domingo, 25 de julho de 2021

Cremação na Visão Espírita

 

 Cremação na Visão Espírita


Pode ser uma imagem de fogo e ao ar livreCremar significa incinerar, destruir pelo fogo, especialmente cadáveres humanos, objetivando que ele seja reduzido a cinzas.



Primeiro ponto a ser mencionado é reafirmar a nós espíritas que o corpo é uma mera veste, valiosa e útil para nossos espíritos, enquanto estivermos encarnados, em nada nos servindo após o desencarne. Muitos pensam que uma lesão ao corpo físico resultará em dificuldades no mundo espiritual, mas o que retorna à Pátria Espiritual é nosso espírito envolto pelo perispírito, e não a matéria, o corpo carnal.



Se por algum motivo o espírito encontra-se ligado ao corpo material no momento da cremação, ele não sofrerá qualquer dor, mas claro, terá impressões péssimas. Ocorre que essas impressões também estarão presentes para o espírito que presenciar a putrefação do corpo, os vermes que o devoram, a autópsia, etc. Se preso ao corpo, as impressões serão, de qualquer forma, angustiantes, mas não acarretam dor.



O espírito em condições normais está em outra faixa vibratória e não deve ser afetado pela decomposição, nem pela cremação. O que pode ocorrer é um desligamento mais abrupto, e cabe salientar que sofrerão mais aqueles espíritos apegados à matéria e que se agarram aos prazeres da vida material, mas reforça-se, ainda assim, que as impressões serão morais, emocionais, mas não físicas.



Entretanto, acerca do tema, existem algumas recomendações da espiritualidade.



No Livro "O Consolador", pergunta 151, questiona-se: “O espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos?”, ao que Emmanuel, por intermédio de Chico Xavier, responde que “Na cremação, faz-se mister exercer a piedade com os cadáveres, procrastinando, por mais horas o ato de destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos nós de sensibilidade entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o tônus vital, nas primeiras horas subsequentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material”.



Já no livro "Lições de Sabedoria", Capítulo IV – Corpo na transição, suicídio e reencarnação, Dra. Marlene Nobre questiona Chico Xavier se o espírito sente qualquer efeito da cremação no corpo físico e se existe uma quantidade de horas que devem ser esperadas para efetuar a cremação. Chico Xavier, então, menciona que Emmanuel, em uma outra ocasião, “afirmou que o tempo ideal para a cremação do corpo, desocupado pelo inquilino ou pelo espírito que o habitava é de 72 horas, de vez que, além da chamada morte clínica, o espírito liberado, em muitos casos, ainda está em processo de mudança, retirando aos poucos os remanescentes da sua própria desencarnação”.



Sendo assim, entende-se que o corpo deve permanecer em câmara frigorífica por esse período de tempo, evitando que se dê inicio a qualquer tipo de decomposição material.



Finaliza-se mencionando que em nossa caminhada evolutiva devemos priorizar nosso aprimoramento moral, assim, nossa separação do corpo físico será menos dolorosa e nosso desapego à vida material se dará de forma serena, para que partamos para nossa Pátria Mãe, conscientes de que seguimos rumo a uma nova fase em nossa busca pelo crescimento, despedindo-nos de forma tranquila do envoltório material que nos serviu a fase que se finda no desencarne.

Raphael Paz - Letra Espírita