quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Por que Sofremos? – Parte 3

 

Por que Sofremos? – Parte 3


O sofrimento e a nossa vida pessoal
E prosseguindo, agora em outro
âmbito, vamos entender a coisa do sofrimento melhor. Primeiro, eu afirmo que
sofrer é bom. Vixe, o Vinícius ficou louco (você vai pensar). Não estou. Na
área pessoal, sofrer é uma maravilha! Porque é só quando você bate a cara na
parede das relações e circunstâncias que percebe, muitas vezes, o que está
fazendo consigo mesmo. E compreende que está “jogando” errado com a vida.

Pense bem, se uma relação está te
ferindo, boa coisa ela não é (claro que é preciso avaliar se é a “relação”
o problema ou a “forma” como você a leva). Já parou pra pensar nisso?
Se uma profissão ou um trabalho que você executa está te fazendo infeliz, ou
seja, te machucando, é porque ele não está de acordo com o seu espírito. Claro
que tem o sofrimento provocado por nossa mente mal educada, onde estragamos o
que poderia ser bom.
Mas, neste caso, me refiro ao que vem
de fora. Meu caro, se algo te faz sofrer é porque não vale à pena. E por que
você segura isso? Porque acha que segurar vai resolver? Por que está apegado?
Bom, problema é seu se quer segurar a meleca, mas te garanto que
quanto mais você se recusar a soltar, mais vai doer.
E dentro da ideia divina de que esta
dor é uma evidência de uma escolha mal feita, o que fará com que você se dê
conta de que é preciso mudar não é o sofrimento em si. Então, o quê? O cansaço.
A percepção lúcida de: Opa, eu não mereço isso! Porque estou sofrendo
assim? Não é pra eu ter esse desgosto sendo que fui criado para ser feliz.
Eita que você chegou no pontinho certo! Inteligência
quando usada 
naturalmente dispensa a necessidade
do sofrimento
. Porque ele não é uma necessidade
imposta, isso não existe. A dor é a segunda opção, a primeira é eu usar
a inteligência.
E sempre que eu me nego a usá-la em
meu benefício, precisa vir um “tabefe” ´pra me mostrar que estou “errado”. E
olha, decepções e frustrações com pessoas vêm disso. É, vem sim. Você adora
autuar o outro pela sua dor né? Adora dizer que foi vítima. Aham! Conheço isso,
eu já fiz essa besteira. Inventamos essas desculpas, quando na verdade, as
pessoas estão ali na nossa frente e não as enxergamos porque não queremos.
E mais do que “não querer ver” é nos
iludirmos na ridícula crença de que poderemos mudar o outro. Olha a loucura
mental na qual entramos. E quando caminhamos por essa trilha pedimos o quê da
vida? Pancada. É como se eu dissesse: Deus, estou enganando a mim
mesmo, por favor, me mostre que eu preciso mudar!
E ele mostra com um tapa na sua
orelha. Tem muita gente que pede isso a Deus: Ah senhor, me ajude!  E
o que Deus está fazendo é exatamente isso. Ele permite o seu sofrimento para
que você compreenda que está agindo errado. A melhor maneira de Deus
ajudar o homem a ser feliz é deixá-lo se estrepar por suas próprias escolhas
.
Você acha que os Elohins me privam de
sofrer? Pelo contrário, me estimulam a ir e meter a cara, porque é fazendo
assim e de repente, batendo a cara no muro, que eu vou adquirir lucidez para
evitar novos sofrimentos. Pois se eles estiverem ali sempre me pegando pela mão
eu não vou evoluir e serei um eterno dependente desse amparo.
Por isso que você é fraco assim né?
Porque se segura no comodismo, não é? Só que você tem que ser muito tonto pra
achar que tapeia a vida. Quem tem medo de sofrer, só no ato de se segurar para
não ter que enfrentar isso ou aquilo para superar as dificuldades, já está
sofrendo.
E você vai sofrer até aprender a usar
o seu senso divino de direção e ouvir aquela voz interior que diz: Ei
não faça isso! Preste atenção cara! Olha o que você está fazendo consigo!
 Essa
é a voz de Deus em você.
O sofrimento e o contraste
Como aprendemos dos espíritos, não
existe o ruim, existe o contraste. Que na verdade é o oposto do que eu quero. E
se eu tomar o que não quero como referência para saber exatamente o que desejo
e apenas isso, pronto, matei a charada.
Não precisa sofrer se você trabalha
certo e dentro do que Deus estabeleceu. Claro que até você chegar nisso sofre
pra burro (queria dizer outra coisa, mas aqui não pode). E agradeça por isso
amigo. Tudo é sempre para o seu bem. As pessoas, ocasiões, tudo o que de alguma
forma te fez sofrer, foi apenas para que você aprendesse a se conhecer melhor e
respeitar seus limites, suas vontades e o seu espírito.
E chegamos à conclusão final do
assunto, sofremos para nos encontrar. E se eu pudesse te dizer o que fazer para
evitar ao máximo o sofrimento, eu diria: Respeite o seu eu, não se force. Não
entre na loucura de ser algo para o mundo e para as pessoas. Não se manipule
pelo externo. Seja quem você é e se ame sem medo de ser verdadeiro. Se banque e
jamais se acovarde diante de opiniões alheias. Pare de se escravizar na ideia
de não querer fazer o outro sofrer com suas escolhas, ele sofre porque quer,
então dê o direito ao próximo de sofrer por suas ilusões a seu respeito e
devolva-se o direito de ser autêntico e sem fingimentos. 
Porque é tão triste e decadente um
ser humano ter medo e vergonha de ser quem é! É tão pequeno e pobre a postura
de fraqueza, na manipulação de quem eu sou pelo outro!
E não permita que nada do lado de
fora, determine suas atitudes. Guie-se por você, faça o que tem vontade sem se
importar se estará agradando ou não. Seja livre, é isso, resume tudo. Seja
livre de tudo o que tende a forçá-lo contra algo natural do seu ser.
E se fizer assim, se tiver a ousadia
de encarar a si mesmo, compreendendo que sempre que optar pelo seu melhor
estará evitando a dor, então, tenha certeza de que você terá mergulhado no real
plano divino pra sua vida, a felicidade.
Mas é preciso ser forte! E até
assumir sua força e bancar a si mesmo, felizmente e infelizmente, terá que
conviver com a dor de não poder ser quem é e de não poder se expressar como
gostaria. Graças a Deus pelo sofrimento, pois ele nos ensina a viver. Graças a
Deus pelas decepções, elas nos ensinam a nos amar e a procurar sempre pelo nosso
melhor. Graças a Deus pela tristeza, pois ela nos revela claramente o quanto é
bom ser feliz.

Seja Feliz,
Vinícius Francis



Texto: Vinícius Francis
Fonte: Os Filhos da Alva