sexta-feira, 9 de julho de 2021

HISTÓRIA DA FERRADURA COMO TALISMÃ CIGANO

 

 HISTÓRIA DA FERRADURA COMO TALISMÃ CIGANO


Pode ser uma imagem de ao ar livre e parede de tijolosUma caravana cigana viajava pelas estradas da Romênia e, à noite, os ciganos se reuniam em torno da fogueira, para afastar os mulos, maus espíritos que povoam bosques e colinas.

Mirvana, filha do chefe do clã, bela jovem de 18 anos, olhos de fogo e boca em forma de coração, já fora advertida diversas vezes sobre o perigo de aventurar-se sozinha por esses bosques.

Certo dia, a jovem impetuosa montou um fogoso cavalo e aventurou-se à caça de sonhos pelas verdes colinas.

Quatro espíritos maléficos estavam de tocaia: o mulo da má sorte, o mulo da tristeza, o mulo da doença e o mulo da morte. O mulo da má sorte saiu em perseguição da bela Mirvana, perigo percebido imediatamente pelo cavalo. Enquanto a jovem golpeava com seus calcanhares o flanco do cavalo, o mulo se aproximava cada vez mais ameaçador. A jovem suplicava ao cavalo mais esforço, mas ambos não compreendiam por que a marcha diminuía ao invés de acelerar.

A certo momento, procurando reagir com um salto, o cavalo ergueu uma das patas traseiras, na qual balançava uma ferradura que se atingiu a testa do mulo que, com um grito, caiu imóvel de bruços.

Mirvana apanhou a ferradura salvadora e retornou à caravana, onde foram acesas fogueiras de agradecimento, e a ferradura foi solenemente pendurada do lado de fora de sua tenda.

Os outros mulos decerto teriam vindo vingar o companheiro, mas aquele sinal fora para eles uma advertência e ameaça, lembrando que o cavalo ainda tinha três ferraduras, uma para cada um deles.

Desse dia em diante, todo cigano de diversos clãs, e muitos não ciganos, penduram uma ferradura fora de sua tenda ou na porta de sua casa, para afastar a má sorte e os demais mulos. Assim, a ferradura tornou-se símbolo da boa sorte, boa saúde, longa vida e plena felicidade.

Livro: Os Ciganos na Umbanda
Autores: Alberto Marsicano / Lurdes de Campos Vieira

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