PRÁTICAS E RITUAIS PARTE V - FINAL
PRÁTICAS E RITUAIS PARTE V - FINAL
... CONTINUANDO
Sem entrar muito profundamente na história de cada religião, podemos ver alusões a oferendas, inclusive com matança de animais até mesmo no chamado Antigo Testamento, tendo sido inclusive o fato de Jeová não ter aceito a oferenda de Caim tão bem quanto aceitou a de Abel o que desencadeou o ciúme, inveja e posterior assassinato de um pelo outro.
É certo também que com o passar dos tempos, muitos hábitos antes tidos como fundamentais, foram se modificando em todas as Religiões e Seitas, baseados na pressuposição de que não teriam real fundamento porque o Deus que procuram não pode mais ser ligado a presentes materiais como os que então eram oferecidos, no que todos estão cobertos de razão. Como já disse antes, se entidades que não chegam a serem deuses, por terem alcançado um nível evolutivo maior, já não se prendem às coisas materiais, que dirá um Deus e mesmo um "Orixá", seja ele quem for.
Por que então as oferendas na Umbanda? Por acaso não seria para alcançar as beneces dos Orixás e do próprio DEUS?
Vamos tentar conduzir seu raciocínio, ainda mais uma vez, da maneira mais simplificada possível, mas para isso comece por esquecer aquela forma de um senhor de barbas, onipotente e onipresente que sempre lhe tentaram impingir como se fosse O Criador.
Preste atenção!
DEUS
Forma energética primeira da qual se formaram todas as coisas e Seres (que por serem provenientes de uma Energia Mãe, não deixam de ser também formas energéticas mais densas ou menos densas) e não um SER PESSOAL que possa se contatar com os encarnados como pensam alguns. Para os Maçons, como já disse: "O Grande Arquiteto do Universo".
ENERGIAS
Tudo no Universo é energia em estado de maior ou menor densidade e com diferentes formas de montagens de seus átomos e moléculas.
Após a chamada Criação, O DEUS UNIVERSAL continua a se desdobrar em uma infinidade de energias que circulam por todo o Universo criado e não só pelo planeta Terra que não é nem nunca foi o Centro do Universo (em outros tempos eu estaria na fogueira se afirmasse esse fato mais do que provado nos dias de hoje).
Se uma energia mãe se desdobra, sempre há as primeiras energias que partem dela que depois também vão se desdobrando, interagindo e formando outros tipos de energia. Veja se você entende o gráfico abaixo.
Trata-se de um gráfico que representa a refração da luz solar através de um prisma. Ao passar pelo prisma, a luz, anteriormente branca, se decompõe em diversas outras cores sendo que as visíveis para nós estão aqui representadas.
As três primeiras cores que se formam são as que conhecemos como cores primárias (indivisíveis) que são o AZUL, o AMARELO e o VERMELHO. Todas as outras se formam pela ação dessas três cores umas sobre as outras. Dessa forma o VERDE é composto pelo AMARELO com o azul, o LARANJA é formado pela soma do AMARELO com o VERMELHO, o VIOLETA é formado pelo VERMELHO mais o AZUL...
Assim como a luz (energia) do Sol, supõe-se que essa energia mãe (ou pai, se você faz questão) em seu processo de desdobramento decompõe-se primeiramente em três energias primárias (lembra-se da Santíssima Trindade?) que posteriormente por interações geram mais quatro energias que voltam a interagir entre si e entre as primárias gerando outras energias e por aí vai.
Expliquei isso tudo para que você entendesse o que é ORIXÁ como visto pela Verdadeira Umbanda.
Se fizermos uma analogia entre as cores da refração solar e as energias primeiras que se supõe serem geradas pelo CRIADOR UNIVERSAL, as sete primeiras energias ou cores seriam os Sete Primeiros Orixás gerados (ou RAIOS como são chamados em outras filosofias), ou VIBRAÇÕES ORIGINAIS, o que indica que ORIXÁS, para a Umbanda Verdadeira, são formas energéticas de puríssimo padrão vibratório, impessoais como o próprio CRIADOR e portanto jamais receberiam oferendas materiais como as que se vêem.
Quem realmente recebe as oferendas ?
Respondeu certo quem disse: Os Elementais da Natureza.
Ah! Mas você disse que eles poderiam até ser perigosos em certas ocasiões ! E aí, como é que fica ?
Eu disse e torno a dizer que o trato com Elementais pode ser perigosíssimo para os que não sabem se precaver, e é por isso mesmo que na Umbanda, o trato com esses seres é feito através daqueles que realmente sabem e podem, com segurança, determinar junto a eles as diretrizes desse ou daquele trabalho - nossos Guias e Protetores.
Somente iniciados avançados podem manter um certo relacionamento com esses seres, sem correrem o risco de serem envolvidos por certos artifícios que eles tão bem sabem executar.
Não é que seja tão difícil entrar em contato com eles, não! O problema está, principalmente, na tendência dos humanos quererem fazer desses seres os seus "geninhos particulares" (como tentam fazer com entidades espirituais), pensando que são mais inteligentes e podem comprá-los com as oferendas que colocam em certos lugares sem se preocuparem com mais nada.
Elementais, principalmente os gnomos, hoje tão procurados, são em via de regra, muito mais espertos do que os humanos que tentam cativá-los e, além disso, podem perceber suas reais intenções, muito antes delas se revelarem. Em casos assim, podem (e não raramente o fazem), transformar-se em obsessores difíceis de serem afastados. Sabe por que ? Porque foi o humano quem lhes foi pedir favores coberto de más intenções, o que por si só já lhes dá o direito de agirem da maneira que acharem melhor, e o pior: seus direitos, nesses casos são, até certo ponto, respeitados pelas entidades espirituais que poderiam proibir suas ações no caso de resolverem fazer suas estrepolias por simples capricho.
Se você duvida dessas afirmações, ainda que não tenha conhecimento profundo desse tema, procure ler alguns livros de ocultismo em que haja tratamento entre Magos e Elementais e tenha uma idéia de todo o ritual de preparação por que passavam antes de ter com eles. Eu lhe indicaria "Dogma e Ritual da Alta Magia" de Eliphas Levi, mas há outros também muito interessantes para pesquisa. Só tome cuidado com os "Neo-Pseudo-Esotéricos" atuais que em grande parte estão muito longe do que é o Esoterismo Verdadeiro.
Voltando ao nosso assunto, preciso explicar que tanto os Elementais Verdadeiros, como os Falsos Elementais (para não me aprofundar muito: falsos elementais = elementais criados a partir de formas-pensamento) são amplamente utilizados em trabalhos de magia tanto positiva quanto negativa por entidades astrais e mais amiúde pelos Exús (e porque não dizer também os quiumbas) que têm padrão vibratório próximo ao dessas entidades e por isso mesmo têm acesso direto a elas (muito mais que entidades mais evoluídas, pelo que já vimos).
Quando uma entidade pede uma oferenda, para a realização desse ou daquele trabalho, você pode estar certo de que, a menos que ela seja um "quiumba brabo" estará pedindo para que possa atrair e comandar certos elementais que têm ação direta sobre o tipo de trabalho a ser executado.
Entidade espiritual humana que já passou por um processo evolutivo não precisa comer nem beber, muito menos de sangue de animais sacrificados. Elementais e certos espíritos Elementares (quiumbas e certos obsessores) sim, pois pertencem a um nível astral quase que igual ao nosso e, na verdade, o que fazem é absorver a energia que emana dos elementos a eles oferecidos e não da matéria propriamente dita.
Quanto às "comidas" o que se pode dizer basicamente é que são exatamente isso: elementos que são oferecidos e que libertarão certas energias que por sua vez serão absorvidas e usadas para a realização do trabalho proposto, e para efeito de segurança, sempre sob a coordenação da entidade que assim determinou - ela tem que saber o que está fazendo.
Quanto aos sacrifícios de animais, nunca foram usados nas práticas da Umbanda. Quando em casos de extrema necessidade, os animais são entregues vivos, pois quando um elemental precisa realmente absorver energia vital de um deles, pode muito bem fazê-lo com o bicho vivo como fazem em caso de obsessão a humanos encarnados. Dessa forma, sob a coordenação da entidade dirigente, o(s) elemental(is) envolvido(s) absorve(m) apenas a quantidade necessária de energia vital e quase sempre o animal continua vivo.
A uma primeira análise, poderá até parecer loucura o que eu disse acima, principalmente para aqueles que se enraizaram no que aprenderam "de boca em boca" e julgam não poderem mudar o que entendem como imutável. Para esses eu só tenho a dizer que em 30 anos de Umbanda (estamos e 1999), ainda que fosse para salvar vidas infestadas de elementais e larvas projetadas por certos quimbandeiros, eu jamais tive de executar um sacrifício animal.
Mesmo em rituais chamados por alguns de "troca de cabeça" (isso é para quem entende da coisa) execuções de animais nunca foram necessárias.
Como? Troca de cabeça é ritual específico dos rituais de nação?
Ledo engano, meu irmão!
Esse tipo de ritual já era utilizado por civilizações tão antigas que já foram até extintas e em muitos casos com sacrifício de vida humana para que as "divindades", em troca, lhes proporcionassem bens nas mais variadas situações de vida.
Os rituais de "troca de cabeça", como são conhecidos nos dias de hoje, são meras adaptações de rituais antigos onde, na síntese, se busca tirar de alguém um certo mal, através da transferência da atuação que essa pessoa sofre, para um animal de duas ou quatro patas que, segundo a regra, deve ser sacrificado à seguir para que sua energia vital possa ser absorvida pelos elementais ou elementares (nesse caso verdadeiros vampiros) que atuavam no ser humano como obsessores.
O ritual em si, é lógico que eu não ensinaria aqui e nem aconselho a qualquer iniciante ou mesmo pseudos pais no santo a tentarem meter a mão nessa "cumbuca".
Esse é um tipo de ritual perigosíssimo por colocar o médium em contato direto com as formas elementais do mais baixo grau, e que, por isso mesmo, só pode ser perfeitamente executado por quem tenha recebido ordenação dos Espíritos Guias Verdadeiros e não aqueles que tenham sido "coroados" por serem amigos do pai ou mãe no santo, sob pena de conseqüências nefastas.
Vamos parando por aí!
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