segunda-feira, 18 de julho de 2022

Era um outro tempo na cidade do Rio de janeiro quando eu cheguei vindo de Manaus, eu era jovem, linda, tinha sonhos para a tão famosa cidade do Rio de janeiro.

 Era um outro tempo na cidade do Rio de janeiro quando eu cheguei vindo de Manaus, eu era jovem, linda, tinha sonhos para a tão famosa cidade do Rio de janeiro.


Pode ser uma imagem de 1 pessoaEra um outro tempo na cidade do Rio de janeiro quando eu cheguei vindo de Manaus, eu era jovem, linda, tinha sonhos para a tão famosa cidade do Rio de janeiro.
Era uma época que a pobreza estava no comando do Brasil, gente nova no poder, fome fazia as mulheres da minha cidade vender o próprio corpo e minha mãe não queria que eu fizesse isso, então me mandou em um daqueles treco grande que ganhava a imensidão do mar.
Ela tinha alguma esperança de que eu pudesse ter uma vida melhor na cidade famosa e tão sonhada pelo povo pobre e esquecido pelo poder.
Cheguei no Rio e andei, andei, e não achei trabalho de jeito nenhum, e então uma mulher me parou e me disse que lá na tal Lapa tinha uma casa que abrigava mulheres jovens que não tinham onde ficar, e eu fui, ingênua, cheguei lá e ela me convenceu de que aquilo era a única coisa que iria me dar muito dinheiro para tirar minha família da miséria, e eu aceitei.
Saí da minha cidade pra não vender meu corpo e vim para um mundo em que as mulheres tinham que vender seus corpos para sobrevier.
Quem me recebeu, foi uma morena linda dos cabelos longos e ondulados, chamavam ela de Madalena, e os homens aceitavam qualquer situação só pra ter a companhia dela, eu logo vi que não iria ter muitos homens pela beleza dela, mas não foi bem assim.
Elas me montaram com uns troços de mulher mesmo, e me levaram até um grupo de cavaleiros que estavam jogando carteado e eu? Eu logo observei aquilo, observei que toda noite havia o mesmo homem, ele tinha um sorriso lindo, sempre bem vestido e sempre ganhava, eu logo pude ver que ele dava uns truques nos homens que com ele jogavam. Apenas observando eu pude aprender a jogar e a sempre ganhar, foi quando eu comecei, comecei apostando meu corpo, logo dinheiro e assim fiz um nome dentro do cabaré.
Aquele homem, percebeu que eu poderia lhe dá muitos lucros com meus truques que aprendi com ele, ele me fez a tal proposta, de me levar até os maiores apostadores e eu aceitei, apostei, ganhei, e com isso ele foi perdendo o nome dele, a fama, e eu? Logo me acostumei com a malandragem do rio de janeiro, mas desse dinheiro que eu ganhei, nunca levei um cruzeiro para minha família em Manaus, gastei tudo com roupas caras e boêmia, nem vi o tempo passar, logo eu era uma mulher mais velha, não tinha mais tanto papo para vencer, perdi tudo! Tudo o que eu consegui! Tive que voltar para o cabaré lá na Lapa, aquela morena? Não me aceitou de volta e então tive que dormir na rua.
a Lapa não era mais tão bela quanto antes, as estrelas do rio já não eram mais como as de Manaus, brilhantes!
Um dos homens que eu ganhei no carteado, queria vingança, e então naquela noite, sem estrelas, sem boêmia, sem beleza, eu recebi um tiro, um tiro que me fez lembrar da minha família, dos sorrisos dos meus pais, das árvores e do gosto das comidas que minha mãe fazia. Quando acordei já fora do meu corpo, encontrei aquele homem com quem aprendi a jogar e ele sorriu pra mim, foi quando aceitei a tal proposta feita por uma mulher, linda, ele ventava e tinha uma fala mansa que fazia qualquer um ventar junto. Hoje eu sou Maria navalha, navalha da Lapa, e se precisar é só me chamar, que porta nenhuma jamais ficará fechada.