domingo, 17 de outubro de 2021

Sobre interferir no livre arbítrio alheio, relações tóxicas e amores doentes!

 

 Sobre interferir no livre arbítrio alheio, relações tóxicas e amores doentes!


Pode ser uma imagem de área interna"Devolvo a pessoa amada em 3 dias"
"Resgato seu homem do casamento atual!"
"Amarração 100% definitiva e garantida".

Estes tipos de chamariz são só alguns exemplos das promessas
irresponsáveis que poluem postes e paredes urbanas, mirando os corações ingênuos e desesperados. Se os irmãos sofredores pelas paixões não correspondidas soubessem das consequências destesatos, jamais ousariam se aventurar ou mesmo chegar a pagar por tais serviços-se é que podemos chama-los assim.

Sob a óptica espírita, "magia" ou "feitiço" não passa do resultado de uma criação forma-pensamento, pois a criação mental é a base ou a arquitetura de todo o Universo.
O Espírito Joanna de Angellis, pelo médium Divaldo Franco, nos alertou para cuidarmos sempre do conteúdo dos nossos pensamentos, visto que a mente é um poderoso dinamo construtor.

Então, transportando este entendimento para a questão da "amarraçāo, não há nada assombroso ou que não possa ser explicado pelas leis naturais do Criador, temos apenas uma intenção mental inferior se materializando como criação verbal negativa, através das palavras que proferimos com conteúdo destrutivo e maledicente, para, então,
manifestar-se fisicamente ou materialmente nas diversas formas de influencia (inclusive com o auxílio de Espíritos inferiores) que ocorrem nas vidas humanas.

Por que o Espiritismo considera essa prática uma infração contra o equilibrio das leis de Deus?
Primeiramente, não é o Espiritismo que considera, a doutrina espirita apenas transmite o que foi orientado pelos Espíritos superiores.
A questão 459, da obra básica "Livro dos Espíritos" é reveladora, para iniciar sobre este tema. Kardec perguntou: "Influenciam os Espiritos atos?

No que os Espiritos Superiores respondem: "Muito mais do que imaginam. Influenciam a tal ponto,que, de ordinário, são eles que dirigem vocés." Isso evidencia o quanto em nossos pensamentos somos suscetíveis às ações dos espiritos tanto encarnados quanto desencarnados.

Também, na questão 549 do mesmo livro, dessa vez questionando se haveria realmente pactos com os maus Espíritos, discorre-se o
seguinte ao final: Aquele que tenta praticar uma ação má, pelo simples fato de alimentar essa intenção, chama em seu auxilio os maus espíritos, aos quais fica, então, obrigado a servir porque dele também precisam esses espíritos para o mal que queiram fazer. Nisto apenas é que se consiste o pacto."

E logo adiante, para concluir, na questão 550, vemos uma explicação mais detalhada do que seja esse pacto: "Aquele que chama em seu auxilio os espíritos, para deles obter riquezas, ou qualquer outro favor,rebela-se contra a Providėncia.
Estabelece-se, assim, tacitamente, entre estes e o delinquente, um pacto que o leva a sua perda."

Por que o Espiritismo considera essa prática uma infração contra o equilibrio das leis de Deus?

Diante do apresentado, é por isso que nos temos que ter sempre em mente a recomendação de nosso irmão e mestre Jesus: "orai e vigiai'.
Orar para manter-se elevado sem decair nas más inclinações, e vigiar os próprios pensamentos e sentimentos para não dar guarida a possiveis más intenções sobre nós.

O que nos traz, para encerrar o assunto de vez, a questão 552: "Que se deve pensar da crença no poder, que certas pessoas teriam, de enfeitiçar?".
No que os Espíritos Superiores esclarecem: "Algumas pessoas dispõem de grande força magnética, de que podem fazer mau uso, se maus forem seus
proprios espiritos, caso em que possivel se torna serem secundados por outros espíritos maus.

No romance psicografado por Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel, "Há
Dois Mil Anos", temos o relato de um personagem vingativo e repleto de
ódios chamado Saul, que vai buscar o auxilio de um feiticeiro de Delfos. Ojovem judeu tinha "ànsia de possuir" uma conhecida mulher casada do seu entorno. Buscava ele com o velho mago (que,
contextualizando dentro do
conhecimento espírita, não tinha nenhum poder mágico, era
simplesmente um homem que utilizava pessimamente o livre arbítrio) na sua mediunidade de clarividėncia, estabelecendo-na como um comércio infame desviado de qualquer propósito elevado da espiritualidade...

E algum elixir miraculoso ou talisma para que servisse às suas pretensões descabidas e além de qualquer egoísmo em tomar para si outra pessoa.
Segue o alerta do velho feiticeiro ao jovem iludido.
-Judeu disse ele austeramente -louva o Deus de tuas crenças, porque tua face foi erguida do pó pelas mãos do homem que hoje te empenhas em trair... Mandam as
leis severas da tua pátria que não venhas a desejar, nem mesmo por pensamentos, a mulher do teu próximo e muito menos a companheira devotadaefiel de um dos teus maiores benfeitores.

Dá um passo atrás no teu triste e mal-aventurado caminho.
Houve tempo em que teu Espirito viveu no corpo de um sacerdote de Apolo, no templo glorioso de Delfos.
Perseguiste uma jovem mulher dos misteres sagrados,conduzindo-a à miséria eà morte, com os teus desvarios nefandos e dolorosos.

Não ouses, agora, arrancá-la dos braços destinados ao seu amparo e proteção, à face deste
mundo. Não te intrometas no destino de duas criaturas que as forças do céu talharam uma para a outra...

Nem preciso dizer que o jovem recusou o consellho nobre, embora vindo de lábios interesseiros, que se fecharam e venderam-se facilmente ao ouro que o jovem o pagou posteriormente. Neste pequeno trecho, se percebe claramente até onde vai a obsessāo enebriante, muitas vezes, fruto de uma personalidade imatura e perdida de existências anteriores.

As pessoas na atualidade, tal como o rapaz apaixonado e iludido, inspiradas pelos seus sentimentos mais inferiores e sombrios, se sentem no direito de fazer todo o necessário para se conseguir o objeto de sua estima. Será isto o amor?

Na obra "Loucura e Obsessão", do Espirito Manoel Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo Franco, a temática da magia e do feitiço também são tratados claramente: "A ação dos feitiços é real, conforme se apregoou em diversas áreas das crenças e seitas religiosas, como das ciências socio-antropológicas? E, se tal ocorre, como fica a questão do determinismo, desde
que homens e Espíritos maus, com práticas de tal porte alteramo destino das
criaturas?".

Em que verificamos como resposta
"A magia é uma ciéncia-arte tão antiga quanto as primeiras conquistas culturais do homem. Reservada à intimidade dos santuários da antiguidade oriental, é o uso do magnetismo que começava a ser descoberto, da hipnose e do intercâmbio mediúnico com os que os próprios imortais desencarnados propiciaram aos homens.

A superlativa ignorância das leis vestiu essas práticas de rituais e fórmulas ensinadaspelos espíritos, a maioria deles constituída de presunçosos e prepotentes,que se acreditavam deuses, exigindo sacrifícios humanos, animais,vegetais, conforme o processo da evolução de cada povo.

Conhecendo,pelo estudo e pela repetição das experiências, a exteriorização magnética das chamadas forças vivas da Natureza e dos seres, manipulavam-nas com grande aparato para impressionar, colhendo alguns resultados que
projetavam sacerdotes e quantos os praticavam."

O que fica bastante claro é que magia" existe, não como a maioria imagine, mas sim como uma ação mental produzindo consequências dentro da Lei de Causa e Efeito. O que não é necessário säo os rituais e aparatos, conforme comentado aqui, isso se deve somente a antigas superstições preservadas na contemporaneidade.

Hoje, quem faça uso desses rituais e práticas são espíritos especializados nesses atos de magia. Espíritos muito antigos, com muito poder por terem desenvolvido uma grande força mental; que se desenvolveram
muito mentalmente, mas não se desenvolveram moralmente. Então,dedicam-se a se utilizar tanto da influència de Espíritos inferiores
quanto de "alterar" o livre-arbítrio das pessoas encarnadas vitimadas por suas ações.

No Evangelho, há um episódio marcante que nos elucida ainda mais.
Da importância vital e mais do que necessária de nos
mantermos afastados destes "trabalhos" e práticas. Em uma determinada
ocasião, quando Jesus estava retornando para junto dos seus discipulos e estavam ali algumas pessoas reclamando que os discípulos não conseguiram expulsar um demônio de uma criança que ali se questão.
encontrava. Jesus esclareceu, calmamente, então, que esta casta de espiritos não se expulsa (nós diriamos hoje em relação a estes obsessores:
"não se afasta") senão com jejum e oração.
Este jejum não significava jejuar no sentido comum de ficar sem o
alimento, mas no abster-se das más práticas e maus pensamentos que
abrem brechas psíquicas para que fiquemos vulneráveis à estas obsessões graves.

Enquanto a prece, além de nos elevar a Deus e nos devolver o
equilibrio interior, ainda nos fornece os meios de pedirmos auxilios aos
nossos Espiritos protetores; os quais sempre enviarāo o socorro para
nossas dores e perseguições mais implacáveis, ajuda que chega de
maneiras mais inesperadas possíveis.

Lembrem-se: NADA nos dá o direito de interferir no livre arbitrio de outra pessoa, muito menos lhe causar qualquer mal por nossa tola vaidade.