A mulher, a garganta, o clitóris e o despertar da Kundalini
A mulher tem os mesmos direitos que o homem.
A mulher também chega a ser Adepta da Fraternidade Branca. Joana D’Arc é uma Mestra de Mistérios Maiores da Fraternidade Branca. H. P. Blavatsky, autora de A Doutrina Secreta, chegou ao Adeptado e é uma Mestra de Mistérios Maiores da Fraternidade Branca. Em quase todos os Templos de Mistérios encontramos muitas Damas-Adeptas trabalhando pela humanidade.
A mulher desperta sua serpente sagrada da mesma forma que o varão. A mulher que quiser despertar sua Kundalini tem de praticar a magia sexual com seu esposo.
As mulheres solteiras transmutarão por intermédio da mente, como já ensinamos em páginas precedentes. A alquimia sexual é a base fundamental da sabedoria do fogo.
O amor é o templo, e a matriz é o matraz do laboratório sexual. Nesse matraz da alquimia sexual combinam-se o Sal, o Enxofre e o Mercúrio para elaborarem, mediante um processo de combustões eróticas, a Pedra Filosofal do alquimista.No matraz sexual do nosso laboratório orgânico as explosões de fogo passional combinam certos arcanos etéricos, astrais, mentais, volitivos, conscientivos e divinos para preparar com o fogo ardente da sede erótica certos elementos ígneos, cujos princípios substanciais pertencem ao Íntimo.
A mulher, em estado de excitação sexual, acumula enorme quantidade de fogo elemental da natureza, que, ao se combinar com o magnetismo erótico do varão, gera certos poderes cósmicos, cujas terríveis explosões abrem as câmaras espinhais… A ebulição dos fogos passionais do homem e da mulher, em mútua combinação erótica, forma verdadeiras tempestades ardentes que perturbam a atmosfera e enlouquecem os tenebrosos que formam a escolta de cada câmara.
Essas entidades submersas assaltam o intrépido, defendendo fogos, cujos princípios sintéticos e transcendentais estão encerrados nas 33 câmaras internas da nossa coluna espinhal. Os tenebrosos defendem seus direitos e nos classificam de ladrões de poderes.
Este é o Mistério do Bafometo. A rosa elabora seu perfume do barro da terra e o verme rasteiro não gosta do jardineiro que o arranca do seu barro. Agora nossos discípulos compreenderão em que se baseiam os tenebrosos para qualificar de ladrões os alquimistas sexuais.
Cada câmara está fortemente defendida por legiões de tenebrosos. Há que se vencer os tenebrosos com o fio da espada para se tomar cada câmara de assalto. Agora os devotos do sendeiro entenderão por que o Cristo disse que o céu se toma por assalto.
Esses 12 Sais Zodiacais fervem ardentemente em nossas glândulas endócrinas durante os transes de alquimia sexual. Esses 12 Sais encerram os princípios seminais das 12 Constelações Zodiacais, cujos poderes ardentes atuam sobre os minúsculos laboratórios das glândulas endócrinas, ativando-se em particular a produção de hormônios do nosso sistema nervoso líquido.
A superexcitação de nossas glândulas endócrinas é acompanhada de gigantescas combinações ígneas dentro de nossos chacras e essências de nossos veículos internos.
A mulher excitada sexualmente tem o poder de transplantar os princípios sintéticos de seus 12 Sais à laringe do varão. Assim é como esse órgão adquire princípios hermafroditas que, mais tarde, dão ao Íntimo o poder de criar através da palavra.
A combinação de princípios ígneos entre homem e mulher está também intimamente relacionada com uma série de intercâmbios salinos que preparam a laringe feminina como órgão criador angélico.
O fogo ardente da superexcitação sexual dá origem a enormes e gigantescas combinações de princípios, cujo resultado sintético vem a ser a abertura das câmaras espinhais. Quanto mais forte for a contenção do ato, quanto mais violenta seja sua luta, mais potentes subirão os vapores seminais e mais terrível será à força de ascensão da Kundalini.
A chave do domínio sexual reside na mente. Domina-se a mente através da vontade.
Ao se refrear a violência passional, devemos açoitar a mente com o terrível látego da vontade, porque a guarida da mente do desejo está na mente. Falemos à mente assim: Mente, retira imediatamente esta excitação sexual. Esta fórmula permite-nos retirar a intensa paixão no momento preciso de se refrear o ato.
A união com o Íntimo torna-se possível somente com a alquimia sexual. Se pegarmos o corpo mental de qualquer estudante pseudoespiritualista teorizante e examinarmos detidamente, verificamos que é uma verdadeira biblioteca ambulante. Se em seguida examinarmos detidamente seu chacra Muládhara – a Igreja do cóccix –, verificaremos que a Kundalini está completamente encerrada ali… sem dar mostras do mais ligeiro despertar.
Se examinarmos o canal Sushumna desse estudante, não acharemos ali nem rastros do fogo sagrado. As 33 câmaras dele estão completamente cheias de trevas. Esse exame interno levar-nos-ia à conclusão de que dito estudante está perdendo lamentavelmente seu tempo.
O fogo sagrado desperta quando os átomos lunares e solares do nosso sistema seminal fazem contato no osso do cóccix. Porém, se malgastamos nossos átomos solares com a ejaculação seminal, não há átomos solares suficientes para o contato que despertará o fogo. O estudante poderá ter o corpo mental convertido em verdadeira biblioteca, as 33 câmaras da sua coluna espinhal continuarão totalmente apagadas e nas mais profundas trevas. Conclusão: esse estudante é um habitante das trevas, do Abismo…
Impossível acender o fogo da Kundalini unicamente com átomos lunares do líquido encefalorraquidiano. Indispensável que os átomos solares do sistema seminal façam contato com os átomos lunares do líquido encefalorraquidiano para despertar o fogo sagrado.
Se gastarmos os átomos solares não teremos capital para fazer uma combinação atômica que permita o despertar da Kundalini através da alquimia sexual. A Kundalini é de natureza absolutamente sexual e só se a desperta através da alquimia sexual!
Se examinarmos detidamente a constituição interna de um místico, encontraremos um corpo da consciência, búdico, muito bonito e os éteres lumínico e refletor do seu corpo etérico muito luminosos. Como o místico comum e normal ejacula seu líquido seminal, quando se investiga seu chacra Muládhara, verificamos que a Kundalini mantém-se enroscada ali, sem dar mostras de querer despertar.
As 33 câmaras da medula espinhal do místico do nosso exemplo estarão repletas de trevas porque ali o fogo jamais passou. As boas obras, as obras filantrópicas, embelezarão seus éteres lumínico e refletor. A cultura livresca dará à sua mente rica erudição, porém, sua Kundalini não despertará porque ele não penetrou nos mistérios do fogo. Ainda que seja um homem bom e virtuoso, não passará de uma sombra boa, bondosa, por entre o frio e as trevas do Abismo.
Alguns sustentam que a Kundalini pode ser despertada através do ioga. Não negamos essa afirmação. Mas sustentamos que o autêntico iogue é totalmente casto. Se não fosse assim, os iogues não teriam capital atômico para despertar sua Kundalini. Vivekananda declarou em suas conferências de Raja Ioga que o iogue deve ser totalmente casto para converter sua força sexual em ojas (energia crística). Assim é como os iogues conseguem o despertar da Kundalini e a união com o Íntimo.
A alquimia sexual dos iogues está relacionada com os exercícios respiratórios e com certas práticas de meditação interna que jamais foram publicadas em nenhum livro impresso. Se um iogue fornicasse, não teria capital atômico suficiente para acender seus fogos espinhais; então, esse iogue perderia lamentavelmente seu tempo. As práticas de ioga são unicamente para aqueles que pertencem ao Raio Oriental.
Nós, gnósticos, temos a mulher como sacerdotisa da Bendita Deusa Mãe do Mundo. Há alguns que querem chegar à união com o Íntimo sem levar a Kundalini em consideração para nada. Esses estudantes estão completamente desencaminhados porque a união com o Íntimo só é possível através do fogo. Por isso, pôs-se sobre a cruz do Mártir do Calvário a palavra INRI (IGNIS NATURA RENOVATUR INTEGRAM: o fogo renova incessantemente a natureza).
És gnóstico? És místico? És iogue? Lembra-te, bom discípulo, que só podes entrar no Éden pela porta por onde saíste: esta porta é o sexo!
Dizem que há muitos caminhos. Nós, Mestres de Mistérios Maiores da Grande Loja Branca, afirmamos: só há uma porta para se entrar no Éden. Esta porta é o sexo!
Aqueles que não obedecem à ordem do Senhor Jeová, aqueles que seguem comendo a fruta proibida, são discípulos da doutrina de Baal. Para eles, como diz a Bíblia, será o lago ardente de fogo e enxofre que é a segunda morte.
O gnóstico deve amar intensamente a sua sacerdotisa. A mulher deve viver sempre cheia de harmonia e deve cultivar o sentido artístico. Conforme o fogo sagrado vai subindo pela medula espinhal da mulher, vai penetrando nos diversos salões do fogo e ela vai se cristificando.
A mulher deve refrear o ato sexual e retirar-se do varão antes do espasmo para evitar a perda seminal. Eis como a Kundalini desperta na mulher, da mesma maneira que no homem.
O magnetismo masculino, ao misturar-se com o magnetismo feminino, começa a despertar os fogos sagrados da mulher. A mulher deve cultivar a beleza, a música e o amor.
Despertemos em nós a culta majestade de nossa beleza interior. Permita-se que afirmemos a majestade de nosso saber. Sou uma árvore solitária. Sou a árvore da vida.
Intercâmbio Magnético
Na cópula química, no coito metafísico, durante o Sahaja Maithuna, experimenta-se a máxima sensação erótica aos cinco minutos. Flamas dinâmicas, magnéticas, como ondeante mar de gás vermelho purpúreo, terrivelmente divino, rodeiam o casal durante o transe sexual. Tremendo instante é esse em que as correntes masculinas tentam unir-se com as femininas.
Com a pausa magnética criadora, estabelecem-se ritmos sexuais harmônicos e coordenados entre o homem e a mulher. Tal pausa contém, em si mesma, dois fatores básicos:
a) Determinado período de tempo inteligente e voluntariamente estabelecido entre cópula e cópula.
b) Desfrute prolongado do coito metafísico sem orgasmo, espasmo e sem a perda do licor seminal.
Para que o intercâmbio das forças magnéticas seja profundo, edificante e essencialmente dignificante, é urgente que os mais importantes centros do corpo façam contato de forma harmônica e tranquila.
O clitóris, que se acha encaixado entre ambos os lábios pequenos da vulva, representa o ponto mais sensível do organismo feminino. Qualquer clarividente iluminado poderá perceber as forças centrífugas magnéticas que iniciam sua marcha desde o clitóris. É, pois, o clitóris o ponto centrífugo magnético que provê a aura da mulher de convenientes correntes de energia.
Entretanto, nós devemos estudar tudo isto não de forma parcial, senão total; seria absurdo supor que o clitóris que se encontra ante a saída vaginal, separado desta pelo canal condutor da uretra, seja o único portador e gerador da superior sensação para o sexo feminino.
Devemos pensar e compreender que também o útero e partes isoladas do interior da vagina podem ser portadoras e geradoras da máxima sensação sexual. É inquestionável que o tecido cavernoso e os corpúsculos terminais se encontram no clitóris. Sem tais tecidos e corpúsculos, a idoneidade fisiológica feminina e a possibilidade de alcançar a máxima sensação sexual ficariam excluídas.
Depois do contato com o varão, o clitóris, provido de corpos cavernosos, entra em ereção, como o falo masculino, inflamando-se ao par. No instante extraordinário em que também incham os corpos cavernosos na região dos lábios da vulva, a entrada da vagina se reveste de uma espécie de acolchoado esponjoso que envolve, maravilhosamente, o falo masculino.
Quanto mais se umedece, agora, a entrada da vagina pela secreção glandular, tanto maior é a possibilidade de levar os finos condensadores magnéticos que ali se encontram situados a uma afinidade elétrica com o falo que, na organização da tensão do corpo humano, representa, por assim dizer, o emissor primário de energia, para intercambiar uma corrente alternada físico-psíquica.
(Texto retirado dos livros Rosa Ígnea e O Mistério do Áureo Florescer, de Samael Aun Weor)