ALERTA GERAL: "ATAQUE FLUÍDICO, PSICOGRAFIA DO "ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ, COMO AGEM "OBSESSORES ESPIRITUAIS" QUE FAZEM ENCARNADOS BEBEREM.
- Eis como André Luiz relata, em sua obra citada, o caso Cláudio Nogueira: Estando Cláudio sentado na sala de seu apartamento, aconteceu de repente o imprevisto. Os desencarnados vistos à entrada do apartamento penetraram a sala e, agindo sem-cerimônia, abordaram o chefe da casa. "Beber, meu caro, quero beber!", gritou um deles, tateando-lhe um dos ombros.
Cláudio mantinha-se atento à leitura de um jornal e nada ouviu.
Contudo, se não possuía tímpanos físicos para registrar a petição, trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o apelante.
O Espírito repetiu, pois, a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reafirmando uma ordem.
O resultado não demorou.
Viu-se o paciente desviar-se do jornal e deixar-se envolver pelo desejo de beber um trago de uísque, convicto de que buscava a bebida exclusivamente por si.
Abrigando a sugestão, o pensamento de Cláudio transmudou-se, rápido.
"Beber, beber!..."
e a sede de aguardente se lhe articulou na idéia, ganhando forma.
A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemente impregnada do cheiro acre que vagueava no ar.
O Espírito malicioso coçou-lhe brandamente os gorgomilos, e indefinível secura constringiu-lhe a laringe.
O Espírito sagaz percebeu-lhe, então, a adesão tácita e colou-se a ele.
De começo, a carícia leve; depois da carícia, o abraço envolvente; e depois do abraço, a associação recíproca.
Integraram-se ambos em exótico sucesso de enxertia fluídica.
Produziu-se ali – refere André Luiz - algo semelhante ao encaixe perfeito.
Cláudio-homem absorvia o desencarnado, à guisa de sapato que se ajusta ao pé.
Fundiram-se os dois, como se morassem num só corpo.
Altura idêntica. Volume igual. Movimentos sincrônicos. Identificação positiva.
Levantaram-se a um tempo e giraram integralmente incorporados um ao outro, na área estreita, arrebatando o frasco de uísque.
Não se podia dizer a quem atribuir o impulso inicial de semelhante gesto, se a Cláudio que admitia a instigação, ou se ao obsessor que a propunha.
A talagada rolou através da garganta, que se exprimia por dualidade singular: ambos os dipsômanos estalaram a língua de prazer, em ação simultânea.
Desmanchou-se então a parelha e Cláudio se dispunha a sentar, quando o outro Espírito investiu sobre ele e protestou: "eu também, eu também quero!", reavivando-se no encarnado a sugestão que esmorecia.
Absolutamente passivo diante da sugestão, Cláudio reconstituiu, mecanicamente, a impressão de insaciedade.
Bastou isso e o vampiro, sorridente, apossou-se dele, repetindo-se o fenômeno visto anteriormente.
André aproximou-se então de Cláudio, para avaliar até que ponto ele sofria mentalmente aquele processo de fusão.
Mas ele continuava livre, no íntimo, e não experimentava qualquer espécie de tortura, a fim de render-se.
Hospedava o outro simplesmente, aceitava-lhe a direção, entregava-se por deliberação própria.
Nenhuma simbiose em que fosse a vítima.
A associação era implícita, a mistura era natural.
Efetuava-se a ocorrência na base da percussão. Apelo e resposta.
Eram cordas afinadas no mesmo tom.
Após novo trago, o dono da casa estirou-se no divã e retomou a leitura, enquanto os Espíritos voltaram ao corredor de acesso, chasqueando, sarcásticos...