quarta-feira, 8 de junho de 2022

Morrígan, senhora da morte Morrígan, também escrita Mórrígan ou ainda como Morrígu, Mórríghean, Mór–Ríogain, é uma Deusa dos povos celtas da Irlanda que muitas vezes é tida como patrona das sacerdotisas e das bruxas.

 Morrígan, senhora da morte


Morrígan, também escrita Mórrígan ou ainda como Morrígu, Mórríghean, Mór–Ríogain, é uma Deusa dos povos celtas da Irlanda que muitas vezes é tida como patrona das sacerdotisas e das bruxas.


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Morrígan, também escrita Mórrígan ou ainda como Morrígu, Mórríghean, Mór–Ríogain, é uma Deusa dos povos celtas da Irlanda que muitas vezes é tida como patrona das sacerdotisas e das bruxas.
Seu nome significa “Grande Rainha” mas também pode significar “Rainha Fantasma” ou apenas “Terror”.
Morrígan, como todas as deidades celtas está associada as forças da natureza, ao poder sagrado da terra, o Grande Útero de onde toda a vida nasce e depois deve morrer para que a fecundidade e a criação da terra possam renovar-se. Por isso também é vista como uma Deusa da Morte e da Guerra, invocada antes das batalhas, como a Deusa do Destino humano.
Associada com a vingança, a guerra e a morte no campo de batalha, algumas vezes é anunciada com a visão de um corvo ou um lobo entre as carcaças, premonição de destruição ou mesmo com vacas. Embora sua associação com o gado bovino permita uma ligação com a fertilidade e o campo. Possui, também, associações com os rios, pois em suas premonições é encontrada lavando a roupa dos mortos na beira de um riacho.
A Deusa possui um vasto domínio na mitologia celta, sendo deusa da guerra, da vingança, da fertilidade, das premonições, da destruição, da morte em batalha, e da magia. Domínios que tem certa conexão. A guerra destrói, abrindo caminho para algo novo renascer. Para os celtas, a morte não era um fim, mas um recomeço em um Outro Mundo, o início de um novo ciclo.
Etimologia

“Mor” pode derivar de uma raiz indo-europeia que significa “terror” ou “monstruosidade”, cognada com o inglês antigo “maere“(que sobrevive na palavra inglesa moderna “nightmare” ou “pesadelo”) e a palavra escandinava e eslavo”mara” com o mesmo significado de “pesadelo”; enquanto “Rígan” se traduz como “rainha”. Conseqüentemente, Morrígan é traduzido frequentemente como “rainha fantasma”.
No Irlandês, Mórrígan com o “o” prolongado pode significar “Grande Rainha” já que no antigo irlandês “mór” significa “grande”
Também houve tentativas de escritores modernos de vincular Morrígan com a figura literária galesa Morgan le Fay cujo nome pode derivar da palavra galesa para “mar”, mas os nomes são derivados de diferentes culturas e diferentes ramos da árvore linguística celta.

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Triplicidade

Morrígan é frequentemente considerada como uma deusa trina, mas a sua suposta natureza tripla é ambígua e inconsistente por isso nem sempre é referida como “deusa” em alguns textos antigos.
Morrígan às vezes é descrita como sendo três irmãs, as “três Morrígna” filhas de Ernmas: Badb, Macha e Nemain, enquanto em outro lugar é dado como Badb, Macha e Anand (o último é dado o outro nome para o Morrígan). Ocasionalmente Fea e Anu também surgem, em várias combinações. Morrígan, porém, muitas vezes aparece só, e seu nome por vezes é transmutado para Badb, cujo nome significa “Corvo” que é um dos animais a qual Morrígan se transforma.
Alguns defendem que estes eram todos nomes para a mesma deusa. As três Morrígna também são nomeadas irmãs das três deusas da terra, Ériu, Banba e Fódla.

Mitologia

Ciclo de Ulster
As mais antigas narrativas de Morrígan estão nas histórias do “Ciclo do Ulster”, onde ela tem uma relação ambígua com o herói Cúchulainn. No conto “Táin Bó Regamna” (Rapto das Vacas de Regamain), o herói acorda assustado com um grito, que seu cocheiro, Lõeg, também ouviu, e disse ter vindo da noroeste, seguindo a rota que levava a Caill Cûan (Porto do Bosque). Ele então encontra uma mulher ruiva com um manto vermelho, conduzindo uma novilha de seu território. Ele a insulta e trocam ameaças pois o herói estava convencido de que ele era o proprietário da novilha. Mas antes que ele possa atacá-la, a mulher se transforma em um pássaro negro e voa para um ramo próximo. Cúchulainn que não a tinha reconhecido antes agora sabe quem ela é, e diz-lhe que, se ele soubesse desde o princípio, não teria criado inimizade. Ela diz que qualquer coisa que ele fizesse viria a causar má sorte. Ele responde que ela não poderia lhe fazer mal o que faz a Deusa dizer uma série de avisos, prevendo uma batalha em que ele será morto. Ela parte, deixando uma frase enigmática: “eu vigio sua morte”.
No conto “Táin Bó Cuailnge” a Rainha Medb de Connacht comanda uma invasão a Ulster para roubar o touro Donn Cuailnge. Morrígan surge ao touro na forma de um corvo, e o previne para fugir. Cúchulainn defende Ulster, travando, no vau de um rio, uma série de combates contra os campeões de Medb. Entre os combates, Morrígan lhe surge, com aparência de uma bela moça, oferecendo-lhe seu amor e auxílio na batalha – mas ele a rejeita. Como vingança ela interfere no seu próximo combate, primeiro assumindo a forma de uma enguia, fazendo-o tropeçar no rio; depois, com a forma de um lobo, provocando um estouro da boiada, e finalmente como uma novilha que conduz o rebanho em fuga – tal como havia ameaçado em seu primeiro encontro. Cúchulainn a fere em cada uma de suas formas e consegue derrotar seu oponente mesmo com a interferência da Deusa. Ao final ela reaparece-lhe, como uma velha com cada um dos 3 ferimentos sofridos em cada uma de suas formas animais, enquanto ordenha uma vaca. Ela oferece a Cúchulainn três copos de leite, ele abençoa a bebida e com isso, seus ferimentos são curados. O conto termina enquanto os exércitos se reúnem para a batalha final e a Deusa profetiza o derramamento de sangue para vir.
Numa das versões sobre o conto da morte de Cúchulainn, enquanto o herói cavalga para encontrar seus inimigos, ele encontra Morrígan como uma velha que lava o sangue de sua armadura no vau do rio – um presságio de sua morte. Depois, mortalmente ferido, Cúchulainn amarra-se a uma pedra com suas próprias entranhas, para assim poder morrer em pé… somente quando um corvo pousa sobre seu ombro é que os inimigos acreditam que ele está morto.

Pesquisado e editado por Negah San