segunda-feira, 2 de maio de 2022

O significado de uma Mãe e Pai de Santo para a Espiritualidade e para a Umbanda e o que deve significar para seus Filhos de Santo e seguidores.

 O significado de uma Mãe e Pai de Santo para a Espiritualidade e para a Umbanda e o que deve significar para seus Filhos de Santo e seguidores.


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A Umbanda nasceu muito antes de seu anúncio neste mundo, ela veio do anseio de uma espiritualidade forte em sua luz, conhecedora das mazelas da humanidade, sua descrença e ignorância no conhecimento do espírito e da espiritualidade que domina todos os mundos, cada ponto do universo, que envolve e interage o tempo todo com todo o plano material, com o ser humano no estimulo do bem ou do mal. Reuniu de forma eclética, inteligente, respeitosa e bem articulada os aspectos espirituais mais relevantes das religiões e doutrinas, das quais absorveu o melhor conteúdo conciliador e doutrinário de referencia ao espírito, a se destacar o Candomblé, Catolicismo, Kardecismo e outras.

A Umbanda vem cada vez mais adquirindo essência única, desvinculando-se das associações e sincretismos, aprimorando suas praticas, assumindo sua própria identidade. Nosso Templo baseia-se a partir dos princípios e conceitos da Umbanda de humildade, amor, caridade, ensinamento e valorização do espírito, trazida pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas através de seu Médium Zélio Fernandino de Moraes.

A Umbanda nasceu de um projeto espiritual a ser lançado neste mundo, um objetivo e um desafio que Oxalá lançou a esta espiritualidade de luz, um objetivo que se juntou a este anseio e que foi aceito mesmo sabedores das enormes dificuldades, resistências e obstáculos que estariam enfrentando, a existência e o significado do espírito precisavam ser descobertos, compreendidos como a essência encarnada que precisava ser melhorada, aprimorada, pois este seria o único caminho para que o alimento maléfico deixasse de atingir o homem, e toda a influência do bem pudesse envolvê-lo e transformá-lo, dando a ele um pouco que seja da visão de Oxalá.

Para seguir em frente com esta missão, com este desafio, a Espiritualidade de Luz traçou suas estratégias, suas metas, recrutou os Espíritos de Luz aos quais Oxalá deu o desígnio e o domínio sobre todos os elementos e energias universais, cósmicas, naturais, das sensibilidades e dos sentidos, habilidades, intelecto, emoções e tudo mais que rege a natureza de cada mundo e de seus ocupantes, e na Terra ao ser humano.

Estes Espíritos de força, poder e intensa luz, chamamos de Orixás, a eles se juntaram os representantes diretos de Oxalá, criando o plano que governa, dirige e orienta todas as camadas espirituais de Direita e de Esquerda e todos os espíritos encarnados ou não.

Dentro destas estratégias foram também eleitos os espíritos que chamamos de Entidades, a partir de espíritos verdadeiramente redimidos de suas falhas, conhecedores da essência humana encarnada, conscientes de sua necessidade de evolução, vencendo todos os sentimentos contrários a sua nova jornada, através da prática do bem, da caridade, da benevolência do reconhecimento de seu semelhante espiritual como igual e totalmente voltado a auxiliá-lo em seu progresso.

Ainda como parte fundamental da estratégia espiritual para que a Umbanda fosse erguida e se tornasse uma realidade, foram formadas e recrutadas as Mães e Pais de Santo, e estes encarnaram neste mundo com esta missão, vieram com eles seus mais próximos seguidores, aqueles que iriam contribuir com o sucesso desta empreitada, que chamamos de Médiuns da Umbanda, aqueles através dos quais as Entidades se manifestam, ajudando, passando os ensinamentos e equilibrando, mas principalmente orientando no sentido de incutir em cada um as leis e propósitos da Umbanda e dentro do projeto espiritual traçado por Oxalá.

Vieram também junto a estes, os escritores, oradores, disseminadores, habilidades profissionais, conhecimentos Médicos e de Cura, através de todos os dons dado ao ser humano para este fim, bem como, toda uma linha de informação orientada e dirigida pela espiritualidade.

Porém de todas estas estratégias, uma das de maior significado para o êxito deste objetivo, é o nascer de um Templo de Umbanda, de um Terreiro de Umbanda, com todo o seu aparato e estrutura espiritual, consistente e bem formada, sua linha de Entidades e Médiuns, da mesma forma, previamente definidos para estarem naquele lugar, naquele momento, seguindo as mesmas diretrizes, a mesma missão, unidos como irmãos, buscando o mesmo intuito, cada um dentro de suas atividades, exercendo-as com compromisso e responsabilidade, com a vontade do espírito e principalmente com humildade, sabedores de que sua função bem executada será também, e da mesma forma a pedra que sustentará e alicerçará o sucesso destes Templos e da Umbanda neste mundo, e certos de que a vaidade continuada será eliminada, pois fere os objetivos da missão que está muito acima das individualidades.

A frente de todo este movimento estratégico da Espiritualidade de Luz, junto à matéria, aos espíritos encarnados, a toda esta estrutura de Médiuns e Entidades, esta a presença de maior significado em seu comando dentro de um Templo de Umbanda sobre a terra, a figura da Mãe e do Pai de Santo, eles são os indicados, às vezes até contrariando suas vontades, eles são os Mentores espiritualmente preparados, eles são os arrebanhadores, eles são o elo forte da Corrente, o ponto nobre que é diretamente alimentado pela luz e pela energia vibrante da Espiritualidade Maior, dos Orixás e toda formação espiritual que compõe esta estrutura. Uma Mãe e um Pai de Santo são previamente escolhidos pela espiritualidade que se formou quando da concepção da Umbanda como nova Religião a ocupar a Terra, antes mesmo de fazê-la nascer neste plano, ainda embrionária.

São espíritos que reúnem pré-requisitos para esta missão, foram escolhidos para iniciarem a jornada da Umbanda sobre a Terra, foram preparados desde outras vidas e continuam sendo preparados para as próximas encarnações.

Estes espíritos trazem no DNA espiritual o diferencial para que seja aplicado, ativado quando de sua chamada para o exercício de sua missão, fundando Templos e adotando as práticas, ensinamentos, a consciência religiosa umbandista, reunindo seguidores, orientando-os e formando-os para o objetivo de despertá-los para o reconhecimento da existência do espírito, dos planos espirituais e suas camadas, da necessidade da evolução galgando os degraus de luz que podem levá-los mais próximos da luz mais intensa, da luz maior de Oxalá, que é a referencia que a Umbanda dá ao maior, único e absoluto padrão de luz que um espírito pode atingir, mas nunca se igualar. Da mesma forma a consciência da escuridão e suas profundezas até o mais escuro estágio que um espírito pode atingir, onde a referencia é a maldade perversa que leva as trevas e aos mais desesperadores martírios que o abismo espiritual pode impingir a seus ocupantes, o frio intenso e doloroso, somente sentido pelos espíritos isolados de qualquer resquício de luz presos as amarras do mal ao qual sua própria índole o levou.

É com esta consciência que uma Mãe e um Pai de Santo, seus Filhos e seguidores devem levar adiante o objetivo traçado por Oxalá para a Espiritualidade de Luz e por consequência para todos que foram recrutados por eles. Este é o maior sentido de responsabilidade e comprometimento que um espírito pode ter, está acima de qualquer outro, pois nele está incutido todo o significado do bem e o maior requisito para alcançar a luz.

Em meio a todas as diferenças de seus Filhos uma Mãe ou um Pai de Santo devem ter também estrutura íntima e espiritual que lhe permita reunir esforços, paciência e prudência para poder lidar com antagonismos, egos e divergências, sempre procurando preservar a harmonia e união do grupo, bem como o equilíbrio da Casa e da Corrente.

A Mãe ou o Pai de Santo, são e serão sempre a maior referencia dentro de um Templo de Umbanda, não somente para seus Filhos e seguidores, mas para toda espiritualidade, eles são posicionados a frente do Congá, e é a partir deste Congá que a Espiritualidade de Luz e seus braços espirituais que iniciaram toda esta empreitada, os alimentam com sua energia, traduzida de diferentes formas sob a orientação dos emissários de Oxalá, dos Orixás e todas as linhas que representam as Entidades em suas mais diversificadas formas de manifestação, sempre ligadas às forças e elementos em seu meio natural e na essência do espírito em seu efeito sobre a matéria que rege, seu corpo físico.

O Congá é a fonte por onde a Espiritualidade de Luz faz jorrar sua carga energética e vibratória que irá ocupar todo o ambiente e a Corrente a partir da Mãe ou do Pai de Santo, e é por este motivo que não deve ser tocado, a não ser por aqueles previamente autorizados pelo Comando da Casa, antes de iniciados os trabalhos. Após iniciados, somente poderá ser tocado pela Mentora da Casa, preservando desta forma, sua fluidez, pureza e força de emanação. O toque no Congá é uma demonstração de indisciplina e desrespeito, vistos não só pela autoridade em terra, mas também pela espiritualidade que dele faz uso na sustentação e no comando das Giras.

Um Pai e uma Mãe de Santo não surge do nada, não são feitos a partir de um simples curso ou se aprende da experiência de se vivenciar uma prática por melhor que seja, ela vem pronta e já predestinada, se assim não for nunca terá êxito e continuidade neste propósito, impondo sua vontade própria e isolada, sem nenhum respaldo.

Um Pai e uma Mãe de Santo são requisitados por uma missão, por uma hierarquia espiritual de grande poder e luz, e sendo desta forma é a presença encarnada de topo da hierarquia de um Templo de Umbanda, de um Terreiro, e como tal devem ser considerados, respeitados, tratados e reverenciados.

Eles são o elo de união e firmeza, a vertente maior de um Templo por onde irá fluir toda vibração da espiritualidade que se espalha pela Corrente dando a cada Médium e Entidade a capacidade e a qualidade da emanação de seus potenciais mediúnicos e de manifestação de suas Entidades na execução das funções que o Templo através deles determinou a cada um, sem comportamentos e contestações vaidosas e insolentes, indisciplinadas ou irresponsáveis, fazendo com que o resultado obtido na ajuda e auxilio aos Assistidos seja sempre o melhor e mais duradouro.

O respeito e reverência para com a Mãe ou o Pai de Santo chega ao ponto de absolutamente ninguém poder sentar-se em sua cadeira, pois assim como uma guia, ela é firmada pelas Entidades de Comando do Templo, para uso único de uma Mãe ou um Pai de Santo, isso se estende a suas roupas, e principalmente as suas guias, que como no caso de Dona Anna, agora Mentora Espiritual, foram entregues no Santuário e as guias neste caso algumas delas ficaram para uso da nossa Babá, herdeira na linha hierárquica de comando da Casa ou transferidas para quem ela, por decisão ainda em vida determinou por orientação da Espiritualidade de Comando do Templo.

Vejam bem a importância de todo este teor, da harmonia de cada peça nesta engrenagem, da relevância e do sentido espiritual que envolve todo este contexto, da grandiosidade que tudo isso envolve e representa, mas principalmente do reconhecimento de que somos somente peças minúsculas, mas que podem mover toda esta engenharia espiritual, levando ao êxito do objetivo traçado muito acima do que somos capazes de minimamente imaginar.

Com humildade, respeito e acato a nossa Fé, a nossa Religião, a nossos Irmãos, a nossa Mãe de Santo, a Umbanda, a toda esta Espiritualidade de Luz que nos permitiu estar juntos, unidos nesta caminhada, e a seu maior articulador, Oxalá, vamos ser sim, peças pequenas, mas firmes, fortes, bem focadas, perseverantes e obstinadas, podendo contribuir com nosso pequeno, mas importante esforço, com toda este imenso mecanismo que irá transformar este mundo no melhor lugar e na melhor escola que um espírito possa ter.

Desde seu surgimento a Umbanda vem evoluindo, se aprimorando, como tudo no universo, como tudo nos planos espirituais, e nesta direção já vem mostrando ao mundo e a humanidade sua nova visão totalmente adaptada à realidade atual e a vindoura, no objetivo de dar sustentação, amparo e orientação voltada aos novos anseios e exposições, físicas, emocionais, psíquicas, das expectativas frente ao novo modelo de mundo, da educação e formação pessoal, profissional e espiritual, as quais o ser humano, crianças, jovens, e adultos, vem sendo colocados.

As novas aspirações dotadas de novos objetivos, nos aspectos tecnológicos, de transformação e de adaptação íntima, da mente e do espírito, ao novo cenário social, cultural, educacional e econômico do mundo que vão estar sempre ligados e sempre serão fatores de referencia do espírito encarnado e desencarnado sobre a Terra.

A espiritualidade se molda de forma a atender esta nova demanda por uma orientação equilibrada, por uma formação religiosa e espiritual, atualizada e moderna que possa suprir as novas e diferentes carências que dominam o ser humano. Esta é a missão da Umbanda e de todos os seus articuladores espirituais dentro desta nova versão do mundo no qual vivemos