quinta-feira, 30 de junho de 2022

POMBA GIRA 7 DAS CATATUMBAS

 POMBA GIRA 7 DAS CATATUMBAS



Vativa ficou totalmente arrepiada quando ouviu o que a bruxa lhe disse: - Precisamos do sangue de um inocente! - Sua mente imediatamente focalizou a imagem de Yorg, seu pequeno filho de apenas três anos. Seus pensamentos vagaram por alguns instantes enquanto a mulher remexia em um pequeno caldeirão de ferro. Estava ali por indicação de uma vizinha que conhecia o problema pelo qual estava passando. Era casada, não tinha queixas do marido, mas de repente parece que uma loucura apoderou-se dela. Apaixonara-se por um rapazote de dezessete anos, ela uma mulher de trinta, bela e fogosa não resistira aos encantos do adolescente e sua vida transformou-se em um inferno. Já traira seu marido algumas vezes, mas desta vez era algo fora do comum, não conseguia conceber a vida longe do rapaz. Conversando com a vizinha, a quem contava tudo, esta aconselhou: - Vá falar com a bruxa Chiara ela resolve o assunto para você. - Pensou durante alguns dias e não resistiu, foi procurar pela feiticeira. O ambiente era horrível e a aparência da mulher assustadora, alta, muito magra, com apenas dois dentes na boca, vestia-se inteiramente de preto e fora logo dando a solução: - Vamos matar seu marido, aí você fica livre e se muda para outro povoado, bem distante, levando seu amante! - Vativa ficou assustada, não era essa a idéia. Não tinha porque matar seu marido. Não havia um jeito mais fácil? - De forma alguma, se o deixarmos vivo, quem morre é você! Mas não se preocupe eu cuido de tudo. - Foi aí que ela falou do sangue inocente. - A senhora está tentando dizer que tenho que sacrificar meu filho? - Para fazer omelete, quebram-se ovos... Vativa não estava acreditando, a mulher dizia barbaridades e sorria cinicamente. Levantou-se e saiu correndo apavorada. A risada histérica dada por Chiara ainda ecoava em seus ouvidos quando chegou a casa. Desse dia em diante suas noites tornaram-se um tormento, bastava fechar os olhos para ver aquele homem todo de preto que a apontava com uma bengala: - Agora você tem que fazer! - Em outras ocasiões ele dizia: - Você não presta mesmo, nunca prestou! - Vativa abria os olhos horrorizados e não conseguia mais dormir. Uma noite, já totalmente transtornada com a aparição freqüente, saiu gritando pela casa. Ouvindo os gritos da mãe o pequeno Yorg acordou e desatou a chorar. Sem saber como, a faca apareceu em sua mão. - Cale a boca garoto dos infernos! - A lâmina penetrou por três vezes no pequeno corpo. Retomando a consciência não suportou a visão do crime cometido e caiu desmaiada. Na queda, a vela que iluminava o pequeno ambiente caiu-lhe sobre as vestes e em pouco tempo o fogo consumia tudo. Por muitos anos o espírito de Vativa vagou até conseguir a chance de evoluir junto a um grupo de trabalhadores de esquerda. Hoje todos a conhecem pela grandeza dos trabalhos que pratica na linha da guardiã Maria Padilha, mas se há uma coisa que ela odeia é relembrar o fato, por isso poucas vezes o comenta. Com posto garantido na falange do cemitério detesta ser lembrada para amarrações e perde a compostura quando há um pedido do gênero. Saravá Maria Padilha das Sete Catacumbas!
Sete Catacumbas é uma legião de iniciados nas artes ocultas, o que comummente chamamos de magos. Alguns deles foram maçons, templários e cabalistas, todos profundos conhecedores da alta magia. Por isso seu conhecimento e sua facilidade em desmanchar trabalhos complexos. Daí também vem a sua seriedade com o assunto é o que também os motiva a serem mais reservados e falarem pouco, demorando-se pouco no atendimento. Se reservam o direito do silêncio seguindo o preceito: Se é pra falar besteira é melhor ficar quieto.

Durante suas passsagens todos eles usaram esse conhecimento em benefício próprio tornando-se "Magos Negros". Logo após o desencarne para permanecerem fortes e com controle sobre nosso mundo material precisavam alimentar-se, para isso exigiam sacrifícios principalmente de crianças em troca de "favores" (Por essa razão muitos médiuns dessa entidade tiveram verdadeiro pavor do escuro e de vultos que viam durante a infância).

Aqui começa a ligação com as Giras Padilhas e as Catacumbas. Salientando que o nome "Padilha" deve-se a uma médium espalhola, se não me engano, de grande renome na Europa no século passado. Bom mas as entidades que chamamos por estes nomes são catiças de seus respectivos Exús Sete Catacumbas. Seriam muito mais escravas do que mulheres ou irmãs.

A história mais conhecida fala de uma moça chamada Vativa que sacrificou seu filho Yorg de três anos para que Seu Sete lhe desse sucesso na fuga com seu amante de 16 anos. Facilmente encontrado na net por isso não vou entrar em pormenores.

Na verdade elas não são necessáriamente escravas de Sete Catacumbas, mas sua ligação é cármica e temporária. A esta falange junta-se também aquelas que por amor a um homem abortaram o filho de outro para que a criança não atrapalhasse o novo relacionamento.
Sete catacumbas depois disso é condenado ao inferno, purgatório, Umbral ou au nome que você quiser chamar. Passa um tempo nesse local. Tempo suficiente para repensar suas práticas e quando chega a hora de sair de lá, vê que lá mesmo há um grande trabalho a ser feito. Olha em volta e vê outros espíritos sofredores. Como colegas de cela de uma prisão com que fizera amizade. E decide ficar e ajudá-los a evoluir.

Sete catacumbas permanece lá até hoje, não por castigo, mas por livre escolha. Suas companheiras de jornada em uma ligação cármica abraçam com eles o desafio reparando a mau que causaram.

Embora ambos tenham muito conhecimento de magia não gostam muito de falar e ensinar como se faz e quando, acham que assim preservam-nos de cometer-mos os mesmos erros. Mas se tivermos pureza de coração e real vontade de aprender para praticar-mos o bem eles não tem papas na língua para conversar. Vejo muita gente reclamer por eles serem cizudos, calados e ráidos em ir embora. No começo o meu era asssim, mas hoje nos ensina muita coisa. Tamvez seja o motivo que nos leva a conversar com ele que faz com que ele seja austero. Tentem conversar sobre filosofia, cura, energias, chás e tudo que envolve o universo de Obaluaê e todos terão uma supresa descobrindo um Catacumbas que estava escondido e você nem sabia.
A sua gargalhada tem mistério Mais ela é a María Padilha do cemitério Ela é bonita como uma flor
María Padilha rainha de Omolú A sua catatumba tem mistério Mais ela é a María Padilha do cemitério Ela é bonita como uma flor María Padilha rainha de Omolú

Olha quem é essa Senhora que mora na calunga
Oh quem é? Quem é? Ela vem trazendo amor Oh quem é? Quem é? Ela é muito bonita, ela gosta do prazer Ela é María Padilha, rainha do Candomblé

Não te quero a noite, não; não te quero um dia, não, Mais eu te quero para toda minha vida Não não, não te quero a noite, não (não te quero a noite) Não te quero um dia, não (não te quero um dia) Mais eu te quero pra toda minha vidaA Padilha sabe (a Padilha sabe),A Mulambo ve (a Mulambo ve),A Quintela disseQue eu amo você

Cuidado moço com aquela linda mulherQue esta parada na porta do cabaré Ela pode dar amor, também pode trazer dor Ela é Maria Padilha, mulher da mafia, do cabaré Cuida bem do seu feitizo, cuida bem do seu papua Tira essa rosa do caminho
que ela pode trazer espinho e dor

Maria Padilha é rainha do Candomblé Maria Padilha é rainha do Candomblé Maria Padilha mora na porta do cabaré Maria Padilha mora na porta do cabaré

Eu sou a Maria Padilha Mulher da mafia mulher de Lúcifer Eu ando pela noite de lua O meu feitizo está na ponta do meu garfo, está embaixo do meu pé Me chamam de lesbiana, até mesmo mulher de cabaré Mais a lingua desse povo não tem osso
deixa esse povo falar

Eu vi lá na calunga Uma linda mulher gargalhar El aé María Padilha Que chegou para trabalharMais ela vem na dança dos Exus Ela é raínha de Omolú

Olha minha gente María Farrafo eu sou Pomba Gira María MulamboMaría Farrafo eu sou

Ela mató um galo preto na figuera Ela mató um galo preto na figuera É María Mulambo que chegou para trabalharÉ María Mulambo que chegou para trabalhar

Eu me chamo Pomba Gira das AlmasA encruzilhada é seu lugar Quem venha para fazer feitizo Um presente lhe tem que levar Me leva a um lugar bem altoQue lá no alto esse e o meu lugar

Eu peço pras almas e as almas vemEu peço pras almas e as almas vemAs almas me ajudam, as almas vem As almas me ajudam, as almas vem
A Pomba Gira das Almas vem tomar xoxóA Pomba Gira das Almas vem tomar xoxó

Mulher de cabelo longo, ela vem girando, ela vai girarSalve o Pai Exú, o seu companheiro, lá na calunga ela vai girar Mulher da meia noite, toda vestida de preto E eu te estou chamando pra fazer feitizo lá na porta do cemitérioA lua tem seu sorriso, a noite tem seu mistérioPomba Gira da calunga na catacumba do cemitério

A coroa do rei é Marió A coroa do rei é Marió Exú, rei da kimbanda, a coroa do rei é Marió é Marió é Marió, é Marió é Mari

Todas as pombagiras que trabalham na linha das almas, kalunga, são pombagiras das almas, mas existe uma específica que usa essa denominação, não se tratando da mesma entidade. Ela trabalha junto a João Caveira, Tata Caveira, Rosa Caveira. Depois teríamos o grupo das tumbas, das mulambos e aí sim as Padilhas e Catacumbas.

#axeriogrande

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