domingo, 17 de outubro de 2021

História de Samuel!

 

 História de Samuel!


Pode ser uma imagem de 1 pessoa e área internaA Colônia Espiritual Vida e Luz que me acolhe hoje com muitas flores lilás por todo o jardim, onde estou há mais de trezentos anos no tempo da Terra.
Meu nome é Samuel, quando encarnado fui deixado com dias de vida em um orfanato, onde freiras e padres administravam. Até os cinco anos eu não tinha interesse de sair do orfanato. Eu gostava muito e tinha outros amiguinho s que eram órfãos também.
Mas chegou o dia que seríamos adotados. Senti medo, pois aqui no orfanato sou bem tratado. O Frei João veio conversar comigo e mais dois meninos da mesma idade, iriam apresentar os futuros pais.
Nós três éramos pequenos, crianças, mas um gostava do outro e tínhamos respeito. Não queríamos que nenhum de nós sofresse.
Chegou o dia, era um domingo de sol lindo. O jardim do orfanato cheio, com crianças brincando. Eu tinha os cabelos pretos penteado s do lado e a pele branquinha. Meus coleguinhas, um era ruivo cheio de sardas e o outro uma cor linda, cor de chocolate, tinha o sorriso encantador e falava muito. Mesmo sendo crianças, não queríamos ficar separados. Pensei:
- Tomara que escolham o Amarildo, ele é tão sofrido. Sempre que alguém vem visitar o orfanato, ele é o menos paparicado, só porque não gostam da cor dele.
Naquele dia, veio um casal escolher um de nós e para minha surpresa, Amarildo foi escolhido, fiquei feliz e triste, não ia mais ver o meu amigo.
O Frei João sempre nos ensinou a orar, então orei para a Santíssima Mãe de Jesus que cuidasse dele para sempre.
Logo em seguida, o ruivo Atacílio foi também adotado, e eu fui ficando no orfanato, mas eu gostava.
Eu não fui adotado. O tempo passou e eu me tornei um monge, vivia para meditar e ajudar o próximo.
Na igreja, o Frei já estava idoso e me ensinou tudo, e eu nunca deixei de estudar. Mesmo vivendo no orfanato, estudei muito e me tornei um advogado.
Eu queria na verdade, facilitar a vida de muitas crianças que viviam em orfanatos esperando a adoção. Atendia á muitos gratuitamente e assim foi...
Nunca mais ouvi falar dos meus colegas de orfanato, já tinham se passado vinte anos.
Quando o Frei desencarnou eu fiquei muito triste, tinha ele como um pai que me ensinou o caminho do bem.
Um dia fui chamado por uma assistente social para atender um jovem que cometia vários crimes e já tinha passado por vários orfanatos. Para minha surpresa era Amarildo. Fiquei em choque:
- O que houve com ele? Tinha sido adotado...
Olhando para ele, maltrapilho e todo machucado, ele não me reconheceu e com calma fui perguntando sobre sua vida. Então ele falou:
- Fui adotado aos cinco anos, aconteceu que a mulher que me adotou teve uma filha. Até os doze anos vivi com eles, mas depois perderam o interesse por mim e me tratavam mal.
Um dia eu me revoltei, briguei, então os meus pais adotivos resolveram me mandar para outro orfanato. Estávamos em outra cidade. E outros tentaram me adotar e acontecia que eu não sendo filho de sangue, perdiam o respeito por mim. Eu cansado, fugi para as ruas e fiquei vivendo assim...
Eu perguntei:
- Amarildo, você lembra do orfanato que você viveu até os cinco anos, lembra? Sou Samuel.
- Sim, lembro! Nunca mais vi!
Falei:
- Sou eu!
Ele me olhou e eu não consegui segurar as lágrimas e ele também chorou. Eu disse á ele:
- Vou cuidar de você!
E levei ele novamente para aquele orfanato, apesar dele estar adulto, eu precisava de alguém para me ajudar. Foi aí que então, como advogado, consegui tirar ele da prisão e dar um local digno de viver.
Ensinei ele tudo o que o Frei me ensinou e tudo o que podia fazer para ajudar Amarildo, eu fazia.
Nos tornamos mais ainda unidos. Mas sentia Amarildo tão triste, amargurado, eu tinha medo que ele voltasse pras ruas, pois aprendeu os vícios das drogas. Mas graças a Deus, ele não voltou.
Um dia conversando, pensamos em como poderia estar o amigo ruivo...
Um domingo, estávamos nos preparando para fazer uma festa beneficiente, arrecadamos alimentos, roupas, porque muitas pessoas precisavam. Foi então que pedi para Amarildo ir comigo ajudar na organização da iluminação das barracas que não estavam boas.
Então eu e ele, saímos para comprar em uma grande loja o que faltava.
Essa loja era frequentada por muitas pessoas. Quanto saíamos da loja, Amarildo esbarrou em um homem elegante que imediatamente se irritou e passou a ser deselegante em suas palavras nos ofendendo. Quando fui pedir calma, sacou de uma arma, Amarildo se jogou na minha frente e desencarnou no mesmo momento. E para o meu maior espanto, era o ruivo.
Fiquei muito triste. Passei dias refletindo, sem entender o porquê de tudo aquilo...
Passou o tempo e o ruivo foi condenado. Então passei a visitá-lo, queria entender porque ele agiu daquela forma...
Um dia ele aceitou me receber no local onde ele estava. Ele era bem mal humorado, arrogante e disse:
- O que você quer comigo? Eu já tenho os melhores advogados, logo saio daqui. Não existe lei para quem tem dinheiro! E que importância tem aquele negro?
Naquele momento, doeu meu coração em ouvir de um ser humano isso. Me esforcei para não chorar na frente de tanta arrogância. Lembrei ele que nós três éramos amigos de um orfanato. Me respondeu:
- Eu sei, mas fui adotado por uma família rica que me deu tudo!
Respondi:
- Tudo o quê? Veja, você é arrogante e sem respeito ao próximo! Ele deu um sorriso e disse:
- Vai cuidar da sua vida! Não preciso de você! Olha pra você, nunca foi adotado!
- Só pense em amor ao próximo, a quem você quer enganar?
Então saí arrasado daquele local...
Depois de um tempo soube que antes dele sair da prisão, em uma briga, desencarnou...
O tempo passou, acabei esquecendo o ocorrido. Envolvido com os trabalhos, cuidava da administração do orfanato e de tudo o que as crianças precisavam.
Eu amava meu trabalho. Nunca saí dali, apesar que tinha condições para isso. Ensinava as crianças a orar, meditar, a fazer caminhadas. E passei a vida assim e um problema cardíaco me levou ao desencarne aos 62 anos.
Quando meu Espírito saiu do corpo pelo desencarne, lá estava o Frei a me estender a mão. Fiquei tão feliz e disse:
- Preciso ajudar os meus amigos, sei que estão sofrendo!
O Frei João disse:
- Tudo a seu tempo, meu filho! E me levou para uma Colônia, onde depois de me recuperar, passei a trabalhar.
Quantos irmãos chegavam da Terra necessitando de apoio, mas eu só pensava:
- Preciso ajudar os meus amigos! Pois nenhum deles tinha vindo para a Colônia. Onde estariam eles?
Um dia o meu Orientador me chamou para conversar e disse:
- Samuel, você está pronto para outras tarefas! Comece a orar, pois devemos procurar seus amigos que se encontram na escuridão pelo ódio e pelo orgulho.
Passou dias e nos reunimos em dez Mentores, pois iríamos em regiões inferiores do mundo Espiritual e lá as energias são tão densas e negativas que se não estiver preparado, pode passar mal.
Eu com coragem fui...
O local muito frio e escuro, pensei:
- Por que escolhem ficar aqui?
O Mentor explicou:
- Meu amigo, usamos nosso livre arbítrio e muitas vezes de forma desiquilibrada. Ao longo da nossa jornada terrena, tudo o que praticamos, é uma semente para o bem, ele dá frutos como você, que praticou o bem, foi honesto, humilde. Toda sua vida preocupado com o bem do próximo, os frutos vem em abundância, seja na vida terrena, seja na vida espiritual. Mas quando o orgulho, a arrogância tomam conta do ser, também semeamos, mas o fruto é amargo. Muitas vezes, gostamos da energia da arrogância, nos alimentamos disso. Depois vem as consequências...
Haviam muitos irmãos reunidos em um imenso local, se atraíam pelas suas vibrações iguais. Andávamos por aquele local escuro e frio e os Mentores ofereciam ajuda para aqueles irmãos virem para a Luz, mas eles não aceitavam nossa ajuda e gritavam:
- Saiam daqui!
Perguntei para o Mentor:
- Como vamos achar o meu amigo num lugar escuro?
- Pense nele e ore!
Pensei primeiro no Amarildo, orei e falei:
- Amarildo, estou aqui para te ajudar!
De repente, ele apareceu na minha frente, eu me assustei. Disse:
- Vá embora! Enquanto eu não me vingar do ruivo, não saio daqui!
Eu falei pra ele do perdão, mas ele não quis aceitar a ajuda.
Voltei para a Colônia Espiritual com os Mentores e fiquei triste. Meu Orientador tocou no meu ombro e disse:
- Meu amigo, não fique triste, voltaremos lá outras vezes!
Então por 10 anos eu voltava nas regiões inferiores para falar com Amarildo. Nesse tempo, ele tinha encontrado o ruivo e tinha feito dele prisioneiro.
Amarildo estava muito revoltado. Deixou o ódio dominar ele por completo.
Um dia orando, me lembrei que ele teve uma mãe. Ele foi deixado no orfanato, mas quem seria a mãe dele? Fui perguntar para meu Orientador, onde ela estaria, pois ela poderia nos ajudar a tirar Amarildo das regiões inferiores. Fui em busca até encontrar a mulher que deu a vida á Amarildo. Ela não vivia na mesma Colônia que eu. Pedimos permissão ao responsável dessa outra Colônia para falar com ela, e conseguimos. Foi então que ela relatou:
- Estou esperando pelo meu filho. Quero muito reparar o mal que lhe fiz, deixando ele abandonado. Eu era uma mulher linda, uma criança iria atrapalhar os meus planos de modelo. Mas não pensei no mal que fiz contra Amarildo. Deixei ele num orfanato com três meses de vida, sendo por ambição á minha carreira e o glamour da profissão, deixei o meu filho sofrer.
E eu falei á ela:
- Fazem dez anos que tento tirar o meu amigo das regiões inferiores e não consigo. Ele não aceita e a cada dia ele se torna um Espírito obsessor cruel. Preciso da sua ajuda.
Então nos reunimos em vinte Mentores e a mãe de Amarildo e fomos para regiões inferiores ajudar quem aceitasse nossa ajuda. E por fim, Amarildo sabendo que a mãe dele também estava lá, veio falar com ela. Ela estendeu a mão e disse:
- Me perdoe meu Filho! Estou aqui humildemente, pois compreendi que te amo!
Amarildo que dominava as regiões inferiores, dava ordens a outros Espíritos a praticar delitos contra os encarnados, naquele momento, chorou... Sua mãe o abraçou e trouxemos ele para a Colônia. Ele ficou um tempo na enfermaria se recuperando.
Eu e ele conversávamos muito. Ele me contava como se tornou um líder nas regiões inferiores. Disse:
- Só fica ali quem tem o mesmo desejo de vingança, ódio, raiva. Eu organizava os grupos, pois os encarnados também gostam da nossa presença e somos atraídos por essas energias. Eles fazem o que intuímos eles fazerem.
- O que por exemplo? Eu perguntei.
- Qualquer coisa. Dependendo, se for um encarnado que não se preocupa em oração, que gosta da vida noturna, de bebidas, da bagunça ou que gosta de fazer maldades, que tem muita inveja, essa energia é tão envolvente que é difícil sair dela. Hoje que estou nesse lugar de Luz, vejo a diferença. O mal não pode vencer o bem! Veja eu... O que fui e o que eu sou agora... Quase um Mentor! E sorriu... Samuel, devo muito á você por tudo e quero ajudar os meus irmãos das regiões inferiores, como posso fazer isso?
Respondi:
- Com dedicação, amor e muita oração!
Eu e Amarildo nos tornamos ainda mais unidos para ajudar o ruivo que estava nas regiões inferiores. Com toda ajuda dos Mentores e depois de muito tempo, conseguimos trazer o ruivo e muitos outros.
Depois de muito tempo nas Colônias preparando Amarildo e o ruivo Otacílio, iriam reencarnar.
Seriam irmãos, a mãe que abandonou o Amarildo seria a mãe deles.
Bem, eu continuo nas Colônias Espirituais trabalhando muito, já faz muito tempo e me sinto muito feliz!

Psicografado por Sônia Lopes, Escritora da Espiritualidade.