisa dos habitantes do mundo físico, porque eu nunca exigi tais sacrifícios humanos. Sem embargo, voltarei na Nova Era de Aquário”. Assim disse Tláloc e eu entendi.

Esse grande Ser que agora vive no Mundo das Causas Naturais se reencarnará na futura Idade de Ouro, em pleno esplendor de Aquário, tomará corpo físico e ajudará a Sexta Raça durante a Idade de Ouro…

Assim, meus queridos irmãos, trata-se de um grande Ser que terá de voltar ao mundo físico. Falando em sentido meramente cristão, diríamos que se trata de um Anjo, e voltará, assim o disse.

Mediante o Samadhi, no qual eram ex­perts os antigos sacerdotes maias, como os Profetas de Anáhuac, ou os místicos toltecas (artistas de renome) etc., podiam penetrar, mediante a profunda oração e meditação, nessa região maravilhosa donde vive Tláloc.

Também se afirmava que “aqueles defuntos que morriam afogados podiam penetrar no Paraíso de Tláloc” (assim se disse).

No mundo oriental se falam também de Reinos, como “o dos Cabelos Longos”, ou “o da Densa Concentração”, ou o de “Maitreia” etc. São regiões que existem mais além do mundo tridimensional de Eu­clides.

E o que diremos de todos aqueles dançarinos que também sabiam atrair o benefício do Deus da Chuva? Vocês já contemplaram a essas crianças, vocês têm se deleitado com sua representação. Essas danças, como as que essas crianças têm representado, tinham por objeto, entre outras coisas, atrair as águas para que fertilizassem a terra e germinassem as semen­tes de toda espécie.

Em outros lugares da América se conheceram danças similares. Em Teotihuacán celebravam certos cultos na Pirâmide da Lua com o propósito de atrair as chuvas, e nunca se deixava de implorar o auxílio de Tláloc, o “Deus Benéfico das Chuvas”.

É interessante saber que os nativos de Teotihuacán, unidos na Pirâmide da Lua, e colocados normalmente na posição em que se encon­tram os sapos e as rãs, imitavam de forma maravilhosa o coaxar dessas criaturas, e o faziam com o propósito de fazer chover, e cho­via, mas não esqueciam nunca de Tláloc.

Os maias também praticavam ritos semelhantes, e como queira que eles chegaram não somente até a Costa Rica e o Panamá, senão também até as costas do Caribe, na América do Sul, ainda se conservam tradições entre os Arhuacos da Sierra Nevada (na Co­lômbia), os quais ainda praticam os ritos que logram atrair as chuvas. Esses sistemas, esses métodos, são estranhos para a Idade de Fe­rro, para esta negra Idade na qual nos en­contramos.

As pessoas já se tornaram terrivelmente grosseiras e materialistas, agora zombam de todas estas maravilhas da natureza e do Cosmo. Já não são vistas, nas praças públicas, as danças das crianças, danças como as que agora temos visto. Já não danças na Turquia, por exemplo, os dervixes nas praças públicas. Todas as belezas de uma humanidade inocente e pura foram perdidas As velhas pirâmides do Egito ficaram abandonadas, os supercivilizados da Inglaterra e da França zombam dos antigos monólitos.

Vem-me à memória nestes momentos aquela frase que o sacerdote de Saís disse a Sólon: “Sólon, Sólon, ó meu filho, dia chegará em que os homens rirão dos sagrados hieróglifos e dirão que nós os antigos adorávamos ídolos”. Em realidade de verdade, com o Kali Yuga se perdeu completamente a inocência, e da beleza do espírito já no se recordam senão as pirâmides, as quais como cadáveres foram deixadas nas areias sombrias do deserto.Já não resplandecem as danças de Elêusis, as sacerdotisas daqueles tempos desa­pareceram nas trevas, e nem sequer chegam aos profanos ouvidos os sons de suas flautas maravilhosas. O encanto dos druidas tão só foi deixado como uma figura que se desliza entre os ciprestes do tempo. Já não se veem aquelas sacerdotisas druidesas, cingidas com suas coroas de louro, na velha Euro­pa.

As danças autóctones da Península de Escandinávia desapareceram e só recordações mui distantes sobraram. E pelo sul da América já não se escutam as flautas dos templos incaicos, fecharam-se os corredores que comunicavam o Peru com a Bolívia, os templos estão desertos, as pirâmides se cobriram de vegetação, não se veem por aqui ou por ali os Sacerdotes do Fogo, os Incas, esses Reis majestosos brilham agora por sua ausência.

A humanidade se esqueceu da Sabedoria antiga, a humanidade se esqueceu da Religião-Sabedoria das antigas Idades. Com grande dor vemos ruínas e somente ruínas.

O que as pessoas desta época sabe com relação à sabedoria dos lemurianos e dos hiperbóreos? A ciência apenas pode penetrar uns 15 mil anos, ou 20 mil exagerando, no mundo das lendas. Porém, o que os cientistas atuais sabe, os historiadores, sobre esses Homens Ciclopes que levantaram as muralhas do antigo continente Mu? A humanidade atual tornou-se espantosamente mecânica, e do continente Mu não sobraram senão as ilhas da Austrália, da Oceania; esse velho arquipélago é tão só uma reminiscência daquele continente donde viveram os Homens Deuses.

Amigos: é a nós, os gnósticos, que nos toca lutar entre as trevas desta Idade Negra. É a nós que cabe lutar para restaurar a inocência perdida sobre a face da Terra. Os Tempos chegaram, estamos ante o dilema do Ser ou do não-Ser da filosofia, e ainda que os ignorantes ilustrados riam da Antropologia Gnósti­ca, continuaremos nossas investigações…

Outros Deuses Astecas

E o que diremos de Huehueteotl, o “Velho Deus do Fogo”, um ídolo para os ignorantes ilustrados, um sarcasmo, uma idolatria, um fetiche e nada mais? Porém, os gnós­ticos não pensamos assim. Huehueteotl é o fogo universal que arde nesta Criação. Lembremos que o “Cordeiro de Deus que borra os pecados do mundo” é fogo. Sobre a cruz do Mártir do Calvário está explicado o sentido do Cristo. Muitos volumes imensos foram escritos para expli­car o que é o Cristo, mas em verdadr com somente quatro letras já está explicado, e essas quatro letras estão escritas sobre a Cruz do Gólgo­ta: INRI (Ignis Natura Renovatur Inte­gram – “o fogo renova incessantemente a Natureza”). Cristo é o fogo que arde nesta Criação.

Não devemos esquecer que o Cristo está crucificado na Terra. O fogo do fogo é o Cristo. A nós interessa a Chama da Chama, o Oculto do Oculto, a assinatura astral do elemento ígneo. A nós nos interessa Huehueteotl, o “Velho Deus do Fogo”, o Cordeiro que apaga as faltas do mundo… Assim, o Cristo Cósmico nunca foi outra coisa senão o Fogo.

Irmãos, eu vos convido à Reflexão, vos convido ao estudo esotérico destes esplendores crísticos, gnósticos e antropológicos. O fogo é a vida, em realidade de verdade existimos pelo advento do fogo, deixamos de existir quando o fogo abandona a forma. “Antes que a falsa aurora aparecesse sobre a Terra, aqueles que sobreviveram ao furacão e à tormenta adoraram o fogo, e para ele apareceram os Arautos da Aurora…” O Cordeiro, com a cruz sustentada com um de seus pés, nos convida à reflexão. A cruz é completamente fálica e yônica.

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Ehecatl, Deus dos Ventos e do Movimento Cósmico… Grande Instrutor de miríades de Silfos e Sílfides do Ar

Bem sabemos que o falo vertical ao ser introduzido dentro do yoni formal formam uma cruz. A cruz, pois, é o elemento básico para o desenvolvimento do fogo sagrado na espinha dorsal do asceta gnóstico.

Querer representar o fogo como um cor­deiro pareceria como antitético, incongruente. O “Cordeiro de Deus” é o Cristo, é o que se sacrifica pela humanidade. É fogo crucifi­cado na Terra, o fogo que deve arder em cada um de nós mediante o esoterismo­ crístico.

Amigos, ao entrarmos nesta análise superlativa de alguns aspectos da Antropologia Gnóstica, tampouco devemos nos esquecer do Elemento Ar: jamais deveríamos nos esquecer de Ehecatl, o “Deus do Vento”, o “Deus do Movimento Cósmico”. Ehecatl é um grande Mestre, um Anjo, Ele é o “Senhor do Mo­vimento”. Obviamente, a Ciência do Movimento é profunda, terrível. Passam-se anos e anos estudando tal ciência e não se chegaria jamais a um limite, o Movimento Cós­mico está repleto de mistérios. Ehecatl, o “Deus do Vento”, é precisamente especialis­ta no Movimento Cósmico.

Queridos irmãos que hoje me escutam, no México antigo rendeu-se culto aos Deuses Elementais da Natureza e do Cosmo.

Com as danças sagradas, com os ritos, com a oração, com a meditação, invocavam-se as deidades do Fogo, dos Ares, das Águas e da Terra. Mas, no fundo de todos os Mistérios, nunca deixava de brilhar a figura hierática e terrível de Nosso Senhor Quetzalcóatl, esse Quetzalcóatl que se perde na noite dos séculos. Em Tula, cada sacerdote se considerava a si mesmo um Quetzalcóatl. No fundo, o que acontecia é que os sacerdotes que se cristificavam tomavam o nome de Quetzalcóatl, o Deus Sol. Devemos entrar pelo caminho da regeneração se é que queremos nos converter em “Serpentes Emplumadas”, como o Senhor Quetzalcóatl.

Quando alguém desintegra o Ego, quando o reduz a poeira cósmica, quando alguém fabrica os Corpos Superiores Existenciais do Ser e os converte em veícu­los de ouro puro, quando alguém levanta a tocha do Verbo para iluminar o Caminho aos demais custe o que custar, converte-se por tal motivo em uma Serpente Emplu­mada, em um Quetzalcóatl.

Não bastaria somente despertar o Fogo Sagrado, não bastaria somente despertar a Kundalini Shakti, senão fazê-la subir pelo canal medular até o cérebro e passá-la dali para o coração. Em realidade de verdade, não se poderia deleitar com o prazer contido nos chacras, discos ou rodas magnéticas, se não foi “devorado” previamente pela serpente.

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Quetzalcóatl, o Cristo asteca

Agora podemos explicar aque­las palavras: “É necessário sermos devorados pela serpente, é urgente nos convertermos em ser­pentes…” No Popol Vuh, cita-se o caso de Wo­tan; este Wotan era um Deus do antigo México. Esse Wotan citado também na Escandinávia, entre os nórdicos, disse: “Pude en­trar pelo orifício que conduz ao interior da Terra, pude penetrar por esse caminho cheio de serpentes, porque eu também sou uma serpente”. Todo aquele que foi devo­rado pela serpente se converte em serpente, e Wotan foi devorado pela ser­pente.

Os druidas, em estado de êxtase, gritavam: “Sou uma serpente!” Os egípcios também clamavam, levantando seus braços des­de o cimo de suas pirâmides, mirando o de­serto: “Sou uma serpente!” O Conde Saint Germain uma vez deixou esquecida uma nota, sobre a mesa de um palácio, que dizia: “Há milhares de anos estou estabelecido em Ísis”, é que o Conde Saint Germain era uma serpente.

A sabedoria do antigo México é eviden­temente serpentina. No México arcaico rendeu-se culto à serpente. Assim, meus queridos irmãos gnósticos que hoje estão presentes, convido-os a despertar a Serpente, e mais ainda: desejo que cada um de vocês se converta em serpente.

Muito mais tarde, no tempo, a serpente é devorada pela Águia, o Logos, que é o símbolo de nossa bandeira mexicana (a águia tragando a serpente é profundamente significativa). Quando alguém foi devorado pela ser­pente, converte-se em serpente, porém, a águia, o Logos, por sua vez devora a serpente, e então, advém a Serpente Emplumada, Quetzalcóatl. Tenho dito.