Swastika – O enigmático símbolo universal
Símbolos antigos envoltos de mistérios e as vezes, medo – como a Swastika/Suástica. A primeira impressão pode nos remeter aos nazistas, movimento iniciado por Aldof Hitler, que estigmatizou seu uso na cultura ocidental, mas na verdade ele inverteu o símbolo, criando um novo significado, já falaremos mais disso no decorrer do texto. Mas ao contrário do que muitos pensam, a Swastika é um dos símbolos mais antigos e aparece em várias civilizações antigas ao redor do mundo e em diferentes momentos do tempo há mais de 3 mil anos, representando a vida, o sol, o fogo, o poder, a força e a boa sorte. Na Índia segue sendo um dos mais importantes símbolos religiosos, usado também no Budismo, Hinduísmo e o Jainismo. No Jainismo (Jainism) delineia o sétimo santo e os quatros braços em sentido relógio, simbolizando as quatro possibilidades de locais de renascimento: o mundo animal ou biológico (plantas) ; a Terra ; o Inferno; O mundo espiritual.
No Budismo a Swastika representa a resignação, e você a verá com frequência em estátuas do Buddha localizadas no peito ou na sola dos pés. O trono do Dalai Lama é decorado com quatro swastikas. Você pode encontrá-la por todo o Tibete e Nepal em itens de uso diário e como uma marca que mosteiros denotam. Enquanto para os Hindus, suástica simboliza noite, a magia, a pureza e a deusa Kali. O símbolo também é usado para demarcar as páginas de abertura dos livros sagrados, nas laterais decorativas de portas, em ofertas e até mesmo cravada na faixada do templo.
A palavra em si, swa-tis-ka origina do Sânscrito “Svastika”, que traduzindo literalmente significa “Assim sendo”. Mas uma conotação negativa foi associada a ela graças aos Nazistas.
Um símbolo com dois significados?
O símbolo da Suástica para os Arianos, um dos grupos mais antigos que se instalou no Irã e no norte da Índia. Eles acreditavam e proclamavam ser a “raça pura”, superior aos outros humanos e outras culturas. Uma vez que os nazistas se consideravam ter raízes arianas, eles usaram a suástica como seu símbolo. Adolf Hitler declarou: “Como nacional-socialistas, vemos o nosso conceito em nossa bandeira. Em vermelho, vemos a ideia social do movimento; em branco, a ideia nacionalista; na suástica, a missão da luta pela vitória do homem ariano, e, por isso mesmo, a vitória da ideia do trabalho criativo, que, como tal, sempre foi e sempre será anti-semita “. Desta forma, a suástica tornou-se um símbolo do ódio, violência, morte e assassinato, as pessoas começaram a associá-lo com a negatividade.
Mesmo no início do século XX, a suástica era uma decoração comum que muitas vezes adornado cigarreiras, cartões postais, moedas e edifícios. Durante a Primeira Guerra Mundial, a suástica poderia mesmo ser encontrado no ombro em patches dos soldados da 45º Divisão americana e na força aérea finlandesa até depois da Segunda Guerra Mundial.
As primeiras evidências arqueológicas de ornamentos em forma de suástica remontam à Civilização do Vale da Índia antiga. Também em artefatos como cerâmica e moedas da antiga Troia, que remonta a 1000 A.C.
Os Celtas da Irlanda e da Escócia frequentemente a esculpiam em lápides, e os Escandinavos a usaram como símbolo do Martelo de Thor. Os gregos associavam a suástica ao Deus Sol, Apollo, e era pintada em roupas, casas, cerâmicas e em muitos outros itens. Entre várias tribos nativas americanos, a suástica carregava diversos significados. Para os Hopi representava o clã Hopi vagando. Para os Navajo, o símbolo remetia o tronco cortado representando a lenda em rituais de cura. Mas para eles e para tantas outras tribos, o símbolo não tem que mais ser usado em seus trabalhos manuais, arte etc justamente pela má associação.
Para os Maias, a suástica era a criação e para os Incas e Astecas representava as quatro estações em dueto com os quatro braços, o centro simbolizada o Sol. A suástica pode ser encontrada em muitas artes Mesoamericanas. Já os Chineses a chamam de “WAN Zi” e está incluida na formação do caráter. Representa o infinito no Tibet e na China. Os japoneses a nomearam de “MAN Ji” e a usaram em mapas para marcar os templos Budistas. Representa uma série de coisas positivas, desde à força a compaixão.
Na Armênia, a suástica é um símbolo ancestral da Luz Eterna (i.e. Deus), enquanto na Finlândia é usada na tradicional arte folk em diversos produtos de madeira e tecido. O símbolo também já foi usado pela Força Armada Aérea Finlândesa até 1945, mas ainda é encontrada em suas bandeiras. A suástica tem sido amplamente utilizada por tantas culturas ao longo dos séculos, aparecendo em diferentes formas (no sentido horário ou anti-horário), com vários significados ligados a ele. É um símbolo universal que uniu o mundo em um terreno comum que é positividade, deixando de lado o fator nazista.
O símbolo da suástica tem uma sobrevida extraordinária, no espaço e no tempo, tendo atingido os dias atuais. Alguns podem até argumentar que permaneceu profundamente dentro no que CG Jung chamou de “inconsciente coletivo”, ou seja, a suposta parte da mente que registra e conserva a herança psicológica de toda a humanidade.
Fontes: Swastika, a pictorial atlas + Swastika in Russia + Swastika history
Tradução e artigo por YanRam para O Grande Jardim.