sexta-feira, 15 de julho de 2022

Era uma tarde de sábado muito especial, eu prendia a respiração enquanto a serva apertava o espartilho, tanto que sentia as costelas doer

 Era uma tarde de sábado muito especial, eu prendia a respiração enquanto a serva apertava o espartilho, tanto que sentia as costelas doer


#PombogiraMenina #Laroye 💃🌹

Era uma tarde de sábado muito especial, eu prendia a respiração enquanto a serva apertava o espartilho, tanto que sentia as costelas doer sob o olhar severo de mamãe, eu deveria estar mais linda que qualquer outra para o grande chá servido aos nobres no Jardim do palácio real, já estava próxima a idade de me desposar como donzela e me tornar uma Senhora Nobre como minha mãe e minhas tias são , era muito importante essa confraternização, provavaelmente conheceria meu futuro esposo nesses eventos e nada poderia dar errado ...

A tardinha estava sob um clima de primavera perfeito, as flores eram muito coloridas, o jardim era amplo e magnífico, e eu o vi pela primeira vez, foi como sentir meu coração sair pelos meus lábios, borboletas pareciam voar desesperadas no meu estômago, eu fiquei nervosa em meu íntimo e não conseguia parar de olhar aquele homem elegante, forte, bonito e altivo, senti ele retribuir meu olhar, por vezes perdiamos em meio as pessoas, mas logo o vi cruzar o jardim, disfarçadamente fui atrás, e tivemos a oportunidade de nos conhecer e ter certeza de com quem gostaria de viver a eternidade ... Mas infelizmente Moça, não foi esse o presente que o Destino me deu ... Passou alguns dias, eu e meu Lord trocávamos cartas as escondidas, mas recebi a pior das notícias, minha família aceitou a proposta de um pretendente para casar comigo, um homem extremamente rico, nobre, recém chegado à cidade, e o dia de ser apresentada a ele foi marcado ...

Quando vi não acreditei Moça
Era um homem extremamente velho, carrancudo, horroroso, fiquei muito revoltada,como eu, uma jovem de dezesseis anos poderia me casar com um homem daqueles ... só de pensar em beija lo me dava náuseas, além de que ele era velho demais não me atraia em nada, me senti "vendida" pela minha família que só pensava em status social, mas o pior ainda estava por vir ... e veio ... fui apresentada àquele que seria meu enteado e era ele ... o homem que me arrancava suspiros e fazia meu coração explodir de alegria e paixão, que tinha trocado correspondencias comigo... Eu me casaria com o pai do homem que eu estava perdidamente apaixonada

Pensamos em fugir antes do casamento mas não deu certo, infelizmente minha família me obrigou a casar e assim foi feito, foi tudo extremamente luxuoso e magnífico digno de uma princesa,
mas era nítido a dor em meus olhos principalmente por vê o homem que eu realmente amava também participar da cerimônia, agora eu era madastra dele, fui morar com aquele velho em sua mansão, era terrível todas as noites em que ele me forçava a ser mulher dele, era nojento demais, e diante dessa situação eu ficava cada dia mais triste e revoltada com minha família me obrigar a isso por dinheiro e status ... o pouco de felicidade que eu tinha era de vê àquele que eu era apaixonada, era os momentos que aquecia meu coração e me lembrava que eu estava viva e era uma mulher jovem, bonita e delicada ... com o tempo o inevitável aconteceu e nos entregamos a nossa paixão viceral, Moça eu traí meu esposo com o próprio filho debaixo da sua própria casa, naquela época eu achava completamente justa a situação...

Eu estava perdidamente apaixonada, eu odiava cada dia mais meu velho esposo, não suportava de forma alguma, até meu corpo o rejeitava na intimidade fazendo tudo ser pior e mais doloroso, foi quando meu amante me deu a ideia de o envenenar, e assim o fiz de forma fria e calculista, e com dezesseis anos era adúltera e assassina, naquele tempo Moça eu só pensava nos meus desejos e vontades e estava cega de paixão, eu matei acreditando que sem o velho seria completamente feliz com meu amado, nós dois fomos os principais herdeiros de todo patrimônio do velho nojento, principalmente ele, e durante um tempo tudo parecia perfeito, mas notei que ter acesso a fortuna do pai mostro- me o que ele verdadeiramente era, um farrista, preguiçoso, mulherengo, as escondidas ele me tomava como mulher, mas com o tempo passou a me tratar mal, e me agredir, minha aparente felicidade durou pouco, ainda mais quando pega de surpresa ele anunciou casamento com outra jovem ... Isso me enlouqueceu e tudo fez sentido, doeu muito saber que só tinha sido um objeto no plano dele para assassinar o pai, me doeu muito, me fez sentir ainda mais revolta, ódio e desejo de vingança, e com dezessete anos, após assistir a cerimônia do meu amado friamente, planejei e executei mais dois assassinatos, dele e da queridíssima esposa, na minha cabeça ela era tão culpada quanto ele por "destruir" minha aparente felicidade e também merecia a morte ...

Chorei muito pois matei o homem que tanto amava, todos os meus dias foram sombrios e atormentados pela minha mente, naquele casarão sozinha escutava vozes, não conseguia dormir, era uma infelicidade tão grande que drenava meu espírito e não me deixava levantar da cama, uma noite de madrugada, decidida a acabar com todos os meu problemas, tirei minha vida da mesma forma que tirei a dos outros, envenenado meu corpo caiu ao chão, hoje Moça olhando pra trás percebo que já não tinha vida em meus olhos a muito tempo, e eu achando que iria apenas dormir e acabar com o tormento que sentia cordei em um lugar pior do que poderia imaginar ...

Eram muitos gritos que me paralisaram, eu também gritava mas era um grito que não vinha da garganta, o meu espírito gritava, meus olhos pareciam se mecher mas meu corpo estava preso nele mesmo, por mais que eu desse as ordens na mente eu estava prisioneira em eu mesma enquanto sentia um choque no espírito quando as vozes gritavam suas dores agudamente,
eu apenas desejava correr daquele lugar desesperadamente mas não tinha como, a prisão era eu e eu teria de carregar o martírio em mim ... àquilo que eu entendia como meus olhos pareciam lacrimejar diante do horror e dos seres que ali habitavam, eram sombras espectrais animalescas e deformadas que como parasita alimentavam se da dor, do ódio do desejo de vingança uns dos outros como ratos sobre ratos num esgoto ... todo aquele horror parecia alimentar ainda mais meus sentimentos negativos "Onde estava Deus?" Eu tão linda e jovem não merecia aquela sentença era "injusto" na minha visão, e meu ódio contra minha família e toda lembrança do que vivi encarnada só fazia do meu espírito fonte de alimento para aqueles ratos ...
ratos sobre ratos e eu era mais um deles no esgoto fétido ...

No "inferno" Moça só "sobrevive" os fortes, àqueles que não são firmes na sua consciência logo são sugados, viram escravos e marionetes daqueles que governam as zonas sombrias do astral, minhas motivações não era das melhores, eu queria sair dali, me vingar, e em um mundo onde mais fortes dominan os mais fracos, logo me tornei uma "ratazana" sugadora dos maus inconscientes que chegavam aquelas vibrações ... É como a "lei da selva" e eu lutei com o ódio que tinha, me tornei um espírito de consciência sombria mais forte, já saia e voltava daquela faixa de vibração, passei a obsediar encarnados alimentava- os o desejo de matar e vingar-se com sangue, como eu mesma fiz em vida ...
Ainda mais Moça quando soube do paradeiro do homem que fui apaixonada ... Acredite Moça... Poucos compreendem quão profundo é um elo que une as pessoas, amor ou ódio, independentede de ser encarnados ou não, poucos sabem de como é importante orar para que nossos inimigos desencarnados não os encontrem*
(Ela riu alto, como uma Pombogira pela primeira vez e prosseguiu)
Ele já não era mais o homem que fui apaixonada, nessa encarnação veio pobre e maltrapilho em uma familia que o explorava, e ainda tinha eu como inimiga que fazia a vida dele andar pra trás... Mas por algum motivo que desconheço ele estava diferente, buscava uma transformação íntima, como que tentando mudar características arraigadas no espírito de outras vidas, e isso me deixava frustrada, eu o incentivava a todo custo matar os seus, ao ódio, e embora as vezes conseguisse faze-lo perder a cabeça algo nele resistia, eu nao sabia porque, mas um dia enquanto o observava para causar lhe tormento, uma luz apareceu em forma de uma Jovem de beleza exuberante, com vestido vermelho lindíssimo um sorriso no olhar, eu nem sabia que era possível existir espíritos assim pois tudo que conhecia eram os ratos de esgoto ...
E pela primeira vez eu vi a Dama que se apresentou como:
"Maria Padilha Menina da Praia" ela me disse que tinha um Reino de Jovens que morreram cedo, mas que estavam dispostas a servir à Luz nas Sombras ...

Confesso que no início era chato as conversas dela, mas com o tempo, com seu esforço e dedicação Ela foi me abrindo os olhos da mente e do coração para vê as situações que passei encarnada sob outra perspectiva, o trabalho dela comigo foi intenso, eu era um espírito de revolta e ódio, várias vezes a ataquei mas Ela era mais forte, e no fundo eu sabia que Ela tinha razão, minha consciência foi aos poucos retornando , o exemplo do espírito do homem que eu estava atormentando e que também estava diferente, eu observava ele transformar a forma de pensar em comparação ao passado, ele estava evoluindo e eu me perguntava "Porque não eu ?"

(Ela deu uma pausa e me disse encarando me:
-Moça: "Não existe outro caminho Que não seja a evolução, nem outra forma de se salvar que não seja a caridade" e seguiu o relato)

E assim Moça me rendi aos encantos daquele "Menina" e decidi seguir com Ela avançando mais um pouco nessa caminhada de constantes mudanças e expansões do espírito nesse plano, no planeta Terra, com o tempo fui incumbida da minha primeira missão atuando na falange das Pombogiras Maria Padilha Menina, no Reino das Almas pois eu mesma, pelo processo que passei em vibrações densas, sou conhecedora de como ágem espíritos que drenam energia à base de ódio, vingança, sangue, e assim guia -los para longe dos encarnados que desejam expandir suas consciências para que não os atrapalhem

Eu ainda estou cumprindo essa primeira missão Moça , hoje sou guardiã de uma Jovem parecida comigo nessa minha última encarnação, ela não sabe Moça, mas eu assacinei ela, eu a culpei pela infelicidade que eu mesma causei em minha vida, e agora estou a servindo para desfazer o mal de ter tirado sua vida por ciúmes sendo ela tão jovem na época, assim como eu, nós estamos as duas praticando a caridade, ela me ensina e eu ensino ela e vamos caminhando, eu espero que minha história possa de alguma forma ajudar outras pessoas, desculpa se eu vim tarde contar pra você, mas é isso,
Salve a Todas as Senhoras Lebaras
Salve a Menina da Praia
E a todas Meninas,
Laroye,
Guardiã,
Maria Padilha Menina das Almas
(Julia Cristina Lima) https://www.facebook.com/julia.cristinalima.10

Olho pro relógio, já são 00:18 da madrugada, já estou fechando os olhos quando escuto uma risada distinta, olho pro lado e Ela vem na minha direção , é um pouco mais alta que a guardiã que me auxilia, magra, pele branca, cabelos castanhos em um penteado clássico, vestido reto mas elegante, branco com detalhes pretos corselete antigo, dou uns 18 anos pra ela pois a sinto mais séria que uma "Menina" costuma ser, mas não questiono, ela começa a ditar sua história, um pouco mais calma que os espíritos dessa egrégora costumam
Ser (...)
Olho pro relógio já são 03:48 da madrugada, estou no limite, amanhã trabalho cedo, me deito ainda lembrando dela, pareceu ser tão rápido mas não, passou horas já, agora só resta um pouco sono e um café poderoso pela manhã ...