quinta-feira, 30 de junho de 2022

OS ESPÍRITOS E OS ENCARNADOS PARTE II

OS ESPÍRITOS E OS ENCARNADOS PARTE II

OS ESPÍRITOS E OS ENCARNADOS PARTE II

Vamos falar agora um pouco mais sobre os espíritos que transitam pela Lei de Umbanda.

Como já disse antes esses espíritos têm o dever de ajudar aos seres encarnados, sejam eles quem forem, ainda que tenham sido seus inimigos em uma encarnação passada. Essa é a verdadeira essência da Lei : Ajudar a todos igualmente e na medida do possível, crescer interiormente pelo cultivo do amor a si mesmo e ao próximo.
Estranhou essa afirmação de "a si mesmo e ao próximo"? Pois não devia. Essa é uma Lei Bíblica, se lembra? "Amar ao próximo como a ti mesmo".
Como amar ao próximo se você às vezes nem entende bem o que é amar a si mesmo? E é bom que se explique também que "amar a si mesmo" em entendimento espiritual, está longe de envolver qualquer sentimento narcisista, o que seria a apoteose do culto à vaidade. Muito ao contrário, o amor a si mesmo envolve a compreensão de que todos estamos aqui para somar experiências e aprendermos com elas. Envolve também a compreensão de que o crescimento interior é o que realmente interessa alcançar e é esse o principal objetivo das sucessivas reencarnações (até porque após o que chamamos de morte essa será nossa única posse). Portanto, amar a si mesmo, terá sempre como conseqüência imediata a aprendizagem da compreensão e o amor ao próximo.
Nem vou me estender mais porque desse tema pode sair outro livro.
Quando me refiro a espíritos da Verdadeira Umbanda, quero me referir àqueles que realmente foram ordenados para trabalharem dentro dos padrões Umbandistas e que perseguem seus objetivos dessa forma pois, se há mistificação (espíritos querendo se passar pelo que não são) em outros lugares, também os há nos terreiros de Umbanda, Candomblé e até mesmo em determinados grupos que insistem estarem recebendo o "espírito santo" com urros e piruetas que dariam inveja a qualquer produtor de filme de terror de 3ª categoria.
A grande diferença é que os espíritos da VERDADEIRA UMBANDA podem se identificar, como já dissemos, não só pela fala, mas também, e obrigatoriamente, por pontos riscados e cantados.
Se o dirigente de um Terreiro for bem preparado e resolver "tirar a prova" sobre a real identificação de uma entidade, ele terá ao seu dispor para julgamento (estou considerando que o médium esteja bem incorporado, porque senão...), o nome que a entidade diz ter recebido, o que determina de certa forma a vibração original ou raiz, o ponto cantado que funciona como um "cartão de visitas" no qual normalmente confirma a linhagem (ou vibração orixá padrão) e dá mais algumas dicas, e o ponto riscado que é a "assinatura" dessa entidade, pelo qual o dirigente poderá reconfirmar tudo além de verificar o elemento predominante nos trabalho (se água, ar, fogo ou terra). Como? Pergunte ao seu "Pai no Santo"!
Dessa análise pode-se chegar à conclusão de se uma entidade é mesmo o que diz ser, ou é um esperto querendo se passar por, ou ainda uma "baita confusão" da cabeça do médium em estado consciente de atuação (ou até sem atuação alguma).
Pelo amor de Deus ! 
Cuidado com aqueles "pontos riscados" pré-fabricados que vemos em alguns livros de "umbanda(?)" que quase nada querem dizer e jamais, ainda que fossem corretos, poderiam ser usados por todas as entidades, ainda que se utilizassem dos mesmos nomes.
Vou tornar a dizer : Entidades de Umbanda recebem um "nome fictício" de acordo com a falange ou grupo de espíritos com que vão trabalhar, e, ponto riscado é uma assinatura individual, não podendo portanto, um ser igual ao outro, a menos que a entidade, o espírito ali presente seja o mesmo. Ainda assim, há vezes em que uma mesma entidade atuando em dois médiuns diferentes modifica seu ponto em função apenas da "COROA" do médium em que está incorporada, ou seja, coloca em seu ponto riscado um ou alguns sinais referentes à coroa daquele médium em que está atuando.
Numa certa ocasião, fui visitar um Terreiro "muito bom" no dizer de um amigo que me levou. Na gira seguinte haveria confirmação de entidades conforme anunciou o dirigente. Nesse dia, determinados médiuns teriam que estar aptos a permitirem que seus protetores pudessem riscar e cantar seus pontos, já que todos tinham dado seus nomes de falange. Teria sido até louvável se esses mesmos médiuns não tivessem à mão, para consulta, um belo exemplar de um certo livro com 1500 pontos riscados e cantados para que naturalmente, pudessem procurar ali o ponto riscado das entidades que diziam receber.
Você duvida que isso aconteça ? Pois saia por aí em visita a alguns terreiros, leve consigo um livro destes e compare os "pontos riscados" de certas entidades. Alguns pontos lhe darão a impressão de que ali está incorporado o desenhista do livro, ou talvez o gráfico que o imprimiu.
Se os Umbandistas querem ser respeitados, têm que começar por respeitarem as pessoas que deles dependerão um dia e, principalmente às VERDADEIRAS ENTIDADES DE UMBANDA.
O que acontece em casos como esses é que os espertos enganam a muitos despreparados como ele e fatalmente afastam de si os verdadeiros protetores que, com certeza, não compactuam com esse tipo de atitude até porque, se o indivíduo quer enganar a si e a outros nesse ponto, com certeza quererá enganar em outros mais.
Os Verdadeiros Espíritos de Umbanda se afastam como já disse pois, seja na Umbanda, no Kardecismo, no Candomblé ou qualquer outro tipo de culto, o Livre Arbítrio de cada um tem de ser respeitado. Observe que você só conhece verdadeiramente uma pessoa se a deixa agir por conta própria. Enquanto existir alguém ao seu lado ditando regras de comportamento e conduzindo seus passos, o verdadeiro Eu jamais será revelado. A partir do momento em que os grilhões se rompem, se essa pessoa vai seguir ou não o que lhe foi ensinado, estará por conta do que foi realmente aprendido e principalmente compreendido, além é claro, da própria índole que poderá ser boa ou desviá-la para o uso do que aprendeu erroneamente com todas as conseqüências posteriores.
De qualquer forma, estar com as rédeas do caminho de quem quer que seja, determina que a pessoa em questão não esteja progredindo por seus próprios meios e sim alavancada por alguém (matéria ou espírito) que lhe dirige os passos.
Verdadeiros espíritos de Umbanda compreendem isso perfeitamente. 
Sabem que os ensinamentos devem ser passados, os conselhos devem ser dados, mas sabem também que somente "o filho" poderá, por suas próprias atitudes, mostrar-se merecedor ou não de maiores e melhores ensinamentos, além é claro, da presença junto a si, de entidades de maior ou menor grau evolutivo.
O que acontece quando os reais protetores se afastam? É simples ! Basta raciocinar!
O "Baixo Astral" está fervilhando de entidades "doidas para poderem se manifestar" seja de que forma for. Com o afastamento dos protetores cria-se um vácuo que será naturalmente preenchido por qualquer uma ou várias dessas entidades, principalmente as que comunguem com o tipo de comportamento assumido pelo médium. Para não espantarem, comportar-se-ão de forma semelhante aos antigos protetores (até porque nem precisarão riscar o ponto - se for preciso o médium riscará por eles). Dependendo de seus objetivos, começam como todo obsessor a transmitir ao médium em questão uma certa sensação de poder através de alguns feitos até "miraculosos". 
Se forem espertos farão tudo para fazerem crescer no médium a VAIDADE de ter consigo entidades "tão poderosas", ao mesmo tempo em que irão, sem que se torne perceptível a princípio, sugando o incauto de diversas formas podendo levá-lo futuramente a atos totalmente inconseqüentes com perdas materiais, afetivas e familiares.
O mais interessante nesse processo é que, estando uma pessoa nessas condições, por mais que você lhe chame à atenção dando-lhe conselhos (se conseguir) ou reprovando-lhe atitudes fora dos padrões de correção e justiça e até mesmo de lógica, para ele o errado será sempre você, até que um dia "acorde" e saia por aí em busca de outros grupos pondo a culpa de sua ruína NOS ESPÍRITOS que ele mesmo desmereceu. Aliás essa tem sido a prática de muitos ex-adeptos não só da Umbanda mas também de outros grupos religiosos que hoje, GRAÇAS A DEUS, estão se enganando em outros lugares.
É muito mais fácil culpar uma religião ou a uma outra pessoa do que aceitar ser ele mesmo o culpado de sua queda.
Como falamos de falange, é bom que expliquemos aqui como é que funciona esse negócio.
Falange em Umbanda é o nome que se dá a um grupo de espíritos que trabalham juntos, uns auxiliando os outros. Essas falanges formam-se normalmente pela semelhança do tipo de trabalho que deverão desenvolver, de idéias e ideais etc. Na espiritualidade, como na matéria, as entidades tendem a formar grupos que compactuem em forma de ver, pensar e agir - "os iguais se atraem", lembra-se?
Unidos pelos mesmos ideais, grupos de um sem número de espíritos assumem para trabalho o nome de sua falange. Isso quer dizer por exemplo que, quando um espírito se identifica como Pai Francisco, ele está dizendo o nome da falange que assumiu por ter se identificado melhor com esse grupo.
Quando digo um sem número, é porque em toda a andança que tive em 34 (agora 38) anos de pesquisa por vários Terreiros, nunca tive a confirmação absoluta quanto àquela história de que o primeiro da falange dá origem a sete e que cada um dos sete dão origem a mais sete etc, etc. 
Se alguém tem provas disso que levante a sua bandeira.
Compondo essas falanges estão espíritos de diversos graus evolutivos. Alguns são mais evoluídos do que qualquer ser encarnado, outros têm evolução correspondente e outros mais são ainda menos evoluídos chegando-se aos classificados como Exús que quando trabalham seguindo a Lei de Umbanda e respeitando àqueles que lhes são superiores são auxiliares de grande valia. Um médium terá sempre acesso mais fácil aos espíritos que se assemelhem a ele em grau evolutivo, podendo, por esforço próprio, alcançar alguns níveis acima do seu e, por estar no plano terra a terra, alcançar facilmente qualquer espírito mais inferior.
Quando tudo acontece dentro da normalidade, os espíritos mais inferiores (mas não só eles) de uma falange trabalham como auxiliares daquele que está incorporado. Quando você vê aquele caboclo realizando seus trabalhos ou aquele preto velho (na verdade você vê mesmo é o médium) sentado no toco, não imagina que à sua volta, e prontos para trabalharem em conjunto, estão vários outros auxiliares. Mas é o que acontece. É por isso que não raramente, por ocasião de sua chegada, uma entidade faz saudações ao local e à sua falange, ou seja, os amigos que vão trabalhar com ele (ou ela).
Aí você vai lá e "tira sua consultinha!"
Se o médium é realmente preparado (seja consciente, semi-inconsciente ou inconsciente) e você está se dirigindo à entidade, acontecem coisas imperceptíveis (aos que não têm sensibilidade para a captação) mas importantes para serem analisadas
Não sei se alguém já escreveu sobre isso, mas não estou tentando inovar nada. 
Tenho certeza de que, mesmo que não se tenha escrito, muitos já devem ter percebido o que vou descrever.
De acordo com o trabalho que deverá ser executado ali naquele momento, embora o médium permaneça com quase as mesmas características da entidade que o acompanha, muitas vezes há uma troca de entidades (normalmente entre espíritos da mesma falange). Para o consulente parece que nada mudou, mas aquele que "tem olhos de ver" ou sensibilidade mais trabalhada percebe perfeitamente a transição. É realmente linda essa forma de trabalho. Você pode inclusive estar se dirigindo a um Exú dessa falange sem se aperceber disso.
Muitas vezes, em debate com médiuns honestos que trabalham em estado de consciência e semi-inconsciência obtive deles confirmação para o acima exposto. Alguns até sentiam essa transição mas não entendiam e não comentavam "por medo de estarem falando besteiras". Quando viram que não acontecia só com eles, puderam se sentir mais aliviados.
Mas se cada falange tem mesmo um sem número de espíritos, como se dá a escolha de um determinado espírito para trabalhar com um determinado médium ?
A resposta ainda aqui está Lei das Afinidades.
Vamos tentar exemplificar para que fique bem clara essa "história" sem que tenhamos de entrar ainda pelas explicações mais científicas. Observe no entanto que tudo isso é relativo, ou seja, não é regra fixa, até porque depende da EGRÉGORA do ambiente em que vai se dar o desenvolvimento mediúnico do indivíduo.
Numa situação normal, onde a egrégora é positiva e favorável, durante o período de desenvolvimento (ou treinamento mediúnico) um médium costuma ter um espírito que chamaremos "desenvolvedor" que começa a se apresentar como que abrindo os canais mediúnicos para futuros melhores contatos. Esse espírito pode se apresentar como Preto-Velho ou Caboclo de qualquer falange, mas sempre terá ligação direta com a chamada COROA do médium, ou seja, será uma entidade ligada à Vibração Original que rege a Coroa desse médium. Essa entidade tem um padrão evolutivo quase sempre maior que o do médium (em casos normais, volto a dizer) embora não seja de seu feitio querer fazer demonstrações. Durante esse período o médium receberá também a atuação de outras entidades, mas caberá sempre ao desenvolvedor permitir ou não essas atuações. Se o período de desenvolvimento transcorrer naturalmente, esse desenvolvedor terá condições de trazer sempre as orientações necessárias ao progresso e não aquelas padronizadas em determinados terreiros que têm "uma única fórmula" para todos."
É importante, e muito lógico, que se entenda de uma vez por todas que cada médium é um médium, e que seu desenvolvimento deve seguir, na medida do possível, os padrões que seus verdadeiros protetores determinarem (se existirem protetores realmente incorporando), até porque não existe quem veja melhor a situação mediúnica de um médium que seu próprio protetor. Esse caminho pode ser mais demorado em função do vacilo por medo do próprio médium que, se for grande, acaba por interferir e bloquear as mensagens do espírito (lembra do que contei de mim mesmo ?), mas por outro lado, 
se o médium tem medo de transmitir uma orientação dada por seu protetor visando seu próprio bem, como poderia estar preparado para transmitir mensagens a possíveis consulentes?
Cansei de me deparar por aí com médiuns que "davam consultas espetaculares", eram "feitos" na casa de Fulano desse ou daquele orixá, ajudavam às pessoas necessitadas e no entanto, quando precisavam dessa consulta para si, buscavam outros médiuns e até outros Pais no Santo.
Isso não tem lógica !!!
A única explicação, levando-se em consideração que o médium seja honesto, é o medo, pois, se uma entidade sua, estando incorporada seja em que estado de consciência for, tem condição de "dar consultas" e saber do que os outros precisam, é impossível que essa ou essas entidades não saibam o que é preciso para seu próprio aparelho (ou cavalo, como quiser).
Quero deixar bem claro esse aviso aos Chefes de Terreiro : A pressa em "coroar" determinados médiuns para que possam logo trabalhar, pode vir a ser nefasta para ele. Um médium confirmado, coroado, que não consegue se entender com seus protetores, jamais poderia ser considerado um médium confirmado de fato. Isso chega a ser covardia pois lhe dá a falsa impressão de que está preparado para a batalha e ele só vai perceber a falha (se perceber) quando sua vida começa a "virar de cabeça para baixo" em virtude das cargas que receberá por trabalhos mal executados.
Cabe decididamente aos Pais no Santo orientarem seu Filhos no Santo no sentido de que, enquanto as mensagens de suas entidades não se tornarem claras e com real significado dentro dos rituais, enquanto pelo menos um de seus protetores (normalmente o que é responsável pelo desenvolvimento é quem faz isto) não cantar e riscar seu ponto de acordo com a Lei, ele não terá condições de ser considerado médium pronto. Ele não poderá "dar consultas" e muito menos dirigir trabalhos que envolvam demanda. Se o fizer estará correndo riscos por sua própria conta.
É também importante que o dirigente honesto explique a "seus filhos" que, 
se seus protetores podem atender aos outros, têm obrigação de atender a eles, pois é a eles que mais conhecem e portanto, podem melhor orientar.
Vou relacionar abaixo algumas atitudes que vemos em médiuns que se dizem prontos para trabalharem e que até mesmo já "abriram terreiros" que são totalmente ilógicas se analisarmos friamente. Antes porém que pessoas de outros grupos possam vir a ler esse capítulo e se acharem no direito de julgar, adianto que essas coisa não acontecem só na Umbanda. Quero deixar bem claro que minhas pesquisa e apreciações foram feitas também em centros ditos Kardecistas e Roças de Candomblé, sempre com os mesmos resultados (não são problemas das Seitas ou Religiões - são problemas dos humanos que dizem "seguir as regras").
O médium é considerado pronto, dá consultas e, para si, prefere "tirar consultas com outros" - Isso já mostra insegurança.
O médium recebe entidades que nunca riscaram um ponto ou se identificaram convenientemente e estão lá dando consultas e passando mensagens.
O médium "está pronto" (ou foi considerado como tal, sabe-se lá porque), abre terreiro (ou Roça ou organiza sua "mesa") e mesmo como "Chefe", procura tirar consultas particulares em outros terreiros (ou Roças etc.). Isso tem lógica? Então me expliquem porque eu não a vejo!
O médium "abre terreiro de Umbanda" e depois vai "fazer cabeça" na Roça de Candomblé porque "suas entidades pediram(?)". Não tenho nada contra o Candomblé. Tenho amigos que praticam e dirigem rituais e portanto não estou falando de Candomblé de forma pejorativa, muito pelo contrário. Só não consigo entender essa história de Chefe de Terreiro de Umbanda ter que "fazer cabeça" ou "dar obrigações" seguindo rituais do Candomblé. Isso para mim se assemelha à história de um padre católico ter que receber a "unção" dos evangélicos para continuar rezando suas missas. O que explica esse fato é o total despreparo, o total desconhecimento dos ensinamentos ocultos (esotéricos) da verdadeira UMBANDA que orientariam esse "pai no santo(?)", ainda que ele tivesse que mexer com energias afins, ou então o fato de que ele deveria estar mesmo dentro do Candomblé por serem suas entidades afins, o que deveria ter sido observado antes de abrir um terreiro e dizê-lo como de Umbanda, pois a partir daí, se o Terreiro continuar a funcionar, será mais um dos que chamamos "umbandomblé" pela mistura de rituais que começam a fazer.
O médium "está pronto", sai por aí encarando o baixo astral como se fosse invulnerável e, repentinamente, vê sua vida se "entortar". As entidades que tanto ajudavam aos outros parecem não escutar suas preces, não receberem suas oferendas, etc, etc. Daí ele corre para outro pai no santo igual a ele, "faz obrigações" daqui, dali, sacudimentos, "deita para o santo" e continua se danando todo. Quando isso acontece, pode-se com certeza procurar nas atitudes desse médium (como médium ou simples humano) a razão para essa falta de socorro total. Nem vou me aprofundar muito por aqui. Pelo menos não agora.
Quero frisar que não estou tentando radicalizar coisa alguma. O que vejo nessas atitudes é uma total incoerência se acreditarmos que essas pessoas sejam realmente médiuns preparados e com suas entidades incorporando positivamente. Posso até considerar o fato de um médium ir de vez em quando procurar alguém que ele ache melhor preparado (seu pai no santo por exemplo) para melhor orientá-lo na realização de determinado ritual. Admito que ele possa buscar auxílio na corrente ou egrégora de um terreiro para se fortalecer e permitir um melhor contato entre ele e seus protetores de forma que eles possam se apresentar e lhe transmitir a mensagem apropriada (não está incluído nessa hipótese o médium que se considera "pai no santo", tem seu terreiro ou abaçá e portanto dispõe da egrégora deste para se beneficiar, a menos que não seja tão pai no santo como pensa), já que às vezes trabalha em casa, apenas com consultas o que fatalmente lhe é prejudicial. Agora, admitir situações como as acima enumeradas.... não dá para acreditar !
Médium Umbandista (e acredito que de outros grupos também) para se meter a dirigente ou pai no santo, tem que saber sobre a responsabilidade que está assumindo. Tem que ter não só a preparação mediúnica (incorporação ou outros dons positivos) mas conhecimento suficiente para livrar a si e, desde que abriu terreiro, seus seguidores também, dos ataques do Baixo Astral. Tem que saber que, ao abrir um terreiro que objetiva o trabalho para o bem, automaticamente adquiriu inimizades no astral inferior daqueles que objetivam outras coisas e, para isso, ele tem que estar preparado e muito firme com sua "banda". Tem que saber que se não for totalmente honesto com seus protetores, mais cedo ou mais tarde vai se ver livre deles e muito bem acompanhado por outros imitadores com sabe-se lá que intenções.
Texto Extraído do Livro "Umbanda sem Medo Vol I", do autor desse blog