Influências Externas
Durante o Desencarne!
A principal dificuldade do recém-desencarnado é a adaptação ao impacto das energias astrais, o choque é muito forte e pensamentos e emoções dele ou de pessoas próximas o atingem com facilidade.
Essa fragilidade faz com que os irmãos que ficam aqui na Terra tenham grande importância na ajuda aos que voltam para o plano espiritual.
A fragilidade do espírito é maior até o momento em que o cordão de prata é rompido, e, infelizmente esse é o período de maior emissão de sofrimento pelos irmãos encarnados. Através desse último laço de união eles podem receber os choques desagradáveis das lembranças e das emanações de sofrimento dos que se encontram encarnados.
Além disso, muitos falam mal dos que se foram, relembrando acontecimentos de sua vida.
Essa é A PIOR POSTURA que qualquer um pode ter, se não tiver o que falar, FIQUE QUIETO, mas não fale sobre assuntos de baixo padrão vibratório, PRINCIPALMENTE se envolve o moribundo.
Duas coisas acontecem quando os INVIGILANTES decidem fazer a sua parte.
primeira é o incômodo que começa a ser sentido pelo espírito, que mesmo quando possui merecimento para auxílio, não está isento das energias hostis enviadas pelos seus irmãos.
A segunda é a atração de espíritos de baixo padrão vibratório envolvidos nas conversas, que podem vir pedir perdão ou cobrar pelo erro do moribundo. Qualquer uma das opções é prejudicial para quem está preste a se libertar.
Sobre esse tema retiramos o seguinte trecho do livro Obreiros da Vida Eterna:
“As imagens contidas nas evocações das palestras incidem sobre a mente do desencarnado, mantido em repouso depois de rápido mergulho na contemplação dos fatos alusivos à existência finda. Não somente as imagens. Por vezes, nossos amigos presentes, fecundos nas conversações sem proveito. exumem, com tamanho calor, a lembrança de certos fatos, que trazem até aqui alguns dos protagonistas já desencarnados.”
A melhor postura durante o desencarne é a prece, o silêncio e assuntos que não comprometam o padrão vibratório do ambiente.
Após o Desencarne
Após o desencarne o espírito também fica suscetível às vibrações dos familiares. Quando estes, em desequilíbrio, ficam chamando por ele, ocorre uma atração muito forte e o espírito recebe esse impacto de forma violenta, porque ainda está em período de adaptação.
Diferente do que muitos pensam, se o espírito recém-liberto voltar para o lar ele sofrerá junto com os familiares e de forma inconsciente se tornará obsessor dos seus entes queridos. Nos casos de doença pode até acontecer de um dos encarnados começar a sentir as dores que o moribundo sofria. Nesse caso ele se torna obsessor.
Retiramos o seguinte trecho do livro Voltei para exemplificar:
“… bastou que me entregasse à quietação para que certo fenômeno auditivo e visual me perturbasse as fibras mais íntimas.
Vi perfeitamente, qual se estivessem dentro de mim, as filhas queridas, então na Terra, e alguns poucos amigos, que deixara no mundo, dirigindo-me palavras de saudade e carinho.
– Pai querido! Diga-me se você ainda vive! Desfaça minhas dúvidas, ensine-me o caminho, venha até mim!
Era a voz de uma delas a interpelar-me.
O amoroso chamamento ameaça-me o equilíbrio. Minha razão periclitou por segundos. Onde me encontrava? Contemplava-a ao meu lado, queria beijar-lhe as mãos, expressando-lhe reconhecimento pela imensa ternura, mas debalde a buscava.
Ainda me não desembaraçara do inolvidável momento de estranheza, quando um médium de minhas relações apareceu igualmente no quadro.
– Meu amigo! Fale-nos, conforte-nos!.. – rogou comovidamente.
Ia gritar, suplicando socorro. Todavia, o Irmão Andrade, mais prestativo e prudente que eu poderia supor, abeirou-se de mim e cientificou-me de que aquele era fenômeno da sintonia espiritual, comum a todos os recém-desencarnados que deixam laços de coração, na retaguarda…
… asseverou que, aos poucos, saberia controlar o fenômeno das solicitações terrestres, canalizando-lhes as possibilidades para trabalho de elevação.”
Formas de Desencarne....
Desencarne em Acidentes e Coletivo
“… Salvo nos casos de desastres ou mortes violentas, em que a intervenção dos técnicos assistentes se registra só depois da morte do corpo, as demais desencarnações devem se subordinar gradativamente a várias operações liberatórias, em diversas etapas, como tenho observado nas oportunidades que me foram dadas para apreciar o fenômeno.”
A vida Além da Sepultura, pelo Médium Hercílio Mães, ditado por Atanagildo e Ramatís.
A grande maioria dos desencarnes por acidentes são resgates do espírito, não podemos englobar todos os desencarnes, mas podemos garantir que em sua maioria tinham uma “grande chance” de ocorrer com o espírito que desencarnou.
Na minha opinião, e isso eu não li em lugar algum, os desencarnes coletivos são resgates cármicos para o grupo de pessoas que participa de uma tragédia, elas não participaram necessariamente do mesmo erro, contudo, partilham da mesma dor e sofrimento para saldar suas dívidas com a Justiça Divina, que a ninguém prejudica.
Segue abaixo um trecho do livro Ação e Reação, de Francisco Cândido Xavier.
” Sob a crista de serra alcantilada e selvagem, destroços de grande aeronave guardavam consigo as vítimas do acidente. Adivinhava-se que o piloto, certamente enganado pelo traiçoeiro oceano de espessa bruma, não pudera evitar o choque com os picos graníticos que se salientavam na montanha, silenciosos e implacáveis, à maneira de medonhos torreões de fortaleza agressiva.
Em pleno quadro inquietante, um ancião desencarnado, de semblante nobre e digno, formulava requerimento comovedor, rogando à Mansão a remessa de equipe adestrada para a remoção de seis das catorze entidades desencarnadas no doloroso sinistro.
Cientes de que o generoso mentor poderia dispensar-nos mais tempo, aproveitamos o ensejo para versar a questão das provas coletivas.
Hilário abriu campo livre ao debate, perguntando, respeitoso, por que motivo era rogado o auxílio para a remoção de seis dos desencarnados, quando as vítimas eram catorze.
Druso, no entanto, replicou em tom sereno e firme:
– O socorro no avião sinistrado é distribuído indistintamente, contudo, não podemos esquecer que se o desastre é o mesmo para todos os que tombaram, a morte é diferente para cada um. No momento serão retirados da carne tão-somente aqueles cuja vida interior lhes outorga a imediata liberação. Quanto aos outros, cuja situação presente não lhes favorece o afastamento rápido da armadura física, permanecerão ligados, por mais tempo, aos despojos que lhes dizem respeito.
– Quantos dias? – clamou meu colega, incapaz de conter a emoção de que se via possuído.
– Depende do grau de animalização dos fluidos que lhes retêm o Espírito à atividade corpórea – respondeu-nos o mentor. – Alguns serão detidos por algumas horas, outros, talvez, por longos dias… Quem sabe? Corpo inerte nem sempre significa libertação da alma. O gênero de vida que alimentamos no estágio físico dita as verdadeiras condições de nossa morte. Quanto mais chafurdamos o ser nas correntes de baixas ilusões, mais tempo gastamos para esgotar as energias vitais que nos aprisionam à matéria pesada e primitiva de que se nos constitui a instrumentação fisiológica, demorando-nos nas criações mentais inferiores a que nos ajustamos, nelas encontrando combustível para dilatados enganos nas sombras do campo carnal, propriamente considerado.
E quanto mais nos submetamos às disciplinas do espírito, que nos aconselham equilíbrio e sublimação, mais amplas facilidades conquistaremos para a exoneração da carne em quaisquer emergências de que não possamos fugir por força dos débitos contraídos perante a Lei. Assim é que “morte física” não é o mesmo que “emancipação espiritual”.
– Isso, no entanto – considerei -, não quer dizer que os demais companheiros acidentados estarão sem assistência, embora coagidos a temporária detenção nos próprios restos.
– De modo algum – ajuntou o amigo generoso -, ninguém vive desamparado. O amor infinito de Deus abrange o Universo. Os irmãos que se demoram enredados em mais baixo teor de experiência física compreenderão, gradativamente, o socorro que se mostram capazes de receber.
– Todavia – reparou Hilário -, não serão atraídos por criaturas desencarnadas, de inteligência perversa, já que não podem ser resguardados de imediato?
Druso estampou significativa expressão facial e ponderou:
– Sim, na hipótese de serem surdos ao bem, é possível se rendam às sugestões do mal, a fim de que, pelos tormentos do mal, se voltem para o bem. No assunto, entretanto, é preciso considerar que a tentação é sempre uma sombra a atormentar-nos a vida, de dentro para fora. A junção de nossas almas com os poderes infernais verifica-se em relação com o inferno que já trazemos dentro de nós.
A explicação não poderia ser mais clara.”
Temos outro trecho que mostra do compromisso assumido pelos espíritos que seriam vítimas de acidentes:
” …suplicaram, ao revés, o retorno ao campo dos homens, no qual acabam de pagar o débito a que aludimos.
– Como? – indagou Hilário, intrigado.
– Já que podiam escolher o gênero de provação, em vista dos recursos morais
amealhados no mundo íntimo – informou o orientador -, optaram por tarefas no campo da aeronáutica, a cuja evolução ofereceram as suas vidas. Há dois meses regressaram às nossas linhas de ação, depois de haverem sofrido a mesma queda mortal que infligiram aos companheiros de luta no século XV.
– E o nosso caro instrutor visitou-os nos preparativos da reencarnação agora
terminada? – inquiri com respeito.
– Sim, por várias vezes os avistei, antes da partida. Associavam-se a grande
comunidade de Espíritos amigos, em departamento específico de reencarnação, no qual centenas de entidades, com dívidas mais ou menos semelhantes às deles, também se preparavam para o retorno á carne, abraçando, assim, trabalho redentor em resgates coletivos.
– E todos podiam selecionar o gênero de luta em que saldariam as suas contas? –
perguntei, ainda, com natural interesse.
– Nem todos – disse Druso, convicto. – Aqueles que possuíam grandes créditos morais, qual acontecia aos benfeitores a que me reporto, dispunham desse direito.
Assim é que a muitos vi, habilitando-se para sofrer a morte violenta, em favor do progresso da aeronáutica e da engenharia, da navegação marítima e dos transportes terrestres, da ciência médica e da indústria em geral, verificando, no entanto, que a maioria, por força dos débitos contraídos e consoante os ditames da própria consciência, não alcançava semelhante prerrogativa, cabendo-lhe aceitar sem discutir amargas provas, na infância, na mocidade ou na velhice, através de acidentes diversos, desde a mutilação primária até a morte, de modo a redimir-se de faltas graves.”
Desencarne por Doença
Diferentemente do que muitos pensam, o desencarne por doença, em alguns casos, é uma benção, que auxilia ao espírito repensar sua vida, perdoar e pedir para ser perdoado, ocorrendo até reconciliação entre desafetos.
Existem também espíritos que expurgam suas energias deletérias durante o período que fica hospitalizado, limpando seu organismo perispiritual das toxinas adquiridas pelo vício ou desregramento.
Impossibilitado de exercer seu vício ou desregramento, as energias deletérias que estavam aderidadas ao veículo etérico e astral são drenadas e se o espírito sabe aproveitar esses momentos finais para se reequilibrar, ele parte para o plano espiritual sem ter que expurgar as energias deletérias em zonas inferiores do Plano Astral.
Contudo, nada adianta se o paciente passa todo o tempo final da sua vida em estado de revolta e agonia, aliás, ele pode nesse caso piorar a sua situação.
Retiramos o trecho abaixo do livro Missionários da Luz, de Francisco Cândido Xavier:
” … Raramente os companheiros encarnados, quando em excelentes condições de saúde física, podem compreender as aflições dos enfermos em posição desesperadora ou dos moribundos prestes a partir. Nós outros, porém, no quadro de realidades mais fortes, sabemos que, muitas vezes, é possível efetuar realizações deveras sublimes, de natureza espiritual, em poucos dias, nessas circunstâncias, depois de largos anos de atividades inúteis. No leito da morte, as criaturas são mais humanas e mais dóceis.
Dir-se-ia que a moléstia intransigente enfraquece os instintos mais baixos, atenua as labaredas mais vivas das paixões inferiores, desanimaliza a alma, abrindo-lhe, em torno, interstícios abençoados por onde penetra infinita luz. E a dor vai derrubando as pesadas muralhas da indiferença, do egoísmo cristalizado e do amor-próprio excessivo. Então, é possível o grande entendimento. Lições admiráveis felicitam a criatura que, palidamente embora, percebe a grandeza da herança divina.
Acentua-se-lhe o heroísmo e gravam-se-lhe no coração, para sempre, mensagens vivas de amor e sabedoria. Na noite espessa da agonia começa a brilhar a aurora da vida eterna. E aos seus clarões indistintos, nossos princípios são facilmente aceitos, a sensibilidade demonstra características sublimes e a luz imortal lança fontes de infinito poder nos recessos do espírito.”
O desencarne por doenças faz com que amigos e familiares partilhem do sofrimento do agonizante e estes por sua vez, “magnetizam” o ambiente do doente com energias que o “ajudam” a continuar vivo. Esse tipo de apego atrapalha a equipe espiritual responsável pelo desenlace. É por esse motivo que muitos instrutores espirituais insuflam energias no paciente para que ele tenha uma “falsa” melhora, atenuando o ambiente carregado e permitindo a muitos que fazem a vigília o descanso.
Vibremos pelo agonizante nas vibrações puras da fé no Criador, que ao buscar um filho querido não traz o sofrimento e sim a libertação.
Mensagem espírita