quarta-feira, 13 de julho de 2022

Swastika – O enigmático símbolo universal

 Swastika – O enigmático símbolo universal


Símbolos antigos envoltos de mistérios e as vezes, medo – como a Swastika/Suástica. A primeira impressão pode nos remeter aos nazistas, movimento iniciado por Aldof Hitler, que estigmatizou seu uso na cultura ocidental, mas na verdade ele inverteu o símbolo, criando um novo significado, já falaremos mais disso no decorrer do texto. Mas ao contrário do que muitos pensam, a Swastika é um dos símbolos mais antigos e aparece em várias civilizações antigas ao redor do mundo e em diferentes momentos do tempo há mais de 3 mil anos, representando a vida, o sol, o fogo, o poder, a força e a boa sorte. Na Índia segue sendo um dos mais importantes símbolos religiosos, usado também no Budismo, Hinduísmo e o Jainismo. No Jainismo (Jainism) delineia o sétimo santo e os quatros braços em sentido relógio, simbolizando as quatro possibilidades de locais de renascimento: o mundo animal ou biológico (plantas) ; a Terra ; o Inferno; O mundo espiritual. 

No Budismo a Swastika representa a resignação, e você a verá com frequência em estátuas do Buddha localizadas no peito ou na sola dos pés. O trono do Dalai Lama é decorado com quatro swastikas. Você pode encontrá-la por todo o Tibete e Nepal em itens de uso diário e como uma marca que mosteiros denotam. Enquanto para os Hindus, suástica simboliza noite, a magia, a pureza e a deusa Kali. O símbolo também é usado para demarcar as páginas de abertura dos livros sagrados, nas laterais decorativas de portas, em ofertas e até mesmo cravada na faixada do templo.

A palavra em si, swa-tis-ka origina do Sânscrito “Svastika”, que traduzindo literalmente significa “Assim sendo”. Mas uma conotação negativa foi associada a ela graças aos Nazistas.

Um símbolo com dois significados?

símbolo pintado no topo da cabeça de garoto Hindu durante um ritual de iniciação
símbolo pintado no topo da cabeça de garoto Hindu durante um ritual de iniciação
porta do templo Jaim
porta do templo Jaim
símbolo em templo budista no Japão
símbolo em templo budista no Japão
convite de casamento Hindu
convite de casamento Hindu

O  símbolo da Suástica para os Arianos, um dos grupos mais antigos que se instalou no Irã e no norte da Índia. Eles acreditavam e proclamavam ser a “raça pura”, superior aos outros humanos e outras culturas. Uma vez que os nazistas se consideravam ter raízes arianas, eles usaram a suástica como seu símbolo. Adolf Hitler declarou: “Como nacional-socialistas, vemos o nosso conceito em nossa bandeira. Em vermelho, vemos a ideia social do movimento; em branco, a ideia nacionalista; na suástica, a missão da luta pela vitória do homem ariano, e, por isso mesmo, a vitória da ideia do trabalho criativo, que, como tal, sempre foi e sempre será anti-semita “. Desta forma, a suástica tornou-se um símbolo do ódio, violência, morte e assassinato, as pessoas começaram a associá-lo com a negatividade.

Mesmo no início do século XX, a suástica era uma decoração comum que muitas vezes adornado cigarreiras, cartões postais, moedas e edifícios. Durante a Primeira Guerra Mundial, a suástica poderia mesmo ser encontrado no ombro em patches dos soldados da 45º Divisão americana e na força aérea finlandesa até depois da Segunda Guerra Mundial.

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As primeiras evidências arqueológicas de ornamentos em forma de suástica remontam à Civilização do Vale da Índia antiga. Também em artefatos como cerâmica e moedas da antiga Troia, que remonta a 1000 A.C.

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Atena com suásticas, Grécia (canto superior esquerdo), esculturas em pedra, Egito (canto superior direito) e Pedra de St Tecla Hillfort, Espanha – idade tardia de Ferro

Os Celtas da Irlanda e da Escócia frequentemente a esculpiam em lápides, e os Escandinavos a usaram como símbolo do Martelo de Thor. Os gregos associavam a suástica ao Deus Sol, Apollo, e era pintada em roupas, casas, cerâmicas e em muitos outros itens. Entre várias tribos nativas americanos, a suástica carregava diversos significados. Para os Hopi representava o clã Hopi vagando. Para os Navajo, o símbolo remetia o tronco cortado representando a lenda em rituais de cura. Mas para eles e para tantas outras tribos, o símbolo não tem que mais ser usado em seus trabalhos manuais, arte etc justamente pela má associação.

Para os Maias, a suástica era a criação e para os Incas e Astecas representava as quatro estações em dueto com os quatro braços, o centro simbolizada o Sol. A suástica pode ser encontrada em muitas artes Mesoamericanas. Já os Chineses a chamam de “WAN Zi” e está incluida na formação do caráter. Representa o infinito no Tibet e na China. Os japoneses a nomearam de “MAN Ji” e a usaram em mapas para marcar os templos Budistas. Representa uma série de coisas positivas, desde à força a compaixão.

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Chão de Catedral na Oceania, Nova Zelândia

Na Armênia, a suástica é um símbolo ancestral da Luz Eterna (i.e. Deus), enquanto na Finlândia é usada na tradicional arte folk em diversos produtos de madeira e tecido. O símbolo também já foi usado pela Força Armada Aérea Finlândesa até 1945, mas ainda é encontrada em suas bandeiras. A suástica tem sido amplamente utilizada por tantas culturas ao longo dos séculos, aparecendo em diferentes formas (no sentido horário ou anti-horário), com vários significados ligados a ele. É um símbolo universal que uniu o mundo em um terreno comum que é positividade, deixando de lado o fator nazista.

O símbolo da suástica tem uma sobrevida extraordinária, no espaço e no tempo, tendo atingido os dias atuais. Alguns podem até argumentar que permaneceu profundamente dentro no que CG Jung chamou de “inconsciente coletivo”, ou seja, a suposta parte da mente que registra e conserva a herança psicológica de toda a humanidade.

Fontes: Swastika, a pictorial atlas Swastika in Russia + Swastika history

Tradução e artigo por YanRam para O Grande Jardim.