História de Estela.
Hoje eu e o meu Mentor José, seguimos para o caminho da Colônia Espiritual.
Que incrível!Eu e ele flutuamos para o alto até a cidade sumir, como se eu estivesse em um avião sobre as nuvens e subimos mais um pouco até sair da Terra.
Avistamos uma Cidade Espiritual imensa.
Uau! Que lindo! Deus é incrível em tudo o que faz. Primeiro Ele criou o mundo Espiritual e depois a Terra.
Chegamos no jardim da Colônia Espiritual, onde as flores brancas estavam em destaque, lindas e perfumadas.
O Mentor me falou que a noite, enquanto o meu corpo descansava, o meu Espírito foi trabalhar na Colônia Espiritual Rosa Branca junto com ele, organizando muitos irmãos que querem ditar a sua história da última encarnação.
Comentei com o Mentor:
- Por que eu nunca lembro quando eu acordo? Só me lembro quando eu escrevo!
Ele explicou:
- É natural. O corpo físico tem várias barreiras que impendem o delicado corpo astral ou perispírito. Você já tem lembranças demais daqui e isso dificulta para você viver lá na Terra.
O local onde o meu Mentor fica é lindo demais, tem muitas flores brancas e perfumadas. Fiquei encantada com as flores.
O Mentor falou:
- Temos muito trabalho!
Seguimos para o local onde iríamos trabalhar. Encontramos o Mentor Teófilo, ele vestia uma túnica pérola com uma faixa verde na frente com escritas em hebraico. Ele me olhou e sorriu, disse:
- É bonito de se ver o seu encantamento com as flores.
Respondi:
- São lindas demais!
Teófilo falou:
- Vamos trabalhar? Vamos para a Colônia Espiritual Acolhendo com Amor, administrada por Maria, Mãe de Jesus.
Perguntei ao Mentor, se iríamos de transporte, disse ele:
- Hoje não! Quero que você escreva tudo o que observar nessa viagem.
Fomos caminhando pela Colônia e o Mentor foi descrevendo tudo o que tinha nela.
Passamos por vários prédios, não muito altos, na altura de uns três andares. O Mentor falava:
- Aqui são escolas de variedades de ensino. Ali é de música, você já foi conhecer, lembra?
Eu lembrei que já tinha ido. A outra casa era de estudos científicos sobre o corpo humano e suas funções.
- Os que estudam aqui, tem a finalidade de serem médicos lá na Terra.
- Uau! Que incrível!
O Mentor falou:
- As profissões, primeiro são escolhidas aqui antes de reencarnar conforme o Espírito precisa evoluir. E tem aulas aqui, quando chegam lá na Terra, começa a despertar na profissão que escolheu.
- Nossa, que lugar grande! Quantos estudantes!
- Estão aqui á muito tempo. Esses estudantes auxiliam lá na Terra em hospitais terrenos, intuindo médicos, enfermeiros até chegar o tempo deles reencarnar.
Eu admirada perguntei:
- Nossa! Deus criou tudo isso?
O Mentor sorriu.
Caminhamos por entre árvores e flores até chegar na entrada da Colônia.
Perguntei:
- Quem cuida desse jardim? É muito lindo!
O Mentor respondeu:
- Todos! Aqui somos todos unidos. Um ajuda o outro.
O portão da Colônia Espiritual é bem alto, parece grades de ferro, mas é energético. Aqui Espíritos mal intencionados não conseguem entrar.
Saímos pelo portão, que parecia automático. Passamos por ele, ele fechou. Perguntei:
- Como faz para identificar se o morador é dessa Colônia? Pode entrar qualquer pessoa?
- Não. Tudo o que fazemos aqui, devemos ter permissão. Tudo muito organizado e com responsabilidade. Cada coordenador cuida da sua equipe de trabalhadores. Tudo aqui precisa ter permissão para fazer.
Quando saímos do portão, José segurou a minha mão e disse:
- Agora vamos passar por lugares desafiantes. Você sabe, já foi lá e viu.
- Sim, eu já fui!
- Mas como você sabe o caminho?
Eu respondi:
- Eu não sei ir para a Colônia sozinha.
O Mentor falou:
- E não deve ir. Há muitos Espíritos mal intencionados que circulam por tudo. Vamos passar por regiões umbralinas e a energia não é boa.
O Mentor continuou:
- Não tenha medo, cuidaremos de você!
Flutuamos até uma altura e parece que andávamos no ar, sensação boa mas estranha.
Comentei:
- Não estou sentindo o vento.
- Estamos sob a região do umbral, respondeu o Mentor. Aqui habitam milhares de Irmãos que ainda não querem vir para a Luz. Estão presos em seus vícios e ódio. Aqui nessa região não tem lei, cada qual faz o que quer.
- Como assim não tem lei?
O Mentor explicou:
- São Espíritos revoltados, briguentos, sem sentimentos de amor. Quando um grupo muito grande nessa energia, onde um quer mandar mais que o outro, querem se tornar líderes e para isso se tornam muito maus, para impor medo. Os mais fracos são escravizados por eles.
Perguntei:
- Mas por que os mais fracos não vem pra Luz?
Respondeu o Mentor:
- Eles gostam dessa vida de liberdade, apesar de serem dominados por um cruel líder, nessa região não há disciplina moral. Esses Espíritos se juntam com encarnados que também não tem disciplina moral ou são viciados no álcool, na droga, na mentira, traição de todas as formas.
Perguntei:
- Podemos entrar nessa região?
- Não. Só com uma equipe de Mentores para fazer resgates de irmãos que pedem ajuda em orações ou alguém encarnado que intercede por alguém que vive vagando entre o mundo dos Espíritos nas trevas e na Terra. Por isso a Terra tem vibrações tão pesadas e negativas. Esses Espíritos não tem educação, praticam crimes usando os encarnados por terem o mesmo desiquilíbrio moral. Por isso há tantos crimes na Terra. Enquanto os moradores da Terra não mudarem o comportamento e a energia, vão atrair esses Espíritos de baixa energia.
Perguntei:
- Como conseguem viver assim, nessa escuridão como maltrapilhos? Com a aparência horrível e sem nenhuma higiene?
O Mentor explicou:
- São Espíritos viciados na preguiça. Já eram assim antes de deixarem o corpo físico. Eles são exatamente como sempre foram quando encarnados.
Perguntei:
- Esses Espíritos vivem de vibrações, emoções, prazeres que os encarnados dão á eles com comportamentos imorais?
- Sim. Disse o Mentor.
Aos poucos aquela região foi ficando mais longe e a aparência do local foi mudando. Muitas flores, o ar era respirável. Chegamos na Colônia Acolhendo com Amor, aqui acolhem os suicidas.
Vieram nos receber com carinho e me abraçaram. Nessa Colônia os moradores daqui costumam usar roupas azul e branco, simbolizando as vestes de Maria, Mãe de Jesus.
Entramos e avistamos uma moça sentada no jardim com um semblante extremamente triste.
Caminhamos até entrar em uma sala onde os Mentores estavam reunidos.
Fui apresentada a Mentora Estela que foi me mostrando a Colônia onde ela vive.
Perguntei:
- Há quanto tempo você está aqui?
Ela respondeu:
- No tempo da Terra, dois séculos.
- Nossa! Você não quis reencarnar?
Ela me olhou e disse:
- Estou bem aqui. Trabalho acolhendo irmãos suicidas, porque já fui suicida quando encarnada e compreendo a dor que eles sentem.
- Quem era aquela moça que vi logo na entrada dessa Colônia?
Respondeu ela:
- É Inez. Está em recuperação. Como você sabe, leva muito tempo para se recuperar.
Comentei:
- Nossa, como é grande essa Colônia!
- Sim, abriga milhares de Irmãos suicidas. Nessa parte da Colônia, são os que estão mais recuperados, mas a outra parte dessa mesma Colônia que só a Misericórdia Divina para nos ajudar.
Perguntei:
- Como você chegou aqui?
Ela me olhou e seu rosto tão delicado se contraiu e fomos sentar.
- Bem, todas as pessoas que tiram a sua própria vida, tem a ver com o abalo emocional, disse ela.
- Pela sua aparência neste momento, você desencarnou muito jovem?
- Sim, com vinte e oito anos. Tudo começou na infância. Eu era tímida, tudo pra mim era mais difícil. Eu era muito diferente dos meus irmãos. Eu era a única branquinha. Os meus pais eram morenos, pele linda. Os meus irmãos eram de uma cor maravilhosa, bronzeada e eu muito branca e não entendia.
Pensei:
- Sou adotada.
Muitas vezes os meus irmãos falavam que eu não era irmã deles. Eu me sentia tão triste e rejeitada.
Fui ficando cada dia mais calada, sem entender por que eu era tão diferente fisicamente.
Nos meus doze anos, estava ficando mocinha. Os meus pais tinham boas condições financeiras.
Eu perguntei para Josefa, a cozinheira da casa se ela sabia de alguma coisa, pois eu suspeitava ser adotada. Ela respondeu:
- Por que fala assim menina? Não sei de nada disso. Se você pensa assim, converse com a sua mãe.
- Mamãe é tão diferente comigo, parece que não sou filha dela, só do meu pai. Ele me dá atenção e carinho.
Respondeu Josefa:
- Impressão sua menina! Sua mãe gosta de você. Quando vim trabalhar aqui, você já era nascida. Nunca soube de nada, esqueça isso.
Naquele dia, saí da cozinha da minha casa e fui caminhar no jardim.
Andando entre as flores, as rosas tão bem cuidadas, mas uma tristeza imensa na alma. Eu só precisava saber a verdade, por que eu era tão diferente assim dos meus irmãos?
Vi o jardineiro abaixado limpando a grama. Olhei para ele. Olhei de novo, nossa, ele se parece comigo! Tinha a pele branca, era alto e os olhos eram claros. Ele perguntou:
- A senhorita deseja algo?
- Não senhor! Tá bonito o jardim. O senhor mora aqui?
- Sim, moro desde que foi construída a casa que foi dos seus avós.
- O senhor conheceu os meus avós? Como eles eram?
- Pessoas amorosas, assim como o seu pai.
- Mas a cor dos meus avós, como era?
- O seu avô era uma mistura de raças, muito bonito, como seus irmãos.
- O senhor sabe por que sou assim tão branca?
Ele sorriu:
- A senhorita precisa de mais sol.
Passei muito tempo tentando entender sobre mim. Isso me deixava tão deprimida.
Em uma discussão entre meus pais, eu ouvi mamãe falar:
- Você nunca esqueceu ela. Ela já morreu. Estela é a cara da mãe dela. É isso que faz você viver?
Papai falava:
- Calma querida! Sabe que amo você. Esther foi o meu amor de
juventude.
Pensei:
- Meu Deus, eu estava certa. Ela não é minha mãe.
Fui perguntar pra ela que negou tudo.
Disse:
- Você está imaginando coisas. Você tem tudo nessa casa e ainda reclama? Deveria agradecer!
O meu emocional estava abalado demais. Ficava a cada dia mais deprimida, quase não saía do quarto.
Um dia, senti uma presença no quarto. Nossa, que estranho. Parecia que o ar tinha ficado gelado.
Os meus pais tinham ido viajar de férias. Eu não quis ir. Papai insistiu, mas eu não fui.
A casa ficou vazia. Eu só queria chorar e sumir não queria mais existir, não tinha sentido para mim. Ouvi uma voz:
- Realmente sua vida não faz sentido. Ninguém te ama. Você não faz parte dessa família. Você nem é filha da sua mãe! Por isso ela não gosta de você. Veja, eles estão se divertindo em férias e você aqui sozinha, abandonada. Pra que viver?
Josefa foi me levar lanche no quarto, fazia dias que eu não comia. Ela entrou e gritou:
- Minha Nossa Senhora, sai daqui Espírito do mal!
- O que foi Josefa?
Ela falou:
- Minha filha, reaja! Faça orações, você está chamando Espíritos ruins!
- Mas eu não estou chamando, eu não chamei ninguém!
Josefa falou:
- Saia desse quarto. Abra essa janela , tome um banho. Você está aí faz três dias.
- Nossa! Tudo isso? Não percebi.
Josefa me obrigou a tomar banho e comer. Melhorei, mas o tempo todo eu ouvia aquela voz na minha mente que me deixava muito triste mais ainda.
Josefa cuidava de mim. Disse:
- Se tuas dúvidas são a respeito de quem você é, por que não busca saber a verdade?
- Ninguém me conta. Se eu souber a verdade, talvez eu me sinta melhor. Só preciso entender quem eu sou!
Josefa falou:
- Alguém deve saber, vou te ajudar. Mas, por favor, reaja! Se alimente e ore para não chamar Espíritos ruins.
Ela falava de um jeito engraçado.
Naquela mesma semana, tive dores horríveis de cabeça, as depressão ficou mais forte e a voz vinha na minha mente:
- Mostre quem você é, já que ninguém se importa com você, pra que viver?
De repente, senti um frio, uma angustia tão grande e ele apareceu pra mim, o Espírito que falava na minha mente. Vi ele que me olhava, me senti hipnotizada e a voz dele entrava na minha mente e me senti presa, não conseguia sair do lugar de medo. Vinham coisas na minha mente que não eram minhas lembranças. Me sentia tão confusa, perdida.
Quando Josefa chegou no quarto, eu estava gelada, ela me socorreu e orou por mim:
- Reaja menina! Eu encontrei a verdade pra você!
Eu não tinha forças. Ela orou e o Espírito saiu de perto. Me senti melhor. Josefa já era de idade, trabalhava há muito tempo com meus pais, disse:
- Menina, não cometa nenhum mal contra você mesma. O Espírito não morre. A dor que você sente agora, se você tirar a sua vida, a dor continuará pior ainda. Eu olhava pra ela, entendia o que ela falava, mas não tinha forças.
- Me fale Josefa, qual é a verdade sobre mim que você descobriu?
Ela disse:
- Venha! Saia desse quarto. Vamos até a cozinha comer alguma coisa.
Me levantei, estava me sentindo fraca, pálida, magra.
Ela preparou um caldo quente.
- Se fortaleça meu bem. Breve seus pais vão chegar de férias e vão pensar que eu não cuidei de você.
- Você é maravilhosa, poderia ser a minha mãe. Ela não é amorosa assim comigo. Nunca foi, sinto falta desse amor.
Josefa falou:
- Ela tem suas razões e também sofre com isso.
- Por que sofre? Não entendo.
O Jardineiro apareceu na cozinha e trouxe uma rosa branca pra mim. O olhar dele era familiar. Começou a falar:
- Vivo nessa casa desde jovem. Moro aqui e cuido do jardim. Já vivenciei muitos acontecimentos nessa família. Tive uma filha linda. A minha esposa era polonesa e tivemos essa filha que nasceu e cresceu aqui. Ela conheceu o patrão e se gostaram, mas nós de família humilde não dava certo. Sei que se gostavam muito. O patrão homem estudado, Esther era empregada. O patrão namorava moça rica e o pai dele era um homem enérgico, obrigava ele a fazer o que queria.
O Jardineiro continuou:
- A minha Esther engravidou e você nasceu perto do casamento do patrão. Ele é um homem bom, não quis abandonar você e adotou você já no início do casamento dele com a patroa.
Eu ouvi aquele relato:
- Então você é o meu avô? Por que não me falou? Senti que você tinha uma ligação comigo.
- Não podia te falar, o patrão não ia gostar.
Quando papai chegou de viagem, eu fui conversar com ele e ele me contou a verdade. Disse:
- Amava e amo até hoje a sua mãe. Nunca esqueci dela. Faleceu logo após o parto. Olho pra você e vejo ela. Te amo demais minha filha e só quero o seu bem.
Senti papai abatido dessa viagem e logo ele faleceu com problemas do coração.
Depois disso, a minha vida piorou muito sem papai. A madrasta se revelou cruel comigo.
Papai me deixou bens materiais, mas as brigas com minhas irmãs se tornaram insuportáveis.
Josefa e o meu avô foram despedidos por minha mãe adotiva. Fiquei sem ninguém. Cada dia mais deprimida.
Sem Josefa para orar por mim decidi tirar a minha vida. Fiquei anos tentando como.
Estava a cada dia mais desiquilibrada. Os remédios não adiantavam mais, não dormia, não comia. Me tornei uma estranha na minha própria família, ninguém conversava comigo. Depois que minhas irmãs souberam que eu era filha do papai com a empregada, zombavam de mim, me humilhavam e mamãe não me defendia. Tinha raiva, pois eu era muito parecida com a mulher que papai amou muito.
Onde estaria Josefa? Sentia falta dela. Ela que meu deu forças.
Dos dezenove anos em diante eu desisti de viver. Fui internada várias vezes. Passei a ter contato direto com aquele Espírito que a todo tempo me dava dicas de como morrer. Até que um dia, de tanto tentar morrer eu consegui com remédios. Eu não bebia, mas aquele dia o Espírito das trevas me convenceu que daria certo.
Eu não conseguia mais orar. Fui encontrada no quarto pela empregada depois de dias do suicídio.
Eu me via fora do corpo e via aqueles Espíritos, eles riam e falavam um para o outro:
- Eu consegui convencer ela, agora ela vem comigo!
E me pegou pela cintura fortemente e foi me levando. Eu gritava:
- Josefa! Vem me salvar!
O Espírito que me levou para o mundo dele era horroroso e imoral. Eu chorava muito. Sentia dor forte no estômago e lembrei das palavras de Josefa:
- Não adianta se matar, o Espírito não morre e sofre mais ainda.
Ela estava certa, além da dor que já existia em mim, mais a angustia de estar do outro lado da vida viva e em poder de um Espírito imoral que a todo tempo me importunava.
No lugar onde andei, muitos ali eram iguais a mim, tinham tirado suas vidas de uma forma mais violenta. A cena era de um pesadelo de guerra. Pessoas multiladas com o ato do suícidio.
Naquele local não existia dia, só a noite, a penumbra, o sofrimento. Não sabia que dia era e o lugar não tinha saída.
Eu deveria ter sido mais forte, ter orado mais, mas me deixei levar por tristezas e raiva da minha mãe, revolta.
Se eu tivesse ouvido Josefa...
Todos ali sofriam como eu de desiquilíbrio emocional. Eu deveria ter cuidado das minhas emoções, afinal, todos nós temos desafios na vida.
Eu tentei fugir. Corria na penumbra, na escuridão. Fugir pra onde? Fui eu mesma que escolhi estar aqui. Pensei:
- Deve existir um jeito de sair daqui, mas como?
Muitos me falavam que suicidas não tem salvação. Que ninguém iria me ajudar. Pensei em Josefa, nas orações que ela me ensinava. Quando eu orava, mesmo estando em um lugar tão ruim, me sentia melhor.
Depois de muito tempo ali, já tinha até me convencido que não tinha solução, que realmente eu não tinha salvação, vi de longe uma luz azul, me assustei, pois vivia no escuro. Aquela luz foi se aproximando, chegou um homem e uma mulher, vestiam roupas azul e branco. Ele me estendeu a mão:
- Vem, pois intercederam por você em orações.
Eu assustada, não sabia o que falar. A mulher que estava junto disse:
- Josefa intercedeu junto ao Pai Misericordioso e nós viemos ajudá-la.
Quando ouvi isso, dei a mão á eles e desmaiei.
Acordei muito tempo depois em um lugar aconchegante e uma energia boa, recuperada das minhas forças. Os Irmãos dessa Colônia Acolhendo com Amor, conversaram comigo e me explicaram que eu tinha mais quarenta anos de vida lá na Terra e eu interrompi minha missão, que o fluído vital do meu corpo Espiritual estava ativo, tinha muita vida ainda e que aquele lugar onde passei anos era um vale onde os suicidas por atração de energia se sintonizam. Muitos ainda não querem vir pra Luz. Deus na sua Infinita Misericórdia, acolhe a todos que querem a ajuda. Respondi:
- Pensei que suicidas não tinham salvação!
O Mentor explicou:
- Isso são crenças da Terra. O suicida sofre por não entender que a vida continua, que não se deve interromper o seu ciclo, que deve ter fé e buscar ajuda sem cometer o ato. Devemos valorizar a vida lá na Terra, são aprendizados para a nossa Evolução.
Faz muitos anos que moro nessa Colônia Espiritual. Fui muito bem recebida, mas eu sofria por lembrar das pessoas que estavam naquele lugar. Eu precisava ajudá-los assim como fui ajudada.
Eu pedi aos Mentores que me permitissem ficar para trabalhar em ajudar os que aqui chegam totalmente desiquilibrados e muitos multilados pelos atos mal pensados.
Existem muitas Colônias Espirituais como essa que acolhe suicidas. Muitos não conseguem recobrar a consciência, pois atingem o cérebro e conforme foi danificado o corpo Espiritual, na próxima reencarnação vem com deficiência desses membros danificados. São muitas reencarnações para que o Corpo Espiritual se recomponha tal delicadeza é o nosso Espírito criado por Deus. Eu acompanho todos que aqui chegam. Aprendi que o emocional precisa de cuidados, muitos se matam por não saberem lidar com os desafios da vida.
Estela terminou de ditar a sua história, agradeceu pela visita e me abraçou.
Ensinamentos da História de Estela
A generosidade de Deus é Infinita. Todos os que estão encarnados, é porque Deus nos deu a oportunidade de aprendizado.
Nossos olhos espirituais estão continuamente se abrindo para uma visão de sabedoria mas para isso é necessário um esforço da nossa parte.
Muitas vezes as bençãos que Deus nos concede não conseguimos ver e nem agradecer, focamos no problema e não na solução. Nos colocamos como vítimas sem buscar saber que já vivenciamos inúmeras vidas e temos débitos a resgatar.
Sejamos gratos sempre e oremos pelos nossos irmãos necessitados.
Orar ao próximo também é caridade.
Psicografado pela Escritora da Espiritualidade Sônia Lopes.