Árvore da Vida: simbolismo, Mitologia Nórdica, Bíblia, Cabala e mais!
O que é a Árvore da Vida?
A Árvore da Vida aparece no primeiro livro da Bíblia Sagrada, o Gênesis. Ela é retratada como uma árvore cujos frutos são capazes de perpetuar a vida de quem os consome. O relato bíblico conta que Deus colocou ela em um jardim chamado Éden, junto com outra árvore, a do Conhecimento do Bem e do Mal.
No entanto, houve um acontecimento que afastou a humanidade da Árvore da Vida, que foi o fato de Adão e Eva terem comido do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Com isso, eles perderam o acesso à Árvore da Vida, e acabaram ficando sujeitos à morte, pois não poderiam mais perpetuar suas vidas por meio dos frutos da árvore.
A Árvore da Vida esconde muitos segredos e fatos curiosos. Saiba mais sobre ela neste artigo!
Simbolismo da Árvore da Vida
A Árvore da Vida, principalmente na cultura judaico-cristã, é um símbolo de vida eterna, conforme o relato bíblico tanto do livro de Gênesis quanto do livro de Apocalipse, onde ela aparece na Nova Terra. Contudo, ela possui outros significados em outras culturas. Saiba mais a seguir!
■A raiz
Cada parte da Árvore da Vida representa um princípio muito importante para a vida dos seres humanos. No caso da raiz, ela serve para sustentar a árvore, e sem ela, jamais conseguiria receber os nutrientes necessários para que pudesse se manter vida. A árvore precisa de ar e de água para manter-se vida.
Assim como uma árvore precisa ter raízes fortes para se manter de pé, o ser humano também precisa de uma base sólida para se sustentar, ou seja, amigos, família, uma crença pessoal, princípios para nortear as escolhas, entre outras coisas que fazem com que cada ser humano seja único e possa se sustentar.
■O tronco
O tronco das árvores é o que permite as folhas e frutos surgirem, atrelados a ele. É possível dizer que o tronco é o centro da árvore, aquilo sobre o qual as demais partes estão conectadas, tanto as raízes, quanto as folhas e frutos. O tronco é a essência de cada um, aquilo que o distingue dos demais e sobre o qual as outras coisas se conectam.
O tronco também cresce em direção ao céu, isso simboliza o fato de que o ser humano precisa evoluir constantemente, a fim de chegar a perfeição celeste relatada na Bíblia Sagrada, o que só ocorre quando o ser humano se aproxima de Deus.
■As folhas
Apesar do tronco crescer em direção ao céu, as folhas crescem para diversos lados e muitas direções. Isso simboliza os caminhos do ser humano, que muitas vezes se desviam do seu propósito fundamental, que é crescer em direção ao céu. As pessoas acabam seguindo caminhos que trazem dor e sofrimento.
Contudo, todas elas têm a oportunidade de voltarem a crescer em direção ao céu. Muitas não conseguem encontrar o caminho, outras nem sequer tentam achar, porém, o propósito fundamental do ser humano é crescer em direção ao céu e seguir rumo à ele.
■Os frutos
Os frutos são a parte mais atrativa da árvore. Eles servem para alimentar tanto alguns animais como os próprios seres humanos. A fruta são partes da árvore bastante preciosas e raras, cada espécie possui o seu próprio fruto. Eles nada mais são do que um símbolo de renovação, o surgimento de novas vidas.
Os frutos nascem mas eles dependem das outras partes da árvore para crescerem fortes e saudáveis, assim, as novas vidas que surgem dependem de uma base sólida, que são a família, os amigos, os princípios, precisam também de um tronco forte, que simboliza o caminho ao céu, e de folhas sadias, que os fortalecem e dão energia.
A árvore da vida na Bíblia
A Árvore da Vida é um dos principais elementos da narrativa bíblica, apesar de aparecer apenas em dois livros, o Gênesis e o Apocalipse. Ela exerce um papel central e fundamental em toda a história bíblica. Saiba mais nos tópicos a seguir!
■No Gênesis
O livro de Gênesis, nos seus dois primeiros capítulos, mostra como Deus deu forma à Terra, criou os animais, os seres humanos e as demais coisas que conhecemos na natureza, como as plantas, por exemplo. O começo do livro de Gênesis também apresenta a Árvore da Vida, localizada no Jardim do Éden e que servia para perpetuar a vida de Adão e Eva por meio de seus frutos.
Contudo, existia uma outra árvore neste jardim, a do Conhecimento do Bem e do Mal. Caso Adão e Eva comessem do fruto dessa árvore, eles perderiam o direito à vida eterna e seriam expulsos do Éden. Foi o que aconteceu, eles comeram deste fruto e foram expulsos do paraíso, perdendo o direito de perpetuarem suas vidas.
■No Apocalipse
Após o pecado de Adão e Eva ao comerem o fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, que Deus havia ordenado que não comessem, eles perderam o livre acesso que tinham a Árvore da Vida e ficaram sujeitos à morte. A Árvore da Vida, assim como o Jardim do Éden, foram elevados ao céu antes do dilúvio e reaparecem no livro do Apocalipse.
O Jardim do Éden será devolvido à humanidade, assim como a Árvore da Vida, na Nova Terra que Deus há de criar após eliminar o pecado. Com todos os seres humanos em corpos perfeitos e sem pecado, a humanidade terá livre acesso a Árvore da Vida, que segundo o relato bíblico, dará o seu fruto mensalmente, e cujas folhas servirão para a cura dos povos.
A árvore da vida na Cabala
A árvore da vida na Cabala, mais conhecida como Árvore Sephirótica, começou a ser retratada nas escolas rabínicas em meados do século III depois de Cristo. Ela apresenta algumas distinções de concepção para outras culturas, mas a essência é a mesma. Saiba mais a seguir!
■Processo de criação
A Árvore da Vida na Cabala também representa o processo de criação e formação do Universo, que é o Macrocosmo, assim como do Ser humano em si, que é o Microcosmo. Em ambos os casos, Deus é o autor da criação, foi Ele quem idealizou e moldou as condições ideias para que o Universo pudesse suportar a vida humana e de outros seres.
Deus é o autor da criação e todas as energias e poderes criadores são provenientes dEle, que dá origem a matéria por meio de uma essência eterna, cujo nome é Ein Sof. Ela funciona como um canalizador dos poderes criadores de Deus.
■Na magia hermética
O Hermetismo é uma crença filosófica que vê a magia como um meio para ter acesso e inclusive dominar as forças cósmicas, contudo, não pode ser considerada uma magia comum. Ela pode ser usada tanto para o bem, quanto para o mal, conforme o desejo de quem está fazendo a magia.
A Árvore da Vida está muito presente na magia hermética, devido ao fato de que o mago sempre procura estabelecer uma conexão com as Sephirahs, que são as esferas presentes na Árvore Sephirótica.
■As Sephirot
Dentro da Árvore Sephitórica, existem as chamadas Sephirot, que traduzido do hebraico significa “número”. Elas nada mais são do que esferas que compõem a Árvore Sephirótica, e cada uma delas representa uma característica da Criação de Deus. Entre as diversas esferas desta árvore, existe aquela que está mais próxima da essência divina.
A esfera que está mais próxima da essência divina é a que se refere à Realidade Superior, ela se localiza entre os pontos mais elevados da Árvore Sephirótica, seu nome é Kether. Em contraste com essa Sephirot, existe a que está no ponto mais baixo, cujo nome é Malkuth, que simboliza o Reino, que é o mundo como o conhecemos.
A árvore da vida na Mitologia Nórdica
Conforme o que expressa a mitologia nórdica, o correspondente direito à Árvore da Vida é a Yggdrasil, também conhecida como Árvore do Mundo. Esta árvore está subdividida em Nove Reinos, que você conhecerá com mais detalhes a seguir!
■Midgard
De acordo com a mitologia nórdica, entre os Nove Reinos que compõem a Árvore do Mundo, está Midgard, que é equivalente ao reino dos seres humanos, e também a Terra do Meio. Este é o reino onde as pessoas comuns vivem, o mundo como o conhecemos, bem como tudo o que está inserido nele.
Entre os Nove Reinos da Árvore do Mundo, este é onde os seres humanos habitam. Os demais reinos apresentam seres fantásticos, longe da realidade vivida no mundo em que os humanos habitam.
■Asgard
Asgard é um dos Nove Reinos da Árvore do mundo, e também a parte desta árvore onde habitam os Aesires, que é a principal categoria em que são divididos os deuses nórdicos. Estão inseridos nesta categoria deuses como Thor e Tyr. Entre os deuses existe um que se destaca e que reina sobre todos eles, este é Odin, o rei do reino de Asgard.
Conforme a crença nórdica, é em Asgard que está presente Valhala, que é considerado uma espécie de paraíso para o povo nórdico, e para onde são levados os valorosos guerreiros que morreram em batalha.
■Vanaheim
Conforme a crença da mitologia nórdica, Vanaheim é o local de descanso dos Vanir. Os Vanires nada mais são do que os deuses da fertilidade, e que também são considerados seres benevolentes, que se dedicam ao cuidado com à natureza e à agricultura. Vanaheim é um dos Nove Reinos da Árvore do Mundo e é considerado um local pacífico.
Existem diversos debates por parte de estudiosos da cultura nórdica sobre a localização de Vanaheim. Enquanto que Asgard está situada na parte superior da Yggdrasil, o local onde habitam os deuses de Vanir até agora é desconhecido.
■Helheim
Helheim é um dos reinos mais temidos da Yggdrasil. Ele é governado pela deusa Hel, que é conhecida por ser um dos deuses mais temidos dos Nove Reinos. Helheim nada mais é do que o Reino dos Mortos, ou o equivalente ao inferno na concepção popular. Neste mundo, habitam todos os espectros que morreram sem glória, doentes ou velhos.
Helheim também é considerado um reino extremamente frio e se localiza em uma das partes mais baixas da Yggdrasil. Este reino foi originalmente construído Niflheim, que é considerado o reino mais profundo de acordo com a mitologia nórdica.
■Svartalfheim
De acordo com a mitologia nórdica, Svartalfheim é um dos Nove Reinos que compõem a Árvore do Mundo, e o local onde os svartálfar, que são os elfos negros, habitam. Eles são seres sobre-humanos que residem neste reino. Svartalfheim é o lar dos elfos escuros, que muitas vezes são nomeados de anões.
Svartalfheim é também o sétimo reino, localizado na parte inferior da Yggdrasil. Este reino faz fronteira com Jotunheim e também com Helheim, e é um mundo composto por diversas rochas profundas e repleto de túneis.
■Alfheim
De acordo com a mitologia nórdica, Alfheim é o lar dos elfos, e também é um dos Nove Reinos da Árvore do Mundo. Alfheim é mencionada somente duas vezes nos textos nórdicos antigos. Este reino é a habitação dos elfos, que são uma classe de seres semideuses presentes na mitologia nórdica e também entre outros povos germânicos.
Alfheim é pouco mencionado em escritos, porém, os poucos relatos que falam sobre este reino o apresentam como o lar dos elfos, que são descritos como seres “mais brilhantes do que o sol”. Por isso, é possível mensurar que Alfheim é um reino belo e cheio de luz.
■Jotunheim
De acordo com a mitologia nórdica, Jotunheim é a morada dos gigantes. Existem alguns tipos de gigantes, os de rocha e os de neve. Este mundo, ao longo da história relatada pela mitologia nórdica, já ameaçou o reino dos seres humanos, Midgard, além do fato de que os gigantes já desafiaram os deuses de Asgard.
Jotunheim significa literalmente a “terra dos gigantes”, e este nome refere-se diretamente aos seres que ocupam este reino, assim como acontece na maioria dos mundos que compõem os Nove Reinos.
■Niflheim
De acordo com a mitologia nórdica, Niflheim é um mundo extremamente gelado, composto por névoa e neve. Niflheim está presente nas partes inferiores da Yggdrasil, próximo a Helheim. Niflheim é um local onde a névoa cria um mundo de ilusões, uma espécie de realidade que está entre o real e o irreal.
Conforme a crença nórdica, Niflheim é o lar de um dragão chamado Nidhogg, que desgasta as raízes da Yggdrasil com o objetivo de destruir os Nove Reinos. Alguns trechos de escritos da mitologia nórdica afirmam que as raízes mais profundas da Árvore do Mundo estão em Niflheim.
■Muspelheim
Conforme a crença nórdica, Muspelheim é um reino coberto de fogo, onde residem diversos gigantes de fogo e o mestre de todos eles, chamado de Surtr. Enquanto que Niflheim é um reino formado por gelo, Muspelheim é coberto de fogo. A união dos dois reinos cria uma água que surge do derretimento do gelo em Ginnungagap.
De acordo com a mitologia nórdica, é deste reino, Muspelheim, que surgirá o tão temido Ragnarok, que anuncia o fim dos tempos para os Nove Reinos. O primeiro sinal desse evento cataclísmico é a destruição da ponte Bifrost.
A Árvore da Vida em diferentes culturas
Em nosso mundo, existem diversas culturas, preservadas por diferentes povos. Cada uma delas possui uma concepção diferente sobre a Árvore da Vida. Confira nos tópicos a seguir, a crença de algumas dessas culturas!
■Árvore da Vida na cultura celta
Na cultura celta, a Árvore da Vida era um símbolo usado por alguns monges com o objetivo de proteger a eles. Esta árvore também faz parte de uma crença Celta baseada na Astrologia, no qual cada um dos signos do Zodíaco eram representados na Árvore da vida.
Outra prática muito comum na cultura Celta é realizar algumas reuniões ritualísticas em bosques. O povo celta também cria no fato de que as árvores tinham alma e que os bosques eram os tempos, onde eram feitos diversos rituais comemorativos.
■Árvore da Vida para os assírios
De acordo com a crença do povo assírio, existem diversos tipos de árvores que possuem propriedades divinas, porém, a que mais se destaca entre elas é a Árvore da Vida, que é chamada de Asherah pelo povo assírio, além de ser a mais cultuada na cultura assíria.
De acordo com a crença mitológica dos assírios, a Árvore da Vida tem ligação com a deusa da Mesopotâmia, Ishtar. Ela é utilizada como uma representação da fertilidade e também da destruição.
■Árvore da Vida na história de Buda
A Árvore da Vida entra na história de Buda a partir do momento em que ele conseguiu atingir a iluminação enquanto estava meditando embaixo de uma Ficus religiosa. Mais tarde, esta árvore ficaria conhecida como Bodhi. Conforme a crença budista, Buda meditou por cerca de 49 dias, sem sair nem se levantar debaixo da árvore.
Muitos anos depois, um santuário foi construídos no local onde ele passou todo este tempo sentado meditando. Siddharta Gautama conseguiu atingir a iluminação debaixo de uma árvore, por isso, é possível estabelecer um paralelo entre a história de Buda e a Árvore da Vida.
■Árvore da Vida na cultura chinesa
A crença chinesa na Árvore da Vida é bastante semelhante à dos assírios, pois os chineses, conforme a tradição deles, acreditam que existem diversas árvores, mais especificamente sete.
Entre essas árvores, somente uma é capaz de dar o fruto da imortalidade, o nome dela é Jade. Ao contrário da crença da Cabala e também da cultura judaico-cristã, a tradição chinesa põe em questão uma série de árvores.
A Árvore da Vida também é chamada por outros nomes?
Por meio deste artigo, você pôde ter acesso a diversas concepções das mais diferentes culturas, sobre o que seria e qual a função da Árvore da Vida no Universo. Cada uma das culturas a vê de uma forma, algumas a enxergam como uma fonte de vida eterna, outras como uma espécie de universo em si.
A Árvore da Vida também recebe diversos nomes, entre eles: Árvore do Mundo ou Yggdrasil, de acordo com a cultura nórdica, Árvore Cósmica, Celeste, Árvore do Conhecimento, entre outros nomes, que são dados de acordo com a concepção que as culturas têm dela.